Matéria da TVT destacou atividade da ocupação Zumbi dos Palmares, do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB, que construiu a creche da comunidade através da Permacultura. A matéria está no vídeo:
ENEM discute violência contra as mulheres
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que sempre vem trazendo como propostas para as suas redações questões sociais, mais uma vez surpreende a sociedade com a temática: “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. O trabalho escravo e a publicidade infantil foram temas abordados, mesmo não sendo assuntos recorrentes nos meios de comunicação, como a TV Globo. Além disso, alguns sites, como educação.uol, apostavam em temas para 2015, como a intolerância religiosa e a redução da maioridade penal, entretanto, a escolha para a redação foi de outro tema importante para a construção social e que contribuirá com a reflexão de milhões de pessoas sobre à violência contra as mulheres.
É preciso que todos os espaços disponíveis pautem a casa como o lugar mais inseguro para a mulher, onde 48% das mulheres são agredidas (no caso dos homens, apenas 14% foram agredidos no interior de suas casas, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE, 2009). E onde não há espaços disponíveis, é necessário criá-los para que se diga que, em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%) e, principalmente, para que esses atos não fiquem impunes, para que as mulheres se organizem e lutem por uma sociedade justa.
Outros dados, do portal Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – A lei é mais forte, ainda chamam a atenção: dos atendimentos registrados em 2014, 80% das vítimas tinham filhos, sendo que 64,35% presenciavam a violência e 18,74% eram vítimas diretas juntamente com as mães. Fica claro, não só por a mulher ser maioria, que esse tipo de violência prejudica a sociedade como todo, mas também por afetar diretamente uma grande quantidade de crianças (são vários futuros adultos que terão dificuldades educacionais e nos relacionamentos interpessoais) e a economia do país (por perca de produtividade e aumento do uso de serviços sociais).
Diante desse quadro alarmante, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou neste ano um estudo sobre a efetividade da Lei Maria da Penha, mostrando que a Lei fez diminuir em apenas cerca de 10% a taxa de homicídio contra as mulheres dentro das residências. O que deixa o Brasil no 7º lugar no ranking de países nesse tipo de crime. Junte-se ao Movimento de Mulheres Olga Benário!
Rita Silva, estudante de Letras da UFRPE.
“Greve dos petroleiros não é por salários e sim contra a privatização da Petrobrás”, afirma FUP
A greve por tempo indeterminado, comandada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e por seus 13 sindicatos filiados, entrou nesta quarta-feira, 04, no quarto dia, com novas adesões. O objetivo é barrar o processo de privatização em curso na Petrobrás e garantir os direitos já conquistados pelos trabalhadores.
A FUP, portanto, não reconhece as informações que vêm sendo divulgadas pela imprensa de que os petroleiros estariam pleiteando com a greve um reajuste de 18%. “Nossa greve não é por salários. O que move a categoria é a defesa da Petrobrás como uma empresa essencialmente pública, comprometida com a soberania nacional e com a vida dos trabalhadores”, ressalta o coordenador geral da FUP, José Maria Rangel.
Os 13 sindicatos filiados à FUP representam as principais bases operacionais do Sistema Petrobrás: 80% da produção de petróleo, 90% do refino e mais de 80% dos terminais de distribuição. O eixo da greve nessas bases é a Pauta pelo Brasil, onde os trabalhadores se contrapõem ao Plano de Negócios e Gestão da empresa, que prevê a venda de ativos, retirada de direito e o corte de mais de R$ 500 bilhões em investimentos.
Em Comunicado à População, divulgado no dia 30 de outubro, a FUP reitera que a luta dos petroleiros “é a favor da sociedade brasileira, pois o que queremos é que a Petrobrás, empresa que detém algumas das maiores reservas de petróleo do planeta, volte a ser a locomotiva do desenvolvimento nacional”.
Via Imprensa da FUP
Nota do Partido do Trabalho sobre a as eleições turcas
Avançar na luta através da Determinação e da Perseverança!
O resultado das eleições mostrou que o AKP-Erdogan são os vencedores neste 1 de novembro, forçando – sob condições extraordinárias – a mudança de opnião após a derrota que sofreram no dia 7 de julho. Por trás deste “sucesso” está a decepção da população causada pela apreensão e medo criados pela política da guerra e do caos, nas condições em que todos os direitos democráticos foram atacados e os partidos oposicionistas não puderam sequer realizar comícios.
Estamos diante de um cenário que é resultado de uma atmosfera política criada por um plano de guerra e caos; política que mira, por um lado, erradicar as condições de atividade política do HDP e de todas as forças democráticas e dos trabalhadores e, por outro lado, retirar os votos nacionalistas do MHP para o AKP através de provocações de guerra.
AKP-Erdogan enganaram a classe trabalhadora e as massas através da propaganda da necessidade de um ‘único partido no poder’ para prevenir o pior; não através da resolução dos problemas econômicos, sociais e políticos, mas através do aprofundamento do impasse.
Dessa maneira, a primeira conclusão a ser apreendida das eleições e 1 de novembro é a necessidade urgente de movimentar a classe trabalhadora e o povo para uma luta unificada e mais forte – renovando nossas plataformas de luta – baseada nos crescentes problemas e nos agudos conflitos que estamos vivendo no período atual.
A importância da luta por direitos políticos e por liberdades cresce face ao governo ditatorial ‘de facto’ de Erdogan. O fechamento de órgãos de mídia; a derrubada de websites; proibição de greves; a expulsão de prefeitos eleitos no Curdistão; a perseguição as forças democráticas e dos trabalhadores, detenções e perseguições; tudo isso têm se tornado rotina sob o governo ditatorial ‘de facto’. A cláusula de barreira anti-democrática de 10% dos votos para integrar o parlamento continua em vigor, a pesasr das promessas de abolição. O país continua governado através de uma constituição remendada por medidas destinadas para manter o AKP à frente do status quo.
A despeito da expectativa de ‘estabilidade’ propagada pelo AKP e pelo capital, todos os dados indicam a piora nas condições sócio-econômicas para os trabalhadores. Crescimento do desemprego; aumento da inflação; depreciação do câmbio; quebra na produção e diminuição na taxa de crescimento são sinais claros da crise econômica. Está claro que todas as tentativas serão feitas pelo capital para realizar ataques contra os trabalhodores. Tudo isso leva a uma confortação total do sistema com os sindicatos e todas as outras organizalções de trabalhadores e inclusive os trabalhadores não-sindicalizados.
O impulsionamento da política de guerra que incluiu o bloqueio de cidades, o enriquecimento de determinados pequenos grupos – especialmente capitalistas e donos de pequenos negócios -, e após os danos que guerra causou à economia e à vida social, levou ao retorno do AKP ao poder com uma maioria absoluta. Nestas eleições realizadas sob condições de guerra, votos não foram computados em razão da obstrução e pressão, assim como a tendência de votar no AKP com a esperança de pôr um fim à guerra levou a uma diminuição dos votos recebidos pelo HDP. No entanto, isso não muda o fato de que a maioria da população continua reunida em torno do HDP e do movimento político Curdo, ou seja, que o desejo de democracia e paz como soluções para as demandas nacionais continua.
As contínuas operações de guerra – a despeito da decisão de ‘inação’ tomada pelo KCK (Grupos de Comunidades do Curdistão, organização dirigida pelo PKK) – demonstram a insistência do AKP-Erdogan na guerra, uma insistência combinada com a ofensiva contra Rojava. Isso é somado a abertura de bases aéreas – principalmente Incirlik – para o uso do imperialismo nos EUA e a transformação do Estado Islâmico – que tem sido apoiado há anos pelo Estado turco na Síria – em um problema interno.
AKP-Erdogan chega ao poder novamente aprofundando todos os problemas econômicos, sociais e políticos. Essa situação torna imperativo para os trabalhadores e forças políticas – todas as forças que lutam pela paz e a democracia – a renovar suas plataformas de luta e criar uma poderosa frente democrática e elevar a luta.
O caminho para mudar o cenário deixado pelas eleições de 1 de novembro e para colocar um fim no regme ditatorial criando um país democrático, baseado na igualdade, onde as pessoas possam viver humanamente é o de elevar nossa determinação e perseverança.
Selma Gürkan
Presidente do EMEP
Eleições na Turquia: Erdogan conquista maioria e aumenta a pressão belicista na região
Com mais de 94% das urnas apuradas, o resultado das eleições na Turquia demonstra que o governo reacionário do presidente Recep Tayyip Erdoğan realizou parcialmente seus objetivos ao antecipar a renovação do parlamento. Com 48,9% dos votos, o partido governista Justiça e Desenvolvimento (AKP) conseguiu maioria para formar sozinho um novo governo, com 312 deputados.
Outros três partidos farão parte da câmara legislativa. A coalizão de esquerda HDP (Partido Democrático dos Povos) atingiu novamente uma votação suficiente para vencer a cláusula de barreira, mas viu seu número de deputados ser reduzido de 88 para 60 deputados.
O partido tradicional social-democrata no país CHP (Partido Republicano Popular) manteve sua posição de segunda força política com 25,8% dos votos e 135 deputados. A organização nacionalista e neo-fascista de extrema direita MHP (Partido do Movimento Nacionalista) obteve 12,14% dos votos e 44 deputados no parlamento.
O governo de Edorgan não conseguiu, no entanto, seu principal objetivo: obter uma maioria de dois terços para mudar a constituição e impôr um regime presidencialista que facilite seus intentos de promover a guerra contra a Síria.
A votação expressou a profunda divisão em que o país está imerso. O HDP foi amplamente vitorioso nas regiões orientais do país, onde a população curda é majoritária.
Sandino Patriota, São Paulo
Eleições na Turquia podem abrir um novo momento para a luta popular na região

Duas eleições legislativas devem ser acompanhadas com atenção nestes últimos meses do ano pelo potêncial que têm de afetar a situação política no Oriente Médio e na América Latina. São elas as eleições turcas que acontecem amanhã (01) e as eleições legislativas venezuelanas que estão marcadas para o dia 6 de dezembro.
Na Turquia, as eleições foram antecipadas por iniciativa do atual presidente, Recep Tayyip Erdogan, líder do partido governista AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento). Após fracassar na formação de um novo governo e ver o país imerso em um clima de tensão, e logo após o maior atentado terrorista de história turca que matou mais de 120 pessoas na capital, Ankara, o AKP procura conquistar a maioria absoluta para mudar a constituição e instituir o presidencialismo.
Neste período, a alternativa popular HDP (Partido Democrático dos Povos), agremiação que reúne uma série de partidos de esquerda, entre eles o Partido do Trabalho (EMEP), se fortaleceu. Liderado pelo advogado de origem curda Selahattin Demirtaş, o HDP conta hoje com mais de 80 deputados no parlamento.
O HDP se tornou o principal partido a confrontar Edorgan, defendendo os direitos dos trabalhadores, das mulheres e das nacionalidades minoritárias dentro do Estado turco (Curdos, Armênios, Lars, Circassianos, Yazedis, Ciganos, Sírios e Alauitas)
As mais contundentes denúncias do apoio dado pelo governo de Edorgan aos terrorista do Estado Islâmico (ISIS) e da Frente Al-Nusra na Síria vieram de vozes do HDP. Por pressão dos parlamentares e militantes do HDP, Edorgan foi obrigado a abrir por algum tempo as fronteiras com a região de Rojava, para que pudessem chegar apoios e suprimentos para o exército curdo que resistiu até a vitória contra o Estado Islâmico.
Para entrar no Parlamento, o HDP precisa vencer a cláusula de Barreira que é de 10%, em uma campanha contra toda a repressão militar que é realizada nas regiões de maioria curda. A cidade de Diyarbakir, conhecida como a “capital do Curdistão do Norte”, esteve sob estado de sítio e com um toque de recolher imposto pelo governo durante boa parte deste ano.
Sandino Patriota, São Paulo
Frente Povo Sem Medo convoca ato Fora Cunha para o próximo dia 8
No próximo dia 08 de novembro, os movimentos que compõem a Frente Nacional de Mobilização Povo Sem Medo vão realizar em várias cidades do país manifestações exigindo a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados.
Autor de várias medidas de caráter reacionário, Cunha vem acelerando a votação de temas que atacam os direitos das mulheres, indígenas e trabalhadores terceirizados. Ao mesmo tempo, há quantidade farta de provas de que Cunha mantêm contas secretas na Suíça e de que recebeu propina de contratos fraudulentos da Petrobrás.
Uma reunião da Secretaria Operativa da Frente ocorrida no dia 28 de outubro definiu a concentração do ato em São Paulo para a avenida paulista, às 14h, em frente ao MASP com caminhada até o Parque do Ibirapuera onde artistas populares preparam apresentações culturais pelo Fora Cunha.
Abaixo, reproduzimos a nota da Frente Povo Sem Medo que convoca o ato:
FORA CUNHA! NÃO AO AJUSTE FISCAL!
Todos/as às ruas dia 8 de novembro!
O Povo Sem Medo estará nas ruas neste 8/11, mês da Consciência Negra e Zumbi dos Palmares. Serão mobilizações populares em várias cidades brasileiras exigindo o Fora Cunha e contra o ajuste fiscal aplicado pelo Governo Federal e pelos Governos Estaduais.
Um dos grandes representante das atuais políticas conservadoras é o presidente da Câmara Eduardo Cunha. Não bastassem as medidas que retiram direitos da classe trabalhadora, juventude, mulheres, negras e negros, LGBTs e indígenas, Cunha está sendo investigado por corrupção. Já há provas claras de milhões de dólares em contas na Suíça, para completar a galeria de escândalos que o envolve, desde os desvios na Telerj no governo Collor. É um ladrão blindado, por isso ainda não caiu. Não entregaremos nossos direitos em nome de nenhuma governabilidade, e, por isso exigimos nas ruas o Fora Cunha.
Além disso, defenderemos as saídas populares para a crise econômica e política que estamos vivendo:
– Nenhuma saída à direita. Aqueles que historicamente governaram o Brasil e sempre contra a maioria do povo, agora colocam-se na condição de apresentar soluções para a crise. A mudança que propõem é com Michel Temer, Cunha/Renan e o PSDB. Está em curso uma agenda de retrocessos, que colocam em risco direitos sociais, políticos e civis, como a Lei das Terceirizações, a Redução da Maioridade Penal, o Estatuto da Família, a PEC da Corrupção/Contrarreforma política e o PL 5069/2013 que ataca o direito das mulheres. Não têm autoridade política e moral para isso. Não aceitaremos saídas à direita.
– O povo não pode pagar pela crise. A política de ajuste fiscal do Governo Federal e dos estados joga a conta da crise nas costas dos trabalhadores. Não podemos aceitar que a “crise fiscal” seja resolvida com ataque a direitos e cortes em áreas sociais, como a moradia e educação. Nem com uma política que aumenta juros, gera desemprego e arrocho salarial. Muito menos com concessões e privatizações do patrimônio público. No caso de alguns estados, como São Paulo, governos anunciam o absurdo de fechar escolas como parte do ajuste. Escola fechada será ocupada! A conta da crise deve ser paga por aqueles que mais ganharam no período da bonança, inclusive com subsídios públicos e desonerações: os ricos, grandes empresários e banqueiros. A crise deve ser paga pelo andar de cima, não pelo de baixo. Cortando privilégios, não direitos!
– A saída é com mais direitos e aprofundamento da democracia. A democracia brasileira é ainda limitada e precisa ser radicalizada. Este é o nosso desafio. Transformar o atual sistema político, que é aberto aos grandes interesses econômicos e fechado às demandas populares e lutar por democracia econômica, com mais direitos e distribuição de renda. Além disso, o aprofundamento da nossa democracia passa por garantir os direitos de manifestação, organização e de greve, atualmente ameaçados por várias inciativas – políticas e judiciais – como a Lei antiterrorismo, de iniciativa do Governo aprovada pelo Senado. Se há terrorismo no Brasil é aquele praticado pelas forças policiais no genocídio da juventude pobre, negra e periférica. Não há democracia com extermínio e autos de resistência. Por tudo isso, estaremos nas ruas!
Aqui está o Povo Sem Medo!
Da Redação
Sindicalistas da América Latina promovem encontro no Rio de Janeiro
Começa hoje (30/10), no Rio de Janeiro, o 10º Encontro Latino-Americano e Caribenho de Sindicalistas (ELACS).
Com o tema “A crise do capitalismo e os direitos dos trabalhadores”, o encontro reúne 270 representantes de entidades, federações e centrais sindicais combativas do Brasil, Argentina, Equador, Colômbia, República Dominicana, México, Peru, Porto Rico, Venezuela e Uruguai.
“O ELACS é um importante espaço de debate e intercâmbio de experiências de luta da classe trabalhadora contra a ofensiva dos capitalistas e de seus governos, que querem a todo custo jogar o peso da crise econômica nas costas dos trabalhadores e cortar ainda mais nossos direitos”, explicou Rêneo Augusto, diretor do Sinttel-Rio e um dos organizadores do evento.
O encontro segue até domingo (01/11), quando será aprovada uma declaração final e decidido o local do próximo ELCAS, em 2017.
Essa é a primeira vez que o Brasil recebe o Encontro Latino-Americano e Caribenho de Sindicalistas, que acontece desde 1988, quando a República Dominicana sediou a primeira edição do evento.
Redação Rio
Petroleiros entram em greve a partir de domingo
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) comunicou ontem (29/10) ao Ministério Público do Trabalho que a categoria entrará em greve a partir do próximo domingo (01/11) em todas as unidades da Petrobrás.
Segundo José Maria Rangel, coordenador da FUP, a greve é contra a privatização da companhia e a retirada de direitos dos petroleiros. “O Plano de Negócios e Gestão da Petrobrás afeta drasticamente a sociedade brasileira e a vida de milhares de trabalhadores que estão sendo demitidos pelo país afora. Os cortes de investimentos, venda de ativos, interrupção de obras e paralisação de projetos impactam o desenvolvimento e a soberania nacional. Segundo estudos do próprio governo, para cada R$ 1 bilhão que a Petrobrás deixa de investir no país, o efeito sobre o PIB é de R$ 2,5 bilhões. Se o PNG não for alterado, a estimativa é de 20 milhões de empregos deixarão de ser gerados até 2019”, afirmou Rangel.
Entre os principais itens da pauta de reivindicação apresentada à Petrobrás também estão a manutenção da Petrobrás como uma empresa integrada e indutora do desenvolvimento nacional, a suspensão da venda de ativos, a preservação da política de conteúdo nacional, com construção de navios e plataformas no Brasil, e a implementação de uma nova política de saúde e segurança que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de gestão que já matou 16 trabalhadores só este ano.
“É possível enfrentar a crise, buscando alternativas de financiamento, sem que seja necessário vender ativos ou cortar investimentos estratégicos”, explicou o coordenador da FUP.
Essa será a maior greve nacional dos petroleiros desde a histórica greve de 1995, que derrotou a proposta do então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de entregar 100% da empresa à iniciativa privada.
Heron Barroso, Rio de Janeiro
Povo de Cuba homenageia o revolucionário Camilo Cienfuegos
Cubanos de todas as gerações se reunirão hoje em uma grande peregrinação ate rios e costas para homenagear ao sempre heróico e desaparecido Comandante do Exército Rebelde, Camilo Cienfuegos.
Como a cada dia 28 de outubro, espera-se a participação de milhares de pessoas, em especial, de crianças e jovens que lançarão as já tradicionais flores ao mar.
Camilo faleceu com 27 anos de idade, quando regressava em um avião bimotor Cessna de uma missão orientada por Fidel Castro na região centro-oriental da ilha de Cuba que tinha o objetivo de prender o comandante Huber Matos, acusado de traição.
Este ano, como parte das atividades organizadas para render tributo tanto a Camilo como a Ernesto Che Guevara, um grupo de jovens da província de Ciego de Ávila recordam a marcha que ambos fizeram há 57 anos, quando comandaram a ocupação da província Ocidente a cargo das colunas Antonio Maceo e Ciro Redondo.
Traduzido de Rádio Rebelde
Movimento Olga Benário debate a situação das presidiárias no Rio Grande do Sul
No dia 26 de outubro, o Movimento de Mulheres Olga Benário mobilizou mais de 150 pessoas, no auditório da Faculdade de Serviço Social da PUCRS, para debater a situação do sistema carcerário feminino e também da atual conjuntura da América Latina. A mesa foi composta pela Professora Dra Patrícia Grossi, pela Servidora da SUSEPE e trabalhadora do Madre Pelletier, Daiana Martil e também pela Coordenadora Estadual do Movimento de Mulheres Olga Benário e estudante de Direito, Camila Souza.
Foram abertas intervenções para plateia, que fizeram perguntas e contribuições muito importantes sobre a desigualdade de gênero, a situação das presidiárias do Madre Pelletier e os desafios da luta feminina e anti imperialista. Também foram recolhidas mais de 100 assinaturas em apoio à legalização da Unidade Popular Pelo Socialismo, um novo instrumento político do nosso povo para enfrentar o próximo período de lutas.
A América Latina vive em um processo de fascistização e de retrocesso. Nossos direitos mais básicos estão sendo ameaçados pela bancada religiosa e reacionária. O novo projeto de lei 5079 de Eduardo Cunha visa dificultar o atendimento no SUS às vítimas de violência sexual (lei, essa, que ampara as mulheres desde 1940 – mesmo com todas as insuficiências das nossas instituições).
No Brasil, uma mulher morre a cada 1h30 vítima de feminicídio (violência de gênero). No Haiti, cerca de 77% das mulheres são analfabetas. Na Colômbia, mais de 42% das mulheres chefes de família estão abaixo da linha da pobreza. São as mulheres que sentem nos ombros o peso das crises desse sistema econômico de produção e as mulheres negras e periféricas compõe majoritariamente o grupo em situação de risco.
Os serviços destinados à intervenção do fenômeno da violência doméstica no Brasil estruturam-se em, basicamente, três eixos: delegacias especializadas no atendimento à mulher, centros e núcleos de atendimento à mulher e casas de abrigo/casas de passagem. Na cidade de Porto Alegre, mais especificamente, sabemos da insuficiência de políticas públicas que atendam as mulheres vítimas de violência doméstica. Quando essas mulheres decidem sair de um ambiente de agressão, estão se encaminhando para uma situação de violência institucional na qual muitas vezes a própria agressão é questionada.
Nacionalmente, 48% das mulheres agredidas declaram que a violência aconteceu em sua própria residência; no caso dos homens, 14% foram agredidos no interior de suas casas (PNAD/IBGE, 2009). Também, 77% das mulheres que relatam viver em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente. Em mais de 80% dos casos, a violência foi cometida por homens com quem as vítimas têm ou tiveram algum vínculo afetivo: atuais ou ex-companheiros, cônjuges, namorados ou amantes das vítimas. É o que revela o Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
É nessa conjuntura de crise e retrocesso que a microestrutura sofre as consequências. Nosso sistema econômico de produção encontrou formas de lucrar com os presídios – não é por acaso que o projeto de redução da maioridade penal tramite juntamente com o de privatização dos presídios. O sistema carcerário brasileiro é um sistema falido, insuficiente e desumano. Em 10 anos, a população carcerária aumentou 80%. Além disso, os presídios são pensados para o sexo masculino. No Brasil, há menos de 500 unidades carcerárias para as mulheres (destas, apenas 60 são exclusivas para as mulheres). Dentro dos espaços exclusivos para mulheres, a violência de gênero também está presente: até pouco tempo, não se havia políticas que pensassem em questões próprias do corpo feminino, como roupas íntimas, produtos de higiene íntimos, etc. Havendo pouco ou nenhum investimento em infraestrutura, as mulheres apenadas sofrem as opressões de um sistema capitalista patriarcal que vê apenas pessoas enquanto funcionais, enquanto projetos de lucro.
Para o fim desse sistema e dessa opressão, vê-se a necessidade de unificar a luta das mulheres pela América Latina e Caribe, formando um grande bloco de mulheres combativas e resistentes. Há de se lutar por uma sociedade mais justa e igualitária: a sociedade socialista.
Olga Benário Vive!
Camila Souza e Lires Bastos, militantes do Movimento de Mulheres Olga Benário.



