UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 18 de novembro de 2025
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Movimento de Mulheres Olga Benario realiza 1º Encontro Estadual no RJ

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DSC_0950EDO Movimento de Mulheres Olga Benario realizou no último dia 29 de novembro seu 1º Encontro Estadual no Rio de Janeiro. O encontro, que teve como tema “Viver sem violência é um direito das mulheres”, começou com um debate sobre violência que contou com Izabel Solyszko, do Centro de Referência de Mulheres da Maré, Raphaela Mendes, da coordenação nacional do Olga e Luciene Lacerda, do Instituto Búzios.

Todas afirmaram que o problema da violência faz parte do sistema capitalista e patriarcal e que as mulheres precisam lutar pela transformação profunda da sociedade. Foram relatados pelas participantes do encontro vários tipos de violência contra as mulheres.

Na parte da tarde os grupos debateram a questão da mulher negra, gênero e sexualidade, direitos das mulheres à saúde, à cidade e ao trabalho digno. Ao final foi eleita a coordenação estadual do movimento, que irá organizar a luta das mulheres nos próximos anos.

O evento foi encerrado com uma confraternização e muita boa música popular ao vivo.

Todas saíram com a determinação de continuar realizando debates, encontros e atos com regularidade, pois as mulheres brasileiras estão querendo se organizar e lutar.

Gabriela Gonçalves, Rio de Janeiro

Famílias se mantêm mobilizadas contra a truculência da prefeitura de São Bernardo

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Passeata nas ruas de São Bernardo do Campo
Passeata nas ruas de São Bernardo do Campo

Na manhã do dia 29, a Guarda Civil Municipal – GCM retirou de maneira truculenta, sem mandato judicial e sem negociação, com o uso de bombas e de balas de borracha, as 400 famílias que ocuparam um terreno vazio há mais de 10 anos nas proximidades da avenida dos imigrantes.

Organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas – MLB, a ocupação, além de reivindicar o direito à moradia, também protestou contra os cortes nos investimentos sociais anunciados pelo governo federal.

A ação da Guarda municipal constitui um flagrante crime, pois o terreno é privado e os policiais da guarda não agiram sob qualquer mandato judicial, já que a função de cumprir qualquer reintegração de posse pertence à PM. O prefeito da cidade, Luís Marinho do PT, é portanto o responsável por essa ação.

Após atenderem as mulheres e crianças feridas na ação, as famílias se reagruparam e seguiram em marcha até a casa do prefeito da cidade, na Rua Padre Tarcisio Zanotti, Bairro Santa Terezinha.

A decisão unânime das famílias é de seguir na luta pela reforma urbana e responder com mais mobilizações à repressão da prefeitura e da GCM.

Da Redação, São Paulo.

Famílias ocupam por moradia e contra cortes nas verbas sociais

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IMG_8599Mais de 400 famílias organizadas no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB da região do ABC paulista ocuparam um terreno vazio na cidade de São Bernardo do Campo na madrugada deste dia 29 de novembro. Além de lutar por moradia, as famílias denunciam os cortes do orçamento  das áreas sociais previstos para o próximo ano.

O terreno, que fica próximo à avenida dos imigrantes e é localizado na esquina da Estrada Samuel Aizemberg e da Estrada Fukutaro Yida, estava há anos abandonado, servindo para a especulação imobiliária e de local de desova de cadáveres, aumentando a insegurança na região.

Com o grande aumento do preço dos aluguéis nos últimos anos em toda a região metropolitana de São Paulo, a única maneira que sobrou para conseguir um teto para morar é lutando contra a especulação imobiliária e defendendo uma profunda reforma urbana que de fato garanta o direito à cidade para quem precisa.

Um dos supostos donos do terreno apareceu nas primeiras horas da manhã no local, afirmando que pretendia alugar o terreno para instalação de um estacionamento nos quase 90 mil metros quadrados disponíveis no imóvel.

As famílias trabalharam durante toda a madruga e manhã na construção dos barracos, construíram a cozinha coletiva e agora preparam as condições para a construção de um creche, que acolha de uma maneira mais apropriada as crianças.

Na assembléia, as famílias aprovaram o nome do revolucionário Devanir José de Carvalho, metalúrgico da região do ABC, perseguido e assassinado pela ditadura militar, para nomear o novo conjunto habitacional em gestação.

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A ocupação precisa da ajuda de todos que se solidarizam com a luta pela reforma urbana e a coordenação do movimento solicita  as seguintes formas de apoio:

Visite a ocupação nestes sábado e domingo. De ônibus, pegar o “7N” na rodoviária de São Bernardo do Campo e descer em frente a Só Gelo.

Divulgue nas redes sociais. Compartilhe as notícias da ocupação. Divulgue em sites, blogues e outros meios.

Leve doações de Água Mineral, Brinquedos, Alimentos e Cobertores, nessa ordem. 

Da Redação, São Paulo

Ato marca o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher

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No Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, 25 de novembro, o Movimento de Mulheres Olga Benário realizou um ato no centro de São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, com muita música e combatividade. O objetivo do evento foi dar visibilidade a esta luta e convidar as mulheres a serem protagonistas de sua história e darem um basta à violência doméstica.

O Movimento, que organiza grupos de atuação em outras três cidades do estado (Diadema, São Paulo e Santo André), fixou uma tenda na Praça da Matriz, que contou com uma exposição através de um túnel que mostrava o caminho da violência e alertava para os altos índices de violência atuais. Um dos destaques foi para as mulheres assassinadas no período da ditadura implementada pelos militares em 64 no Brasil.

Durante todo o ato houve distribuição de material para a população e seu encerramento se deu com uma apresentação musical da Rapper Lauren.

Redação São Paulo

Júri inocenta policial de Ferguson e protestos explodem em várias cidades dos EUA

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Michael Brown, 18 anos.
Michael Brown, 18 anos.

Como era esperado por várias organizações do movimento popular dos EUA, o tribunal do Missouri se recusou a indiciar o policial Darren Wilson, que no último dia 9 de agosto assassinou a tiros o jovem negro Michael Brown, de 18 anos, na cidade de Ferguson, estado do Missouri.

A declaração do júri acontece um dia depois de que outra criança negra foi assassinada por policiais, dessa vez em Cleveland, estado de Ohio. No último domingo, Tamir Rice, de 12 anos, foi alvejado por 2 tiros por uma dupla de policiais enquanto brincava em um parque público. A polícia apresentou uma arma de brinquedo que supostamente estava sendo portada pela criança como justificativa para os disparos.

Na noite de ontem (24) violentos protestos de rua aconteceram em várias cidades dos EUA, tendo como ponto de partida o subúrbio de Saint Louis, em Ferguson. Carros de polícia e estabelecimentos que representam as sedes de grandes multinacionais foram incendiados.

Uma grande manifestação nacional está convocada para hoje na Times Square em Nova Iorque.

O grande crescimento da desigualdade social nos EUA tem afetado principalmente os negros e imigrantes, moradores dos bairros pobres. Essa é uma luta com raízes profundas na crise social que se instalou com mais força nos EUA desde de 2008.

Da Redação

Mulheres organizam ato contra a violência

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Amanhã, bastadia internacional de enfrentamento à violência contra as mulheres, o Movimento de Mulheres Olga Benário realizará ato no centro de São Bernardo com muita música e combatividade.

O Movimento, que organiza mulheres pobres nas periferias de São Paulo, Diadema, São Bernardo e Santo André, tem por objetivo com esse ato dar visibilidade à esta luta na grande São Paulo e convidar as mulheres a serem protagonistas de sua história e darem um basta à violência doméstica.

Com o slogan “Mulher, não se cale, lute!” o ato contará com uma exposição para sensibilizar sobre o caminho de violência e dor que percorrem as mulheres e alertar para os alarmantes índices de violência atuais. Também será realizada uma marcha pelo fim da violência e distribuição de material para a população.

Durante o ato haverá apresentação musical da Rapper Lauren e DJ W
Movimento de Mulheres Olga Benário

Kaiowás mais uma vez sob ameaça do nazismo do agronegócio

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As famílias que compõem a comunidade indígena de Kurussu Ambá, localizada a 420 quilômetros de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, estão sendo mantidas sob ameaça constante de despejo pela Justiça Federal e confinados num verdadeiro campo de concentração pelas milícias dos latifundiários, em mais um capítulo do genocídio do povo Guarani-Kaiowá pelo agronegócio. Os indígenas foram isolados pelos fazendeiros, sem acesso a água nem comida, e uma adolescente de 16 anos foi atropelada por seguranças particulares, segundo relatos indígenas.  Tudo isso sob um criminoso silêncio por parte da grande imprensa.

A situação pode resultar num massacre se for confirmada a ação de despejo pela Justiça Federal. A disposição dos Kaiowás é resistir a qualquer custo. O Aty Guasu (Conselho Indígena de Dourados) divulgou na última segunda-feira a seguinte posição: “já sabemos que uma juíza federal já autorizou diversos armamentos de fogo pesado contra as nossas vidas; juíza já mandou atacar, massacrar e matar nós, em qualquer momento seremos atacados”; “uma juíza fazendeira da justiça federal vai matar todos nós Guarani e Kaiowá na nossa própria terra tradicionais”; “nós como povo originário, hoje temos somente as nossas vidas, nossa decisão é resistir e ser todos mortos pela justiça federal e policiais do governo federal”.

A Faixa de Gaza Indígena

Os guarani-kaiowá são o segundo povo indígena mais numeroso do Brasil, possuem uma população total de cerca de 40 mil pessoas, que além do número considerável de suicídios, vive violência constante dos grandes latifundiários brasileiros. A região onde fica localizada a comunidade de Kurussu Ambá é conhecida como o velho oeste brasileiro, pela forte presença de grupos armados, que atuam como milícias privadas dos latifundiários para tocar o terror entre os indígenas que vem tentando retomar as terras originárias de seu povo, que lhes foram roubadas através de um processo de expulsão que teve início na década de 1970, protagonizado por uma aliança entre o agronegócio e a Ditadura Militar.

Só em 2013, foram assassinados 33 índios no Mato Grosso do Sul, segundo levantamentos do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à CNBB (Confederação Nacional dos Bispos). Este número está dentro da média de assassinatos que tem ocorrido todos os anos naquele Estado: de 2003 a 2013, foram assassinados 349 índios em MS, na maioria Guarani-Kaiowá, resultando numa média de 31 assassinatos por ano. Estes números são realmente alarmantes: está em marcha no nosso país um verdadeiro genocídio do povo Guarani-Kaiowá!

A presença de grupos armados na região e o cerco a que são submetidos os Guarani-Kaiowá renderam ao território de Kurussu Ambá outro apelido negativo: “Faixa de Gaza Indígena”, numa comparação da estratégia dos latifundiários com a política genocida do Estado de Israel. Seres humanos, inclusive mulheres grávidas, crianças e idosos, estão vivenciando todo tipo de violência. As famílias sofrem diariamente com ameaças, intimidações e fome. Não bastasse, a água consumida pela comunidade está contaminada por agrotóxicos, o que resultou na morte de várias crianças Guarani-kaiowá!

A mais recente vítima de violência na região, segundo a EcoAgência – agência de notícias ambientais criada por voluntários do Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul – NEJ/RS, é a indígena Jocikelle Martins, neta da rezadora Xurite Lopes. Conforme os Guarani-Kaiowá, Jocikelle foi alvo de um atropelamento criminoso, no dia 17 de novembro, por um motoqueiro: “Os pistoleiros atacaram os estudantes indígenas, uma aluna com 17 anos foi agredida e ferida gravemente e se encontra no hospital. Segundo as comunidades, hoje de manhã os pistoleiros estão atacando as crianças/alunos, essa menina Guarani Kaiowá massacrada entrou em coma, com pernas fraturadas, e ouvidos ensanguentados. Está em estado grave.” Xurite Lopes, uma idosa de 70 anos, foi assassinada por pistoleiros, na frente de seus netos, em 2007, na primeira tentativa retomada das terras ancestrais pelos Guarani-Kaiowás.

A luta pela retomada da terra ancestral indígena

Nesta primeira retomada, que ceifou a vida de Xurite Lopes, foi assinado um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre o Ministério Público Federal e FUNAI, em que ficou estabelecido a identificação de 36 terras indígenas reivindicadas pelos Guarani-Kaiowá, nas 06 bacias hidrográficas espalhadas no sul do estado. Porém, até agora só foi publicado apenas um relatório de identificação; o GT (Grupo Técnico) que visa a fazer a identificação do território de Kurussú Ambá está paralisado.

Em 22 de setembro deste ano, cansados de esperar pela demarcação de suas áreas tradicionais, os indígenas resolveram agir: saíram dos quatro hectares onde foram confinados e ocuparam uma pequena parte de seu território tradicional – terra que utilizam para plantar e onde se localizava a aldeia antiga e o cemitério, uma minúscula parte dos 18 mil hectares de terra que reivindicam.

Esta foi a quinta retomada da terra por parte dos indígenas. O movimento de recuperação das terras, que organiza as Grandes Assembleias – ATY GUASU – foi iniciado em 2007 e é uma reação ao confinamento que o Estado Brasileiro impôs aos Guarani-Kaiowá. Esse confinamento foi realizado para viabilizar a instalação do agronegócio ali: cana-de-açúcar, soja, gado, milho produzidos para exportação, em parceria com multinacionais, como Bunge, Cargill, ADM e Monsanto.

Mas toda essa violência não é suficiente para fazer o povo Guarani-Kaiowá desistir de lutar pela retomada de suas terras ancestrais. “Todos os Guarani-Kaiowá estão apoiando o movimento, a guerra não vai parar porque nunca resolveram a demarcação, enquanto isso lideranças são mortas e baleadas. Uma violência tamanha que já não aguentamos, mas vamos continuar resistindo”, declarou Eliseu Guarani-Kaiowá, liderança indígena.

Clodoaldo Gomes, jornalista
Conceição Cabral, bióloga

Há que se cuidar do broto

Ao analisar as dificuldades da luta da classe operária para derrotar a burguesia e conquistar o poder, V.I. Lênin escreveu:

 “O proletariado na sua luta pelo poder, não tem outra arma senão a organização. Dividido pela concorrência anárquica que reina no mundo burguês, esmagado pelos trabalhos forçados a serviço do capital, constantemente atirado para o abismo da miséria mais completa, do embrutecimento e da degenerescência, o proletariado só pode tornar-se, e tornar-se-á inevitavelmente uma força invencível quando a sua unidade ideológica, baseada nos princípios marxistas, é cimentada pela unidade material da organização que reúne milhões de trabalhadores num exército da classe operária.” (Um passo adiante, dois passos atrás, Obras Escolhidas tomo 1)

Nada é assim mais importante para a classe operária realizar uma revolução que a constituição e o desenvolvimento de seu principal instrumento político: o partido revolucionário. Em consequência, a tarefa principal do militante comunista é construir esse partido, zelar pela sua fidelidade aos princípios do marxismo-leninismo e à luta revolucionária, dedicar-se a organizá-lo em todos os locais e trabalhar para resolver suas deficiências, pois dele depende a própria revolução.

Como sabemos, há 48 anos, um grupo de destemidos camaradas, tendo à frente Manoel Lisboa, Amaro Luís de Carvalho, Valmir Costa e Selma Bandeira fundaram o partido Comunista Revolucionário (PCR) como uma alternativa revolucionária ao reformismo e com a clara determinação de desenvolver a consciência e a organização das massas para realizar uma revolução popular, derrubar a Ditadura Militar fascista e implantar o socialismo em nosso país.

Hoje, 19 anos após a reorganização do PCR, vários fatos revelam que o nosso partido vive um importante momento da sua história e dá passos efetivos no sentido de crescer sua influência junto às massas mais exploradas e oprimidas de nossa sociedade.

Com efeito, mesmo não contando ainda com milhares de militantes, nosso partido tem conseguido realizar e alcançar importantes vitórias no movimento de massas, como prova o crescimento do Movimento Luta de Classes (MLC), bem como nossa atuação nos sindicatos e em diversas greves, o reconhecimento da representatividade do MLB com a eleição para a coordenação do Fórum de Reforma Urbana, a realização do 1º Encontro Nacional do Movimento Mulheres Olga Benario e a construção da Federação dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) e do 3º Enet com mais de 1.500 estudantes vanguardeados pela União da Juventude Rebelião (UJR).

No entanto, apesar desses avanços e de estarmos hoje atuando em 15 estados, padecemos de vários problemas de organização que nos impedem de crescer mais e de nos tornarmos um partido em condições de dirigir a revolução socialista brasileira. Entre estas insuficiências, uma das mais importantes é pouca dedicação às tarefas de construção partidária, e, em particular, à assistência política e ideológica aos coletivos e militantes.

Muitos tratam as reuniões dos coletivos do partido como se fosse mais uma reunião da frente de massas, empenhando-se pouco para que os militantes desenvolvam sua consciência e seu compromisso com a revolução. Desprezam o fato de que é nos organismos partidários que os militantes podem estudar o marxismo-leninismo, avaliar o desenvolvimento de suas tarefas, prestar contas da venda do jornal A Verdade, informar se está recrutando ou não, e traçar planos para impulsionar as luta dos trabalhadores e estudantes.

É necessário, portanto, preparar bem as reuniões, realizar uma boa convocação e garantir tempo para debater e esclarecer as dúvidas dos membros dos coletivos. Infelizmente, gastamos muita energia e tempo com as reuniões e os problemas das entidades e dedicamos pouquíssimo tempo para a assistência política, a formação ideológica e a construção do partido. Ora, os coletivos, principalmente os de base (as células), existem para debater como melhor avançar as lutas populares, mas também, e, principalmente, para fortalecer e ampliar a organização partidária.

Porém, não basta organizar boas reuniões dos coletivos; o trabalho de assistência política requer a realização cotidiana de conversas com os militantes. Realizar um bom trabalho de organização exige conversar, reunir-se e trabalhar diretamente com os companheiros e as companheiras. Assim, além de realizar as reuniões dos organismos, o responsável por um coletivo deve fazer reuniões individuais, orientar cada passo dos membros do coletivo e dedicar tempo para a formação teórica do militante. Como sabemos, um camarada que compreende pouco a nossa teoria, o marxismo-leninismo, atua sem clareza e tem mais dificuldades para desenvolver sua militância. Não é demais insistir que cada militante precisa ter além do estudo no coletivo, um plano individual de leitura, e o assistente só poderá ajudá-lo se ele próprio estiver estudando a teoria revolucionária.

Dizem alguns que esse método de trabalho é correto, mas que não têm tempo para colocá-lo em prática: “são muitas as tarefas”, argumentam.
Pois bem, se não temos tempo, então, a primeira coisa a fazer, é refletir sobre o que estamos fazendo com o nosso tempo e que prioridades estamos estabelecendo em nossas vidas. Afinal, se existe algo que um revolucionário precisa ter é tempo para cumprir com suas tarefas revolucionárias.

A verdade é que para que o nosso partido se torne um partido muito maior, é urgente que cada camarada leve mais a sério seu trabalho de assistência e de formação de outros revolucionários. Em vez de se lamentar porque muitas decisões ficam no papel, devemos analisar suas causas e o que estamos fazendo para mudar essa realidade.

O Partido e a Revolução

Mas por que há entre nós uma secundarização dessas tarefas de organização, da importância das reuniões dos coletivos e da formação ideológica e política dos militantes?

A causa não é outra senão a subestimação do papel do partido para a realização da revolução, a não compreensão do por que o partido foi construído, isto é, de que “Sem a ação da vanguarda, sem a direção de um Partido Comunista Revolucionário, a revolta do povo será sempre cega e inconsequente.” (Manoel Lisboa)

A luta dos revolucionários vai muito além de simplesmente organizar a greve, uma ocupação ou a passeata contra o governo. Ela tem como objetivo principal organizar as massas para fazer uma revolução que estabeleça novas relações de produção entre os homens e mulheres e acabe de uma vez por todas com a exploração capitalista dos trabalhadores, e isso só é possível se a propriedade privada dos meios de produção for abolida.

É claro que a burguesia, a classe que é a maior beneficiária na sociedade capitalista e que sabe que é a existência da propriedade privada que lhe garante explorar o operário e extrair dele a mais-valia, tudo faz (e fará) para impedir essa revolução. Por isso, a classe operária só terá condições de realizar uma revolução em nosso país se tiver construído uma forte organização que reúna os elementos mais combativos e mais avançados do proletariado. Uma organização que, como explicou Lênin, não tenha divisão entre operários, intelectuais ou estudantes, pois todos têm como profissão a atividade revolucionária.

De fato, sem um Estado Maior a classe operária fica sem um comando que analise e estude as condições em que se desenvolve a luta de classes e fica sem uma vanguarda que elabore uma tática e uma estratégia para a conquista revolucionária do poder.

Se cada um de nós tiver claro que esse é o objetivo do Partido e assumir a tarefa da sua construção como a principal de sua vida, nós passaremos a enxergar que cada recrutamento, a formação de uma nova célula ou mesmo a reunião de um coletivo são passos indispensáveis na caminhada em direção à revolução que precisamos realizar para que nosso povo construa uma nova sociedade, a sociedade socialista. Tenhamos, pois, sempre em mente os versos do poeta: “E há que se cuidar do broto/Pra que a vida nos dê/Flor e fruto.” (Milton Nascimento e Wagner Tiso. Coração de Estudante.)

Luiz Falcão, membro do comitê central do PCR

Frente Popular conquista 10% dos votos nas eleições da Tunísia

Béji contra_78470535_hh Marzouki. A recusa aos radicais islâmicos contra a rejeição ao antigo regime. A promessa de um Estado forte contra a “defesa” da revolução. Os dois favoritos na eleição presidencial da Tunísia devem se confrontar em um segundo turno no final do ano. Segundo as pesquisas de boca-de-urna, nenhum dos dois candidatos superou a marca dos 50% dos votos válidos neste domingo, 23 de novembro. A jornada eleitoral terminou sem grandes incidentes, sendo este um momento histórico para o país. Os Tunisianos não contavam com dois chefes de Estado eleitos seguidamente desde a independência em 1956.

Na realidade, segundo as sondagens dos três principais institutos de pesquisa do país, Béji Caid, chefe do principal partido liberal, o Nidaa Tounès, não ultrapassa os 50% dos votos válidos. O atual presidente, Moncef Marzouki do partido islamita Elnnahda, chega a cerca de 30% dos votos. O cenário mais provável é de uma diferença de 10% dos votos entre o primeiro e o segundo colocado.

Com cerca de 10% dos votos, o terceiro colocado é o comunista Hamma Hammami, dirigente da Frente Popular (coalizão de partidos de esquerda) que havia ficado em quarto lugar nas eleições legislativas. Os militantes da frente popular festejaram no domingo à noite, após uma campanha vitoriosa que marca um novo estágio da luta política no país.

O quarto lugar ficou com Magro Riahi, empresário e presidente do Clube Africano com cerca de 5% dos votos.

O resultado definitivo da apuração dos votos é esperado para esta quarta-feira.

Da Redação, com informações do Le Monde Diplomatique (França).

Ato de 20 anos da CIPOML será transmitido ao vivo

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10609426_4609050840882_3485121773025578760_nA Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxistas-leninistas – CIPOML, fundada em Quito, Equador, no ano de 1994, vai comemorar seus 20 anos com um ato internacional amanhã na cidade de Istambul, Turquia.

A Conferência, que se reúne sempre a cada ano em um continente diferente, se constitui na principal iniciativa de articulação do movimento comunista e marxista-leninista a nível internacional após o colapso do revisionismo soviético.

No momento em que os ideólogos do imperialismo falavam em fim da história e da luta de classes e decretavam que as teses de Marx, Engels, Lênin e Stalin haviam ficado no passado, a CIPOML ousou manter erguida a bandeira do socialismo científico e do materialismo histórico, realizando um trabalho de resistência política e ideológica que dá seus frutos nos dias atuais.

Hoje, os militantes da CIPOML lutam nas ruas da Turquia contra o governo de Edorgan. Participam ativamente da primavera árabe e impulsionam a frente popular na Tunísia. Estão presentes nas fileiras combatentes da revolta do povo de Burkina Faso. Defendem o projeto da esquerda revolucionária no Brasil, Equador e Venezuela. Lutam sob as condições de clandestinidade contra o regime islamita do Irã. Se organizam na resistência europeia, na Espanha, França, Noruega e outros países.

O ato de comemoração será exibido ao vivo, às 12:00h (hora de Brasília) do domingo (23) pelo site:  hayat TV

Da Redação

Movimento Gayones realiza 9ª Assembleia Nacional

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siguarayaNo último dia 15 de novembro foi realizada, na cidade de Acarigua, a 9ª Assembleia Nacional do Movimento Gayones, organização revolucionária venezuelana.

Com o tema “Consolidemos a Unidade Popular Revolucionária Antiimperialista!”, o encontro debateu as políticas organizativas e táticas que devem ser adotadas pelos revolucionários para enfrentar a burguesia na complexa conjuntura dada no país.

José Novoa, um dos presentes ao evento, afirmou que “o avanço da burguesia está se dando em todos os cenários”, ressaltando que não só a guerra econômica está ativa, mas também uma guerra política e criminosa de terrorismo contra líderes revolucionários dos coletivos, bem como uma guerra no âmbito judicial, onde juízes e funcionários corruptos desse poder criminalizam a luta sindical e levam ao cárcere os trabalhadores.

Já José Padrón, insistiu na necessidade de expurgar do processo revolucionário os “líderes” reformistas que temem e cedem terreno ante qualquer chantagem da burguesia, sem se importar em entregar os direitos do povo trabalhador.

De igual maneira, representantes de organizações aliadas como os círculos bolivarianos de Caracas, o PRT e outros movimentos e coletivos, saudaram com entusiasmo as políticas expostas pelo Movimento Gayones, focadas a fortalecer a unidade popular para a luta de classes.

Da Redação

*Com informações do periódico Voz Proletária (Venezuela)