UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 16 de novembro de 2025
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A farra do financiamento da campanha eleitoral

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urna eleitoral eletrônicaO início do processo eleitoral reacende uma série de debates e polêmicas envolvendo temas recorrentes no Brasil. Um dos aspectos mais abordados pela grande mídia, que se transforma em um fértil campo de batalha entre as mais ricas candidaturas, é a corrupção. Verdadeiras avalanches de fatos e “denuncismos” hipócritas fazem ecoar campanhas chapa branca, projetos de lei que prometem a moralização das eleições, banindo candidatos “fichas sujas” e regulamentando o financiamento das campanhas. Mas de onde vêm tais financiamentos? Qual a relação do processo eleitoral com a corrupção?

No Brasil o financiamento de campanha é misto. As doações podem ser provenientes de recursos dos próprios candidatos, com limite de 10% do que declararam no Imposto de Renda, de pessoas jurídicas, com limite de 2% do que declararam, repasses de fundo partidário (quantia repassada pelo Estado proporcionalmente aos partidos legalmente constituídos) e arrecadação de comitês de campanha (cuja origem se dilui nas fontes já citadas). É vedado o financiamento de candidaturas por parte de sindicatos, associações de classe ou entidades e organizações sem fins lucrativos. Ou seja, se um banco ou indústria quiser financiar e eleger um candidato, a lei o garante. Se um sindicato ou grupo de trabalhadores tiver a mesma pretensão, não poderá fazê-lo. Outra fonte importante é a do horário eleitoral gratuito, que, na prática, é pago e consome muito recurso público.

As últimas eleições para a Câmara Federal e o Senado são exemplos de como as políticas executadas pelo Estado burguês e os interesses das grandes corporações são indissociáveis. Disputaram as eleições 4.615 candidatos, o que equivale a cerca de 0,002% da população brasileira. Foram arrecadados R$ 2.098.537.649,76* em doações para os partidos e candidatos, sendo R$ 1.776.172.439,91 provenientes de empresas privadas. Foram oficialmente declarados gastos na ordem de R$ 1.271.293.505,41 nas campanhas. Os gastos dos candidatos eleitos equivaleram a 63,58% dos gastos totais. As empresas foram responsáveis por cerca de 43% do total do financiamento das campanhas, contando que, na outra parcela, ainda há financiamento privado. As construtoras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e OAS, o Banco Alvorada, a siderúrgica Gerdau e a empresa de agronegócio JBS “doaram”, no total, R$ 371.760.441,50 para campanhas de diversos partidos reformistas e de direita da situação e também da oposição de direita. Várias empresas e bancos financiaram campanhas de diversos partidos, garantindo, assim, que qualquer setor que saísse vitorioso já estivesse comprometido com os interesses da iniciativa privada.

O senador mineiro Aécio Neves da Cunha (PSDB), candidato da direita à Presidência da República nestas eleições, foi o segundo candidato que mais gastou entre todas as campanhas do país, em 2010, declarando R$11.970.313,79 em gastos, e suas maiores financiadoras foram a Tortc Terraplanagem Obras Rodoviárias, Itaú/Unibanco, Metalúrgica Prada, Construtora Aterpa e Banco BMG. A pífia atuação no Senado e os pouquíssimos projetos apresentados demonstraram, na prática, que o senador esteve, e ainda está, a serviço da iniciativa privada, em detrimento dos interesses da população mineira e do país. Já agora, o PSDB apresentou uma estimativa de gastos para a campanha presidencial de R$ 290 milhões.

Agora candidata do PSOL à Presidência da República, a ex-deputada federal Luciana Genro declarou gastos de R$ 230.354,02 com sua campanha de 2010, sendo 88% deste valor oriundo de doações de pessoas físicas. O restante veio de pequenas e médias empresas. A previsão de gastos para sua campanha à Presidência não chega a um milhão de reais.

O resultado prático das campanhas bilionárias com altos investimentos de grandes corporações é o total atrelamento do Estado burguês com seus interesses. Total desrespeito aos direitos do povo, o roubo de dinheiro dos cofres públicos durante os mandatos para pagamento das “dívidas de campanha”, etc.

O Estado burguês privilegia apenas aqueles que detêm o poder econômico e os meios de produção. Aos candidatos oriundos das massas populares cabe fazer a denúncia, a agitação política e, caso consigam furar o bloqueio das campanhas milionárias, têm o papel de, no Parlamento, desnudar a podridão do sistema eleitoral, das estruturas viciadas do poder, manter-se coerente com os ideais e interesses de classe e lutar pela garantia dos direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Raphaella Mendes, Belo Horizonte
Fontes: BBC Brasil/ Portal CEFET – SP/ Portal Os donos do Congresso;

O terror por trás do véu

O terror por trás do véuAté meados do século 19 a mulher era tratada como socialmente inferior, tendo apenas o direito de obedecer ao marido, pai ou irmão e cuidar de assuntos relacionados à casa e à família, sendo totalmente isolada do mundo. A falta de direitos das mulheres era tão gritante que elas não tinham sequer o direito de ler e escrever ou de sair de casa desacompanhada. As que se atrevessem a desobedecer qualquer uma dessas e outras “regras sociais” da época eram ridicularizadas e oprimidas pela sociedade e não podiam contar com o apoio da família, que também fora ensinada a ver como certos o machismo e a opressão.

Nos dias de hoje as mulheres já conquistaram diversos direitos, com muito suor e luta, desafiando a sociedade e suas regras de opressão e de exclusão da mulher das decisões sociais e convívio com outras pessoas. Porém, infelizmente, muitos direitos conquistados não são respeitados, e o machismo do passado ainda assombra nossos dias e deve ser combatido diariamente.

No Oriente Médio, por exemplo, as mulheres ainda convivem e sofrem diariamente com o as regras sociais e religiosas do passado, sendo excluídas da sociedade e tendo mais deveres do que direitos propriamente ditos.

Quando se escuta falar nas mulheres árabes, o pensamento de grande parcela da sociedade é o harém e o véu, a fantasia que os meios de comunicação propagam secundarizando o terror e o medo que existem. O véu pode esconder marcas de chicotadas, mutilações, queimaduras ou simplesmente olhos assustados.

Ao nascer, a mulher árabe já enfrenta sua primeira batalha pela vida, pois, enquanto a chegada de homem é tida como sinônimo de alegria e festa, a de mulher é o peso, a desgraça na vida da família. Esse pensamento e cultura fazem com que muitas meninas não passem do dia que vieram ao mundo.

Aquelas que conseguem ficar vivas são “educadas” de uma forma diferenciada dos homens, pois não têm direito de ir a escolas e universidades nem de trabalhar. Não têm seu direito de ir e vir e só podem sair de suas casas com o marido, irmão ou pai.

As muçulmanas são obrigadas a usar a burca, uma vestimenta que as cobre dos pés à cabeça, e, se por um acaso um pedaço do calcanhar estiver aparecendo, são chicoteadas em público. Se desobedecerem alguma regra muçulmana, podem e devem ser castigadas fisicamente e até mortas. Essas mulheres não têm direito sobre seus corpos nem o direito de pensar. Em alguns lugares, são sequestradas pelas famílias dos homens que desejam matrimônio. Durante o cárcere privado, o suposto noivo pode estuprar e cometer outras violências contra a mulher para que ela aceite o casamento. É obvio que acabam aceitando, por medo e não pelo desejo de felicidade.

Não bastasse, muitas mulheres são assassinadas por familiares sob a acusação de ter desonrado sua família. Normalmente são mulheres que rejeitaram o casamento arranjado, sofreram abuso sexual, buscaram divórcio, cometeram adultério ou praticaram sexo fora do casamento.

Sabe-se que a cultura e as leis dos países devem ser respeitadas, porém atentados contra a vida dessas mulheres não podem ser tratados como normais, ou simplesmente ignorados. Muitas vivem com medo de reagir, de falar sobre essas violências, pois são duramente oprimidas. A luta pela libertação feminina de todo machismo que a sociedade nos impõe deve ser diária. Não podemos nos calar ou parar de lutar enquanto no mundo ainda existirem mulheres violentadas e oprimidas todos os dias.

Da Redação

Aquino de Bragança: é preciso sonhar

Samora Machel
Samora Machel

A escolha por inaugurar a Coleção Clássicos da Série Brasil & África com uma coletânea de escritos de Aquino de Bragança, produzidos entre os anos de 1980 e 1986, possui uma forte carga de simbolismo político. Nascido em 6 de abril de 1924, em Goa, quando essa ainda era uma colônia portuguesa na Índia, Tomaz Aquino Messias de Bragança foi uma das principais lideranças políticas e intelectuais da luta anticolonialista travada no continente africano, em particular nas colônias que formavam o Império português na África.

Integrante do núcleo inicial que criou, em abril de 1961, a Conferência das Organizações Nacionalistas das Colônias Portuguesas (CONCP), Aquino de Bragança fez parte de uma geração que esteve organicamente vinculada ao processo de independência de: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde – geração essa composta por nomes como Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, Eduardo Mondlane, Samora Machel, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral, entre outros.

Físico de formação, em função da sua militância política, Aquino de Bragança tornar-se-ia reconhecido internacionalmente como jornalista e cientista social de formação marxista, razão que o levaria, mais tarde, em seguida à Independência de Moçambique, em 1975, a fundar e assumir a direção do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane (CEA/UEM), com o objetivo de dar vida a um centro de pesquisa que desse sustentação acadêmico-intelectual ao esforço de construção da recém-criada nação moçambicana. Isso, pois tinha plena consciência do valor da reflexão intelectual para o processo revolucionário de transformação social.

Foi pensando na figura de Aquino de Bragança como alguém que desempenhou o papel de liderança revolucionária preocupado, ao mesmo tempo, com a função política do trabalho intelectual, que demarcamos cronologicamente a presente coletânea, situando-a entre dois acontecimentos ocorridos nos anos de 1980 e 1986.

No primeiro, dá-se a publicação do número inaugural da revista Estudos Moçambicanos, vinculada ao Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, revista dirigida pela socióloga sul-africana, Ruth First – também diretora de pesquisa do Centro a convite de Aquino de Bragança – que redigiu o seu Editorial de lançamento, aqui publicado no Anexo de número 1.

No segundo, ocorre o trágico acidente aéreo que tirou a vida de Aquino de Bragança, do presidente da então República Popular de Moçambique, Samora Machel, e outras mais de 30 pessoas, entre membros do staff presidencial e tripulantes que se encontravam, no fatídico 19 de outubro, a bordo do Tupolev 134, soviético, que despencou em Mbuzini, no lado sul-africano dos Montes Limbombos, próximo da fronteira com Moçambique, quando retornavam de uma reunião em Lusaka, capital da Zâmbia. Então, o sociólogo estadunidense, Immanuel Wallerstein, amigo e companheiro de lutas de Aquino de Bragança, num texto aqui publicado no Anexo de número 2, afirma: “Eles mataram o nosso Aquino”. Isso, da mesma maneira que, em 20 de janeiro de 1973, – quando o intelectual e líder da luta de libertação nacional de Cabo Verde e Guiné Bissau, Amilcar Cabral, é assassinado – Aquino de Bragança dissera a Immanuel Wallerstein: “Eles mataram o nosso Amílcar”.

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No primeiro texto da presente coletânea, O marxismo de Samora, publicado em 1980 na revista portuguesa Três Continentes, Aquino de Bragança centra a sua reflexão na ideia de que a estratégia levada a cabo pelo presidente Samora Machel para Moçambique independente deriva da inserção do marxismo como linha de força de um projeto de maior envergadura, a saber: um projeto revolucionário de caráter profundamente nacional.
Antes, porém, procura-se demonstrar de que forma tal projeto resultou vitorioso de uma disputa interna travada entre dois blocos de classe aliados, desde os primórdios da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), disputa esta que se acirra após o assassinato do seu fundador, Eduardo Mondlane, em 3 de fevereiro de 1969.

Na sequência, num artigo publicado no segundo número de Estudos Moçambicanos, no ano de 1981, de título Savimbi: itinerário de uma contrarrevolução, Aquino de Bragança denuncia o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Jonas Savimbi, como a personificação da coincidência completa entre agente e aliado do imperialismo. Savimbi e a UNITA nada mais fariam que emprestar os seus nomes a uma das inúmeras frentes de intervenção político-militar do regime sul-africano do Apartheid nos Estados independentes da África Austral.

Já em Reflexões sobre a dignidade de uma viagem, escrito com Antonio Souto, em 1982, para a revista Domingo, Aquino de Bragança sai em defesa do marxismo compreendido como um instrumento de reflexão crítica, afirmando ser esta a abordagem realizada pelo presidente moçambicano Samora Machel. Como corolário de tal visão, volta as suas baterias contra aqueles que transformam o marxismo numa religião, uma espécie de marxismo institucionalizado, capaz de dar origem a religiões de Estado que não fazem mais que instrumentalizar os seres humanos.

Seguindo a mesma direção, na entrevista concedida no ano de 1983 ao semanário português O Jornal intitulada Amílcar Cabral tem dimensão universal, Aquino de Bragança sai em defesa da ideia de que “sonhar é preciso” (frase que dá nome ao presente livro), mostrando como o líder da libertação nacional de Cabo Verde e Guiné Bissau sonhou derrubar o império colonial português na África, mantendo-se afastado do dogmatismo. Um sonho concretizado com a ajuda inestimável de um intelectual que fez a assimilação crítica do pensamento marxista, pois Amílcar Cabral não era um pensador de sistema fechado, mas sim alguém que buscava no marxismo um meio de se encontrar instrumentos de análise que pavimentassem criticamente a estrada do sonho necessário da libertação dos povos oprimidos e explorados.

Em 1984, junto com Bridget O’Laughlin, Aquino de Bragança redige um artigo que só viria a ser publicado em Estudos Moçambicanos, no seu nº 14 de 1996. Com o título de O trabalho de Ruth First no Centro de Estudos Africanos, os dois se debruçam sobre o Curso de Desenvolvimento oferecido no âmbito da Universidade Eduardo Mondlane naqueles anos concomitantemente conturbados politicamente e ainda plenos de esperança revolucionária.

Como foi dito acima, sob a direção de Aquino de Bragança, é dirigido a Ruth First – que à época lecionava Sociologia na Universidade de Durhan – o convite para que se tornasse diretora de investigação do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane. Aceito o convite, ato contínuo, nasce o Curso de Desenvolvimento, com o objetivo de “ensinar a investigação investigando” – um Curso organizado em termos coletivos, com trabalho de campo a ser realizado em meio ao mato.

De fato, Ruth First compartilhava com Aquino de Bragança a mesma concepção de trabalho acadêmico comprometido com a transformação social. Para ela, as pesquisas levadas a cabo no CEA/UEM deveriam confluir para a consolidação da revolução moçambicana, pensada, por sua vez, como um engajamento direto na libertação da sua África do Sul das garras do regime do Apartheid – o mesmo regime que a assassinou numa ação terrorista, por intermédio de uma carta-bomba, que dilacerou o seu corpo dentro da sua sala no Centro de Estudos Africanos, deixando o próprio Aquino de Bragança gravemente ferido, em 17 de agosto de 1982.

Então, o regime do Apartheid infligia “um golpe contra Moçambique e contra o movimento de libertação na África do Sul”, além de impactar gravemente os esforços acadêmicos desenvolvidos no Centro de Estudos Africanos, impacto de dimensões incomensuráveis, que se repetiria em 19 de outubro de 1986, com a morte do próprio Aquino de Bragança, outra vez mais, num ato que envolveu os serviços secretos sul-africanos.

No ano de 1985, em artigo pulicado na Estudos Moçambicanos, nº 5/6, intitulado Independência sem descolonização: a transferência do poder em Moçambique (1974-1975) – Notas sobre seus antecedentes, Aquino de Bragança discorre acerca da vitória do projeto da FRELIMO de que a descolonização de Moçambique era uma condição prévia ao processo de democratização, e não o contrário. Em outras palavras, um projeto de independência sem descolonização e sem a imposição de um regime neocolonial. Um projeto contrário ao do General Antonio da Silva Spínola – novo detentor do poder em Lisboa, após a Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974 –, que se fundamentava na ideia de que, antes de tudo mais, fazia-se necessário democratizar Portugal a fim de descolonizar Moçambique, descolonização esta compreendida como a imposição de uma ordem neocolonial no Moçambique independente do futuro.

Encerrando a presente coletânea, num artigo escrito a 4 mãos com Jacques Depelchin, também publicado no nº 5/6 de Estudos Moçambicanos, de 1986, sob o título de Da idealização da FRELIMO à compreensão da história de Moçambique, Aquino de Bragança procura problematizar o processo revolucionário liderado pela FRELIMO durante os anos de luta armada de libertação nacional, com vistas a demonstrar a possibilidade/necessidade de reconstruir a análise da própria história da FRELIMO e de Moçambique, como fundamento para a visualização mais correta das contradições existentes em meados dos anos 1980 na Frente e no País.

Originária da vitoriosa Independência de Moçambique ocorrida em 1975, a versão duramente combatida no presente artigo tem a sua base de sustentação na “ideia de que a história da luta pela independência nacional pode, no essencial, ser reduzida à história da FRELIMO”.

Polemizando com Joseph Hanlon e John Saul, é feita uma severa crítica à história de caráter teleológico que localiza “a prova da vitória na própria vitória”, sem preocupar-se com os “problemas pendentes” da vitoriosa luta armada, isto é, “o conteúdo, os limites e as contradições da vitória” – atitude responsável por dar forma a um outro tipo de história, crítica e construtiva, avessa ao “paternalismo acadêmico e ao triunfalismo cego”, característicos de uma espécie de “história-propaganda” que não tem outra utilidade a não ser aquela de se limitar à “função de contra-ideologia” diante do discurso também ideológico da direita.

Resumidamente, faz-se, então, uma crítica áspera à “idealização da FRELIMO”, a uma “história oficial que é, ao mesmo tempo, autojustificativa”, uma história que evita confrontar-se com as contradições existentes no seio da sociedade, uma história, em suma, que procura estudar “a tensão entre um ideal e uma realidade às vezes tão afastada do ideal”.

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“Homem totalmente politizado” que trazia consigo apenas o gramsciano “otimismo da vontade”, nas palavras de Immanuel Wallerstein, Aquino de Bragança teria desempenhado “três diferentes papéis políticos” no curso da sua vida: militante, diplomata e revolucionário. Na presente coletânea, não há dúvidas de que essas três dimensões políticas se fazem presentes em inúmeros momentos. Além disso, junto a tais características políticas, muito já foi dito acerca da generosidade, da ausência de arrogância, que marcava a forma de ser e de agir de Aquino de Bragança nas relações pessoais com aqueles que o cercavam. Assim, como não concluir a presente introdução, sem sublinhar a falta que fazem, nesses nossos tempos sombrios, personalidades políticas como a de Aquino de Bragança: intelectual, generoso, comprometido com a transformação social.

Antes, porém, resta dizer que o presente volume apenas inaugura uma Coleção que tem a pretensão de trazer aos leitores brasileiros uma série de obras de pensadores africanos clássicos da mesma estirpe de Aquino de Bragança – infelizmente, pouco conhecidos entre nós – que marcaram uma época singularmente rica em termos de experiência histórica: anos em que o sonho da libertação nacional confundia-se com o da transformação revolucionária de uma infame ordem social e econômica, um período histórico que merece permanecer presente na memória de todas aquelas pessoas que ainda nutrem a esperança de que um outro mundo é possível, pois, mais do que nunca, sonhar continua a ser preciso.

Marco Mondaini

IBGE demite 200 trabalhadores em Greve

IBGE demite 200 trabalhadores em GreveAutonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão, são algumas das reivindicações dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em greve desde 26 de maio. Os grevistas lutam ainda pela valorização do servidor temporário, os quais ocupam quase a metade do quadro técnico do órgão. Aderiram à greve 17 estados mais o Distrito Federal.

Devido à paralisação dos servidores, pesquisas importantes como a Pesquisa Mensal de Emprego foram divulgadas incompletas e fora do prazo previsto na Região Sul e no Estado da Bahia. Também as pesquisas anuais se encontram atrasadas em praticamente todo o território nacional. A direção do IBGE ajuíza liminar que exige 70% do pessoal trabalhando e, em caso de descumprimento, multa ao sindicato de R$ 100 mil ao dia. Apesar de afirmar na mídia que a greve contava com a participação de apenas 15% da classe de servidores, a direção do órgão retornou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para anexar documento em que afirma que os grevistas não cumpriram a liminar, pedindo, então, a aplicação de uma multa de R$ 200 mil.

A pesar de toda a dificuldade enfrentada pelo sindicato em assegurar uma negociação, já que a ministra do Planejamento Mirian Belchior afirmava não negociar com servidores do IBGE, dando toda autonomia para a presidente do órgão, Wasmália Bivar, foi sinalizado um possível aumento salarial para a classe mais precarizada, os agentes de pesquisa e mapeamento (APMs), a partir de 2015.

Desvio de função, assédio moral, falta de garantias e auxílios, além da falta de protetor solar são alguns dos motivos que fizeram com que os APMs aderissem em massa à greve. Sendo estes servidores a maior força de trabalho do IBGE, o movimento paredista se tornou enérgico. No entanto, como forma de intimidar e enfraquecer o movimento, a direção do órgão decidiu demitir grande parte dos APMs que paralisaram suas atividades, somando cerca de 200 demissões em nível nacional, ferindo, assim, o direito de greve garantido por lei. A presidente do IBGE afirmou que o motivo das demissões se baseava na falta de pontualidade e de produtividade dos servidores, porém, todos os servidores estão assegurados com o ponto na greve e, uma vez com as atividades paralisadas, não é possível produzir.

Diante desta situação, a direção se nega a negociar a recontratação dos demitidos e dispara que resolvam a questão no Judiciário. Como forma de pressionar a direção, servidores de diversos estados entregaram às suas respectivas unidades uma carta de renúncia dos cargos de chefia, a fim de reverter as demissões dos trabalhadores temporários.

As negociações seguem e espera-se alguma posição sobre a readmissão dos APMs, o que se tornou prioridade para o movimento. Estão programados atos regionais, um no Rio de Janeiro e outro em Pernambuco. Todos os envolvidos no movimento paredista, afirmam não retornarem ao trabalho enquanto ainda houver temporários demitidos e sem perspectiva de reversão desta decisão.

Heloiza Romero, trabalhadora contratada demitida do IBGE

Campanha de legalização da Unidade Popular pelo Socialismo se inicia em todo o Brasil

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Campanha de coleta de assinaturas tem início na Zona Leste de São Paulo
Campanha de coleta de assinaturas tem início na Zona Leste de São Paulo

Após meses de intensa preparação e debates acerca de aspectos políticos e organizativos, movimentos sociais, organizações de trabalhadores e de juventude iniciaram a construção e a campanha de legalização de uma nova ferramenta política, de esquerda, anti-imperialista e de defesa intransigente do socialismo.

A organização, que será registrada no Tribunal Superior Eleitoral – TSE, terá o nome de Unidade Popular pelo Socialismo e adotará a sigla UP.

O processo de legalização de um partido político no Brasil precisa enfrentar diversos desafios burocráticos. São regras aprovadas no sentido de privilegiar os partidos que contam com muito dinheiro e são financiados pelos capitalistas. É preciso a participação e dedicação de toda a militância comprometida com a luta socialista para realizar a legalização da UP.

Para Leonardo Péricles, presidente da comissão executiva da UP e importante militante da luta por moradia em Minas Gerais: “O processo que iniciamos agora é de diálogo e luta conjunta com todos os que têm compromisso com a transformação revolucionária do Brasil. Para nós, a Unidade Popular pelo Socialismo pode se transformar em uma esperança para aqueles que acreditam na luta popular como método principal de fazer política e transformar as injustiças sociais”.

Durante essas eleições, a militância da UP fortalecerá a campanha de coleta de assinaturas e a preparação, para o primeiro semestre de 2015, de um Encontro Nacional que definirá o programa e o estatuto definitivos da organização e para o qual estão sendo convidados todos os que se identificam com a esquerda revolucionária.

O site da UP já está no ar e contêm outras informações: www.unidadepopular.com.br

Da Redação.

A Igreja Universal e o cristianismo

Edir MacedoEm meio a denúncias sobre irregularidades na concessão do alvará de construção, foi inaugurado no último dia 31 de julho, no bairro do Brás, zona central de São Paulo, o Templo de Salomão, maior complexo religioso da Igreja Universal do Reino de Deus, com capacidade para 10 mil pessoas. O prédio frontal tem 11 andares e mede 56 metros de altura (o dobro da altura do Cristo Redentor). Já o prédio dos fundos tem cerca de 41 metros de altura (é 4 vezes maior do que o Santuário de Aparecida do Norte). Possuem telões de 20 m², maiores do que os dos estádios da Copa do Mundo 2014, conta com um sistema de som potente e sofisticado, acabamentos em mármore italiano e decoração com mais de 10.000 lâmpadas de Led e todo o piso do templo e do altar são revestidos com pedras trazidas de Israel.

Mas, o que chamou a atenção no culto inaugural foi uma massiva participação de grandes empresários, latifundiários e políticos de quase todos os partidos, inclusive a presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Fundada no dia 9 de julho de 1977 pelo Bispo Edir Macedo, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é a 5ª maior instituição no Brasil, detém mais de 6.500 templos e mais de 8 milhões de seguidores só no Brasil, além de filiais em todos os continentes e em quase todos os países do mundo. A Rede Record, embora não pertença diretamente a IURD e sim a Edir Macedo, é controlada pelos pastores e bispos da Universal, entre eles o bispo Honorilton Gonçalves, vice-presidente da emissora. Somando, a Central Record de Comunicações mais as emissoras de rádio e televisão da igreja, torna a IURD como a maior controladora de concessões de televisão do Brasil ultrapassando assim as Organizações Globo em número de emissoras.

De acordo com o inquérito instaurado pela Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital no estado de São Paulo, a obra foi feita apenas com alvarás de reforma, o que garantiu a economia de cerca de R$ 35 milhões, o que pode ser indicativo de fraude ou descontrole da administração. A autorização foi fornecida pelo antigo Departamento de Aprovação de Edificações (APROV), da Secretaria de Habitação, setor que era responsável pelas emissões de alvarás, coordenado pelo ex-diretor Hussen Arab Assef, suspeito de enriquecimento ilícito e irregularidades na aprovação de empreendimentos imobiliários.

A lista de ilegalidades e crimes em torno da IURD é vasta: Em 21 de março de 2001, um garoto chamado Lucas Terra, na época com 14 anos de idade, sofreu violentas agressões sexuais e foi depois queimado vivo supostamente pelo pastor Silvio Roberto Galiza, na Bahia; Desde 2007 a Polícia Federal investiga Edir Macedo pela prática de crimes de falsidade ideológica, contra a fé pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro; em  2009, a Justiça brasileira aceitou a denúncia do Ministério Público Federal Paulista contra Edir Macedo e mais nove integrantes dessa entidade religiosa, pelas acusações de formação de quadrilha e de lavagem de dinheiro; o próprio Edir Macedo foi preso após o Ministério Público denunciá-lo por “delitos de charlatanismo, estelionato e lesão à crendice popular” em 1992. Em 2010 a Promotoria de Justiça de Nova York acusou a tesoureira da Igreja Universal do Reino de Deus nos EUA Regina da Silva de fraudes e falsificações para obter empréstimos hipotecários de mais de US$ 22 milhões.

Segundo a Receita Federal do Brasil, a IURD arrecada aproximadamente R$ 1,4 bilhão por ano. Por ser oficialmente uma instituição sem fins lucrativos, tem imunidade fiscal para recolhimento do Imposto de Renda – em tese, os recursos arrecadados pela igreja, o dizimo dos seus fiéis, deveriam ser usados exclusivamente em obras assistenciais. A Igreja tem sido alvo de investigação pelo Ministério Público Federal por suposto desvio do dízimo para empresas do líder da Igreja Universal e pastores ligados à instituição religiosa e que teriam sido transferidos para companhias com sede nas Ilhas Cayman.

A Igreja Universal do Reino de Deus também é investigada nos EUA sob suspeita de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro e conspiração. Dois doleiros brasileiros, Marcelo Birmarcker e Cristina Marini Rodrigues, disseram a promotores norte-americanos ter remetido ilegalmente o equivalente a R$ 420 milhões do Brasil para Nova York, no período entre 1995 e 2001. As remessas eram na razão de R$ 5 milhões mensais. Os investigadores dos EUA tentam descobrir o que a Universal teria feito com esses recursos nos EUA. A apuração é feita em caráter sigiloso e tem entre os seus alvos o bispo Edir Macedo e a tesoureira da igreja em Nova York, Regina da Silva.

Jesus, um homem “manso e humilde de coração”, filho de um pobre carpinteiro Galileu, se exasperou quando, ao visitar o templo de Jerusalém, encontrou à sua  porta  um sem-número de comerciantes  lucrando com a fé das pessoas. “A Casa do meu Pai é casa de oração e não covil de ladrões” esbravejou Jesus, ao tempo em que descia o chicote no lombo dos exploradores e junto com os discípulos virava as bancas cheias de mercadorias.  (Evangelho de João, 2. 13-16).

Enquanto isso, nos dias de hoje, a IURD tira vantagem do desespero e dos anseios das massas pobres e excluídas pelo capitalismo, na contramão do que pregou Jesus Cristo.

Jailson Davi – PE

Moradores das ocupações do Isidoro denunciam despejo em Belo Horizonte

A Verdade está acompanhando a situação das ocupações do  Isidoro: Rosa Leão, Vitória e Esperança, em Belo Horizonte, Minas Gerais. São mais de 8 mil famílias que sofrem com a ausência de uma política habitacional para o povo pobre. Os moradores estão em um constante clima de ameaça e terrorismo por parte da polícia, que inclusive já disparou munição letal contra as famílias no último fim de semana (10/08/14) a mando do governo estadual e municipal.

O processo de despejo tem enormes irregularidades já denunciadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas, pelas Brigadas Populares e pelo Ministério Público que já pediu a revogação do despejo. Mas estão em jogo importantes interesses da especulação imobiliária na cidade e de empreiteiras que financiam ricas campanhas eleitorais do PSDB, como a Direcional S/A.

Não é possível que mais uma covardia seja cometida contra o povo pobre e em favor dos interesses dos ricos, como ocorreu no Pinheirinho (SP) em 2012, em que cerca de 1.700 famílias foram violentamente despejadas, com denúncias de estupros e mortes nunca apuradas. #ResisteIsidoro

Principais atividades do 24º Encontro Internacional da Juventude Antifascista

Foto 01O 24º Encontro Internacional da Juventude Antifascista e Antiimperialista( EIJAA), que teve seu inicio no dia 02 de agosto, teve até o dia 8 diversas atividades políticas, culturais, esportivas,  animação e combatividade do povo turco. Em todas as manhãs foram oferecidas variadas oficinas para os participantes do encontro, através de temas como Economia Política, Filosofia, Ritmo, Artesanato, Teatro, Movimento Feminista, Meio Ambiente, etc.

 No dia 3 de agosto aconteceu a primeira reunião da delegação internacional com o Partido do Trabalho da Turquia, com a presença de sua presidente Selma Gurkan. Os representantes das delegações puderam fazer várias perguntas sobre a realidade política da Turquia, sobre o trabalho do partido, sobre a questão curda e palestina, como se organiza a juventude turca e sobre as atuais eleições presidenciais e seu candidato.

No quarto dia do evento foi realizado o fórum Povos do Mundo e a Luta da Juventude. A mesa foi composta pelos companheiros da Tunísia, Turquia e Brasil, que relataram a luta em seus países, como a participação da juventude nos levantes da Tunísia, na resistência do parque Gezi na Praça Taksim na Turquia e as marchas de junho no Brasil.

A história do conflito entre a Ciência e Religião foi debatida no dia 5. A luta dos estudantes secundaristas de todo o mundo foi apresentada pelas delegações internacionais no dia 6. A luta dos estudantes universitários foi apresentada e debatida no dia 7e no oitavo dia do encontro, foi com muita expectativa dos participantes que ocorreu uma grande marcha em solidariedade ao povo palestino, no centro da cidade de Izmir, com a presença das delegações internacionais.

O Encontro Internacional da Juventude Antifascista e Anti-imperialista – EIJAA acontece a cada dois anos e é organizado por jovens de todo o mundo. A sua 24º edição teve como tema: “a juventude do mundo unida por futuro e paz”; no período de 2 a 10 de agosto no distrito de Dikili, cidade Izmir, Turquia, com a participação de centenas de jovens turcos, da América Latina, Europa, Oriente Médio, África e Balcãs.

Bruno Melo – Delegação brasileira no 24º EIJAA

Polícia abre fogo contra trabalhadores em Belo Horizonte

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A Polícia Militar de Minas Gerais, sob o comando do Coronel Machado, ordenado pelo prefeito Márcio Lacerda e toda cupincha do PSDB mineiro, enviou policiais da ROTAM para intimidar os moradores da ocupação Rosa Leão, que, junto com as ocupações Vitória e Esperança, formam uma das maiores ocupações urbanas do Brasil, com cerca de 8 mil famílias. Ameaçados de serem despejados para dar lugar a um empreendimento imobiliário de alto luxo para enriquecer empreiteiras que patrocinam as campanhas eleitorais dos mesmos políticos que querem expulsar as famílias, os moradores não têm alternativa senão resistir.

Na tarde de hoje (10), por volta das 14hs30, os policiais adentraram o terreno e tentaram retirar as barreiras feitas pelos moradores para garantir suas moradias e a segurança do povo, uma vez que o principal inimigo agora é a própria Polícia, braço militar do Estado. Os moradores tentaram conversar e explicar aos policiais, os quais, no entanto , responderam com tiros de balas de borracha e também de chumbo Os moradores, mesmo com a vida ameaçada, não recuaram e impediram a retirada dos bloqueios.

Mesmo sendo a moradia um direito constitucional, os governos de Marcio Lacerda e do Estado dominado por Aécio Neves querem massacrar essas familias para garantir o direito à propriedade dos seus comparsas.

Todo apoio é necessário à essa luta!

Rosa Leão, Vitória e Esperança vão resistir, pois enquanto morar for privilégio, ocupar será um direito!

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Se despejada, Dona Isabel terá que morar na rua

Conforme divulgou o Jornal A Verdade, cerca de 8 mil famílias em Belo Horizonte correm risco de despejo nas próximas horas. Moradora da Ocupação Rosa Leão desde o início, há mais de um ano, Dona Isabel, que sustenta sete anos, é como a maioria dos moradores: se despejada, terá que morar na rua.

Especialistas afirmam que um caça ucraniano derrubou avião da Malaysia Airlines

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2014886255873734_20Especialistas afirmaram ao jornal New Straits Times de Kuala Lampur que a versão mais provável para a causa da explosão do avião MH17 da Malaysia Airlines, em 17 de julho passado, é a artilharia de um caça militar, certamente do governo ucraniano.

Michael Bociurkiw, membro da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), um dos primeiros especialistas a chegar no local do acidente, próximo a região de Donetsk, declarou: “Existem duas ou três peças da fuselagem com várias marcas que se parecem muito com tiros de metralhadora; uma metralhadora muito, muito forte“.

Para Robert Parry, repórter da Associeted Press, “O testemunho de Bociurkiw tem grande autoridade. Foi ele quem primeiro chegou ao local do acidente e negociou no local a entrada do resto da equipe da OSCE”.

No Brasil, a mídia dos monopólios se esforçou para jogar sobre os insurgentes do leste da Ucrânia a responsabilidade pelo derrubamento do avião, mesmo sem nenhuma prova. Agora que as provas apontam para a responsabilidade do governo golpista da Ucrânia, a mídia se cala.

O acidente com o MH17 da Malaysia Airlines é um dos mais graves da história da aviação civil e causou a morte de 298 pessoas.

Fonte: http://www.nst.com.my/

Jorge Batista, São Paulo