UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

domingo, 16 de novembro de 2025
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Ativistas são libertados em São Paulo

425993_682856935141794_7078723334428441650_nApós 45 dias de prisão, os ativistas paulistas Fábio Hideki e Rafael Lusvargh tiveram o alvará de soltura emitido no dia de ontem e já se encontram em liberdade. A libertação ocorreu após a perícia comprovar que os ativistas não portavam nenhum artefato explosivo, desmentindo a versão da Polícia Militar.

O juiz que emitiu o habeas corpus, Marcelo Matias Pereira, é o mesmo que havia negado a soltura na sexta-feira passada. Mostrando sua subserviência à direita paulista, o juiz apenas emitiu ordem para soltar os ativistas depois que o jornal Folha de São Paulo publicou um editorial considerando a prisão abusiva.

Foram 45 dias de uma prisão arbitrária mas o pesadelo dos ativistas sociais ainda não acabou. Vão seguir respondendo a um processo forjado pela polícia onde constam várias acusações infundadas. É preciso fortalecer a solidariedade para impedir a escalada de repressão aos movimentos sociais que está em curso.

Redação São Paulo

Massacre anunciado: PM anuncia despejo de 8 mil famílias em Belo Horizonte

Massacre anunciado: PM anuncia despejo de 8 mil famílias em Belo Horizonte
A Polícia Militar de Minas Gerais anunciou para os próximos dias uma megaoperação de despejo de 8 mil famílias pobres

A Polícia Militar de Minas Gerais anunciou para os próximos dias uma megaoperação com forte aparato militar para despejar 8 mil famílias pobres que moram nas ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança, localizadas na região do Isidoro, vetor norte de Belo Horizonte. O despejo é uma ação covardemente arquitetada pelo Governo do Estado de Minas Gerais e pela Prefeitura de Belo Horizonte para defender os interesses da especulação imobiliária e acordos financeiros para implantação de empresas na região. A construtora supostamente responsável por um empreendimento, a Direcional Engenharia S/A, foi uma importante financiadora da campanha de Aécio Neves (PSDB) para senador por Minas Gerais em 2010. Aécio é candidato a Presidente da República nessas eleições.

Questionado na reunião pelos moradores das ocupações e por representantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e Brigadas Populares, sobre alternativas para os moradores da região, ficou clara a ausência de proposta para essas famílias e a completa irresponsabilidade do governo do estado e da prefeitura. Enquanto acontecia o pronunciamento, policiais militares se dirigiram às ocupações para coagir os moradores a abandonarem suas casas. Em panfleto entregue pela PM aos ocupantes o tom é de ameaça, chegando a responsabilizar os movimentos pelo possível massacre praticado pela repressão. Em um trecho o panfleto afirma: “Sugere-se que mulheres grávidas, idosos, crianças e pessoas portadoras de necessidades especiais saiam do local, para preservar a integridade física e psicológica dos mesmos. A responsabilidade pela saúde dessas pessoas é do movimento”.

A tortura psicológica contra as famílias é constante. Na quarta-feira (6/08), 15 viaturas da polícia acompanharam funcionários da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig) que tentavam cortar a ligação de energia das ocupações. Frente à resistência pacifica da comunidade diante da ilegalidade na retirada de direito básico, a polícia distribuiu ameaças e humilhou uma moradora da ocupação Vitória que tentava conversar com a PM. “Você é uma piranha, sua puta. Eu gravei sua casa, vai ser a primeira que nós vamos derrubar e ainda vou dar um tapa na sua cara”, bradava o policial.

No mesmo dia, ocorreu reunião no 13º Batalhão da PMMG no bairro Planalto, com a presença do presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) Genedempsey Bicalho; representantes da construtora Direcional; da juíza da 6ªVara de Fazenda Pública de Belo Horizonte, que deu a sentença de despejo, Luzia Divina. O comandante da PMMG, Coronel Machado afirmou que fará um despejo surpresa, o que é condenado pelo protocolo da própria Policia Militar. “O despejo acontecerá em 15 dias, mas não vou dizer o dia exato. Usaremos a força, saiam da área”, anunciou Machado. Na reunião os representantes das comunidades foram impedidos de falar e famílias das ocupações que aguardavam o resultado da reunião na porta do batalhão foram agredidas e tiveram armas apontadas para suas cabeças.

Charlene Egidio, uma das coordenadoras do movimento na região e moradora da ocupação Rosa Leão, afirma que a presença constante da repressão transforma a vida dos moradores em um pesadelo. “Helicópteros da policia faz voos rasantes de noite pra não deixar a gente dormir, incursões noturnas de intimidação, cavalarias e viaturas rodam a ocupação diariamente fazendo ameaças”, afirma.

“Resistiremos!”

Na assembleia das comunidades realizadas durante essa semana, a decisão é resistir ao despejo. “Nós não vamos sair do terreno. Ele estava vazio e agora tá servindo pra moradia. As três comunidades estão unidas nessa ideia” afirmou Elielma Carvalho, moradora da ocupação Vitória e membro da coordenação da comunidade.

Para Kelly Sabrina, moradora da ocupação Rosa Leão, a ação de despejo será uma grande covardia. “É muita injustiça esse despejo. A gente gastou tudo que tinha construindo na nossa casa. Teve gente que pegou até empréstimo. Mas o mais duro é a situação das crianças. Imagina chegar pra você crianças de 8, 10 anos de idade pedindo pra você não deixar derrubarem nossas casas. É difícil descrever, é de cortar o coração”, relatou Kelly.

Apoiadores e pessoas solidárias à situação do Isidoro lotaram o Espaço Livre Jose Carlos da Matta Machado, da Faculdade de Direito da UFMG, discutindo iniciativas de apoio às ocupações. A reunião contou com cerca de 200 pessoas que se dividiram em iniciativas de comunicação, recolhimento de mantimentos, escala de visita às ocupações, atividades politicas e culturais.

Natália Alves, Belo Horizonte

Recife realiza ato de Solidariedade ao povo Palestino

Palestina 02No dia 06 de Agosto foi realizado um ato de solidariedade pelas ruas do Recife contra o genocídio de Israel ao povo Palestino. Organizado pelo Comitê Pernambucano de Solidariedade ao Povo Palestino, mais de 100 pessoas de várias entidades de movimentos sociais e organizações políticas caminharam pela Avenida Conde da Boa Vista com bandeiras da palestina, cartazes e muita denunciam através do carro de som, sobre os reais motivos deste massacre. Durante todo trajeto foram distribuído material de denuncia tendo por parte da população um grande acolhimento das falas.

No panfleto distribuído do Comitê Pernambucano de Solidariedade à Palestina, afirmava que “Enquanto você esta lendo este panfleto dezenas de palestinos estão sofrendo com os ataques promovidos pelo Estado de Israel à Faixa de Gaza. Desde que o pais iniciou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza no dia 8 de julho, já são mais de 1000(mil) palestinos mortos, incluindo 300 crianças. Mais de 90 pessoas morreram no ultimo dia 24, um dos mais mortíferos desde que Israel se lançou sobre o território ocupado.”

O Ato foi finalizado no Consulado do EUA, onde foi queimada a bandeira de Israel e jogado tinta vermelha no consulado simbolizando todo o sangue que jorraram pelas ruas da Palestina através de Israel e seu principal financiador, os EUA. No período de 2008 a 2018, esta previsto que os EUA doarão 30 bilhões de dólares em ajuda militar a Israel, e é comum desembarcar toneis e mais toneis de armamento fornecido pelo EUA, com o objetivo de exterminar crianças e o povo trabalhador da faixa de gaza.

O povo palestino já mostrou para o mundo que não aceita ser escravizado, prefere a morte a viver sem liberdade. Está é mais uma ação de solidariedade que se soma os outros milhares que se multiplicam pelo país e pelo mundo.

Toda Solidariedade à Palestina!

 Alexandre Ferreira, Recife-PE.

Tem início Seminário Unificado da imprensa sindical

10384802_10204460598538683_1977004560984363023_nAcontece, a partir do dia 6 de agosto, em Florianópolis, o 2° seminário unificado de imprensa sindical. Com cerca de 180 participantes de 14 estados, o seminário reúne dirigentes sindicais, jornalistas e estudiosos sobre a temática.

Uma iniciativa do fórum de comunicação da classe trabalhadora, nesta edição o seminário tratará como tema a Democratização da comunicação e a luta contra a criminalização dos movimentos.

Durante dois dias se aprofundará as discussões sobre lei de meios, mídias alternativas e condições de trabalho de profissionais de comunicação nas entidades sindicais.

Os debates serão transmitidos ao vivo pela página desacato.info e posteriormente publicados pelas entidades apoiadoras. 

Ana Rosa Carrara, São Paulo

Depoimento da invasão de Gaza por um médico

Crianças mortasNeste Depoimento da invasão de Gaza por um médico, o mesmo relata as tristes notícias de bombardeios no território Palestino, principalmente na Faixa de Gaza, centro da disputa entre o Hamas e Israel. A cada imagem veiculada o sofrimento se torna evidente, com cenas de um povo sendo dizimado sem piedade graças a uma disputa imperialista.

Além dos povos diretamente envolvidos no conflito, estrangeiros que trabalham na região também sofrem com os conflitos, como é o caso do médico norueguês que presta serviços humanitários em um hospital de Gaza, Dr. Mads Gilbert, que escreveu a emocionante carta transcrita a seguir, pedindo o fim da guerra.

Redação PE

Queridos amigos,

A noite passada foi muito dura para todos nós aqui. A “invasão por terra” em Gaza provocou dezenas de mortos e um montão de mutilados, feridos, ensanguentados e moribundos. Todos palestinos, de todas as idades. Todos civis e que nada têm a ver com essa guerra fratricida.

Os enfermeiros e voluntários/as são verdadeiros heróis que estão passando com as ambulâncias em meio aos escombros para ver se conseguem salvar ainda algumas vítimas. Estão trabalhando 24 horas por dia, quase caindo de cansaço e sob o peso de um trabalho desumano, além de não receberem nenhum pagamento. Há quatro meses, o hospital Shifa não tem dinheiro para pagar a ninguém. Assim mesmo, os funcionários estão correndo atrás de sangue e de leitos para socorrer esses seres humanos que são mortos pelo Estado de Israel como se fossem mosquitos. E são seres humanos…

Como médico, só posso testemunhar minha profunda admiração pelos voluntários e minha proximidade espiritual dessa resistência (“sumud”) palestina. Verdadeiros mártires que nos dão força, mesmo se somente em vê-los, tenho vontade de gritar de dor, de chorar. Muitos pais, agarrados a uma criança, morta ou ferida, coberta de sangue, para lhe proteger em um abraço sem fim, mas nós temos de lhes dizer: nos entreguem suas crianças. Isso é perigoso. Vocês e elas podem morrer.

E de repente, um barulho, uma explosão, mais cinzas… Aí vem outras dezenas de ensangüentados e feridos. Verdadeiro lago de sangue no nosso átrio de emergência. São mais de cem casos chegados nessa noite ao hospital e aqui já não temos eletricidade, nem água, nem material de curativo, remédios, nada. E o próprio hospital teve uma ala bombardeada e está em escombros.

É difícil acreditar que tudo isso está acontecendo apenas para que o Estado de Israel possa firmar sua ocupação militar nos territórios palestinos, sob qualquer pretexto, como esse da morte de três adolescentes judeus. Às vezes, custa a acreditar que, em pleno século XXI, uma coisa dessas possa estar acontecendo.

Preciso parar essa mensagem porque exatamente nesse minuto escuto a orquestra macabra da máquina de guerra israelita, com sua artilharia atirando diretamente de navios no porto sobre as pessoas que passam nas ruas, os F16 norte americanos que rugem sobre o nosso céu e os aviões não pilotados (Zenanis) que passam muito baixo, quase sobre nossas cabeças. Tudo pago pelos Estados Unidos e países ocidentais que financiam tudo isso.

Convido o presidente dos Estados Unidos e as pessoas que ainda acham que o Estado de Israel possa ter alguma razão de vir aqui passar uma noite no nosso hospital. Uma noite no Shifa Hospital basta.

Por favor, nos ajudem a pôr fim a esse massacre.

Se vocês se omitem e fazem de conta que não sabem, serão cúmplices diante de Deus de tanto sangue derramado. Em nome do Deus de todas as crenças, façam o que puderem para parar esse massacre. Isso não pode continuar.

4º Congresso Nacional do MLB será de 22 a 24 de agosto em São Bernardo do Campo

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575354_558552114231850_525669467_nMorar dignamente é um direito humano. Esse será o tema central do 4º Congresso Nacional do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), que acontece em São Bernardo do Campo (SP), entre os dias 22 e 24 de agosto. Esse será um momento de celebração dos 15 anos de luta do movimento e de reafirmação da política de que a reforma urbana será resultado da pressão e da mobilização do povo pobre, especialmente das famílias sem-teto.

Estão sendo esperadas mais de 400 pessoas dos estados do Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, além de São Paulo. Paralelo ao evento, acontecerá o 1º Encontro dos Sem-Tetinhos, que reunirá as muitas crianças do MLB que moram nas ocupações e crescem acompanhado seus pais na luta pela moradia.

Para qualificar a preparação política dos participantes do congresso, a coordenação nacional do MLB lançou o documento As propostas do MLB para a Reforma Urbana, onde expostas as principais características e objetivos da reforma urbana defendida pelo movimento para transformar as cidades brasileiras: uma reforma urbana que enfrente e resolva os graves problemas urbanos, ponha fim à ação nociva da especulação imobiliária, promova o direito à cidade e caminhe lado a lado com a luta da classe trabalhadora pelo socialismo.

Essa, aliás, é uma questão fundamental. A luta pela reforma urbana não pode estar separada da luta pelo poder popular e pelo socialismo. Por isso, o 4º Congresso do MLB também reafirmará o compromisso do movimento de construir, ao lado de outras organizações combativas dos trabalhadores, uma nova sociedade.

Na programação também serão debatidos questões relativas ao programa Minha Casa, Minha Vida, à criminalização dos movimentos populares, aos megaeventos, à organização popular nos bairros pobres, à luta pela saúde e educação e ao movimento de mulheres. Destaque especial terá a discussão sobre as experiências do MLB na organização das ocupações e a realização de uma grande jornada nacional de luta pelo direito à moradia digna ainda este ano.

“A participação do máximo de companheiros e companheiras do MLB no congresso é muito importante para fortalecer a luta do movimento e barrar as tentativas de privatizar as cidades, pois não podemos permitir que os direitos à moradia, ao transporte público, barato e de qualidade, à educação, à saúde, à cultura, ao saneamento básico, a um meio ambiente preservado, ao esporte e lazer da população sejam comprometidos em nome da cidade-negócio dos capitalistas, elitista e antidemocrática. A cidade é do povo!”, afirma Wellington Bernardo, coordenador nacional do MLB.

Da Redação

 

Sem nenhuma prova, Fábio Hideki permanece preso em Tremembé

Helena Harano, mãe de Fábio Hideki.
Helena Harano, mãe de Fábio Hideki.

As prisões de Fábio Hideki e Rafael Lusvarghi completam hoje 45 dias sem que nenhuma prova tenha sido apresentada para incriminar os dois ativistas que se converteram, de fato, em presos políticos do governo Alckmin. Fábio Hideki é funcionário da USP e militante do movimento sindical.

Na segunda-feira, dia 04, os advogados de defesa tiveram acesso a pericia realizada pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e pelo Instituto de Criminalística de São Paulo que comprovam que nem Rafael nem Fábio portavam qualquer artefato explosivo, contrariamente ao que alega a Polícia Militar e confirmando o depoimento de todos que presenciaram o momento da detenção.

Na última sexta-feira, ao negar novamente um pedido de habeas corpus aos presos, o juiz Marcelo Matias Pereira, da 10º  Vara Criminal de São Paulo, mostrou todo caráter ideológico das prisões. Ele escreveu em sua sentença que um dos motivos para não conceder o direito de responder em liberdade ao processo aos dois ativistas consiste no fato de que os dois pertencem a “esquerda caviar” que, para o juiz, é um grupo de pessoas que discursa contra o capitalismo mas usa de seus benefícios que são os celulares, roupas de marca, etc.

Essa expressão – “esquerda caviar” – vem sendo usada pelos colunistas mais reacionários e de corte fascista da mídia monopolizada brasileira. É um discurso que tem por objetivo atacar os setores mais débeis do movimento popular com objetivo de criminalizar e estigmatizar todo o protesto social e justificar a ação violenta da polícia.

A prisão arbitrária de ativistas pode se tornar um fato rotineiro se nada for feito. É preciso unificar todo movimento popular e defender a liberdade de manifestação para que os fascistas não tenham sucesso em impôr o silêncio e a cadeia para quem luta contra as injustiças sociais.

Jorge Batista, São Paulo.

 

Greve da USP já dura 70 dias contra descaso do governo Alckmin

Funcionários da USP em assembleia.
Funcionários da USP em assembleia.

Nesta quarta-feira, a greve da USP de professores, funcionários e estudantes chega ao seu 72º dia, mas para a reitoria da universidade e para o governo do estado, parece que tudo está normal.

A última segunda-feira, 4 de agosto, deveria ser o dia de retorno às aulas na universidade, mas – exceto para algumas unidades tradicionalmente conservadoras – foi o dia de refortalecer a luta por transparência, democracia, cotas e contra a crise financeira e política da USP.

Já para o governador Geraldo Alckmin, e o reitor, Marco Antonio Zago, foi dia de fingir que a Cidade Universitária funciona normalmente. Na mensagem enviada por e-mail à comunidade o reitor sequer cita a crise atual que levou a esta que já é uma das mais longas greves da história da universidade.

Pelo contrário, dá as boas-vindas ao segundo semestre afirmando que está tomando medidas para manter a USP como a maior da América Latina. Não economiza na cara-de-pau ao afirmar que “temos que comemorar, pois começamos o segundo semestre sob a égide de uma ótima notícia: a volta da EACH ao campus da USP Leste”, sem dizer que o campus continua contaminado com terras do Templo de Salomão. Ressalta com grande destaque que a USP “tem proporcionado, a mais de 6500 alunos, acesso a diferentes modalidades de bolsas, que permitem sua manutenção na universidade e consolidam as políticas de assistência estudantil”, sem dizer que a USP conta com cerca de 80 mil estudantes, sendo que nenhum dos calouros de Medicina é negro e que até hoje o prédio da antiga reitoria não foi devolvido à moradia estudantil.

Outro e-mail traz vídeo gravado com o vice-reitor, que até cita a crise, mas coloca que a superação depende de toda comunidade. Da parte da comunidade ele indica aceitar os cortes, se contentar com o reajuste de 0%. Afirma claramente: “…O que devemos realizar, e já estamos realizando, é não ampliar a nossa folha de pagamento e reduzir as despesas de custeio…”. Por parte do governo e da reitoria ele afirma: “O governo respondeu que cumpre de forma efetiva o repasse estipulado pela Assembleia Legislativa. O que podemos (reitoria) afirmar…” em resposta aos questionamentos justos sobre o repasse do ICMS que sustenta a USP. Não é demais lembrar que o governador Alckmin é acusado de não repassar as verbas públicas para a Santa Casa, que chegou a fechar o Pronto-Socorro.

Os trabalhadores, professores e estudantes por outro lado não tem medo de defender a greve e dizer o que é preciso fazer para resolvê-la. Todos os dias, em todas as assembleias e nas atividades que foram organizadas para o reinício das “aulas” a mensagem é uma só: Alckmin, aumente o repasse de verbas para a USP. Zago, negocie um reajuste salarial de verdade! Ou a USP ficará parada.

A adesão à greve só cresce. São piquetes feitos nas unidades, trancaços no P1 (portão principal da Cidade Universitária que dá acesso ao Campus e é utilizado pela população que circula pela Marginal e por rodovias da região), salas de aula fechadas e professores dando aulas sobre democracia e crise nos auditórios e até mesmo as Congregações das unidades reforçando o coro contra a falta de reajuste salarial. A Congregação da FFLCH enviou por e-mail uma carta aberta em que o Diretor da unidade e 11 chefes de departamento dos cursos de História, Geografia, Ciências Sociais, Filosofia e Letras, cobram da reitoria que deixe de citar apenas a falta de verbas e passe a apresentar planos e propostas de saída para a crise, além do detalhamento dos gastos da universidade.

A reitoria afirma que só voltará a falar sobre o assunto na próxima reunião de negociação, marcada para setembro e ameaça cortar o salário dos grevistas. Até lá a USP continuará em greve. E os três setores da comunidade, esse sim, unidos na luta por uma USP que honre seu passado de 80 anos, alcançando um futuro de democracia, remuneração justa, cotas sociais e raciais, gratuidade e excelência no ensino.

Lucas Marcelino, estudante do curso de Letras da USP e diretor da União Nacional dos Estudantes – UNE.

Movimentos sociais organizam novo partido

Plenaria novo partidoNo ultimo dia 2 de agosto, a exemplo do que vem ocorrendo em diversos estados do Brasil, vários movimentos sociais se reuniram no auditório da casa do estudante de Pernambuco, palco de históricas lutas do movimento estudantil desde os anos 30 e de diversas lutas do povo brasileiro. Na ocasião foi discutida a conjuntura política no país e as conseqüências da atual crise econômica do capitalismo iniciada em 2008 e que tem jogado nas costas de milhões de homens e mulheres fome, morte e desemprego, enquanto uma ínfima minoria se apossa de tudo, mesmo com inúmeros bancos e multinacionais decretando falências.

Entidades estudantis e sindicais, lideranças dos movimentos populares nos bairros e de mulheres debateram a necessidade de se criar um novo partido, uma organização capaz de agregar aqueles que estejam dispostos a se colocarem a disposição das camadas menos favorecidas, encabeçando e fortalecendo uma alternativa para a apatia e o abandono das históricas bandeiras de lutas, antes erguidas por diversos partidos no país, muitos deles surgidos no seio da classe trabalhadora.

O problema é que, a maioria desses partidos está entregue, quase que exclusivamente, ao mero pragmatismo eleitoral e só aparecem em época de pedir voto”, afirmou Arison Fernandes, estudante de direito e presidente do DCE da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Segundo Edival Nunes Cajá, sociólogo, ex-preso político durante a ditadura militar no Brasil e presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa (CCML), afirmou que “a criação de um partido que, de fato, represente e defenda os interesses da classe trabalhadora é um passo importante na luta por uma verdadeira democracia no país”, o mesmo fez uma exposição sobre a situação da crise no país.

Ao final do encontro foi votada a proposta de se criar o novo Partido que defenda o Socialismo e encaminhadas sugestões do que seria necessário para acelerar a criação desse novo instrumento de luta da classe trabalhadora no país, além de contribuições para serem analisadas na sua fundação, a exemplo do que já ocorreu nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e mais dez outros estados do Brasil.

Cloves Silva, Estudante de Letras da UFRPE.

 

Urbanitários encerram greve após quase 50 dias de paralisação

Urbanitários da PB encerram greve após quase 50 dias de paralisação 03

Em assembleia realizada na noite da última sexta-feira (1), os trabalhadores da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (CAGEPA) decidiram que irão recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) da decisão do Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba (TRT-PB), que decretou abusiva a greve da categoria. Os trabalhadores, que estavam de braços cruzados desde o dia 16 de junho, decidiram pelo fim da greve nesta assembleia, realizada na sede do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (Stiupb) em Campina Grande.

Em clima de muita revolta contra a decisão judicial que penalizou o movimento paredista de quase 50 dias, os trabalhadores renovaram seus votos com o Stiupb de se manterem firmes na luta, depositando suas esperanças numa decisão do TST para que possa ser revertido o julgamento do pleno do TRT da Paraíba e, assim, seja discutido o dissídio coletivo da categoria.

Os trabalhadores exigiam 15% de reajuste salarial e 27% no ticket alimentação, além de mudanças e retorno de cláusulas sociais perdidas nos últimos anos no acordo coletivo da categoria.

Entenda o caso

Os trabalhadores da CAGEPA, em greve desde o dia 16 de junho, tiveram o movimento judicializado pela empresa, que conseguiu uma liminar junto ao TRT-PB, restringindo o direito de greve a 50% do efetivo da empresa como divulgado pela versão impressa do jornal A Verdade do mês de julho.

Em audiência com o pleno do TRT no dia 04 de julho, foi sugerido ao movimento um acordo com a empresa que estabelecia algumas mudanças nas cláusulas sociais, não tendo, porém, nenhum avanço quanto às cláusulas econômicas, onde a empresa manteve a sua proposta de reajuste de 6,54% no salário dos trabalhadores. O movimento rejeitou a proposta e, mesmo com uma greve fragilizada por conta da decisão da Justiça para que se mantivesse o efetivo de 50%, decidiu pela sua continuidade, enfrentando, inclusive, a possibilidade de corte de ponto.

Com a decisão final do pleno do TRT do último dia 30 de julho fica a empresa autorizada a realizar o corte de ponto dos grevistas pela CAGEPA. Para o relator do processo de dissídio de greve, desembargador Dr. Leonardo Trajano, a greve não foi aprovada em assembleia convocada para este fim pelo sindicato. O sindicato, no entanto, contesta e irá recorrer ao TST para mostrar que todo o procedimento legal foi tomado para que não houvesse esse tipo de questionamento jurídico.

“A empresa ainda apresentou uma nova proposta de acordo coletivo no dia seguinte ao julgamento de dissídio, alterando novamente algumas cláusulas sociais, mas, no entanto, só serão discutidas após a garantida do abono dos dias parados; foi o entendimento e a decisão da categoria na assembleia que realizamos na última sexta”, afirmou Wilton Maia, presidente do Stiupb.

Por fim, o presidente do Stiupb afirmou que “a lição a tirar dessa greve é que nunca vamos abaixar nossas cabeças para a direção da empresa. Vamos seguir firmes e fortes, pois só conquista quem luta!”, finalizou.

Emerson Lira

Declaração final do Seminário de Quito

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PaginaClausuraSIPRALEm meio de grande alegria e entusiasmo se encerrou a décima oitava edição do Seminário de Quito Problemas da Revolução na América Latina. O evento contou com a participação de 28 organizações de 15 países. Cerca de 1500 pessoas participaram das diferentes sessões do seminários em seus 5 dias.

Declaração final do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina.

O atual cenário internacional e as tarefas dos revolucionários

Com um ar de aparente tranquilidade e otimismo, os analistas econômicos da burguesia internacional anunciaram ao mundo que a crise econômica que se instalou em 2008 havia chegado ao fim e que se vislumbrava um período de recuperação do capitalismo. Efetivamente, manifestações de uma pequena recuperação econômica estão evidenciadas em alguns países, como Estados Unidos e Alemanha, mas, ao mesmo tempo, outras economias sofrem recaídas. Em todos esses anos, o centro da crise está se deslocando para uma outra região, seus efeitos econômicos ainda estão presentes em todo o mundo, acompanhados da agudização de conflitos políticos e sociais.

O mundo é cenário de uma aguda confrontação político-social entre povos e classes dominantes, entre países dependentes e estados imperialistas, e entre potências imperialistas que disputam ferozmente entre si o controle das zonas de influência, mercados, recursos naturais dos países dependentes, etc. Assim se explicam os conflitos político-militares que se produzem em vários pontos do planeta como na Ucrânia, Síria ou no Oriente Médio.

Neste mundo agitado, os trabalhadores, a juventude e os povos em geral avançam em suas luas, buscando afirmar o protagonismo histórico que lhes correspondem.

A movimentação do capital de descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores se chocou com a resposta combativa dos povos da Europa. Desde o outro lado do oceano, nós os latino-americanos, temos visto com alegria e otimismo as greves gerais, mobilizações de rua e jornadas combativas que se estenderam na Espanha, Grécia, Portugal, Itália, Alemanha e praticamente todo o velho continente. Nesse exercício da luta de massas, as organizações revolucionárias redobram seus esforços para dar um rumo correto a esses combates, disputando com forças de direita e oportunistas que vêem nessas circunstâncias a oportunidade para dar soluções políticas a crise sem afetar o marco da institucionalidade burguesa.

Frente aos selvagens mecanismos e níveis de exploração capitalista na Ásia e África, a resposta dos trabalhadores é a greve. Milhares de operários e operárias, de mineiros e trabalhadores agrícolas paralisam o trabalho nas empresas que, em sua maioria, são subsidiárias de transnacionais imperialistas.

O continente americano, que em outros momentos da história se alçou em armas para derrotar a dominação colonial, também é cenário de protestos populares, de agudas confrontações políticas e de disputas interimperialistas.

O ciclo dos chamados governos progressistas apresenta graves problemas. A obra pública e social que puderam desenvolver nos anos anteriores graças a novos ingressos econômicos adquiridos pela venda de suas matérias primas no mercado internacional, agora tem dificuldade de se manter contínua: os problemas econômicos provocam estragos. Em sua busca por recursos, optaram pelo tradicionalmente aplicado pela burguesia no poder: prostrar-se ante o capital financeiro internacional e meter a mão no bolso dos trabalhadores.

Capitais chineses, russos, canadenses e estadunidenses fluem para esta região para empreender projetos mineiros, petroleiros e energéticos. Ou, através de empréstimos que, em um ou outro caso, afirmam uma dependência econômica já existente. Vários desses governos “progressistas”, em nome de uma suposta atitude anti-estadunidense, na realidade levam adiante uma renegociação da dependência com a China, de maneira particular.

Em muitos aspectos do exercício econômico e político, não existe muita diferença entre os governos ‘progressistas’ e os abertamente de direita. Em ambos são aplicadas leis para restringir e até eliminar direitos dos trabalhadores e dos povos; com distintos discursos – mas com idênticos propósitos –  se aprovam leis ‘anti-terroristas’ que buscam impedir o protesto popular através de sua criminalização; coincidem com o impulso extrativista e agroenergético que saqueiam nossas riquezas e provocam funestas e irreversíveis consequências na natureza.

Existem muitos exemplos da aplicação de políticas anti-populares e antinacionais, por isso o descontentamento e a luta dos trabalhadores, da juventude e dos povos cresce… e a repressão também. Na América, como em outras partes do planeta, a fascistização do Estado é um fato que se choca com a luta dos povos através das mais diversas formas.

Frente a esta realidade  e tendo em mente que a razão de ser das forças revolucionárias é organizar o protagonismo das massas na revolução, os participantes deste Seminário Internacional proclamam o compromisso de nossa luta, a defesa dos interesses imediatos e estratégicos dos trabalhadores e povos, e a defesa da soberania nacional, sob o signo da independência de classe.

Ratificamos o princípio da unidade dos trabalhadores e do povo como base fundamental para derrotar aos inimigos comuns, unidade antiimperialista para levar a um bom final nossa luta.

Trabalhamos pra que as idéias revolucionárias ganhem espaço e se afirmem na consciência dos povos, para isto, é fundamental confrontar e derrotar as classes dominantes e o imperialismo no terreno ideológico. Não basta combateras posições abertamente reacionárias e de direita; é fundamental desmascarar as teses e posições pseudo-esquerdistas e oportunistas que atuam no movimento popular para fazer deste funcional aos projetos capitalistas em nome de supostas revoluções do século XXI.

As lutas dos trabalhadores e dos povos que se desenvolve em qualquer parte do planeta, fazemos sentir como nossas e nos solidarizamos com elas. De maneira particular, levantamos nossa voz e nosso punho de indignação frente ao genocídio realizado pelo Estado sionista de Israel com o apoio yanqui contra o povo palestino: nossa solidariedade com a heróica luta palestina para recuperar seu território e seu direito a autodeterminação. Nossa voz de alento ao povo venezuelano que luta por defender as conquistas democráticas obtidas nesses anos e nossa condenação à ação intervencionista e desestabilizadora do imperialismo estadunidense e da burguesia desse país. Somos solidários ao povo da Ucrânia, vítima da ambição de grupos corruptos e reacionários internos e da disputa entre potências estrangeiras.

Exigimos a liberdade dos lutadores populares, dos presos políticos e prisioneiros de guerra e de todas as vítimas da repressão processadas por suas convicções em distintas partes do planeta.

Estas opiniões são fruto de um debate franco e respeitoso desenvolvido nas sessões do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina, realizado em Quito e as expomos aos povos do mundo.

Nosso objetivo é a revolução social e nacional, a libertação de toda a humanidade do julgo do capital: nesse propósito desprendemos nossos melhores esforços.

Quito, 1 de agosto de 2014

Assinam:

Partido Comunista Revolucionario da Argentina

Partido Revolucionario Marxista Leninista da Argentina

Coordinadora de Unidade Barrial / Movimiento Teresa Rodríguez –  Argentina

Partido Comunista Revolucionário do Brasil

Movimento de Mulheres Olga Benário – Brasil

Movimiento Luta de Clases – Brasil

Movimento Constituinte Democrática – Colombia

Partido Comunista da Colômbia (marxista-leninista)

Partido Comunista da Colômbia (Maoísta)

Partido dos Comunistas dos Estados Unidos

Partido Comunista da Espanha (marxista-leninista)

Frente Democrático Nacional das Filipinas

Frente Popular Revolucionaria – México

Partido Comunista do México (marxista-leninista)

Partido Comunista Peruano (Marxista-Leninista)

Coordenação Caribenha y Latino-americana de Porto Rico

Partido Comunista bolchevique (Rússia)

Partido Comunista bolchevique (Ucrânia)

Organização Revolucionária 28 de Fevereiro – Uruguai

Partido Comunista do Trabalho – República Dominicana

Asociação Dominicana de Professores

Partido Comunista  Marxista Leninista do Equador

Frente Popular – Equador

Movimento Popular Democrático

Juventude Revolucionária do Equador

Confederação Equatoriana de Mulheres pela Mudança

Frente Revolucionária de Esquerda Universitária

Partido do Trabalho da Turquia