UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 15 de novembro de 2025
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Manifestantes e polícia se enfrentam em Belo Horizonte

Manifestantes e policia se enfrentam em Belo HorizonteNo primeiro dia da Copa do Mundo, mais de três mil pessoas realizaram protesto em Belo Horizonte. A manifestação teve início na Praça Sete, seguindo até à sede da Prefeitura, onde ocorreram vários protestos contra a política de despejos promovido contra as ocupações urbanas em todas as regiões da capital mineira. Além disso, os manifestantes exigiram investimentos na educação e na saúde públicas e reforçaram o apoio dos movimentos populares e sociais à luta dos servidores públicos da cidade, que recentemente estavam em greve por melhores salários.

Em seguida, os manifestantes foram até a Praça da Liberdade. Ao chegar no local, se depararam com centenas de policiais da tropa de choque da PM e seu forte aparato em volta do relógio da Copa. Os manifestantes não se intimidaram e responderam a todo esse aparato com palavras de ordem pelo fim da polícia no Brasil e suas ações violentas.

Manifestantes e policia se enfrentam em Belo Horizonte 02Como os manifestações tentavam chegar mais próximo do relógio, os policiais deram início a sua onda de violência e repressão, jogando bombas de efeito moral, atirando balas de borracha, spray de pimenta, bombas de gás e de efeito moral, conseguindo dividir os manifestantes em duas ruas diferentes: um na Avenida João Pinheiro e outro na Rua Gonçalves Dias. Em pouco tempo dezenas de viaturas e policiais cercaram os manifestantes nas ruas em torno da Praça da Liberdade. Apesar disso, um grupo seguiu à Praça Raul Soares, tendo em seu encalce dezenas de soldados do Batalhão de Choque e pelo caveirão. Um grupo seguiu de volta até a Praça Sete onde os confrontos prosseguiram. Onze manifestantes foram presos, incluindo uma cinegrafista da mídia Ninja. Diante dos ataques e da violência desproporcional da PM, uma viatura foi virada pelos manifestantes.

Nova manifestação está marcada para sábado, dia 14, quando ocorre o primeiro jogo oficial em BH. A disposição é grande e os manifestantes não vão se intimidar com a violência policial do governo do PSDB, comandado pelo governador Alberto Pinto Coelho, por Antônio Anastasia e Aécio Neves. Os protestos continuam.

Redação Minas Gerais

Manifestação contra demissões é duramente reprimida em São Paulo

pngUm ato organizado para denunciar as demissões do governo Alckmin foi duramente reprimido hoje em São Paulo. Na região do Tatuapé, caminho para o estádio onde ocorre a abertura da Copa da Fifa, cerca de 2 mil trabalhadores se reuniram em frente ao sindicato dos metroviários em um ato pacífico que foi dispersado com bombas de gás e spray de pimenta.

A maioria dos ativistas ficou cercada por horas na sede do sindicato por centenas de policiais da cavalaria e do choque. A abertura da Copa da Fifa será realizada com a instalação de um verdadeiro estado de sítio em São Paulo, com a ocupação militar de diversas partes da Cidade.

A maioria dos relatos dão conta de centenas de feridos e detidos. Outras manifestações estão em curso em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Recife e Belém. É preciso fortalecer a mobilização para garantir os direitos democráticos que estão sendo duramente atacados.

Redação São Paulo

Cadê o embutimento da fiação?

Fiação expostaUm velho ditado referente ao poder diz que, quando não se quer fazer alguma coisa, cria-se uma comissão.

Sinto dizer, mas é o caso do embutimento da fiação elétrica em Recife. Tal decisão, que aparentemente todos querem que aconteça, é, na prática e não explicitamente, boicotada. Hoje, quem provoca o caos da fiação aérea, vista por toda cidade do Recife e em outras metrópoles, são os fios e cabos que distribuem a energia, as linhas telefônicas, os canais de televisão a cabo, a Internet e o que mais houver.

Sinal evidente de que nada vai acontecer de mais relevante nesse terreno ocorreu após a aprovação do Projeto de Lei nº 99/2013, pela Câmara de Vereadores, dispondo sobre a substituição e instalação subterrânea de toda fiação aérea na cidade do Recife. Ao sancionar, tornando a Lei nº 17.984, um mês depois de aprovada, em 13/01/2014, o prefeito vetou o artigo 2º que fixava o prazo de dois anos para cumprimento da medida.

Na oportunidade, em nota oficial, a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos informou que, por meio de uma Portaria, foi criado um grupo de trabalho para estruturar a proposta de “enterrar” a rede de cabos aéreos, com prazo de 4 meses para a finalização da proposta.

Concluído o prazo em 13 de maio último, nem uma satisfação à sociedade foi dada. Silêncio total a um problema gravíssimo para aqueles que habitam as grandes cidades, em particular Recife, e que aguardam medidas concretas do poder público.

Mesmo que tardiamente, a iniciativa dos vereadores foi uma medida de interesse público almejada pela população recifense, que reclamava e pressionava os órgãos responsáveis diante do absurdo das frequentes mortes por eletrocutamento ao longo dos últimos anos. Do ponto de vista da segurança, sem dúvida a fiação elétrica embutida contribuirá drasticamente na redução, ou mesmo na supressão, de tragédias fatais; e também permitirá um aumento da confiabilidade do sistema elétrico, que recorrentemente interrompe o fornecimento de energia (“apaguinhos”) aos usuários.

Com relação ao número de óbitos por choques elétricos, segundo a Agencia de Regulação de Pernambuco (Arpe), 81 pessoas perderam a vida por choque elétrico causados pela rede de fiação de 2011 até maio de 2014. O que torna Pernambuco um dos estados onde mais se morre por eletrocutamento.

Além do descaso e da falta de transparência, a Prefeitura do Recife age em caminho oposto, permitindo a instalação de novas redes aéreas no município, conforme denúncias mostradas pela mídia.

Outro fato que chama a atenção são os factóides criados com relação à iluminação pública na cidade, também de grande preocupação da população. Manchetes de jornais, que reproduzem os release da comunicação do poder executivo municipal, apresentam a cidade adotando uma iluminação mais eficiente, aquela proporcionada por lâmpadas tipo led (diodos emissores de luz). Tecnologia inovadora cujas principais características é o elevado tempo de vida, mais de 80.000 horas, e um consumo de energia muito econômico, em relação às lâmpadas convencionais.

Lembrando que Recife dispõe de mais de 120.000 pontos de iluminação pública (aproximadamente 70.000 com lâmpadas de vapor de mercúrio, podendo causar graves danos ao meio ambiente e às pessoas, por conter o mercúrio, que é um metal cancerígeno). Portanto, o que propagandeia a Prefeitura é insignificante do ponto de vista dos impactos que 100 ou 200 luminárias com led proporcionarão à cidade. Sem contar que não existe um planejamento estratégico para a substituição gradativa das lâmpadas existentes por luminárias com leds.

De promessas, a população recifense já está saturada. Lembrando ainda que o próprio chefe do executivo municipal, na época candidato, prometeu durante a campanha eleitoral reduzir a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (CIP), cujo valor cobrado depende do consumo. Passado 16 meses desde a posse do atual prefeito, não se falou mais a respeito.

Será que o embutimento da fiação vai trilhar o caminho das promessas não cumpridas, das medidas apenas anunciadas e jamais executadas? Ou de uma lei que “não pegou”?

Heitor Scalambrini Costa
Professor da Universidade Federal de Pernambuco

Motorista que fez greve teve aumento acima da inflação

Greve rodoviáriosMotoristas e cobradores de ônibus de nove capitais e o ABC paulista em greve conseguiram reajustes salariais acima da inflação acumulada nos últimos seis anos.

Em algumas cidades, como a capital paulista o aumento real que chegou ao bolso da categoria é quase o dobro do que receberam, em média, os trabalhadores de outros 600 sindicatos.

Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos).

O levantamento considera a inflação medida pelo INPC (do IBGE), o indicador mais usado nos acordos salariais.

Neste ano, os motoristas de São Paulo conseguiram 10% de reajuste ante inflação de 5,8% –ou 4% de aumento real. Com isso, o piso de um motorista foi para R$ 2.079 –R$ 124 a mais do que em 2013. O do cobrador subiu R$ 40.

Mesmo aprovado em assembleia, o acordo gerou revolta e os rodoviários resolveram fazer a greve mesmo sem a direção do sindicato.

“É um absurdo o motorista de ônibus da maior cidade do país ganhar essa miséria”, diz Luís Pereira Lima, motorista que aderiu à greve.

No Rio, onde também ocorreram paralisações radicais promovidas por dissidentes, o aumento deste ano foi igualmente significativo: 4,4% acima do INPC. De 2009 a 2014, o ganho real dos motoristas cariocas foi o maior na comparação entre as nove capitais e o ABC –alta de 24,6%.

O menor ganho real entre as cidades pesquisadas foi de 1,3%, em Manaus, onde não houve greve. Na média, o ganho acumulado no período nas regiões foi de 10,2%.
Somente em três cidades, em anos diferentes, os acordos salariais ficaram abaixo da a inflação: Manaus, São Luís e Florianópolis.

“O que ocorre com os motoristas deve acontecer com várias categorias com data-base em maio e junho. Os trabalhadores estão de olho na Copa e eleições para ampliar suas conquistas”, diz o economista José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.

Na última Copa e na Olimpíada de Londres, uma onda de paralisações também afetou o transporte público.

Fonte: Folha de S. Paulo

Professores do Rio em greve por 20% de reajuste

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Greve Sepe-RJOs profissionais de educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro entraram novamente em greve desde o último dia 12 de maio. A decisão foi motivada pelo descumprimento, por parte do Governo Estadual e da Prefeitura do Rio, do acordo fechado em outubro do ano passado no STF.

Além disso, os trabalhadores reivindicam um reajuste de 20% com paridade para os aposentados, plano de carreira unificado (estado e município), garantia de 1/3 da carga horária para planejamento das aulas, estabelecimento de, pelo menos, dois tempos de aula para cada disciplina e a volta da jornada de 30 horas semanais para os funcionários administrativos.

No acordo feito anteriormente, ficou acertado que, em fevereiro, o Governo do Estado faria uma mesa de negociação com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe) para encaminhar as demandas do movimento. Porém, além de não cumprir a decisão, o Governo ainda convocou para os grupos de trabalho outro sindicato que se diz representante da categoria, mas que não tem nenhuma representatividade na base.

De sua parte, o Sepe, o verdadeiro sindicato, cumpriu com tudo que estava no acordo, garantindo a reposição das aulas, que, em algumas escolas, aconteceu até o dia 18 de janeiro.

O atual Governo do Estado, comandado pelo PMDB, vem desenvolvendo uma verdadeira política de precarização da educação: fecha escolas, introduz fundações privadas nelas e distribui bonificação ao invés de aumentar os salários. Hoje, um professor da rede estadual, com nível superior e carga horária de 16h semanais, recebe apenas R$ 1.081,00.

A adesão à greve tem crescido diariamente. Várias cidades importantes estão paradas, entre elas, Duque de Caxias e São Gonçalo, e outras estão se preparando para entrar.

Os educadores têm organizado várias manifestações para denunciar a precarização da educação e dialogar com a população. Merecem destaque os “rolezinhos da educação”, com panfletagens em alguns shoppings, e o protesto organizado em frete ao hotel onde os jogadores da Seleção Brasileira se concentravam antes de partirem para a Granja Comary.

As ruas também foram ocupadas pelos profissionais de educação em greve. A polícia, como sempre, reprimiu violentamente a manifestação, agredindo professores com cassetetes, puxões de cabelo e spray de pimenta. Uma professora, que chegou a levar uma “gravata” de um PM, foi algemada e presa. Outros seis ficaram feridos, e um professor foi internado com o ombro deslocado.

No dia 27 de maio, a presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano, decretou a greve ilegal, estabeleceu multa de R$ 300 mil por dia caso o sindicato não suspenda a paralisação e facultou ao Estado a decisão de cortar o ponto.

Essa decisão não amedrontou a categoria, que segue em greve. Sabemos que a justiça dos ricos nunca esteve a favor da luta dos trabalhadores, e que só conquista quem luta. Vamos continuar nas ruas até que nossas reivindicações sejam, de fato, atendidas!

Gabriela Gonçalves, diretora do SEPE-Caxias e militante do MLC

Após demissões, metrô pode entrar em greve no dia da Copa

10458019_800055530007274_4969681756448090339_nO governador Alckmin (PSDB) resolveu declarar guerra aos trabalhadores metroviários em greve, demitindo 42 dos mais destacados trabalhadores. Entre eles estão diretores do sindicato, delegados sindicais e membros da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (Cipa), inaugurando uma prática antissindical e ferindo frontalmente a legislação trabalhista.

Com as demissões, o PSDB tenta esconder toda a corrupção praticada há anos no Metrô e na CPTM, corrupção que foi fortemente denunciada durante toda a greve. No mesmo dia em que o Governo anunciou as demissões, mais um operário morreu nas obras do metrô da avenida Washington Luís. O governador não se indignou com o vandalismo das empreiteiras, nem sequer prometeu uma investigação sobre as causas da morte de um trabalhador.

Reunidos em assembleia no dia ontem, os metroviários decidiram manter o estado de greve e convocar nova assembleia para a quarta-feira (11), véspera da Copa. Dessa maneira, uma grande paralisação, com piquetes e manifestações pode ser organizada na quinta-feira.

Para Ricardo Senese, delegado sindical da estação Barra Funda e um dos demitidos e perseguidos pelo governador, a categoria está unida e o movimento tem grande força e adesão. “O governador não vai conseguir nos intimidar com as demissões. O Metrô sabe que as demissões foram ilegais pois nenhuma das denúncias de vandalismo tem comprovação. A greve é um direito e não fizemos nada mais do que praticar nosso direito à greve. Na verdade, o Governo está em desespero pois toda sua corrupção e má gestão estão comprovadas no Metrô, na CPTM, na Sabesp e na segurança pública. É o momento de fortalecemos ainda mais nossa luta”, declarou.

A nova assembleia dos metroviários, amanhã, às 18h30, na sede do sindicato, será um grande ato político de todos que defendem os direitos dos trabalhadores.

Redação São Paulo

Governo do PSDB reforça a repressão e metroviários resistem

Sem títuloO governador Geraldo Alckmin (PSDB) iniciou uma verdadeira operação de guerra contra os metroviários em greve no Estado de São Paulo, provando que não tem intenção de resolver o problema do transporte na Região Metropolitana da Capital. O PSDB age dominado pelo ódio contra os trabalhadores, que denunciaram a corrupção no Metrô paulista, a qual afetou sensivelmente a vida da população.

Em uma manifestação realizada nesta terça-feira (09/06), às 7h, na estação do metrô Ana Rosa, o Governo enviou o Batalhão de Choque para lançar bombas de gás e bater com cassetetes em trabalhadores e na população que realizava um ato de apoio à greve. É uma atitude desesperada da parte do Governo, que não resolve em nada a situação que gerou a greve.

Ainda de manhã, o secretário de Transporte do Estado anunciou a demissão de 60 funcionários do Metrô por justa causa, o que é um claro descumprimento à lei de greve e à própria decisão do TRT, que considerou a greve abusiva, mas não ilegal.

A verdade é que São Paulo vive uma situação de extrema confrontação social às vésperas da Copa da Fifa, e a responsabilidade é do Governo, que só sabe responder com polícia e gás lacrimogênio a toda reivindicação social.

Redação São Paulo

Metroviários seguem em greve: não tem arrego!

IMG_0447A Justiça dos ricos mostrou seu caráter hoje, no julgamento da greve dos metroviários de São Paulo. Além de decidir pelo percentual de reajuste determinado pela empresa (8,7%), os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho declararam abusiva a justa greve dos trabalhadores e definiram a multa de R$ 400 mil para cada dia de greve, além de descontar os dias parados.

Nada disso, no entanto, intimidou os metroviários paulistas que definiram, por ampla maioria, permanecer em greve em luta contra a privatização, a corrupção e a precarização dos Metrô. É uma decisão histórica em uma greve histórica. A atitude dos metroviários deve ser apoiada por todos que defendem os direitos dos trabalhadores e do povo.

A apenas quatro dias do início da Copa da Fifa, o principal sistema de transporte da maior cidade do país se encontra paralisado, e a culpa é do governador Alckmin e do governo do PSDB, que tenta resolver todos os problemas sociais usando da repressão policial.

Os metroviários vencerão, com o apoio do povo de São Paulo e de todo o Brasil.

Redação São Paulo

Contra a Fifa, estudantes ocupam Reitoria da UFMG

axNo dia 6 de junho, estudantes ocuparam a Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais. A UFMG está localizada no chamado perímetro da Fifa, por isso, durante o evento a Universidade será considerada território da Fifa. Segundo esse argumento, no ano passado, a UFMG serviu como base militar para as Forças Nacionais atacarem covardemente os manifestante que passavam em frente à instituição em direção ao Estádio Mineirão.

Diante desses e outros motivos, os estudantes começaram a dialogar sobre essas questões, criaram o Fórum UFMG contra a Copa, de forma ampla e horizontal, que, a partir daí, realizou assembleias e ações questionando as contradições da Copa.

Fruto dessa pressão foi aprovado no Conselho Universitário, órgão máximo de deliberação da universidade, que a UFMG seria contra a utilização do campus como base militar das forças de repressão e quaisquer aparato repressivo, e tampouco seria utilizada como terminal de desembarque dos torcedores nos dias de jogos da Copa. Porém, apesar da posição da universidade, durante os dias do evento o campus ficará sob as vontades da Fifa.

Apesar do pronunciamento da Reitoria com relação à permanência da Força Nacional, no último dia 6 de junho, a PM entrou no campus armada perseguindo um estudante que participava de um ato pela melhoria do transporte público na porta da universidade. A polícia não foi autorizada a entrar na universidade e, mesmo assim, esse lamentável fato ocorreu. Isso nos mostra que a tão mencionada autonomia universitária é quebrada a qualquer instante.

Diante dessa situação, os estudantes, reunidos em assembleia no último dia 6, decidiram ocupar o prédio da Reitoria, em defesa das seguintes pautas: Pela Autonomia Universitária – UFMG não é Território da Fifa; Garantia de que a UFMG não será utilizada como base militar; por uma universidade aberta sempre, inclusive em dias de jogo; pelo fim do convênio da UFMG com a PM e por uma Assistência Estudantil de qualidade com o fim da FUMP. A ação de ocupação  foi realizada com grande êxito e os estudantes permanecem ocupados no salão principal da Reitoria por tempo indeterminado.

Claudia Gomes, Talita Oliveira e Poliane de Castro/ militantes do Movimento Voz Ativa da UFMG

Servidores exigem revogação da PEC 59

Greve----Rosane-Vargas-1492Servidores públicos federais lotados nos órgãos do poder judiciário em todo o país estão em greve desde o último dia 29 de abril. Denunciando o arrocho salarial e a precarização do plano de carreira, trabalhadores de São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Bahia estão com greve decretada e em plena mobilização, enquanto os outros estados preparam paralisações.

É uma greve que se soma ao processo de lutas de grande parte dos servidores públicos federais. Os trabalhadores lotados nas universidades federais estão paralisados juntamente com os professores e técnicos dos institutos federais, bem como os trabalhadores do Ministério da Cultura. Mobilizações e paralisações de policiais federais e auditores da Receita Federal estão em curso.

No caso específico do setor judiciário, contribuiu para detonar a greve o avanço das votações no Congresso da PEC 59/2013, de autoria de Flávio Dino e Alice Portugal (ambos do PCdoB), que cria o Estatuto do Servidor do Judiciário. Se aprovada, a PEC retirará direitos de aposentadoria e progressão na carreira dos servidores de nível federal. Para conquistar apoios, a PEC cria regras dúbias em relação aos servidores do Judiciário em nível estadual mas, mesmo para esse setor, a perspectiva é de retirada de direitos.

A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal (Fenajufe), contabiliza em 41% as perdas salariais atuais da categoria, e o Governo Federal mostra indisposição em ouvir as reivindicações e declarou que a votação da PEC 59 no Congresso é uma prioridade.

Em Porto Alegre, no dia 28 de maio, 500 servidores do Judiciário Federal realizaram um ato em frente ao Tribunal Regional Eleitoral. A mobilização dos servidores chamou a atenção da população que transitava pelo Centro da cidade, demonstrando a força do movimento e a consciência da importância das reivindicações. Falando no ato, o diretor do Sintrajufe-RS, Paulinho Oliveira, afirmou: “Pela força da nossa mobilização, conseguiremos acabar com a PEC 59/13”. No interior do Rio Grande do Sul, o movimento grevista tem crescido com várias cidades aderindo à paralisação.

Nos próximos dias, estão previstas novas assembleias nos estados que ainda não paralisaram as atividades, e a expectativa é de ampliação do movimento.

Paulo Roberto Tiecher, Porto Alegre

Eletricitários fazem greve histórica na Paraíba

STIUPA Energisa é um dos grupos do setor eletricitário que mais cresce no Brasil. Com sede em Cataguases, Minas Gerais, a empresa tem também atuação na Paraíba e em Sergipe. No fim do ano passado, adquiriu o Grupo Rede, do Centro-Oeste. Na Paraíba, a tarifa de energia só cresce. Em contrapartida, o salário pago aos trabalhadores é um dos mais baixos do País, inferior até ao de outras categorias no Estado, como a dos comerciários e a dos trabalhadores da construção civil.

Por tudo isso, a revolta tomou conta dos trabalhadores em todo o Estado, e a paralisação, que teve início em apenas três cidades, tomou a forma de greve geral quando ganhou a adesão de vários municípios do interior paraibano. No dia 8, os trabalhadores de João Pessoa, que são representados por outro sindicato, também aderiram à greve, organizados pelo Movimento Luta de Classes (MLC) e o grupo de oposição à direção pelega, totalizando mais de 2.000 funcionários em greve em toda Paraíba. No período pós-privatização, a empresa ainda não havia enfrentado um movimento grevista desta dimensão.

No fim do dia, a empresa, que durante toda a semana tentou na Justiça conquistar o decreto de ilegalidade da greve, conseguiu uma liminar que exigia do Stiupb o retorno ao trabalho de 70% do efetivo, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Apesar desta posição arbitrária, a decisão judicial não decretou o movimento paredista como ilegal, e a empresa foi obrigada a se reunir novamente com o sindicato.

Completada uma semana de greve, os trabalhadores decidiram pela suspensão do movimento no dia 12, com o compromisso, da parte da empresa, de abonar o ponto dos trabalhadores de todas as cidades onde ocorreu a greve. Uma pauta de reivindicações foi entregue à Energisa por uma comissão de trabalhadores.

Embora a empresa se mantenha irredutível, a disposição de luta da categoria só aumenta e o sentimento dos trabalhadores é de que estão mais fortes. “Essa greve representou um divisor de águas na luta dos eletricitários no Estado. Nada será como antes”, afirmou Wilton Maia, presidente do Stiupb.

Como forma de retaliação, a Energisa demitiu, logo após a suspenção da greve, o companheiro Dráuzio Macedo, membro da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e uma das lideranças da greve em João Pessoa. As direções do Stiupb, do MLC e da CUT-PB estão movendo uma campanha de denúncias contra esta ação antissindical e não aceitarão nenhuma punição a qualquer integrante da categoria que participou da greve.

Emerson Lira, Campina Grande