UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 13 de agosto de 2025
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Che Guevara vive!

Che GuevaraDepois de ter sido, ao lado de Fidel, Camilo e Raul, um dos principais comandantes da Revolução Cubana, de ter assumido o Ministério da Indústria e o Banco Central de Cuba, de ter organizado a guerrilha na África, determinado a impulsionar a Revolução na América Latina e construir um mundo novo, no dia 5 de março de 1967, Che Guevara e o primeiro grupo de 44 guerrilheiros chegaram à Bolívia, numa fazenda cedida por Roberto Peredo, integrante do Partido Comunista Boliviano (apoio pessoal, pois o Partido nunca se comprometeu com a guerrilha).

Falhas cometidas por alguns guerrilheiros e a delação feita por dois desertores deram ao Exército a certeza de que havia um grupo armado na região e sua localização. Preparam o primeiro ataque, que acontece no dia 23 de março, mas a guerrilha já os esperava e, numa emboscada, derrota o Exército sem sofrer baixas. A segunda batalha também é positiva para os rebeldes, tendo ocorrido a 10 de abril.

A seguir, há uma dispersão de forças e tudo transcorre sem maiores novidades até 31 de agosto, quando a traição de Honorato Rojas, camponês que apoiava a guerrilha, proporcionou a emboscada de Vale Del Ieso, quando foi dizimada toda a retaguarda. A essa altura, o exército aprendera com os erros cometidos nas investidas anteriores e com o treinamento de três meses efetuado por enviados do Governo dos EUA: um coronel, quatro capitães e 12 sargentos.

O cerco vai se fechando e, no dia 8 de outubro, Pedro Pena, um camponês interessado em receber a recompensa de US$ 4.200, delata a presença de 17 guerrilheiros (é a vanguarda, comandada por Che). Eles são cercados por 70 homens e há 1.500 nos arredores bem armados e alimentados, enquanto os guerrilheiros estão famintos, maltrapilhos, com fome e sede.

O combate encarniçado começa em torno do meio dia. Às 15h, Che é atingido na perna, sua arma inutilizada; Willy (Simon Cuba) tira-o da linha de fogo. Os dois são detidos: Che, com ferimento leve; Simon Cuba, ileso. Levados para o povoado de La Higuera, são custodiados numa escola, cada um numa sala. No dia seguinte, o presidente da Bolívia, René Barrientos, após consultar seus patrões, o Governo dos Estados Unidos, autoriza a execução sumária de ambos e de qualquer prisioneiro da guerrilha, temendo uma mobilização internacional por sua liberdade e que o julgamento fosse transformado em tribuna, como Fidel o fizera em Cuba. Assim, no dia 9 de outubro, às 12h50, Che e Simon são executados à queima roupa.

No dia 11, desapareceu o cadáver de Che. Até morto, ele representava um perigo para as classes dominantes. Só foi encontrado em 1997, após 19 meses de buscas iniciadas desde que o general Mário Vargas Salinas, um dos que comandaram as tropas contra a guerrilha, revelou que o tinham enterrado em Vallegrande (área da luta). Os restos mortais foram trasladados para Cuba, onde, recebido com honras de herói nacional repousa em Santa Clara.

Brilhando pelo mundo inteiro

Mas, apesar de sua morte, a cada ano que passa, a cada nova geração, aumenta o número dos admiradores e seguidores de Che Guevara em todo o mundo. E não são apenas os comunistas e revolucionários. Os moradores de La Higuera o veneram como San Ernesto. Milhares de jovens nem entendem o seu pensamento e sua luta, mas têm-no como referência por sua dignidade e sua coerência, tão raros em nossos dias em que a degradação moral do capitalismo se espalha por todas as classes sociais. Por que isso? É Jean Paul Sartre, filósofo francês, quem responde: “Foi o ser humano mais completo de nossa era. “O braseiro boliviano de Ñancahuazu foi provisoriamente extinto, mas a sua luz continua a brilhar, a incendiar por toda a parte novos braseiros, a fazer brotar novas centelhas, a guiar os povos como uma tocha na noite. Nada poderá apagar essa luz”.

Ao discursar na Praça da Revolução, em Havana, no dia 18 de outubro de 1967, Fidel Castro assim definiu Ernesto Che Guevara: “Não é fácil conjugar numa pessoa todas as virtudes que se conjugavam nele. Não é fácil que uma pessoa de maneira espontânea seja capaz de desenvolver uma personalidade como a sua. Diria que é desse tipo de homens que é difícil igualar e praticamente impossível superar. Porém diremos também que homens como ele são capazes, com seu exemplo, de ajudar que surjam homens como ele. (…) Muitas coisas ele pensou, desenvolveu e escreveu. E há algo que deve se dizer num dia como hoje: é que os escritos de Che, o pensamento político e revolucionário de Che têm um valor permanente no processo revolucionário cubano e no processo revolucionário da América Latina”.

Hoje, o nome de Che, suas ideias e seu exemplo, tornaram-se verdadeiras bandeiras de luta contra as injustiças, contra a opressão do imperialismo capitalista e pelo socialismo e, a cada dia, o pensamento de Che torna-se mais vivo e mais atual. Che vive!

Da Redação

Che GuevaraA honra

“Eu creio que a primeira coisa que deve caracterizar um jovem comunista é a honra que se sente por ser jovem comunista. Essa honra que o leva a mostrar-se a toda gente na sua condição de ser comunista, que não o submete à clandestinidade, que o não reduz a fórmulas, mas que ele manifesta em cada momento que lhe sai do espírito, que tem interesse porque é o símbolo de seu orgulho.
Junta-se a isso um grande sentido do dever para com a sociedade que estamos construindo, para com os nossos semelhantes como seres humanos e para com todos os homens do mundo.

Isso é algo que deve caracterizar o jovem comunista. Paralelamente, uma grande sensibilidade a todos os problemas e uma grande sensibilidade em relação à justiça.”

Che Guevara

O Nascedor
(Eduardo Galeano)

Por que será que o Che
tem esse perigoso costume
de seguir sempre
renascendo?
Quanto mais o insultam,
o manipulam
o traem, mais renasce.
Ele é o mais renascedor de todos!
Não será porque o Che
dizia o que pensava,
e fazia o que dizia?
Não será por isso, que segue
sendo tão extraordinário,
num mundo em que
as palavras e os fatos
raramente se encontram?
E quando se encontram,
raramente se saúdam,
porque não se
reconhecem?

“Pagar por software é um crime contra a humanidade”

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Tux, mascote do LinuxO desenvolvimento da computação e das tecnologias da informação atingiu tal proporção nas últimas décadas que os softwares estão hoje praticamente em todo lugar. Não só quando ligamos o computador, digitamos um texto ou navegamos pela internet estamos utilizando diversos softwares ao mesmo tempo, mas até ao atender uma ligação no mais simples telefone celular estamos utilizando um programa. Os softwares dão “vida inteligente” a dispositivos que, sem eles, seriam pouco mais que um limitado aglomerado de placas e circuitos.

No entanto, como tudo mais numa sociedade capitalista, os softwares não pertencem aos trabalhadores que os desenvolvem, mas apenas aos capitalistas que empregam esses trabalhadores – o que Karl Marx definiu como alienação do trabalho.

Os softwares assim produzidos, chamados softwares proprietários, representam um grande desperdício de esforços ao multiplicar trabalhos isolados que tem a mesma finalidade, pois as empresas não compartilham seu código-fonte (1) com a sociedade e com isso não propiciam a troca de informações e conhecimento – uma consequência da anarquia da produção capitalista. Isso mostra que o capitalismo é hoje um grande entrave ao desenvolvimento tecnológico, o qual se encontra ainda muito aquém do que já seria possível avançar, não obstante a difundida ilusão de que justamente neste aspecto residiria uma das provas do seu sucesso.

Por isso, ainda em 1983, o estadunidense Richard Stallman, partindo do ponto de vista de que “pagar por software é um crime contra a humanidade”, fundou o Movimento Software Livre, um movimento social que tem por objetivo alcançar e garantir liberdades para os usuários de softwares.

Uma das mais conhecidas contribuições de integrantes do movimento foi o desenvolvimento de um sistema operacional livre hoje conhecido como GNU\Linux. Este sistema, que substitui o Windows, pode ser utilizado gratuitamente por qualquer usuário ou instituição, além de ser mais seguro, mais rápido, imune a vírus e outras “pragas virtuais” típicas do sistema da Microsoft.

Por que usar software livre

Os escândalos recentes que revelaram toda a rede de espionagem dos EUA em conluio com as mega corporações de informática como Microsoft, Google, Facebook e Yahoo mostram que o objetivo dessas empresas não é dar liberdade às pessoas, mas vigiá-las. A burguesia nunca hesitará em utilizar todas as suas armas contra o povo. O seu predomínio no campo tecnológico significa que importantes informações sobre as pessoas estão em seu poder e serão utilizadas contra elas quando necessário.

Dessa feita, substituir softwares proprietários por softwares livres resulta não apenas em mais segurança, liberdade e conhecimento, mas é também uma contribuição na luta contra a “propriedade intelectual” e mitiga os efeitos da formação de monopólios no setor. Como ressalta Richard Stallman, “software livre é igual a desenvolvimento”.

É por isso que Bill Gates, ao se referir certa vez à luta do Movimento Software Livre por reformas na propriedade intelectual nos EUA, associou o movimento ao comunismo. Em uma entrevista à revista eletrônica CNET, em 2005, o bilionário afirmou: “Há um novo tipo de comunistas modernos que querem se livrar dos incentivos […] aos produtores de softwares sob vários disfarces.” Para Bill Gates, portanto, quem defende software livre é comunista.

Tux GuevaraMas o caráter progressista do software livre não é reconhecido somente por quem tem a perder com ele, como é o caso de Bill Gates. Os que têm a ganhar também já o perceberam. Quando Cuba lançou sua própria distribuição GNU\Linux, em 2009, Hector Rodriguez, diretor da Universidade de Ciências da Informação, afirmou que “o movimento de software livre está mais próximo da ideologia do povo cubano, sobretudo por sua independência e soberania”.

A versão cubana do Linux, chamada Nova, tem o objetivo de substituir o Windows nos computadores da ilha devido às falhas de segurança, à espionagem e às dificuldade de atualização do sistema da Microsoft.

Outros países não alinhados com os EUA também buscam sua independência tecnológica, como a Coreia do Norte, por exemplo, que desenvolveu sua própria distribuição GNU\Linux, chamada Red Star (Estrela Vermelha).

A Venezuela também, em 2006, emitiu um decreto para substituir todos os softwares proprietários por softwares livres nos órgãos do governo. A chamada Declaração de Caracas, documento do Primeiro Encontro da Fundação de Software Livre da América Latina, proclamou “a Liberdade de Software como um ideal comum, pelo qual todas as nações da América Latina devem se esforçar.”

Glauber Ataide é diretor do SINDADOS-MG (Sindicato dos Trabalhadores em Informática e Processamento de Dados)

Notas

1) Código-fonte é uma sequência de instruções escritas em uma linguagem computacional próxima à linguagem humana. Todo software é escrito pelos programadores neste tipo de linguagem. Sem o código-fonte não sabemos como exatamente um software foi desenvolvido.

Giap acabou com mito da invencibilidade dos Estados Unidos

O general Vo Nguyen Giap nasceu em 25 de agosto de 1911, em Annan, protetorado da Indochina francesa. No colégio de Hue, a leitura do Processo da Colonização Francesa, de Ho Chi Mihn, transtorna-o. Em 1934, forma-se em professor e ingressa no Partido Comunista, clandestino. A partir de então sua vida é dedicada a libertar sue povo e vive três décadas de intensos combates pela independência, em setembro de 1945; contra o ocupação francesa da Indochina, até 1954 e contra os invasores norte-americanos, expulsos em 1975.

Junto com Ho Chi Minh formulou o conceito de “guerra popular prolongada”: um exército de camponeses firmemente apoiado na população. Para Giap, a guerra revolucionária comportava três fases: a defesa estratégica, a guerrilha e a contra-ofensiva.

Segundo um de seus biógrafos, Cecil B. Currey, Giap foi “talvez o único gênio militar do século 20 e um dos maiores de todos os tempos” – porque “desencadeou uma batalha contra seus inimigos a partir de uma situação de grande fraqueza, começando quase sem tropas, porém capaz de vencer sucessivamente os vestígios do império japonês, os exércitos da França (à época segundo império colonial) e os Estados Unidos, duas das grandes potências capitalistas. Veja documentário do cineasta Silvio Tendler sobre Giap.

Polícia desocupa Parque do Cocó, em Fortaleza

Polícia desocupa Parque do Cocó em Fortaleza 5O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará (BPCHOQUE) realizou ontem (4) mais uma desocupação. Desde o dia 12 de julho, diversos setores dos movimentos sociais, ambientalistas, estudantes e professores permaneciam acampados no Parque do Cocó, área verde de Fortaleza, como resposta à tentativa da Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado de derrubar árvores para construir um viaduto no local.

O Parque do Cocó é um dos poucos espaços verdes de Fortaleza. Considerado Área de Preservação Ambiental (APA), sofre com a constante especulação imobiliária e o crescente número de construções ilegais, como é o caso do Shopping Iguatemi, de propriedade do ex-senador Tasso Jeressaiti, erguido sob um dos mangues que cortam o Rio Cocó.

A Polícia Militar mostrou mais uma vez seu caráter fascista, e um efetivo de 300 policiais, com apoio de carros, motos, caminhões, e até helicóptero invadiu o parque expulsando violentamente os manifestantes, que resistiram atirando pedras contra o cordão de isolamento do Choque. Ao final, 15 pessoas foram presas e conduzidas à delegacia, e muitas ficaram feridas.

Maioria da população é contra a construção dos viadutos

Essa não foi a primeira desocupação do local. Na madrugada do dia 8 de agosto, cerca de 100 homens do Grupo de Operações Especiais (GOE), da Guarda Municipal de Fortaleza, mesmo sem nenhuma autorização judicial, entraram no parque e com bombas de efeito moral, choques elétricos e cassetetes expulsaram os manifestantes que lá estavam.

No entanto, a Justiça Federal embargou a obra e os manifestantes voltaram mais uma vez para o parque. Diversas atividades aconteceram no local, incluindo a apresentação de projetos alternativos para a melhoria do trânsito local, sem a necessidade da derrubada de árvores do parque. Professores da UFC (Universidade Federal do Ceará) apontaram inúmeras soluções mais econômicas e sustentáveis. O valor da obra, segundo a prefeitura, é de 17,5 milhões de reais.

Fica claro que para garantir o alcance dos seus objetivos (no caso do Cocó, retribuir às construtoras o aporte recebido na campanha eleitoral), os governos capitalistas, com o apoio da justiça burguesa, desrespeitam leis, de qualquer natureza, e destroem o meio ambiente, utilizando toda a força repressiva do seu aparato policial.

Redação Ceará

Morre o lendário general comunista Vo Nguyen Giap, herói do povo Vietnamita

Vo Nguyen GiapMorreu hoje aos 102 anos de idade o General Vo Nguyen Giap, importante revolucionário da vitória na Guerra do Vietnã, segundo fontes militares e familiares.

O General morreu de causas naturais no Hospital Militar 108 em Hanoi, disse uma fonte militar no centro do país.

“Ele morreu para a sua idade, e não por causa de qualquer doença”, disse a fonte sob condição de anonimato.

Este lendário general vietnamita nasceu na aldeia de An Xa, província de Quang Binh em 25 de agosto de 1911. Filho de um fazendeiro sem terra, sabia ler e escrever e lutou toda a sua vida contra o domínio colonial imposta em seu país.

Em 1926, quando ainda muito jovem, ele começou a lutar pela libertação do Vietnã na escola onde ele estudou. Ingressou Viet Tan Dang Menh e dois anos mais tarde, Quoc hoc, organizações clandestinas que conduzem a agitação contra a ocupação estrangeira.

Em 1930, ele foi preso e condenado a três anos de prisão, mas foi libertado alguns meses mais tarde.

Em 1933 ingressou na Universidade de Hanói, mas dois anos depois foi expulso por fazer agitação revolucionária.

Na faculdade, ele conheceu Dang Xuan Khu, que mais tarde adotaria o pseudônimo de Truong Chinh, o principal ideólogo do comunismo vietnamita. Foi ele que recrutou Giap para o Partido Comunista da Indochina.

Em 1937, ele conseguiu terminar seus estudos de Direito na universidade e começou a ensinar história em uma escola em Hanói, na escola ele organizava os professores e estudantes na luta revolucionária.

Em 1939, ele publicou seu primeiro livro, juntamente com Truong Chinh, intitulado ”A questão camponesa” que abordou o papel a ser desempenhado pelos trabalhadores agrícolas vietnamitas como aliados do proletariado no processo revolucionário.

No ano anterior, ele havia casado com uma tailandesa, Dang Thi Quang, que também é militante comunista, e quando o ano seguinte, o Partido Comunista da Indochina foi banido, Giap fugiu para a China, onde conheceu e estudou com Ho Chi Minh teses de Mao Zedong em “guerra popular prolongada e a guerra de guerrilha”, em seguida, aplica habilmente seu próprio país.

Mas a polícia francesa deteve sua esposa e sua irmã e usou-os como reféns para pressionar Giap e fazê-los render. A repressão foi feroz: a sua irmã foi guilhotinada e sua esposa condenada à prisão perpétua, morrendo na prisão depois de três anos por causa de tortura brutal. Carrascos também mataram o seu filho recém-nascido, seu pai, duas irmãs e outros parentes.

Em maio de 1941 na Conferência Chingsi (China), juntamente com Ho Chi Minh fundou o Dong Minh (Liga para a Independência do Vietnã), mais conhecido como o Vietminh, para agrupar as forças anti-imperialistas numa única frente de libertação nacional.

Giap Nesse mesmo ano mudou-se para as montanhas do interior do Vietnã para começar a guerra de guerrilha. Ele estabeleceu uma aliança com Chu Van Tan, dirigente do Tho, grupo guerrilheiro de uma minoria nacional nordeste do Vietnã. Giap iniciou a construção do Tuyen Truyen Giai Phong Quan, um exército capaz de expulsar o ocupante.

Ele começou uma campanha de dois anos de propaganda armada e de recrutamento, transformando os agricultores em guerreiros com uma combinação de treinamento militar e comunista educação política. Em meados de 1945 já tinha 10 mil homens sob o seu comando e foi capaz de ir para a ofensiva contra os japoneses que ocupavam todo o sudeste da Ásia.

Junto com Ho Chi Minh, Giap conduziu suas forças para Hanói, em agosto de 1945, e em setembro ele Ho Chi Minh proclamou a independência do Vietnã, com Giap comandou o exército revolucionário.

Vo Nguyen GiapNa guerra subsequente contra o colonialismo francês, Giap demonstrou a superioridade da guerra contra as forças imperialistas obtendo uma vitória espetacular em 7 de Maio de 1954 na decisiva batalha de Dien Bien Phu, um vale localizado a cerca de 300 quilômetros a oeste de Hanoi que tinham entrincheirado forças de ocupação francesas, confiantes na proteção das montanhas e ficando batida quando forças revolucionárias descendentes.

Dos 15.094 mercenários franceses que se reuniram em Dien Bien Phu, depois de quase seis meses de luta, apenas 73 conseguiram escapar do cerco, enquanto que 5.000 morreram e 10.000 foram capturados. Denhg e o general Giap lançou um ataque frontal contra a guarnição jogou definitivamente os colonialistas franceses na Indochina.

Denhg e Giap derrotaram os imperialistas, com o acúmulo de logística extraordinária e a utilização eficaz de artilharia bem protegido. Os 60 norte-americanos B-29 bombardeiros que vieram em apoio à guarnição francesa, não alcançou seu objetivo, obrigando o projeto criminoso imperialista de um plano desenvolvido pelo almirante americano Radford e general francês Navarre consistindo de deixar cair bombas nucleares contra as forças revolucionárias.

A campanha de Dien Bien Phu foi a primeira grande vitória de uma vila colonial e feudal, com uma economia agrícola primitiva, contra um experiente exército imperialista apoiado por uma indústria próspera e guerra moderna. Generais francês (Leclerc, De Lattre de Tasigny, Juin, Ely, Sulan, Naverre) falhou um após o outro na frente de uma tropa composta de camponeses pobres, mas determinado a lutar até o fim por seu país e pelo socialismo. Os governos Franceses foram também caindo como seus generais foram derrotados, expondo a fragilidade da IV República.

O Vietnã foi dividido e Giap foi nomeado ministro da Defesa do novo governo do Vietnã do Norte que, embora a guerra continuasse, ele lutou para construir uma nova sociedade socialista.

Como comandante do novo exército, Giap liderou a luta na Guerra do Vietnã contra os novos invasores da America do norte, que mais uma vez começou na forma de guerra de guerrilha. Os primeiros soldados americanos morreram no Vietnã, quando o 08 de julho de 1959 os Vietcongs atacaram uma base militar em Bien Hoa, a nordeste de Saigon. Este ano, mais de 1.000 lacaios imperialistas americanos foram mortos pelo Vietcong em 1961 outros 4.000 tinha caído.

Quatro presidentes norte-americanos lutaram contra o Vietnã, deixando o rastro de sangue de 57.690 mercenários americanos mortos. 600 mil mortos combatentes vietnamitas, mas eventualmente os Estados Unidos foram forçados a deixar o país em 1973. Dois anos depois, o país foi reunificado, quando um tanque do exército revolucionário destruiu o muro da Embaixada dos EUA, enquanto os últimos imperialistas fugiram às pressas por helicóptero do telhado do edifício.

Posteriormente, Giap continuou com ministro da Defesa do Vietnã e membro da direção do Partido Comunista do Vietnã, onde atuou até 1992 quando renúncia contra o revisionismo do Partido Comunista Vietnã.

General Giap não foi apenas um mestre na arte de dirigir a guerra revolucionária, mas também escreveu sobre isso em sua famosa “Guerra do Povo, Exército do Povo”, de 1961, um manual de guerrilha baseado na sua própria experiência. Ele fornece os três fundamentos básicos que você deve ter um exército do povo para a vitória na luta contra o imperialismo: a gestão, organização e estratégia. A liderança do Partido Comunista, uma disciplina militar de ferro e linha política adequada para o desenvolvimento social e político do país.

Ele definiu a guerra como “uma guerra travada para o povo e pelo povo, a guerra de guerrilha é simplesmente um método de combate”. Como bom guerrilheiro Giap sabia que o sucesso da vitória, quando em grande desproporção de forças, é baseado na iniciativa, ousadia e surpresa, que exige o exército revolucionário deve ter continuamente. Giap destacou-se como um gênio da logística, capaz de mobilizar continuamente grandes contingentes de tropas, seguindo os princípios de guerra. Fez contra os colonialistas franceses em 1951, infiltrando um exército através das linhas inimigas no rio Mekong, e novamente à frente do Tet 1968 na ofensiva contra os norte-americanos, quando colocado milhares de homens e toneladas de suprimentos para um ataque simultâneo de 35 centros estratégicos do sul.

Ainda hoje, as táticas de guerrilha de Giap são uma das fontes militares estratégias de estudo em todo o mundo.

Fonte: Cuba Debate

Central de Movimentos Populares de Pernambuco realiza 3º congresso

Com muito entusiasmo, foi realizado no dia 14 de setembro, no CAIC de Olinda, Pernambuco, o III congresso da CMP/PE. Os delegados e delegadas presentes ressaltaram a importância da organização e luta pela reforma urbana e contra as injustiças em Pernambuco e no Pais, que causa a fome, miséria e outras mazelas sociais. A CMP tem uma tarefa fundamental de reunir os movimentos populares com o MLB, MLT, MLRP, MNU, PAPA CULTURA, OLGA BENÁRIO, FLOR DO CARMELO, SOS CRIANÇAS, para que, em conjunto, defina suas formas de lutas. Na plenária final, foram aprovadas as propostas e a nova Coordenação Estadual, eleitos os delegados que vão participar do V Congresso Nacional da CMP que será realizado em outubro em Ipatinga – MG. Estiveram presentes no congresso Welington Bernado e Eduardo Cardoso da direção nacional da CMP, além de lideranças políticas como o vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT).

Kleber dos Santos, MLB

Estudantes da USP ocupam reitoria contra autoritarismo

Estudantes da USP ocupam reitoria contra autoritarismoNesta terça-feira, 01/10, os estudantes da USP, reunidos na Cidade Universitária (Capital), deram um passo importante para pressionar o reitor Rodas e o Conselho Universitário (CO) pela abertura do processo democrático na principal universidade do Brasil.

Inicialmente, foi organizado pelo DCE, pela Associação de Docentes (Adusp) e pelo Sindicato de Funcionários (Sintusp), um ato em conjunto das três categorias denominado Dia D pelas Diretas. O ato iniciou às 14h e contou com cerca de 500 pessoas que passaram a tarde em frente à reitoria pressionando enquanto do lado de dentro acontecia uma reunião do CO para definir qual o formato das eleições para reitor que ocorrerão ainda este ano.

Regimento relembra a Ditadura

A USP é grande referência para todas as universidades brasileiras e a forma de organização da universidade também. Várias instituições seguem o modelo da USP de eleições indiretas e lista tríplice. No caso da USP, somente uma pequena parcela pode votar nos candidatos a reitor e os três mais votados têm seus nomes encaminhados ao governador, que escolhe o que mais lhe agrade.

Foi assim no caso de Rodas (atual reitor). Mesmo sendo o segundo mais votado, foi eleito por ter a preferência do governador Geraldo Alckmin (PSDB), ou seja, por fazer o jogo do governo de São Paulo de construir uma USP elitista, racista, excludente e privatizada. Foram várias decisões ao longo dos anos de gestão, que mostraram o perfil do reitor.

Nos últimos meses, Rodas tentou aplicar um golpe na comunidade da USP, chamando um “debate” e aceitando propostas de modelos para eleição para reitor. Foram algumas propostas enviadas para uma página criada pela reitoria, mas a proposta conjunta enviada pela comunidade da USP só foi inserida na página nos últimos dias, depois de muita pressão.

Hoje, 01/10 foi realizada uma reunião do CO para definir o formato de democracia para as eleições. Os estudantes propuseram que o CO fosse realizado abertamente com acompanhamento de todos, mas a proposta foi rejeitada alegando que precisaria ser remarcada e publicada no Diário Oficial, o que atrasaria a eleição. Depois foi votada a realização de uma Estatuinte para reformar o estatuto da USP – que foi reformado pela última vez na época da Ditadura – e embora tenha havido vitória dos estudantes e trabalhadores por 58 a 47 votos, a Estatuinte não foi aprovada pois precisava de 2/3 dos cerca de 150 votos dos membros do CO.

Ocupação da Reitoria

Uma parte dos representantes discentes (estudantes eleitos nos cursos) abandonaram a reunião antes do término e relataram os problemas para os estudantes que aguardavam do lado de fora. A partir daí os estudantes ocuparam o saguão da reitoria e realizaram uma plenária.

À noite foi realizada uma assembléia com cerca de 800 estudantes que determinou pela continuidade da ocupação e greve imediata. Foram realizadas outras votações sobre os eixos e bandeiras da greve e da ocupação.

A partir de agora, as mobilizações que já haviam deflagrado greve na Faculdade de Direito por falta de matrículas em diversas matérias e na EACH (Escola de Artes e Ciências Humanas) na Zona Leste de São Paulo por causa da contaminação do terreno onde o campus foi construído, passa a ser geral.

Já nesta quarta-feira, os cursos farão assembleias para divulgar as informações para os estudantes e ampliar a mobilização.

A maior universidade de São Paulo sai do seu estado de inércia, que até então deixava os estudantes afastados e passa para uma grande mobilização que promete sacudir a estrutura de poder e conseguir uma grande vitória pela democracia e por mais direitos para toda a comunidade da USP.

Redação SP

Partido fascista grego promove assassinato do rapper Pavlos Fissas

Pavlos FissasParlamentares e dirigentes do partido fascista grego, Aurora Dourada, foram presos no dia 28 de setembro acusados de responsabilidade na morte, por esfaqueamento, do cantor de rap Pavlos Fyssas. O cantor foi vítima de várias provocações e ameaças até ser atacado por um dos militantes do Aurora Dourada.

O partido fascista tem agido na Grécia como tropa de choque das medidas repressivas e do ajuste econômico. Partidário da violência contra imigrantes, os fascistas cresceram em número de votos através de um discurso nacionalista e do financiamento oferecido por bancos e grandes empresas da Grécia e da Europa.

O governo e a polícia gregas, sempre muito dispostos a reprimir e perseguir os movimentos populares, se nega a reprimir as atividades violentas do partido. A prisão de seus líderes só foi realizada após vários dias de comoção e por força da pressão popular.

Na medida em que o povo grego vai se afundando em uma grave crise social, fruto dos ajustes econômicos impostos pelo FMI e pelo Banco Central Europeu, as contradições de classe vão ficando cada vez mais agudas. É urgente a necessidade de se encontrar uma saída em benefício da classe trabalhadora.

Redação SP

Professores do Rio de Janeiro são agredidos por policiais

Cerca de 200 profissionais de educação da rede municipal em greve ocuparam a câmara de Vereadores do Rio na última quinta-feira. A  ocupação foi realizada para garantir que não fosse votado um plano de carreira que foi encaminhado sem discussão com a categoria.  No sábado a noite o Batalhão de Choque da PM invadiu a Câmara agredindo com muita violência os professores. Usaram spray de pimenta e bombas de gás contra os manifestantes, inclusive os que estavam do lado de fora. Vejam o vídeo gravado por um dos ocupantes.

Força e União no Sindicato dos Moto-taxistas

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A chapa Força e União, organizada pelo Movimento Luta de Classes (MLC), tomou posse, no dia 24 de agosto, no Sindicato dos Moto-taxistas, Moto-boys e Moto-fretes de Caruaru, num clima de grande entusiasmo, confraternização e espírito de combatividade, com a presença de dezenas de membros da categoria e de várias lideranças sindicais como José Henrique, presidente do Sintracon, Antônio Lira, presidente do Sindlimp, Samuel Timóteo, coordenador do Movimento Luta de Classes (MLC), Afonso Costa, coordenador do MLB, José Honório, presidente da Associação dos Moradores do Novo Mundo e Gleison Rodrigues, presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru. A festa foi animada pelo cantor Costa Júnior, amigo do nosso movimento.

A eleição aconteceu no dia 18 de julho e, apesar da tentativa de um pequeno grupo patrocinado pelo DEM e pelo que existe de mais atrasado na política local, estes não conseguiram convencer ninguém a participar de sua chapa e, portanto, não se inscreveram para disputar o pleito.

Votaram 202 eleitores pela continuidade da luta na direção do sindicato, que agora se renova com mais membros e com a representação na direção de todos os setores da categoria e a importante presença da companheira Valeria Pires, que muito bem representa a mulher nesta nova diretoria.

Movimento Luta de Classes (Caruaru)

 

Humilhação e baixos salários na limpeza urbana

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limpezaSegundo a Constituição Federal (incisos I e V do art. 30), é atribuição municipal a organização de seus serviços públicos, ou seja, cabe ao Município o gerenciamento dos serviços de limpeza urbana. Mas o que prevalece entre as prefeituras é repassarem a responsabilidade total ou parcial do serviço de coleta de lixo a empresas privadas, precarizando as relações de trabalho e retirando direitos dos trabalhadores.

Essa prática não é nova. Durante o Império, um senhor chamado Pedro Aleixo Gary assinou o primeiro contrato de limpeza urbana no Brasil. O acordo foi celebrado no dia 11 de outubro de 1876 entre o sr. Gary e o Ministério Imperial para organizar o serviço de limpeza da cidade do Rio de Janeiro.

Aleixo Gary reunia funcionários para limpar as ruas após a passagem de cavalos. Os cariocas sempre mandavam chamar a “turma do Gary” para assegurar a limpeza do passeio público. Daí a origem do termo “gari” para designar os trabalhadores do serviço de limpeza urbana.

O contrato previa também a remoção de lixo das casas e praias e o transporte para a Ilha de Sapucaia, onde hoje fica o bairro Caju. Em 1891, encerra-se o contrato de Aleixo Gary e em seu lugar assume seu primo Luciano Gary. Em 1906, a Superintendência de Limpeza Pública e Particular da Cidade possuía 1.084 animais empregados na remoção de 560 toneladas de lixo.

Atualmente, estima-se que cidades de até 30 mil habitantes geram, diariamente, cerca de 0,5 kg de lixo por habitante, ao passo que as cidades com mais de 5 milhões de habitantes podem produzir até 1 kg de lixo por habitante ao dia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), produzem-se cerca de 250 mil toneladas de lixo por dia no Brasil.

Para cortar despesas com salários e encargos sociais – e, assim, aumentarem seus lucros –, as empresas atuam com o quadro de empregados sempre o menor possível e, por isso, seus funcionários são obrigados a fazer horas extras. É comum trabalhadores dessas empresas efetuarem até 16 horas de trabalho por dia. Assim, o intervalo interjonada de 11 (onze) horas previsto no art. 66 da CLT não é respeitado.

O mesmo ocorre em relação ao intervalo intrajornada: via de regra, não há parada de uma hora de intervalo para refeições e, quando existe, é parcial, no meio da rua e sem qualquer estrutura.

E não para por aí: os salários pagos aos funcionários das empresas de limpeza urbana gira em torno de R$ 678 (Recife) e R$ 701 (São Paulo).

O fato é que a situação em que vivem os agentes de limpeza urbana em todo o País é de extrema exploração e péssimas condições de trabalho. Faça chuva ou faça sol, esses trabalhadores cuidam para que o lixo não fique acumulado nas nossas cidades, provocando transtornos diversos como alagamentos e a proliferação de pragas e doenças.

Somente quando há interrupção na coleta do lixo é possível chamar a atenção do poder público para os graves problemas que enfrentam os trabalhadores, como ocorreu este ano na Região Metropolitana de Fortaleza, no mês março, em movimento organizado pelo Sindlimp-CE; no Recife, no mês de abril, sob o comando do Sindlimp-PE; e na Região Metropolitana de João Pessoa, onde, depois de dois dias de greve, a categoria arrancou dos patrões 10% de reajuste salarial e 20% no vale-alimentação, graças à greve organizada pelo Sindlimp-PB.

Por isso, o Movimento Luta de Classes organiza os trabalhadores da limpeza urbana e convoca todos os companheiros à luta por melhores condições de trabalho e melhores salários e por uma sociedade sem humilhação.

Jailson Davi, MLC Pernambuco