UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 14 de novembro de 2025
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A luta continua

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Na manhã do dia 27 de dezembro de 2013, Serginaldo dos Santos, presidente da Central de Movimento Populares de Pernambuco (CMP), Coordenador do Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e militante do PCR  foi injustamente preso em sua residência. De forma agressiva, dois policiais à paisana invadiram sua casa, empurraram e ameaçaram sua filha e, depois desses atos de violência, o prenderam e o conduziram ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). Serginaldo

O mandado de prisão foi requerido em ação movida pelos donos do Shopping Center Tacaruna,(entre eles, o milionário João Carlos Paes Mendonça, também dono dos shoppings RioMar, Recife, Guararapes), que acusaram Serginaldo de “ter cometido extorsão aos comerciantes do shopping” e de que se constitui em “um perigo” para o shopping e seus consumidores.

Na verdade, o MLB organiza, todos os anos, a Jornada Nacional de Luta por um Natal sem Fome e sem Miséria, nas principais capitais do Brasil, reunindo as famílias pobres que passam necessidade, para reivindicar cestas básicas e garantir, pelo menos, uma modesta Ceia de Natal.  Após sair da prisão, Serginaldo voltou a fazer aquilo que mais gosta: organizar o povo pobre para lutar por seus direitos. A seguir, o depoimento de Serginaldo Santos à reportagem de A Verdade sobre sua prisão.

“Eram aproximadamente 14h30 quando cheguei preso ao Cotel, porta de entrada do sistema penitenciário da Região Metropolitana do Recife (RMR). Depois de passar por uma revista, fui encaminhado para uma cela de triagem (espera). Ao entrar na cela (40m², com banheiro e chuveiro), me deparei com uma situação só vista nos tempos da escravidão: um amontoado de homens sentados no chão,  aproximadamente uns 40, com idade entre 20 a 35 anos, todos negros, a maioria sem camisa, com os olhos arregalados e como se estivessem com o pensamento parado no tempo. De repente, um deles me pergunta por qual motivo estava ali. Respondi que estava sendo acusado de ter organizado  uma ação  num shopping,  cujo objetivo era a conquista de cestas básicas para as famílias que vivem em ocupações por falta de teto digno para morar. Ao relatar o fato, um deles chegou a dizer: “O cara foi fazer o bem e está aqui”.

Às 17h um grupo de 30 detentos que tinham chegado no dia anterior foi levado para as celas.   Fiquei sabendo, naquele momento, que geralmente o tempo de espera na sala de triagem era de 24 horas, para, em seguida, a pessoa  ser encaminhada a ir para um presídio. Ao mesmo tempo que esse grupo saiu, novos presos chegaram.  As 18h o chaveiro avisou a chegada da comida. Naquele momento éramos em torno de 15 pessoas. Notei que havia sete potes de sorvete espalhados pelo chão. Foi quando me dei conta de que era naqueles potes onde seria colocada a janta (batata-doce, pão, salsicha e café). Novamente a imagem da senzala veio na minha cabeça.

Após o jantar, um silêncio tomou conta da sala, e foi quando comecei a pensar mais profundamente. O primeiro pensamento foi a lembrança dos companheiros que foram presos no tempo da ditadura. Me lembrei do companheiro Manoel Lisboa e dos outros companheiros do PCR, e na memória também veio a lembrança do livro Testamento sob a forca, que relata a prisão de Júlio Fuchik, revolucionário tcheco. Sabia que minha situação nem de longe se comparava ao que esses companheiros passaram na prisão, pois pagaram com suas próprias vidas por lutar pela liberdade e pelo socialismo. No entanto, devia seguir seus exemplos de altivez. Outro motivo que me dava força era saber que não estava só, sabia que, contra a injustiça cometida contra mim, os companheiros e companheiras se levantariam pela minha liberdade. Lembrei-me do poema “As gerações futuras”, do companheiro Emanuel Bezerra, escrito quando estava preso, no qual ele diz: Meus soldados não se rendem, o grande dia chegará”.  Um pensamento de indignação também tomou conta de mim ao lembrar os momentos da minha prisão na minha casa e o abusos cometidos pelos policiais contra meus filhos, mas também um sentimento de orgulho por eles terem resistido àquela situação sem se intimidar.

Depois de muito tempo sem comunicação, recebi um lençol e uma bermuda. De pronto emprestei a bermuda a outro detento. Procurei dormir, mas bateu uma ansiedade. Sento e observo em silêncio cada um ao meu redor, até que surge a ideia de lavar a sala, e todos participam. Deito no chão e procuro dormir; rolo pra um lado e pro outro, e o sono não vem. Durante toda a madrugada chega gente. Às seis horas o sol bate na cela, e percebo que já somos quase 20. Chega a hora do café da manhã (pão e café), e novamente pegamos os potes e dividimos a comida. No presídio, é dia de visita conjugal, e um detento alerta para os novatos para não olhar para as mulheres, não levantar a camisa, nem coçar o saco; são as regras da prisão.

O tempo passa e continuam a chegar mais presos. Todos os que chegam deixam a sandália no banheiro e vão direto pro chuveiro, (eles dizem que é pra tirar as mazelas da rua). Todos que chegam (na maioria por tráfico) são questionados por que caíram. De novo também me perguntam por que estou ali, e relato novamente o motivo, e a reação é de surpresa. Aproveito também para dizer que sou professor de História, e, daí pra frente, sou tratado como professor.

Chega pra mim uma sacola de roupa e material de higiene (começo a pensar, pela quantidade das peças, que minha prisão iria se prolongar). Nesse momento ofereço, para uso coletivo, o sabonete, o desodorante e a pasta de dente. Fico a maior parte do tempo calado até que sou provocado a falar.

Um deles pede que eu fale sobre História, que ali alguns estudaram e outros não. Provocado, começo a dizer que eles são vítimas do sistema, que ninguém nasce bandido, falo da verdadeira causa de eles estarem ali. Falei pouco, mas pelo balançar da cabeça e a satisfação expressada por vários deles, senti que fui  compreendido, chegando alguns a comentar  que eu poderia dar aula e receber por esse trabalho. Era possível perceber neles um sentimento de respeito e desejo de que eu saísse da prisão. Fui chamado para tirar foto, e, em seguida, novamente chamado, para fazer o exame médico.

Chegou a hora do almoço (feijão, arroz, carne guisada). Já éramos 35 presos, com os mesmos sete potes, as colheres improvisadas com o que sobrou de uma garrafa pet, já que a outra era  de uso coletivo para se beber água. Depois do almoço, decidiu-se novamente lavar a cela, e, com o pedaço de sabonete que eu dei, foi feita uma água detergente. Terminada a lavagem, sentamos todos no chão, olhos para os quatro cantos, e novamente a imagem da senzala se repete. Vejo aproximadamente 40 pessoas; dessas, 38 são homens negros, de idade entre 20 e 35, mais da metade sem camisa. Sem comunicação externa. Muitos reincidentes, presos por tráfico (a maioria por maconha, uma quantidade menor por crack).

Às 17h sou chamado, pelo chaveiro, para falar com meus advogados (Marcelo Santa Cruz,  Abnes Canário, Luiz Carlos, Vinícius Campos),  e recebo a notícia do meu habeas-corpus. Também sou informado de que muita gente estava à minha espera.

Voltei para a cela, disse aos presos quem eu era, da minha luta, por que estava ali, e que naquele momento estava saindo. Desejei um feliz ano-novo (mesmo naquela situação), e o que estava na minha sacola (calça, camisa, lençol, material de higiene) dei a cada um dos que continuaram presos.”

Serginaldo Santos, Recife

Favela Metrô-Mangueira resiste

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Após a morte do adolescente Wellington Sabino, de 20 anos, pela Polícia Militar, na favela da Mangueira, no Rio de Janeiro, um sentimento de rebelião e ódio ao Estado tomou conta dos moradores, na madrugada do dia 05 de janeiro deste ano.

 Dois dias depois, a política de remoções e repressão ao povo em prol da Copa da Fifa e dos grandes empresários colocou novamente os moradores da famosa favela em enfrentamento com a Polícia. As remoções já acontecem desde que as obras do entorno do Maracanã começaram, mas esta foi a primeira vez onde foi registrada resistência à base de pau e pedra. A área do Morro da Mangueira valorizou-se muito após a implementação da Unidade de Polícia Pacificadora (que de pacífica não tem nada), e da manutenção do Complexo Maracanã, ou seja, como de praxe, pobres favelados são prejudicados pela especulação imobiliária e despejados sem sequer existir um mandado oficial para essas ações. O mesmo pretexto da expulsão dos índios da Aldeia Maracanã foi utilizado para demolições dos barracos.

 O primeiro confronto entre moradores e a Polícia Militar ocorreu no dia 7, à noite, com vários detidos e feridos, inclusive crianças. Barricadas foram erguidas, coquetéis molotov e vários objetos, atirados. No dia seguinte, foi convocado um ato, onde militantes de esquerda, entidades e a mídia alternativa se uniram com o povo e compareceram em peso. A tropa de choque montou um plantão na entrada da comunidade e só começou agir quando os ativistas foram embora, deixando claro que, no pensamento deles, uma grande resistência aconteceria com todo aquele contingente disposto a lutar contra o aparato repressivo do Estado.

 Moradores antigos do morro apresentaram aos advogados e jornalistas ali presentes documentos que provam a regulamentação das habitações, que, mesmo assim, foram pichadas com números que indicavam a demolição, e de fato foram implodidas. Um casal de antigos moradores entrevistado por A Verdade contou que mora há dois anos na Mangueira, antes da UPP chegar, e é tratado como invasor. Outros disseram que o secretário de Habitação do Município, Pierre Batista, prometeu pessoalmente programas como o Aluguel Social e lhes comunicou um prazo para a retirada das casas. Porém, horas depois, a PM batia na porta para expulsá-los de suas casas, embora não tinham para onde ir. Manifestantes chegam a todo instante para ocupar e resistir com os “mangueirenses”, que os recebem muito bem, oferecendo comida, café, água e serviços básicos. No dia 9, quatro casas foram removidas e houve novo confronto. A população está reagindo, se conscientizando e se organizando para garantir seus lares. A favela luta!

Igor Plácido – militante da UJR

Ocupação reúne oito mil famílias em São Paulo

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No dia 29 de novembro de 2013, no bairro Jardim Ângela, Zona Sul de São Paulo, cerca de duas mil pessoas organizadas pelo Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam um terreno para sair do sufoco do aluguel. A ocupação hoje já conta com cerca de oito mil famílias, que seguem na luta para transformar o local em Área de Especial Interesse Social (AEIS).MTST

A ocupação reflete a opinião da população das periferias de São Paulo, que não aguenta mais a situação em que vivem. Ao mesmo tempo em que veem serem erguidos prédios luxuosos, shoppings gigantescos, e milhões gastos com a Copa da Fifa, as Unidades Básicas de Saúde funcionam precariamente, falta moradia digna e continua-se a viver pagando aluguel caro.

No segundo semestre do ano passado, foram organizadas outras ocupações, todas em conjunto com o Movimento Periferia Ativa. São elas: Faixa de Gaza, no bairro Paraisópolis, com cerca de mil famílias, e Dona Deda e Capadócia, somando mais mil famílias as duas juntas.

A Verdade ouviu alguns moradores das ocupações sobre o que as motivou a participar das ocupações, a seguir seus depoimentos:

“Conheci o Movimento há 8 anos e, quando entrei, vim com uma pá, uma enxada e uma cavadeira nas costas. Achei que ia marcar um terreno para começar a construir minha casa e já tinha tudo planejado, marquei um pra mim, um pra minha filha e um pra minha nora, pois todas nós pagamos aluguel. Daí me explicaram que não era assim que funcionava, o movimento era organizado e tinha regras. Depois de um mês, já passei para a Coordenação e estou até agora na luta. Hoje estou coordenando e ajudo a organizar as cozinhas das ocupações. Tenho 5 filhos e 3 netos.”  Edna Fatima Ribeiro, 61 anos, moradora da Ocupação Nova Palestina

“Entrei no Movimento em 2007, morava de aluguel, trabalhava de auxiliar de limpeza, e o dono da casa onde eu morava queria me despejar. Descobri que haviam organizado uma ocupação na Região do Vale Velho e fui pra lá. Foi difícil eu conseguir um barraco, já havia cinco mil famílias inscritas, mas eu persisti por que não ia ter outro jeito de ter minha casa própria. Estou até hoje no Movimento e estamos com várias ocupações. Estou com mais energia do que antes e estamos aí na luta.” Laura Cristina da Silva, 25 anos, moradora da Ocupação Faixa de Gaza

“Sou do Movimento Periferia Ativa, e aqui fazemos várias lutas pela melhoria do bairro, como a da saúde, energia elétrica e saneamento e temos um jornal que sai todo mês. É difícil, o posto de saúde aqui nem tem médico, por isso agimos em conjunto com o MTST e buscamos a solução para esses problemas. A última luta, foi um ‘Rolezinho’ no Shopping Campo Limpo, onde reunimos a juventude negra da periferia e fomos pra lá. Reunimos cerca de duas mil pessoas e distribuímos pão com mortadela pra rapaziada. Lá estão querendo proibir os jovens menores de 18 de entrar desacompanhados dos pais.” Giodazio Souza Silva, 41 anos,  apoiador da Ocupação Nova Palestina

Ana Rosa Carrara, São Paulo

Papai Noel se esqueceu das crianças pobres

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Uma empresa de televisão que transmite programação para passageiros de ônibus do Recife fez uma matéria sobre o Natal e nela estava um Papai Noel fazendo um balanço bastante positivo do seu trabalho no Natal de 2013: muito trabalho que teve para levar presentes às casas das famílias por toda parte do mundo, etc. Mas fez uma advertência às crianças que não receberam presentes: neste ano de 2014, precisarão se comportar, porque Papai Noel não leva presente para crianças que não se comportaram.

Será mesmo justo dizer que as crianças que não receberam presentes foram indisciplinadas? Muitas dormiram ansiosas no dia 24 de dezembro, esperando que no Natal ganhassem um lindo presente que pediram a Papai Noel. Ao acordarem, procuraram embaixo da cama, em toda a casa, e ficaram frustradas porque o bondoso Papai Noel havia se esquecido delas. Tanto esforço para tirar notas boas e ajudar a mãe em casa… Mesmo assim, mais um ano se passou, e ela não foi lembrada. Realidade dura que as crianças pobres vivem. Ao mesmo tempo, assistem na televisão a uma realidade totalmente diferente: muitas festas, presentes e uma fartura enorme na ceia de Natal.

Enquanto as crianças pobres da periferia não são lembradas por Papai Noel, um jovem chamado Thor, de 19 anos, recebeu uma lembrancinha avaliada em quase meio milhão de reais: uma caminhonete X6. A diferença é que este jovem é filho do milionário Eike Batista. Thor Batista, porém, não está entre os mais comportados, pois, há pouco tempo, atropelou e matou o ajudante de caminhoneiro Wanderson Pereira dos Santos.

A realidade é que as crianças pobres são esquecidas por Papai do Noel e pelos governos capitalistas, pois não só não chegaram os brinquedos no Natal, mas também comida (165 milhões estão desnutridas). Ou seja, Papai Noel se esqueceu de levar comida para elas. A desnutrição ocasiona graves sequelas para crianças pelo resto de suas vidas, pois uma em cada quatro delas de menos de cinco anos sofre atrofiamento físico e baixo desenvolvimento intelectual.  A criança também precisa de pelo menos de quatro copos d’água por dia para lhe propiciarem uma hidratação adequada, mas 770 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a uma fonte de água, e 2,5 bilhões não têm acesso a saneamento básico. Se não bastasse, nem o direito de brincar elas têm, pois 168 milhões delas estão trabalhando para levar algum trocado para casa, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De todos os 165 milhões de crianças do mundo desnutridas nenhuma é cubana. Cuba não tem esses problemas, e é o único país da América Latina e do Caribe que eliminou a desnutrição infantil e está em primeiro lugar no ranking de alfabetização entre os 191 países do mundo, com 98,8% das crianças alfabetizadas. Há 55 anos, os cubanos organizaram uma revolução socialista, com a qual inverteram as prioridades, e a classe trabalhadora e suas crianças passaram a ser tratadas com dignidade e respeito.

A juventude dos países capitalistas é uma das parcelas que mais sofrem, pois num mundo de consumismo, em que o menino que não tem uma camisa de marca, um tablet, um iPhone, é considerado inferior, ao mesmo tempo que veem outras crianças recebendo lindos brinquedos de presente – e ainda, para piorar, dizem que ele não recebeu por não ter se comportado.

A verdade é que, até quando durar este sistema econômico e político, o capitalismo, no qual todo o trabalho é coletivo (mas quem se apropria dos frutos desse trabalho é um punhado de milionários), o povo e suas crianças vão sofrer com estas brutais desigualdades. A única saída é organizar uma revolução popular e socialista. Ou nossas crianças pobres terão que viver esta dura realidade de serem esquecidas pelo “Papai Noel”.

Alexandre Ferreira, militante do PCR e da UJR

Juventude realiza acampamento em Natal

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A capital potiguar sediou, nos dias 18 e 19 de janeiro, o Acampamento da União da Juventude Rebelião (UJR) do Rio Grande do Norte e da Paraíba. Com muita disposição, jovens militantes se reuniram para discutir os problemas da juventude, a necessidade de sua organização revolucionária e as lutas desenvolvidas para superar os ditames do capitalismo.

No primeiro dia de acampamento, os participantes realizaram um importante debate sobre a conjuntura nacional, contando com a contribuição de Alex Feitosa, do Movimento de Luta de Classes (MLC). O tema relativo à estrutura para impulsionar as atividades da juventude também foi abordado, estimulando formas criativas de levantar as condições materiais para a realização completa e efetiva das tarefas. Nos momentos de descontração e integração, os jovens se divertiram com atividades esportivas.

As discussões acerca da organização revolucionária da juventude marcaram o segundo dia de acampamento. Durante a avaliação do trabalho realizado no movimento estudantil, tanto na esfera secundarista quanto universitária, constatou-se que a política e a intervenção combativa da UJR continuam em plena sintonia com as demandas dos estudantes. Ao mesmo tempo, viu-se que é preciso intensificar o trabalho para despertar a consciência de mais jovens e avançar nas lutas.

Como resultado das discussões, o plenário aprovou uma carta de resoluções, que destacou, entre outras questões: a importância de denunciar os problemas do país e do capitalismo, assim como o avanço das lutas da juventude e dos trabalhadores, por meio de atividades de agitação e propaganda de mídias populares, como o jornal A Verdade e o jornal A Luta; a necessidade de realizar reuniões e estudos de forma periódica para desenvolver ideologicamente a juventude com maior solidez; e a construção do 4º Congresso Nacional da UJR, uma maneira de reafirmar que esta é a única juventude organizada capaz de conscientizar os jovens e de canalizar sua indignação e rebeldia para uma transformação radical na sociedade.

Após o encerramento do acampamento, a presidente da União dos Estudantes Secundaristas Potiguares (Uesp), Lúcia Crisante, avaliou que “o momento fortaleceu a ideologia revolucionária que guia a UJR, fundamental para o nosso desenvolvimento político”. Lúcia ressaltou ainda que as discussões realizadas no acampamento permitiram que muitas soluções fossem encontradas para sanar as dificuldades do trabalho cotidiano.

Com seriedade e combatividade, os jovens paraibanos e potiguares farão de 2014 um ano de grandes lutas em seus estados, certos de que esse é o caminho para uma sociedade justa e livre, a sociedade socialista.

Carolina Matos, UJR-RN

Não à restrição da meia-entrada para estudantes!

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A luta pela meia-entrada nos eventos culturais e esportivos é uma luta histórica, onde milhares de pessoas ocuparam as ruas das principais cidades do Brasil para garantir o direito à cultura para a juventude. Durante a década de 1980, praticamente todos os estados implantaram essa conquista.

A juventude foi às ruas nos meses de junho e julho de 2013 reivindicar que a prioridade das verbas deve ser nas áreas sociais, ao invés de beneficiar os grandes empresários. Porém, no dia 05 de agosto, então, a presidente da República Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.852, divulgada como Estatuto da Juventude, onde, no parágrafo 10 do artigo 23, restringe nosso acesso à meia-entrada nos eventos culturais e esportivos (cinema, shows, teatro, jogos de futebol, etc.): “§ 10. A concessão do benefício da meia-entrada de que trata o caput é limitada a 40% (quarenta por cento) do total de ingressos disponíveis para cada evento”.

Quem se beneficiará com essa lei?

É claro que não será a juventude, e sim os empresários do mundo da arte, que visam a aumentar seus milionários lucros. Para piorar, quando o estudante for comprar seu ingresso, a empresa poderá dizer que já vendeu a quota dos 40% destinados à meia, e não terá como comprovar esta informação.

A lei, que entrará em vigor em fevereiro de 2014, já recebeu muitas críticas de vários setores da sociedade, inclusive já ocorreram dezenas de atos e mobilizações contra a restrição à meia-entrada. Segundo as entidades representativas da juventude, as mobilizações deverão crescer contra a implementação da lei. A União da Juventude Rebelião (UJR) declarou que “impor o limite de 40% para a oferta de meia-entrada ataca uma conquista histórica da juventude e do movimento estudantil brasileiro”. Já o diretor da Federação Nacional dos Estudantes do Ensino Técnico (Fenet), João Paulo, também se manifestou contrário à restrição: “tenho certeza que com a coragem e a determinação da juventude na luta por seus direitos, como está sendo demonstrado nas ruas, vamos sim barrar esta restrição”.

Davi Lira, presidente da União dos Estudantes de Pernambuco (Uespe)

Falta de políticas públicas penaliza jovens

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JovensOs jovens na faixa etária de 10 a 24 anos ocupam cerca de 27% na pirâmide demográfica, ou seja, representam um grupo de grande relevância social. Mas as políticas instituídas no Brasil não abrangem as necessidades da juventude. Nos últimos dez anos, a mortalidade infantil foi reduzida, salvando 24 mil crianças, mas, no mesmo período, 80 mil adolescentes foram assassinados.

O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê várias políticas para os jovens, mas sua aplicação não é ainda uma realidade. Entre os principais problemas da juventude estão a gravidez precoce na adolescência, o alcoolismo, o uso de drogas, a violência praticada pelo tráfico e pelo Estado, a falta de cuidados básicos na saúde.

Quanto a esta última questão, o Sistema Único de Saúde (SUS) nem de longe está preparado para atender os jovens. O cuidado, o diálogo e o respeito às individualidades e ao contexto sociocultural para a efetivação da educação em saúde acabam não existindo. Os profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), por exemplo, não possuem uma preparação específica voltada ao entendimento dos problemas que envolvem adolescentes, pois sua formação acadêmica e sua capacitação prática são deficitárias, fazendo com que questões simples não sejam resolvidas na base do sistema, sobrecarregando sua ponta.

A falta de uma infraestrutura mínima por parte das gestões públicas e o desconhecimento de parte dos profissionais no trato com a sexualidade e a reprodução deixam os adolescentes desassistidos, em especial as meninas, pois apenas informações sobre funcionamento do aparelho reprodutor e a prevenção a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) não são suficientes para a conscientização de milhões de jovens, especialmente se falarmos de mulheres jovens e pobres, que, muitas vezes, estão mais expostas à violência sexual, à discriminação por sua condição social ou de gênero.

Tendo em vista a precariedade desse sistema em que vivemos, é indispensável a participação efetiva dos jovens na formulação das políticas públicas para que a opinião da juventude seja levada em conta e para que haja um real comprometimento de todos os envolvidos para a garantia do direito à saúde.

Thais Mátia, do Movimento de Mulheres Olga Benário e da UJR em MG

Juventude pula catracas na Central do Brasil

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aerjNo dia 29 de janeiro, centenas de pessoas se reuniram na Candelária, no Centro do Rio, para a manifestação contra o aumento das passagens. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL-RJ), Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (Aerj) e pela União da Juventude Rebelião (UJR), a manifestação seguiu em direção à Central do Brasil, principal estação de trem urbano da cidade.

Devido a provocações por parte da PM fluminense, o ato foi tenso desde o início, inclusive com a prisão de uma conhecida figura nos protestos do Rio de Janeiro, o “Batman”, que é um manifestante que sempre vai aos atos vestido como o super-herói dos quadrinhos. Mas, ao chegar à Central, nem a PM nem ninguém segurou a revolta do povo contra o aumento das passagens. Os trabalhadores presentes na estação no momento se recusaram a pagar o preço absurdo da tarifa do trem e pularam as catracas.

Esse ato demonstra, mais uma vez, a indignação do povo carioca contra o aumento nos transportes públicos. Mas, além disso, essa manifestação coloca em pauta a resistência dos trabalhadores e da juventude do Rio aos diversos ataques contra seus direitos. Hoje, no Rio, para todo lado que se olhe vemos um povo em luta, seja na Favela Mangueira, contra as remoções da Copa; na Uruguaiana, com os camelôs enfrentando diariamente a Guarda Municipal, que lhes impede de tirar seu sustento; ou mesmo nas universidades Gama Filho e UniverCidade, onde estudantes e trabalhadores lutam pela federalização dessas instituições em falência.

Juliana Alves e Felipe Annunziata, militantes da UJR

Servidores lutam contra desmantelamento dos serviços públicos

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Durante a inauguração do Estádio Arena das Dunas, em Natal, Rio Grande do Norte, em 23 de janeiro, os sindicatos dos servidores públicos do Estado mostraram o descontentamento do povo com a presidente Dilma Rousseff e, em especial, com a governadora Rosalba Ciarline.

A passeata teve início às 15h, com uma caminhada do shopping Midway Mall, percorrendo a Av. Salgado Filho e terminando no Estádio Arena das Dunas. Centenas de pessoas revoltadas com o desrespeito da governadora Rosalba Ciarline ao povo potiguar, que construiu um dos estádios mais caro do país, enquanto corta verbas em todos os serviços essenciais, descumpre os planos de cargos e salários e mantém péssimas condições de trabalhos no serviço público.

As principais reinvindicações dos servidores foram: reposição salarial, cumprimento do plano de carreira, contratação de novos profissionais e condições de trabalho dignas.

A mobilização teve a participação do Sindicato dos Servidores Públicos Estaduais da Gestão Direta (SINSP), SINAI, SINDSAÚDE, SINPOL, e contou também com o apoio da UJR, ANEL e do PCR, PSTU e PSOL.

Francisco Dias, diretor do SINSP e militante do MLC

Aposentados fazem ato nas ruas de Carpina

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No dia  28 de janeiro, aconteceu, em Carpina-PE, um ato dos aposentados e pensionistas da Previdência Social, organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da Previdência Social em Pernambuco (Sintrappe). O Sindicato dos Calçados de Carpina e o Movimento Luta de Classes (MLC) também participaram do protesto. Dezenas de aposentados foram às ruas reivindicar seus direitos, melhores condições de vida, um aumento justo no seu salário e respeito com aqueles que um dia deram seu suor, construindo a riqueza do país.

O sistema capitalista massacra não só os trabalhadores da ativa, mas também aqueles que venderam sua força de trabalho ao longo da vida e que hoje sobrevivem com uma aposentadoria de fome, pois o Governo, mais uma vez, não dá um aumento digno aos aposentados. Para quem ganha acima de um salário mínimo o reajuste foi de apenas 5,56%, menor que a inflação de 5,91% e, do reajuste do próprio salário mínimo, que foi de 6,78%.

O governo trata o aposentado com maldade, humilhação e descaso, impondo a todos um achatamento salarial que já chega a 88% de perdas, levando todo mundo ao desespero. O salário do aposentado pela Previdência não dá nem para comprar remédios, gerando depressão, doenças e fome, o que leva grande parte dessas pessoas aos leitos dos hospitais e abrigos.

Essa luta não é apenas dos aposentados e pensionistas da Previdência Social, mas de todos os trabalhadores que contribuem hoje, para amanhã se aposentar.

Redação

Oposição derrota imobilismo em eleição do Sindipetro CE/PI

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sindipetroDurante os dias 14, 15 e 16 de janeiro, os petroleiros do Ceará foram às urnas para escolher a nova diretoria para o triênio 2014-2017 do Sindicato dos Petroleiros Ceará-Piauí (Sindipetro CE/PI). Depois de uma intensa campanha realizada pela Chapa 2 – TRANSPARÊNCIA E AÇÃO – (Movimento Luta de Classes e independentes), ao final do processo, veio a vitória com  221 votos para a Chapa 2 e 202 votos para a Chapa 1, da situação.

Essa vitória foi importante para os petroleiros em todo o país, pois comprova a força de mobilização e o avanço da consciência na luta contra a violação de direitos, a precarização das relações de trabalho e os constantes leilões do petróleo. Nos postos de votação, o sentimento da categoria era de renovação e disposição para travar os enfrentamentos necessários, algo que não era estimulado pela gestão passada.

O presidente eleito, Carlos Oriá, ressaltou que a nova diretoria “terá independência e autonomia para cumprir a missão de defender a categoria. Arrancamos a velha paralisia e colocaremos no seu lugar a vontade de lutar”.

Para Emanuel Menezes, diretor eleito e membro do Movimento Luta de Classes, os petroleiros optaram pela renovação. “Trabalharemos com total independência para defender a categoria diante dos desafios do dia a dia e para lutar contra as ameaças ao petróleo brasileiro”.

O jornal A Verdade parabeniza a vitória da Chapa 2 e  deseja uma gestão de muita luta para o sindicato. Estaremos juntos na defesa do petróleo brasileiro e da categoria!

Redação Ceará