A polícia da cidade do Kansas encontrou uma “cidade subterrânea” de sem-teto na qual mendigos – incluindo crianças – vivem em um labirinto de túneis cerca de 7 metros abaixo do solo.
Os residentes foram despejados sob alegação de condições inapropriadas de segurança no local. As autoridades informaram que os moradores estão vivendo na miséria, envoltos em pilhas de lixo.
Não se sabe ao certo quem são os moradores e como eles conseguiram cavar túneis tão profundos. Num local próximo foi encontrada ainda uma pequena favela.
Os moradores roubaram cobre de um moinho de grãos que fica nas proximidades, e as autoridades temem que eles possam também roubar a colheita.
Os túneis foram fechados após um robô da polícia ter feito uma varredura das cavernas.
Cansados de esperar por promessas da reitoria e do Governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), cerca de 250 estudantes ocuparam o prédio da reitoria da Universidade Estadual do Ceará (Uece), no Campus do Itaperi, em Fortaleza, no último dia 10 de outubro.
Dentre as pautas de reivindicações estão a entrega imediata do Complexo Esportivo, do Hospital Veterinário, reinstalação de bebedouros e a contratação de professores efetivos. De acordo com o Sinduece (Sindicato dos Docentes da Uece), o déficit de professores efetivos chega a 354.
A Uece sofre com um constante processo de precarização gerado por sucessivos governos. Enquanto a atual gestão estadual gastou mais de 500 milhões de reais com a reforma do Estádio Castelão para a Copa de 2014, e cerca de R$ 300 mi serão utilizados para a construção de um aquário na orla de Fortaleza, a carência estrutural da universidade é alarmante. “Falta até papel higiênico nos banheiros”, denuncia a estudante de História, Tamirez Lima.
Após a primeira reunião com o reitor em exercício, Hildebrando Soares, e manifestantes para discutir as pautas apresentadas, a reitoria afirmou que medidas serão tomadas a curto e longo prazo para solucionar os problemas apresentados. Sobre a falta de professores, Hildebrando diz ser um problema que depende do governo do Estado e reconhece a carência. “É uma necessidade da instituição”, afirmou.
A chegada dos médicos cubanos que irão suprimir a defasagem de médicos no interior do país, e a lamentável postura dos médicos brasileiros nos leva a fazer uma reflexão aprofundada sobre a saúde no país. Avaliar o atual modelo de saúde, seu financiamento, estrutura e qualidade da assistência médica é importante, porém, é necessário aprofundarmos na fonte da crise atual.
Voltamos ao tempo e chegamos em 1988 quando boa parte da proposta do Movimento Sanitário foi inserida na Constituição Federal, o que foi um grande avanço, pois a saúde passou a ser legalmente um direito e um dever: direito do cidadão e dever do Estado; sendo então o Estado o principal financiador e regulador do setor e o modelo ideal passa a ser um modelo descentralizado e horizontal.
Porém, na prática, este modelo de Sistema Único de Saúde, estatal, universal, gratuito e de qualidade vem sendo descumprido desde a sua criação. A situação econômica do país, a confluência de déficits fiscais, alta pressão das dívidas externas e o modelo político neoliberal resultaram em políticas de ajustes estruturais que reduzem os investimentos em despesas públicas, apresentando como saída as propostas de privatização para redução de gastos com o setor público. Neste cenário observamos o crescimento dos planos de saúde privados (bem como o subsídio fornecido pelo governo aos mesmos), as Parcerias Público Privadas (PPP’s), as Organizações Sociais (OS e OCIPS) e as Fundações Estatais de Direito Privado (representadas pelo surgimento da EBSERH), estabelecendo o processo de universalização excludente e caminhando na contramão dos princípios e propostas dos movimentos da Reforma Sanitária.
O sistema de saúde passa a ter então a seguinte distribuição: 3% da população tem acesso a um sistema de alta tecnologia (setor privado), 31 milhões de cidadãos a um subsistema de atenção supletiva e 110 milhões de cidadãos a um subsistema público de saúde.
Mas a crise da saúde não é somente econômica, não podemos deixar de pautar a falta de vontade política dos governos neoliberais, e as falhas na educação médica no nosso país.
Nossos médicos e demais profissionais que hoje criticam de maneira vergonhosa o programa “Mais Médicos”, pouco ou nada falam do programa “Mais Saúde”, também chamado de PAC da saúde; o programa do governo federal que ao mesmo tempo que criou programas como Saúde da Familia, Brasil Sorridente e o SAMU, institucionalizou as Parcerias Público Privadas (PPP´s) e criou a EBSERH – a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – para terceirizar e privatizar os Hospitais Universitários Federais do país; o que demonstra que a formação acadêmica apresenta falhas na formação política e humanitária dos nossos profissionais que deveriam antes de mais nada estarem a serviço da população.
Esta realidade reflete na prática da construção do sistema e da assistência médica que passa longe dos princípios da medicina preventiva e da ênfase na atenção primária. Investir em saúde não significa somente dobrar ou triplicar os recursos e sim gerenciar de maneira cautelosa esses recursos para que estes sejam bem aproveitados e o sistema priorize a promoção da qualidade de vida e não o tratamento de doenças.
Somente combatendo o atual modelo neoliberal e buscando um modelo universal vamos conseguir garantir que de fato saúde seja um completo estado de bem estar físico, mental e social.
“Volto impressionado como há tantos jovens revolucionários que seguem o Che e lutam pela revolução no Brasil”, disse professor e escritor cubano Fernando Parruas
Ao som de músicas cubanas e depoimentos sobre Che do documentário cubano “La vida Del Che”, começou o ato em homenagem aos 46 anos de imortalidade de Ernesto Che Guevara, no dia 8 de outubro. O local escolhido não poderia ser melhor: salão principal do Centro Cultural Manoel Lisboa de Pernambuco, batizado de sala Ernesto Che Guevara; por onde se olha vê Che em épocas variadas de sua vida.
Fernando Parrua e Moralinda Fonseca professores e escritores cubanos deram importantes depoimentos sobre Che e responderam a perguntas do público presente sobre Cuba. Em várias das colocações ressaltaram a figura sensível e humana do Che e o entusiasmo em ver que no Brasil a jovens que seguem os seus ensinamentos. “É a primeira vez que viemos ao Brasil e volto impressionado como há tantos jovens revolucionários que seguem o Che e lutam pela revolução”, disse Fernando. Sobre a pergunta ligada aos médicos cubanos que estão no Brasil falou: “Cuba tem médicos cubanos em mais de 120 países, esta é uma demonstração concreta do sentimento de solidariedade ao Mundo.” E ainda ressaltaram “Tem uma grande importância a preservação da memória dos mártires, assim como o PCR faz em homenagear os seus 5 heróis. Preservar a memória contribui para apresentar a juventude uma forma de conduta honrada”. Após suas falações os presentes cantaram “ousar lutar, ousar vencer, seremos todos como o Che” e “Revolução cubana, comuna de Paris, nós vamos instaurar o socialismo no país”.
Estavam presentes também falaram sobre o CHE e seu exemplo de vida e conduta humana, Edival Nunes Cajá, ex-preso político e membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR), Anacleto Julião, filho de Francisco Julião, fundador das Ligas Camponesas e André Luan, representando a organização Brigadas Populares.
Realizou-se, nos dias 04, 05 e 06 de outubro, o 9º Encontro Latino-Americano e Caribenho de Sindicalistas (ELACS), na Cidade do México, com a presença de cerca de 120 delegados de sete países: Equador, Venezuela, Brasil, República Dominicana, Colômbia, Peru e do próprio México. Representaram o Brasil os companheiros Magno Francisco (Sindicato dos Trabalhadores em Supermercado de Alagoas) e Rafael Freire (Sindicato dos Jornalistas da Paraíba), pelo Movimento Luta de Classes (MLC), e Altamiro Nobre, pelo Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal). Por deliberação unânime da plenária final, ficou decidido que a décima edição do ELACS será realizada no Brasil, em 2015.
O Encontro se deu num momento de efervescência política no México, especialmente pela combativa greve nacional dos educadores, que já dura dois meses, e pela realização de grandes marchas nas ruas das principais cidades do País no dia 02 de outubro, data tradicional do movimento popular em memória aos 325 estudantes assassinados durante protesto em 1968. A manifestação na Capital mexicana contou com cerca de 50 mil trabalhadores e jovens, que, inclusive, entraram em confronto com a Polícia do Distrito Federal.
Entre as principais discussões do evento, a mais aprofundada foi a das reformas trabalhistas em curso nos países presentes, impondo à classe trabalhadora a retirada de direitos históricos como 13º e 14º salários; contrato coletivo de trabalho; possibilidade de questionamentos na Justiça sobre as verbas rescisórias; quebra da representatividade dos sindicatos; direito de greve; etc. Sobre isso, foi deliberada uma campanha de denúncias articulada internacionalmente e um seminário para 2014 na Colômbia. Outras importantes discussões foram sobre privatização e dependência das economias nacionais ante os monopólios internacionais; jovens e crianças trabalhadoras; situação da mulher trabalhadora; defesa dos recursos naturais; além da necessidade de fortalecer o movimento sindical classista, combativo e revolucionário na América Latina, inclusive seu trabalho de propaganda com a criação de um site unificado.
A programação do ELACS transcorreu em três locais simbólicos para a classe trabalhadora mexicana: o Sindicato Nacional dos Ferroviários (o mais antigo do País), o Sindicato Nacional dos Telefonistas e a Universidade Operária do México. Como encerramento do evento, foi fundada uma nova central sindical, a União dos Trabalhadores do México (UTM), reunindo sindicatos classistas de vários estados e setores, como ferroviários, professores, servidores públicos municipais e federais, trabalhadores da Universidade Autônoma do México (a maior da América Latina).
“Não devemos lembrar ‘só’ das tragédias, da violência cometida contra estes heróis, mas junto a isso celebrar a vida deles, dedicada a luta por uma sociedade socialista.”
Esse sentimento expresso por Ana Miranda, do Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça, atingiu todos os mais de 100 presentes que lotaram o auditório da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro no dia 2 de outubro, em solenidade de homenagem a Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra e Manoel Aleixo – heróis militantes do PCR torturados e assassinados em 1973 pela ditadura militar fascista.
Junto a Ana Miranda compuseram ainda a mesa, o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ), Carlos Roberto Maria “Formigão” pelo Sintnaval (Sindicato dos trabalhadores da indústria naval da cidade do Rio de Janeiro), Heron Barroso da coordenação nacional do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas), Rodrigo Mondego da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ e da Comissão da Verdade de Niterói, Gabriela Nascimento pela UJR (União da Juventude Rebelião), Rodrigo Marcelino em nome da Consulta Popular, Marcos Villela pelo Partido Comunista Revolucionário, e o deputado estadual Paulo Ramos, responsável pelo requerimento e organização da solenidade, e que presidiu a mesa do evento.
A primeira homenagem rendida aos heróis foi o momento em que o plenário, formado por estudantes, moradores de bairros populares, trabalhadores de diversas categorias e militantes históricos da luta popular brasileira, cantou o hino de todos os proletários e povos oprimidos do mundo, A Internacional.
Os convidados falaram sobre a importância de reviver a memória destes camaradas e de todos os muitos heróis que resistiram na luta contra a ditadura militar fascista no Brasil, afirmando que a luta pela punição dos torturadores, mandantes e financiadores do regime é fundamental. Afirmaram também a importância que tem a punição destes criminosos para avançar na luta contra a repressão aos movimentos populares, e a tortura e assassinato de pobres pela Policia Militar, uma das principais heranças podres da ditadura. E ainda, a luta para transformar os antigos centros de repressão em centros de memória e homenagem aos que resistiram.
Paulo Ramos traçou um paralelo do Estado da ditadura militar, que era caracterizado como desnacionalizante, concentrador de renda, corrupto, repressor, com o atual. Questionando qual a diferença entre o de então e o de agora, afirmou sua certeza de que só uma verdadeira tomada de poder pelo povo pode criar um estado soberano e socialista.
“A tortura é o pior crime que existe, a maior violência que existe, a violência que tentar arrancar as idéias.” Emocionando a todo o plenário com essa fala, Marcos Villela afirmou a importância de continuar a luta dos comunistas de todas as épocas em todo o mundo que impediram o avanço do nazi-fascismo, derrubaram a ditadura militar em vários países da América Latina, e são responsáveis por construir o futuro.
“Sintam-se filhos da revolução, daqueles que resistiram, que não se entregaram!” – Marcos Villela
Com a entrega das moções de homenagem a Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra, e Manoel Aleixo, e uma emocionante interpretação em Blues da poesia de Valmir Costa Tu e Eles, todos sairam da solenidade com o mesmo sentimento que expressou Gabriela Nascimento, de que “não podemos voltar no tempo para salvar nossos camaradas mas podemos seguir seus exemplos e construir um novo futuro.”
Uma trabalhadora do McDonald’s foi presa na semana passada porque confrontou o presidente da empresa e lhe disse que não tem dinheiro para comprar sapatos para seus filhos.
Nancy Salgado, de 26 anos, trabalha há 10 na rede de fast food. Durante uma reunião na Union League Club of Chicago na última sexta-feira, Nancy interrompeu a fala do presidente da companhia Jeff Stratton e expressou sua indignação.
“É muito difícil para mim alimentar meus dois filhos”, ela gritou durante o discurso de Stratton. “Você acha que isso é justo, que eu ganhe $8,25 dólares por hora depois de 10 anos no McDonald’s?”
“Tem 40 anos que eu estou aqui”, foi a única resposta do presidente ao microfone.
“A questão é que eu preciso de um aumento. Mas você não ajuda seus funcionários. Como isso é possível?”, ela perguntou.
Neste momento alguém se aproximou de Nancy e lhe disse apenas que estava sendo presa por ter “invadido a propriedade” e por ter interrompido a cerimônia.
Procurada por uma repórter do The Real News Nancy explicou o caso: “a força que me sobreveio foi intensa, eu só me lembrei do rosto dos meus filhos, das coisas simples que eu não posso comprar para eles como um par de sapatos, coisas que todo mundo faz. E ele precisa saber o que todos nós no McDonald’s estamos passando. Estamos lutando no cotidiano para prover nossas necessidades em casa, comprar coisas para nossos filhos. E está ficando cada vez mais e mais difícil com o salário de fome que eles nos pagam”.
Nancy ainda trabalha no McDonald’s, mas tem medo de retaliações. As horas em que ela esteve presa foram descontadas e ela terá que repor no banco de horas.
Representantes das comunidades Eliana Silva, Camilo Torres, Irmã Dorothy, Vila Cafezal/São Lucas, Helena Greco e Rosa Leão ocupam desde as 10h da manhã do dia de hoje (9/10) as dependências da Urbel (Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte). O motivo da ocupação é o descumprimento de todos os compromissos firmados pelo prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, com os movimentos de moradia que ocuparam nos dias 29 e 30 de julho a prefeitura de Belo Horizonte. Professores universitários e membros da defensoria pública do estado acompanham o movimento.
“A Urbel cancelou a reunião da comissão de regularização marcada para hoje sem avisar e está ameaçando todo mundo de despejo. Estamos aqui para sermos recebidos. O prefeito está rasgando o compromisso firmado com o povo”, afirma Leonardo Péricles, coordenador do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e morador da ocupação Eliana Silva, região do Barreiro.
A comissão foi criada a partir da ocupação da prefeitura pelos movimentos e tem a função de acompanhar a regularização de todas as ocupações, um compromisso firmado pelo prefeito depois da pressão das famílias. As comunidades Eliana Silva, Camilo Torres, Irmã Dorothy, Vila Cafezal/São Lucas, Helena Greco e Rosa Leão somam mais de 3 mil famílias.
Segundo os representantes das comunidades na comissão, o presidente da Urbel afirmou oficialmente na última reunião que vai despejar a comunidade Rosa Leão, mais de duas mil famílias, localizada no Isidoro, região Norte de Belo Horizonte. E a solução para eles é rua. Helicópteros e viaturas polícias rondam a comunidade e ameaçam os moradores.
No caso da comunidade Vila Cafezal/São Lucas, localizada no Aglomerado da Serra, região Centro-sul, as famílias tem três dias para saírem. “Recebemos um comunicado dizendo que cada família tem três dias para apresentar um laudo técnico provando que podemos ficar em nossas casas. Se não, vamos ter que pagar multa de 9 mil reais e vamos ser jogados na rua. Onde a gente vai arrumar isso, a gente é humilde”, afirma uma moradora da Vila Cafezal que não quis se identificar com medo de retaliações. A moradora afirmou ainda que a polícia está rondando a comunidade e fazendo ameaças.
Não é possível que mais um crime contra o povo pobre seja cometido em Belo Horizonte.
Para os operários da Firem de Modena, da Dometic de Forli, da Hydronic-Lift de Milão, e de outras vinte e duas pequenas fábricas metalúrgicas espalhadas no norte da Itália, o fim das férias do verão revelou uma trágica realidade: os patrões, na calada da noite, mandaram desmontar os equipamentos para encaixotá-los com destino à China, Polônia, Sérvia, Eslovênia, Marrocos e Vietnã. Países onde o custo da mão-de-obra é quatro vezes menor que a italiana.
A maior parte das fábricas italianas que optaram por volatilizar seus equipamentos é filial de multinacionais europeias que estão à beira da falência.
Pobreza absoluta e relativa
Vigonovo – pequena cidade da região Veneto, com apenas 10.078 moradores (3.875 famílias) –, decidiu aliviar a pobreza absoluta na sua cidade, informando os gerentes de supermercados e de lojas de alimentação que a prefeitura de Vigonovo pagaria os alimentos roubados pelos velhos, os jovens e os estrangeiros que os furtavam por não terem nada a comer. A iniciativa do prefeito Zecchinato escandalizou grande parte da mídia, que o chamou de “oportunista alpinista midiático”, mas conseguiu, finalmente, visualizar uma faceta da crise socioeconômica que hoje – mesmo se o governo tenta dissimular – apresenta sinais evidentes do prisma da fome na Itália.
Segundo as estatísticas do ISTAT (Sistema Estatístico Nacional), em janeiro de 2013, a Itália tinha uma população de 59.685.227 pessoas, das quais 4.300.760 (7,4%) de nacionalidade estrangeira. Dessas, hoje, 1.725.766 (6,8% das famílias) vivem em “pobreza absoluta”, tendo uma renda mensal que não excede os 400,00 euros, enquanto 3.232.564 pessoas (12,7% das famílias) vivem em “pobreza relativa”, desfrutando de uma renda mensal de no máximo 950 euros. Se considerarmos que o aluguer de uma casa (cozinha, um quarto e uma sala) no subúrbio periférico de Roma ou de Milão não se encontra por menos de 400 euros; que uma passagem de metrô custa 1,50 euro; que um quilo de carne bovina de segunda qualidade custa 10 euros; e que a gasolina subiu até 1,95 euro o litro, é evidente que as famílias de operários ou de funcionários públicos com dois ou três filhos, mesmo com um salário de 1200 euros, vivem na “pobreza relativa”, à causa do alto custo de vida que penaliza, sobretudo, os trabalhadores.
É necessário dizer que em 2003 havia poucos milhares de indivíduos considerados “indigentes”. Porém, o crescimento da pobreza absoluta se deu com a subida do desemprego, que no setor privado foi violenta, sobretudo a partir de 2009. De fato, em julho de 2013 havia 22.509.000 trabalhadores com carteira assinada. Nesse período, 433.000 trabalhadores (1,9%) foram desempregados e nenhum deles foi reintegrado no trabalho fabril. Por isso, o exército dos desempregados chegou a 3.076.430 e 39,5% desse contingente é formado por jovens (homens e mulheres) entre 18 e 30 anos. Além disso, as estatísticas oficiais não avaliam mais a categoria dos chamados “desempregados crônicos”, formada pelos trabalhadores ou funcionários considerados “velhos”, por estarem entre os 50 e 62 anos, e aqueles que, apesar de estarem na faixa etária dos 40, não procuram mais trabalho.
Desempregados que com mais frequência buscam uma ocupação na economia ‘submersa’, para trabalharem ao lado dos imigrados estrangeiros (inclusive os clandestinos), sem nenhuma garantia contratual e com salários de no máximo 500 euros. Uma situação que testemunha de forma dramática como as leis dos mercados e a lógica política dos governos capitalistas que tornam ainda mais bárbara a exploração sobre os trabalhadores,empurrando grande parte da sociedade italiana para os limites da indigência e da miséria. De fato, o que mais cresceu nos últimos três anos foi a economia submersa e a economia ilegal, ambas monitoradas pelos círculos mafiosos que, hoje, controlam a maior parte dos subúrbios e das periferias das grandes cidades italianas.
Diante desse problema, o “democrata” Giampiero D’Alia, ministro da Administração Pública, teve a brilhante idéia de “desempregar” 108.000 funcionários públicos e, consequentemente, não renovar os contratos temporários de 150.000 profissionais, que na sua maioria trabalham na saúde e na educação. Uma solução que, em Bruxelas, será ovacionada por Angela Merkel e David Cameron, mas que ampliará ainda mais o cenário da pobreza e das diferenças sociais na Itália.
Revoltados com a aprovação antidemocrática do Plano de Carreira e também com a atuação truculenta da policia militar fascista, os trabalhadores de educação do Rio de Janeiro realizaram uma grande passeata ano dia 7 de outubro, a qual reuniu cerca de 50 mil educadores e teve o apoio de diversos setores da sociedade: estudantes, pais de alunos, artistas e outras categorias profissionais. A passeata mostrou o repúdio da população às agressões da polícia aos professores e ao tratamento dado pela Prefeitura e pelo Governo estadual em relação à educação pública.
A violência da polícia do estado do Rio tem sido uma constante. A PM age com extrema truculência contra o cidadão comum e desrespeita os mínimos direitos humanos. Essa forma de atuar é uma herança direta da ditadura militar e ficou mais clara na repressão das manifestações dos professores. Tanto na desocupação violenta da Câmara Municipal, sábado, 28 de outubro, que esteve ocupada por educadores por três dias, quanto no ato do dia 1º de outubro em protesto contra a votação do plano de cargos e salários proposto pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), a Polícia Militar deixou claro seu caráter fascista. Os profissionais da educação protestavam pacificamente desde as 10hs da manhã na tentativa de pressionar os vereadores a não aprovarem um plano meritocrático que põe em risco a educação publica carioca. No final da tarde, o plano foi aprovado com a Câmara cercada pelo Batalhão de Choque que jogava bombas de gás lacrimogênio e spray de pimenta nos milhares de educadores que lá protestavam.
O Plano de Cargos e Salários (PCCS) enviado à Câmara Municipal pelo prefeito em regime de urgência fere gravemente os interesses da categoria e os acordos assinados entre o Sindicato (SEPE) e a Prefeitura. Entre os pontos polêmicos estão o fim da paridade entre os ativos e pensionistas, a criação do professor leigo (professores poderão dar aulas de qualquer matéria que não sejam a sua), além de não reconhecer a pós-graduação lato sensu, doutorado e pós-doutorado, e de obrigar quem tem duas matrículas a abrir mão de uma.
É importante ressaltar que o PCCS apresentado pela Prefeitura e aprovada pela Câmara, além de ferir os interesses da categoria, interrompeu uma negociação que previa a elaboração do PCCS pela prefeitura para posterior análise e retificação do SEPE. Tal atitude mostra a postura antidemocrática da Prefeitura do Rio que, embora diga que está aberta a negociação, age de forma autoritária impondo um PCCS que atende a interesses econômicos neoliberais.
Ato na OAB
Na manhã do dia 7 de outubro, foi realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) um ato público contra a violência policial no Rio e em repúdio aos casos de agressão policial contra os profissionais de educação. O ato teve a presença de parlamentares, centrais sindicais, representantes do movimento estudantil e outros setores da sociedade civil. O encontro foi idealizado logo após o conselheiro federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB nacional, Wadih Damous, propor uma moção de repúdio à violência policial no Rio de Janeiro. A iniciativa foi aprovada por unanimidade pelo Pleno do Conselho Federal e um documento foi enviado ao governador do estado, Sérgio Cabral.
A mesa foi composta por representantes da OAB-RJ, SEPE, CUT, ABI, CNBB e Ibase. Todos que falaram criticaram muito a política de segurança do governo Sérgio Cabral (PMDB). Wadih disse que “essa política de segurança não sabe conviver com o regime democrático”, que ela “remonta à ditadura militar” e que os policiais são “verdadeiros jagunços nas ruas”.
Um assunto destacado por grande parte dos que se pronunciaram foi a questão da desmilitarização da polícia. O senador Lindbergh Farias relatou ter apresentado um projeto que trata desta questão, a PEC 51.
Ao final do ato foi definida uma comissão para tentar marcar um encontro com o secretário estadual de Segurança Pública e outra para falar com o prefeito e exigir a retirada do plano de carreira aprovado.
Todos essas manifestações revelam que, mesmo com o governo do Rio gastando milhões em publicidade sem licitação, na tentativa de colocar a população contra os professores, o povo carioca acredita nos que estão na luta.
Diante da grave situação da moradia no nosso país, o qual possui mais de 7,9 milhões de famílias sem casa, e, em particular, na cidade de Fortaleza com o déficit de 77.600 unidades habitacionais segundo o ultimo senso, 200 famílias, devidamente organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), resolveram ocupar um terreno público no Bairro Jardim Iracema no dia 7 de outubro.
A decisão da Luta foi tomada em virtude da reincidente promessa de novas moradias que nunca chegam. Somente em fortaleza foram inscritas 190 mil famílias no Programa Minha Casa, Minha Vida e hoje menos de 1.000 unidades foram entregues. As pessoas são oriundas dos bairros Antônio Bezerra, Curió, Mucuripe, Pan Americano, Henrique Jorge e há meses se preparam a atividade.
Além disso, o Movimento reivindica Alugueis Sociais, Saneamento Básico, Cestas Básicas, entre outros, bem como uma negociação urgente com o prefeito Roberto Claudio(PROS) para a doação do terreno ao movimento para a construção de casas populares pelo Minha Casa, Minha Vida entidades, além de cadastramento das famílias ocupantes em programas sociais existentes na prefeitura.
O nome da Ocupação é José Ferreira Lima em homenagem ao operário têxtil que foi preso e torturado no período da ditadura militar.
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