Na última sexta-feira (24) a Praça da Paz (Altamira/PA) foi palco de uma belíssima homenagem aos 55 anos de revolução Cubana. O Coletivo de Poetas Marginais realizou seu 4º Sarau intitulado Cuba: A Ilha Que Nos Inspira!
Na abertura, Moisés Ribeiro, fez um resgate do que foi a revolução cubana e do que ela representa nesse contexto atual, como símbolo de resistência e solidariedade aos povos oprimidos de todo o mundo.
Na sequência vieram a leituras e declamações de poesias em homenagem à Cuba e ao Comandante Che Guevara.
O Público que no sarau de poesias marginais também é protagonista do evento leram poemas de Ferreira Gullart, Cecília Meireles, Antonio Claret, Chico Pedrosa, Paulo Leminsk, Bertold Brecht, e outros grandes nomes da literatura nacional e internacional, além dos poetas marginais locais.
Também tivemos neste sarau como grande atração a banda Sarcasmo Social, com Jorranis Pantoja no vocal e baixo, Vitor Biró na guitarra base, Higor Souza na guitarra solo e Elcio Gomes na bateria, agitaram o público com músicas extremamente questionadoras ao modelo de sociedade que vivemos. A Banda Sarcasmos Social como que numa mística completavam as poesias declamadas. Mostraram também que além de interpretarem clássicos do rock nacional com uma imensa qualidade, suas músicas autorais são consistentes nas letras e na melodia.
Aos poucos os saraus de poesias marginais vai entrando na agenda mensal dos moradores altamirenses, sobre tudo da juventude, professores e lideranças comunitárias, o que mostra que esse evento é muito rico pela qualidade artístico-cultural, e pela capacidade de juntar a classe trabalhadora para uma atividade que estimula o pensamento crítico.
25 de janeiro, aniversário São Paulo e dia do primeiro Grande Ato contra a Copa da Fifa na cidade de São Paulo este ano.
A concentração aconteceu no vão do Masp e seguiu para o centro da cidade, onde eram realizadas diversas atividades culturais em comemoração ao 460 anos da cidade. Algumas pessoas que assistiam aos shows, vendo a manifestação, se incorporaram a ela.
Segundo informações, foram mobilizados 2000 policiais militares para acompanhar a manifestação, que segundo a própria polícia não passou de 1500 pessoas. Chegando ao Teatro Municipal, parte da manifestação seguiu para a Rua Augusta, onde a Tropa do Choque já estava posicionada.
Após serem atingidos por bombas de gás lacrimogêneo, um grupo se refugiou em um hotel. O grupo estava cercado, havia cordão de isolamento do Choque para ambos os lados da rua.
Este grupo, ao entrar no saguão do hotel, explicou aos funcionários o que estava acontecendo e mantiveram-se apenas abrigados. Em poucos minutos um grupo do Choque entrou atirando balas de borracha, com escopetas em punho, espancando com cassetetes, hostilizando física e verbalmente, de forma incisiva os manifestantes que ali estavam, que permaneceram o tempo todo com as mãos para o alto e pedindo calma.
Frases como “deita aí sua cadela”, “mão na cabeça se não é bala na testa” e “se vocês não ficarem quietos vamos fazer igual ao que fazemos com as pessoas nas quebradas” foram proferidas aos berros. Um dos feridos mais graves foi Vinícius Duarte, estudante da Unifesp, espancado por mais de uma dezena de minutos sem parar, na frente de todos, teve o rosto inteiro machucado, três dentes quebrados e traumatismo no maxilar. Ele terá que realizar cirurgia para refazer o maxilar. Também ficou com um coágulo na cabeça, tamanha a brutalidade. Os que estavam no hotel foram detidos e levados ao 78° DP.
Era possível ver, que apenas 1 policial do Choque estava com a identificação, como manda a lei. A conduta era de crueldade, e ao serem perguntados, por um dos detidos, para onde seriam levados, um policial do choque respondeu “para seu governo, essa viatura nem está aqui oficialmente”, imagens da ação registrada pelos manifestantes foram apagadas e há indícios de que a policia também solicitou ao hotel e apagasse a gravação do circuito de segurança.
O perfil dos detidos era bastante diversificado, havia até pessoas em situação de rua, moradores da região. Havia também muitas mulheres, dentre elas a Vice presidente da UNE e militante da União Juventude Rebelião (UJR), Katerine Oliveira. Na sua grande maioria jovens, estudantes, elas eram expressão exata de que a juventude é contra a realização da Copa nos moldes da Fifa, com gastos exorbitantes do dinheiro público e a lei de segurança que impede a livre manifestação.
A tensão era muita, mas o espírito de solidariedade entre os detidos também era grande, foram 6 horas desde invasão do Choque no hotel até o último detido ser liberado. Nas conversas em sussurros que aconteciam, uma certeza ficou, nada daquilo intimidou aqueles manifestantes, que afirmavam estar presentes na próxima manifestação.
No dia 27 de Janeiro, se completou um ano do incêndio na boate Kiss, discoteca localizada na cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul. Esse acidente foi um dos maiores desastres que aconteceram nos últimos anos, 242 pessoas morreram e 116 outras pessoas ficaram feridas, a maioria das vítimas eram jovens universitários. Esse incêndio foi causado pelo acendimento de um sinalizador por um integrante de uma banda que se apresentava na casa noturna. A imprudência e as más condições de segurança ocasionaram a morte de mais de duas centenas de pessoas.
A boate começou a funcionar sem o alvará em 31 de julho de 2009 e depois foi multada seis vezes pela prefeitura. Chegou a sofrer um embargo quatro meses depois de abrir, mas este só durou cinco dias. Somente em 14 de abril de 2010, o alvará foi concedido, porém a boate, continuava com várias irregularidades.
A causa da morte foi o gás lacrimogêneo liberado pela espuma em contato com o fogo. Mesmo gás usado como arma química nos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial, nesse caso como meio de extermínio dos judeus. Dessa forma, os universitários que estavam na boate morreram em uma simulação de câmara de gás. A fumaça negra levou apenas quinze segundos para ocupar todo o local.
O descaso do Governo com a situação, e das forças que o representam, prova que aqui no Brasil, vivemos numa falsa liberdade, e que aqui ainda se tortura e se mata por causa da ganância e da sede de lucro de alguns empresários. E que esse, foi apenas um dos casos, de grande divulgação, pois a maioria dos acontecimentos, que prejudicam o povo como a ação da polícia nas favelas, são omitidos, e escondidos pela mídia. A morte de centenas de jovens em Santa Maria não pode ficar impune.
Todo apoio as famílias das vítimas de Santa Maria.
Thais Mátia, é militante da União da Juventude e Rebelião
Sindicatos unificam luta e podem deflagrar greve em Março
Após o forte movimento paredista de 2012, o time dos servidores públicos federais volta a campo para cobrar do Governo Federal um Serviço Público padrão FIFA. A campanha salarial 2014, lançada hoje (12) nos estados, segue um calendário nacional com greve prevista para março.
Em Alagoas, o SINTIETFAL, SINTUFAL, SINDJUS, ADUFAL E DCE-UFAL se reuniram para debater ações unificadas do movimento e lançar o Fórum Alagoano dos Sindicatos dos Servidores Públicos Federal. “Esse é o ponta-pé da nossa campanha em 2014. Estamos somando forças em defesa dos direitos dos trabalhadores por um serviço público de qualidade”, afirmou Antônio Passos, da Associação dos Docentes da UFAL.
Para Alexandre Fleming, presidente do Sindicato dos Servidores do IFAL, o indicativo de greve é uma resposta ao não andamento do acordo coletivo “imposto” em 2012. “Naquele momento, Dilma se negou a negociar e falou que não sentava com grevistas. Passamos todo o ano de 2013 em mesas de negociação que não avançaram com as nossas demandas. Só uma nova greve fará o governo respeitar os servidores públicos”, afirmou Fleming.
Paulo Falcão, presidente do Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal, acredita que o governo tudo fará para travar essa luta. “Existe uma proposta no senado de limitar o direito de greve. Não aceitaremos qualquer ataque em nossos direitos”, defendeu Falcão.
Copa, Orçamento e Dívida pública
Outro ponto bastante abordado na reunião foi a situação do Brasil em 2014. Com a Copa do Mundo e as imposições da FIFA, o Governo Federal abriu mão da soberania nacional, gastou bilhões em estádios e se prepara, com uma lei de exceção, para reprimir as manifestações populares.
“Dilma acha que com futebol vai enganar o povo. São bilhões para os banqueiros, para as empreiteiras e para a FIFA, enquanto que para o serviço público definha. A palavra de ordem ‘da copa eu abro mão, quero meu dinheiro para saúde e educação’ será entoada pelo povo em luta nos 4 cantos do Brasil”, afirmou Jeamerson Santos, coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFAL”.
Como encaminhamento da reunião, foi deliberado pela construção de um Seminário sobre a Dívida Pública que será realizado dia 21 de fevereiro às 9h no Espaço Cultural da UFAL. Essa atividade será uma forma de demonstrar à população para onde está indo o dinheiro que deveria servir ao serviço público e reproduzirá em Alagoas o 1º Seminário Nacional da Dívida Pública que irá acontecer no dia 6 em Brasília.
Todas as categorias presentes na reunião informaram que possuem assembleia marcada para debater a campanha salarial e eleger delegados às Plenárias dos Sindicatos Nacionais que definirão pela deflagração unificada do movimento.
O SINTIETFAL realizará a Assembleia Geral dos Servidores do IFAL no dia 12 de fevereiro e elegerá os delegados à Plenária do SINASEFE, que acontece nos dias 22 e 23 em Brasília.
A tentativa de superação do modelo econômico de base colonial no Brasil pode ser analisada considerando-se as medidas de proteção e incentivo a criação de um setor industrial nacional.
O fato proteção surge da constatação da existência de uma política econômica dos grandes grupos siderúrgicos internacionais localizados – inicialmente – nos Estados Unidos e Europa que situados nas proximidades de áreas produtoras importavam do Brasil, inclusive, uma complementação do minério necessário à produção de aço.
As grandes mineradoras – seguindo a fórmula adotada no setor petrolífero – ocupavam áreas ricas em minério de ferro e somente iniciavam a produção quando conveniente aos interesses de sua política econômica.
Esta prática complementava-se com o controle da tecnologia necessária a implantação de grandes siderúrgicas e altos-fornos projetados para o uso de carvão com características diferentes daquele conhecido no Brasil.
Analisando o modelo de exploração mineral nacional o engenheiro João Pandiá Calógeras publica o livro As minas do Brasil e sua legislação (Imprensa Nacional 1904) apresentando um levantamento dos minerais brasileiros, a localização das áreas com potencial produtivo, as principais aplicações na indústria além do modelo jurídico de exploração.
Calógeras, em sua obra, aponta a necessidade de reformulação da legislação destacando a instituição do modelo de separação entre a propriedade do solo e subsolo, elaboração de uma política econômica industrial com base nos recursos minerais e adaptação tecnológica dos motores e altos-fornos aos recursos energéticos nacionais.
Em 1915 Pandiá Calógeras, ocupando o cargo de ministro da agricultura comércio e indústria, assina o primeiro diploma legal republicano eliminando o regime de acessão (propriedade simultânea do solo e subsolo).
Cria-se a partir da chamada Lei Calógeras a figura do inventor de minas autorizando a pesquisa e exploração mesmo em propriedade privada quando constatada a negligência dos proprietários.
Observe neste caso a intervenção estatal no domínio econômico no sentido de garantir a exploração mineral e consequente regularidade no abastecimento de matéria prima ao setor industrial em oposição a pratica colonial tradicional.
Ainda na primeira república a proposta de elaboração de uma política industrial nacional e garantia do controle da matéria prima amplia-se. Em 1921 publica-se a Lei Simões Lopes que transforma as minas em bens imóveis caracterizadas como assessórias do solo, mas distinta dele.
Arthur Bernardes também destaca-se na proposição de uma política industrial nacional e institui em Minas Gerais o incentivo a criação de siderúrgicas através da cobrança de valores diferenciados aos exportadores que apresentassem interesse em estabelecer siderúrgicas no estado.
Ocupando a presidência da república Bernardes, em 1926, determina a proibição da transferência de minas, jazidas e terras consideradas necessárias à defesa e segurança nacional a pessoas ou empresas estrangeiras.
Considerados os esforços anteriormente citados a normatização jurídica da mineração no Brasil somente será consolidada em 1934 através de uma nova Constituição e criação do primeiro Código de Minas. Estes diplomas legais, dentre outras inovações, extinguiam definitivamente o modelo de acessão e anunciavam a nacionalização gradual das minas.
Observamos assim o aumento – a partir de 1934 – da intervenção do Estado brasileiro no domínio econômico, entretanto esta característica não implica em extinção da iniciativa privada ou proibição de associação com os grandes grupos internacionais do setor mineral.
O primeiro governo Vargas, inicialmente, priorizou a criação dos meios necessários para a atração do capital internacional para o setor da mineração. Não podemos ignorar que o principal mentor do Código de Minas de 1934 – Juarez Távora – sempre foi um defensor radical de uma ligação umbilical da economia brasileira aos Estados Unidos.
A defesa deste modelo de abertura aos grupos internacionais encontra-se baseada no principio da concorrência como forma de suprir as necessidades de consumo ignorando, deste modo, a existência da concentração como forma de garantir a reprodução do capital. A concorrência, considerando este principio, não estaria associada a extensão máxima do consumo e sim a eliminação das demais empresas.
Assim, mesmo com a oferta de matéria prima e vantagens fiscais o oligopólio siderúrgico recusou-se a instalar, naquele momento, filiais em terras brasileiras. A construção da primeira grande siderúrgica nacional (A Companhia Siderúrgica Nacional) somente tornou-se possível em 1941quando, por razões geopolíticas, os Estados Unidos concordam em financiar a obra e equipamentos enquanto o Estado assume as responsabilidades de sua concretização.
Estabelecido estes princípios a intervenção do Estado brasileiro no domínio econômico ocorrerá de modo pendular ora em defesa de um modelo nacional ora financiando os grupos internacionais.
O modelo responsável pela criação da Petrobras em 1953 foi o último – e o maior – a garantir uma empresa genuinamente nacional no setor mineral energético. Mesmo este sofreu intervenções externas a ponto de encontrar-se extinto desde 1995.
A Companhia Vale do Rio Doce, criada em 1942, para aplicar a política de mineração nacional sofreu destino mais radical e seu patrimônio foi entregue aos interesses internacionais durante os anos de 1990.
Os oligopólios internacionais, assim podemos concluir, necessitam de um modelo econômico em condições de garantir o controle de um bem finito. No caso das grandes siderúrgicas estadunidenses, europeias e chinesas o minério de ferro esgota-se em áreas próximas as suas plantas existindo a necessidade do aumento da extração em regiões ainda não exploradas ou parcialmente trabalhadas.
Neste contexto a política econômica brasileira encontra-se fundamentada no modelo de base colonial alimentando a ideia de geração de recursos a partir da exportação de minerais. Foi assim com o petróleo do pré-sal e aprofunda-se no modelo de exploração dos minérios em geral.
A proposta do novo Código de Mineração apresenta-se em conformidade a prática iniciada durante o governo Fernando Henrique Cardoso quando a emenda Constitucional nº 6 alterou o conceito de empresa brasileira permitindo a presença dos grupos internacionais nos setores de energia e mineração aprofundando a prática de exportação de matérias primas ou, como preferem os técnicos de modo eufemístico, commodities.
A extração mineral para exportação constitui a meta do atual governo conforme observa-se no manual de perguntas e respostas a respeito do novo Código de Mineração do Ministério das Minas e Energia: “(…) Houve, dentre essas mudanças, [na conjuntura econômica mundial] o aumento da dependência das commodities e o desenvolvimento de minerais usados em indústrias de alta tecnologia. Neste contexto, tornou-se necessário a necessidade de um novo modelo, capaz de adequar a realidade da indústria nacional à perspectiva futura de um mundo cada vez mais minero-dependente”.
Vejam que o governo defende a manutenção da tradição colonial brasileira fornecendo matéria prima às indústrias de alta tecnologia. E depois?
O governo segue o modelo proposto por Adam Smith no final do século XVIII quando este defendia o principio de etapas para um país atingir o crescimento econômico.
Primeiro a etapa de exportação de produtos primários para acumular os recursos necessários à industrialização e depois o paraíso. O discurso da entrega do petróleo do pré-sal seguiu rigorosamente este roteiro.
Smith, inclusive, fazia uma previsão catastrófica caso as 13 colônias da América não respeitassem esta lei natural da economia. Os Estados Unidos, como de hábito, não respeitaram a “lei” e o resultado conhecemos todos.
Preocupado em fornecer matéria prima aos grupos internacionais o governo brasileiro procura formas de entregar a totalidade das áreas com potencial mineral excluindo a participação das pequenas empresas nacionais, ignorando a existência de áreas de proteção ambiental ou cultural, desprezando as nascentes e rios.
O patrimônio histórico e paisagístico também encontra-se ameaçado inexistindo no novo projeto qualquer tipo de proteção. Mantém o governo a angustia do poeta Carlos Drummond de Andrade ao afirmar diante da exploração predatória em sua Itabira que “Minas não há mais”.
Outro aspecto grave: Inexiste no projeto do novo Código de Mineração limites a extração e exportação de minerais raros ou vitais a segurança energética e econômica nacional. O ouro, por exemplo, continua entregue a política econômica da Anglo Gold e Kinross.
O novo Código de Mineração, caso aprovado, entrega os recursos minerais brasileiros por uma das taxas mais baixas do mundo: Até 4%. O tempo de concessão também apresenta-se generoso e pode durar 40 anos acrescentados de mais 20 se sobrar algo a explorar.
O governo pretende entregar os recursos minerais nacionais por três gerações. Enquanto isso o Brasil permanecerá em sua tradicional situação de exportador de matéria prima e sabemos todos o quando esta condição torna frágil uma economia.
Uma das justificativas para alterar o Código de Mineração, segundo o governo, seria adequar a legislação nacional aos “novos tempos” afinal o Código em vigor foi elaborado no período da ditadura. Concordo plenamente. Todavia lembro que o atual titular das Minas e Energia – Sr. Edison Lobão – também é uma herança do mesmo regime do qual serviu-se fartamente junto com seu mentor o senador José Sarney.
Mas o que seriam estes novos tempos? Possivelmente o governo refere-se as disputas pelo controle da matéria prima com ênfase ao crescimento da economia chinesa, essa sim representando um novo e poderoso consumidor.
Para espanto dos liberais a política de mineração chinesa permaneceu durante os anos de crescimento fechada aos oligopólios e somente no final dos anos 90 inicia-se uma tímida abertura permitindo-se a formação de joint ventures.
Esta abertura deve-se a diminuição das reservas locais e apresenta em sua fundamentação a busca de novas tecnologias para a exploração. Mesmo assim existe uma limitação à exploração por empresas de capital estrangeiro de minerais energéticos e preciosos.
No caso do ouro e da prata a exportação é proibida e sua venda somente é permitida ao banco estatal que determina o preço não necessariamente semelhante ao estipulado nos mercados internacionais.
A legislação mineral chinesa – no Brasil o relator do projeto do novo Código afirma que preocupações com meio ambiente não precisam compor o citado texto legal e sim outros diplomas – determina as áreas proibidas à mineração. Citamos como exemplo: Os distritos industriais, áreas de conservação de água, as margens das rodovias, as margens dos rios, reservas naturais, pontos de interesses turísticos, sítios arqueológicos, históricos e paisagísticos. E as empresas estão, assim mesmo, brigando para conseguir as autorizações de exploração no território do gigante asiático.
O Estado chinês participa diretamente da exploração através de empresas estatais e determina o montante a ser minerado e sua utilização na indústria. No Brasil os instrumentos para este tipo de intervenção foram extintos a partir do governo Fernando Henrique Cardoso – os demais governos mantiveram o modelo – ficando o país sem condições de desenvolver uma política exploratória nacional submetendo-se aos interesses das políticas econômicas elaboradas nas sedes dos oligopólios.
A legislação chinesa também estabelece dificuldades para a transferência de titularidade da concessão aspecto liberado na proposta do Código brasileiro possibilitando – ao exemplo dos fatos verificados nas empresas X – a simples especulação de concessões.
A aprovação do novo Código de Mineração aponta para a repetição dos fatos verificados na votação da lei que permitiu a entrega do petróleo do pré-sal. As emendas apresentadas – em sua maioria – referem-se a distribuição dos royalties ignorando os aspectos humanos, culturais e necessidades econômicas do povo brasileiro.
Durante os dias 14, 15 e 16 de janeiro, os petroleiros do Ceará foram às urnas para escolher a nova diretoria para o triênio 2014-2017 do Sindicato dos Petroleiros Ceará-Piauí (Sindipetro CE/PI).
Depois de uma intensa campanha realizada pela Chapa 2- TRANSPARÊNCIA E AÇÃO- (Movimento Luta de Classes e Independentes), ao final do processo, veio a vitória: 202 votos para a chapa 1 e 221 votos para a chapa 2.
Essa vitória foi importante para os petroleiros em todo o país, pois comprova a força de mobilização e consciência da categoria que não aguenta mais a exploração da PETROBRAS e os constantes leilões do petróleo. Nos postos de votação, o sentimento da categoria era de renovação e disposição para travar os enfrentamentos necessários, algo que não era estimulado pela gestão passada.
O Presidente eleito, Carlos Oriá, ressaltou: “Temos independência e autonomia para cumprir a missão de defender a nossa categoria. Arrancamos a velha paralisia e colocaremos no seu lugar a vontade de lutar”.
Para Emanuel Menezes, diretor eleito e membro do Movimento Luta de Classes, os petroleiros optaram pela renovação. “Trabalharemos com total independência para defender a categoria diante dos desafios do dia a dia e contra as ameaças ao petróleo brasileiro”.
O jornal A Verdade parabeniza a vitória da Chapa 2 e deseja uma gestão de muita luta para o sindicato. Estaremos juntos na defesa do petróleo brasileiro e da categoria!
No dia de ontem, 16 de janeiro, a Comissão de trabalhadores do telemarketing do Grande ABC – Fica Logado!- realizou uma manifestação em frente a duas empresas da região, a Atento e a Unitono, ambas na cidade de São Bernardo do Campo.
Um grupo de trabalhadores das duas empresas se direcionaram à sede do Ministério do trabalho na cidade. Apoiaram a paralisação diversas categorias organizadas pelo Movimento Luta de Classes (MLC), que se fizeram presentes também na organização dos trabalhadores em ações anteriores dos teleatendentes.
Além de solicitar nova negociação com as empresas, a Comissão Fica Logado! entregou um relatório com a denúncia de diversas irregularidades.
As principais reivindicações são aumento salarial para R$850,00, que foi determinado como salário mínimo no estado de São Paulo e revisão do vale alimentação para R$13,00. Hoje o valor do vale alimentação para a categoria é de R$5,50.
No mesmo dia a empresa Unitono recebeu a Comissão e as reivindicações foram passadas aos representantes da empresa. Os teleatendentes se mantém em estado de atenção e lutando contra a exploração da categoria.
O edifício inaugurado em 1910, localizado na Rua da Relação com Rua dos Inválidos, no Centro do Rio de Janeiro, foi construído para sediar a Repartição Central de Polícia. Ao longo dos anos, abrigou distintas polícias políticas responsáveis por coibir reações de setores sociais que supostamente pudessem comprometer a “ordem pública”. De 1962 a 1975, funcionou no prédio o Departamento de Ordem Política e Social do Rio de Janeiro (DOPS-RJ), um dos principais órgãos de perseguição política, tortura, morte e desaparecimento forçado de pessoas durante a ditadura civil-militar. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC), o prédio, hoje sob a administração da Polícia Civil, encontra-se em péssimo estado de conservação, com arquivos em deterioração, o que evidencia a destruição e o abandono do poder público para com o patrimônio histórico.
Frente ao inegável atraso do Brasil em matéria de Justiça de Transição, faz-se urgente a destinação do prédio, por parte do governador do estado, para a construção de um espaço comprometido com a memória da resistência e das lutas sociais, e que explicite a relação entre as violações cometidas pelo Estado no passado e no presente, estimulando medidas que impeçam a repetição de tais práticas. É preciso transformar o prédio em um espaço voltado para as políticas de Direitos Humanos, de modo que seja dinâmico e exclusivo, congregando aprodução, guarda e circulação de informações, documentações, acervos, projetos e propostas voltadas ao direito à memória, verdade e justiça. Para isso, os distintos movimentos sociais devem ser atores centrais na construção e gestão deste espaço.
A reparação dos danos causados pelo impacto da violência de Estado no conjunto da sociedade se faz através de medidas concretas, como a criação de suportes de memória, ou seja, a implementação de instrumentos que reivindicam o reconhecimento de um passado deliberadamente soterrado, esquecido e silenciado pelas versões oficiais da história, e contribuem com a formação de princípios éticos para a construção democrática do presente e do futuro. O Estado brasileiro e o governo do Rio de Janeiro têm esta dívida histórica pendente. Tornar público o que ocorreu em tempos sombrios fortalece a cidadania, revigora a democracia e pavimenta um futuro de mais justiça.
No intuito de fazer do prédio do antigo DOPS/RJ um marco na defesa e promoção dos direitos humanos no Rio de Janeiro, queremos a imediata transformação deste em um espaço de memória da resistência e das lutas sociais!
Anistia Internacional Brasil
Associação Nacional dos Anistiados Políticos, Aposentados e Pensionistas (ANAPAP)
Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis (CDDH – Petrópolis)
Centro pela Justiça e o Direito Internacional (CEJIL)
Coletivo RJ Memória, Verdade e Justiça
Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ
Fórum de Reparação e Memória do Rio de Janeiro
Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro
Instituto Augusto Boal
Instituto de Estudos da Religião (ISER)
Justiça Global
Levante Popular da Juventude do Rio de Janeiro
Núcleo de Direitos Humanos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Partido Comunista Revolucionário (PCR)
Unidade de Mobilização Nacional pela Anistia (UMNA)
No mês de novembro, a Prefeitura de Montes Claros encaminhou à Câmara Municipal um projeto de reforma tributária para a cidade. A reforma inclui um aumento da alíquota do IPTU em até 1.041% (mil e quarenta e um por cento) em alguns bairros. O projeto, além de ser encaminhado em regime de urgência, foi elaborado de forma arbitrária pelo prefeito Ruy Muniz (PRB), sem qualquer discussão com a população e com o Poder Legislativo. Além disso, não houve nenhum estudo que demonstrasse a real necessidade do aumento. A justificativa da Prefeitura foi de que, dado o alto índice de inadimplência da população, era preciso aumentar o imposto para “compensar”. Entretanto, sabemos que a inadimplência existe porque o povo mal consegue sobreviver com os baixos salários que recebe.
Acuada com a resistência dos movimentos sociais ao projeto, a bancada governista, blindada pelos seus capangas de atuação semelhante aos antigos jagunços do coronelismo, tentou, por quatro vezes, aprovar o projeto, desencadeando a ocupação da Câmara durante a quarta sessão, no dia 23 de dezembro. Os militantes da União Juventude Rebelião (UJR) foram linha de frete do ato, enfrentando forte repressão.
Mesmo com a violenta reação da Prefeitura, os movimentos sociais não abandonaram a luta e se articularam novamente, dispostos a impedir a imposição do projeto. Após muita luta, a Prefeitura retirou a reforma da pauta.
Mais uma vez, ficou provado que só com organização e luta o povo é capaz de conquistar seus direitos.
Nas últimas duas semanas, a corrupção do governo do AKP (Partido da Justiça e Desenvolvimento) encheu totalmente a agenda política da Turquia.
Na manhã de 17 de dezembro, 80 pessoas foram presas, entre as quais havia filhos de três ministros, também o diretor geral do Halkbank (um banco público) e o prefeito do distrito mais antigo de Istambul chamado Fatih, alguns empresários próximos ao governo, acusados de suborno, requalificação fraudulenta de terrenos através de ordens ilegais de autoridades governamentais, contrabando de ouro, evasão de impostos, etc.
Os Ministros de Indústria, de Urbanização e do Interior cujos filhos foram detidos, também estavam sob acusação. É evidente que os filhos de ministros dirigiam a corrupção em nome de seus pais, ou o faziam juntos. O Ministro da União Européia também é acusado por receber subornos. Enquanto isso, 24 dos detidos o foram pelo tribunal, entre eles há filhos de dois ministros – o do Ministro da Urbanização foi liberado – e o diretor do Halkbank.
O primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, qualificou a operação policial e judicial como um golpe de estado que atenta contra seu governo. Segundo o Primeiro-ministro, a organização religiosa cujo líder é Fethullah Gülen, um líder islâmico (sua organização é conhecido como “Cemaat ou Hizmet/el Serviço” antigamente aliado do governo) tinha dirigido a operação ilegalmente para derrubar o governo, obtendo apoio dos EUA e Israel com acusações falsas.
Rapidamente, o governo deslocou todos os oficiais de polícia implicados na investigação do caso de corrupção a diferentes postos; sob o pretexto de que estavam ligados à organização de Gülen. Cerca de 400 oficiais e chefes de polícia lhes atribuíram posições mais passivas. Por outra lado, desprezaram alguns fiscais e conferiram a outros o trabalho neste caso.
Neste processo diferentemente de anteriores, os meios de comunicação, exceto os jornais e televisões próximos ao AKP, informaram sobre este caso e o público organizou protestos para pedir a demissão imediata dos quatro ministros e a execução da operação judicial contra a corrupção.
Embora nos primeiros dias Erdogan repetisse suas acusações de golpe de estado e afirmasse que não sacrificaria seus ministros, sucumbiu à pressão pública e exigiu a renúncia de três ministros.
Um dos ministros demissionários, o Ministro do Desenvolvimento Urbano, saiu acusando o Primeiro-ministro e “Se o que fiz é ilegal, o Primeiro-ministro também é culpado porque minha assinatura está acompanhada pela sua em todos os documentos”, declarou. Enquanto mais seis deputados saíram do AKP.
O primeiro-ministro Erdogan afirmou que os fiscais e agentes de polícia implicados na investigação deverão informar ao governo e os fiscais e a polícia deverão fazê-lo ao ministro do Interior, a respeito das investigações sobre seu filho.
Entretanto, estas posturas não estão só contra a lógica, mas também contra as leis. Um fiscal responsável por uma investigação secreta não tem que informar a ninguém e é ilegal que a polícia faça quaisquer tipos de comentários sobre a investigação.
Mas, o governo do AKP fez uma mudança no regulamento da Polícia Judicial, obrigando-a a denunciar todas as investigações realizadas aos superiores.
O órgão máximo de representação dos fiscais e dos juízes, HYSK, declarou que a emenda está contra a Constituição e que as investigações dos fiscais não devem sofrer interferências. O Conselho de Estado impediu a aplicação da emenda.
Em sua última declaração, o Primeiro-ministro disse que tudo se trata de um ataque por parte do Movimento de Gülen, porque estão preocupados com o impacto financeiro que teriam diante da tentativa do governo de fechar o setor “dershane” (cursos privados de preparação para os exames de ingresso aos institutos e às universidades, que é um setor grande e muito lucrativo onde o Movimento de Gülen tem muitos negócios).
A relação AKP e o Movimento de Gülen
O Cemaat de Gülen foi sócio do AKP no governo até recentemente. Nos últimos seis anos, através dos meios de comunicação, agentes de polícia e dos fiscais-juízes sob o controle de Gülen, encaminharam operações contra os políticos curdos, organizações de esquerda, contra setores nacionalistas e militares; foram liquidados alguns setores da oposição ao governo. Em troca, os quadros do Movimento Gülen ganharam importantes cargos dentro da burocracia governamental.
O Cemaat é uma operação semi-secreta onde são treinados jovens em idade escolar secundária e universitária em “dershane” e são colocados dentro do sistema como juízes, advogados, militares e agentes de polícia. Eles, em troca de servir a Cemaat atuam em seu próprio interesse quando for necessário.
O chefe do Cemaat, Fethullah Gülen vive nos EUA e há rumores de que trabalha sob o controle da CIA. O Cemaat tem centenas de escolas e de “dershane/cursos privados” na Turquia, Rússia, nos países da Ásia, África e EUA. Algumas de suas escolas na Rússia e na Ásia foram fechadas por acusações de que “abrigam atividades de espionagem a favor dos Estados Unidos”.
A primeira rusga entre o Cemaat e o AKP foi a reunião entre representantes do PKK e da Agência Nacional de Inteligência (MIT) que atuava em nome do governo do AKP em Oslo/Noruega. Isto é considerado contrário à lei e o Subsecretário do MIT foi posto sob investigação.
O Primeiro-ministro, alegando que os oficiais, fiscais e policiais que investigavam pertenciam ao Cemaat, tinham como verdadeiro objetivo o próprio Primeiro-ministro, impediu a investigação modificando a lei do MIT, estabelecendo que para investigar qualquer Secretário é obrigatório ter a autorização do Primeiro-ministro. Em conseqüência, o governo fechou os Tribunais de Foro Especial alegando que estavam sob o controle de Gülen, e trocou os cargos de uma grande quantidade de agentes de polícia. Isto foi seguido por uma ação legal para fechar os cursos privados (dershane), os quais são centros de percepção de poder econômico e de formação dos quadros do Cemaat.
O Cemaat se opôs aos fechamentos e conseguiu que o governo desse um passo atrás, postergando os fechamentos por outros dois anos.
O filho de Erdogan também está na lista da corrupção
Embora a operação começasse em 17 de dezembro, os efeitos ainda se sentem, o Escritório da Fiscalização acionou o botão para uma nova ronda de detenções como parte da investigação. Apesar dos novos chefes da polícia não seguirem as ordens da fiscalização para custódias e registros domiciliários. A polícia do Cemaat já tinha sido substituída pela polícia do AKP.
A desculpa dada pela polícia foi que a operação e a investigação teriam que ser reportadas à superintendente da polícia e ao governador, e era necessário uma permissão assinada por eles.
O fiscal filtrou os detalhes da investigação aos meios de comunicação. Desta vez, o filho do próprio Primeiro-ministro Erdogan também estava na lista de suspeitos. Da mesma forma que na primeira, nesta investigação, estão relacionados políticos do AKP, burocratas e empresários próximos sendo acusados de subornos e corrupção.
Milhares estão nas ruas
Hoje em dia, em muitos distritos e muitas cidades do país, as massas estão nas ruas exigindo a demissão do governo.
O novo ministro do Interior é conhecido por ordenar o brutal ataque realizado pela polícia nas manifestações em Gezi, o ano passado, e nos últimos dias tornou, uma vez mais, a utilizar uma força desproporcional contra as manifestações.
A investigação de corrupção realizada três meses antes das eleições municipais, levou o governo para baixo. O primeiro-ministro está debilitado como “pato manco”. É provável que antes das eleições apareçam mais notícias e investigações sobre a corrupção do governo do AKP, e as dissidências havidas no AKP poderão dar lugar a uma mudança de equilíbrio no parlamento.
Nosso partido e o Partido Democrático dos Povos, a aliança política que nosso partido participa, convocam a opinião pública para exigir a demissão do governo e aumentar a luta por uma mudança verdadeira em marcha ao poder popular.
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