Entre os dias 16 a 30 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (Stiupb) realiza assembleias nas bases da Energisa, empresa concessionária de energia, com o objetivo de definir a pauta de reivindicações da categoria para a Campanha Salarial 2014, cuja data-base é 01 de novembro.
“A ideia é repetir o que fizemos no ano passado, quando mobilizamos os companheiros por até duas horas em diferentes cidades do Estado para participar das discussões. O volume de trabalho da categoria tem crescido e, por isso, é importante que os trabalhadores participem da luta da categoria para garantir e melhorar ainda mais os direitos coletivos. Se, com luta, às vezes, não conseguimos alcançar tudo o que desejamos, imagine se a categoria não se mobilizar, como acontecia nos anos anteriores. Nosso objetivo é defender os interesses dos eletricitários, e temos feito isso com muita coragem, inclusive indo à greve, como na histórica greve de 2012”, afirmou Wilton Maia, presidente do Stiupb.
Nesta greve, os trabalhadores enfrentaram dias e noites nos portões da empresa, lutando para que as reivindicações fossem debatidas, pois, nem isso, a empresa garantia.
Entre as pautas para a Campanha Salarial 2013, estão: reajuste salarial (INPC + 4%); melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR); igualdade nos benefícios entre os funcionários das duas empresas do grupo Energisa (transporte, bonificações, plano de saúde, prêmio no gozo das férias, auxílio creche, etc.).
A ganância do capital financeiro obriga a categoria dos bancários a realizar mais uma greve nacional. A paralisação, aprovada em rodada de assembleias no último dia 12, está prevista para se iniciar neste dia 19 de setembro. Novas assembleias ocorrerão para organizar e avaliar o movimento.
A greve é uma resposta da categoria ao impasse instalado na mesa de negociação devido à intransigência patronal diante das propostas do Comando Nacional do Bancários. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs um reajuste de 6,1% nos salários. O índice, apresentado no dia 05 de setembro, deve ficar abaixo da inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses, que é estimada em 6,22%. Os bancários reivindicam, além da reposição da inflação, aumento real de 5%.
“Vamos paralisar em resposta à provocação dos bancos que fizeram uma proposta sem aumento real, o que é inaceitável diante dos seus lucros gigantescos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e coordenador do Comando Nacional.
O setor financeiro apresentou lucros recordes no primeiro semestre de 2013. Os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander) alcançaram resultados de R$ 29,1 bilhões, ante R$ 24 bilhões no mesmo período do ano passado.
Os representantes dos trabalhadores denunciam também o elevado índice de trabalhadores enfermos devido a uma combinação de acúmulo de trabalho, volume de pressão por metas e déficit de pessoal. Em 2012, mais de 21 mil bancários foram afastados do trabalho, sendo mais da metade por transtornos mentais e doenças como lesão por esforço repetitivo ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/Dort), causados por um ritmo de trabalho estressante e abusivo.
Por isso, os bancários reivindicam mais contratações para melhorar a qualidade do atendimento, com abertura de agências das 9h às 17h, dois turnos de trabalho e jornada diária de cinco horas. Outros itens reivindicados são: piso salarial no valor de R$ 2.860; participação nos lucros ou resultados de três salários-base, mais uma parcela adicional fixa de R$ 5.553,15; e valorização dos vales refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678,00) etc.
Clodoaldo Gomes de Oliveira, da Coordenação Nacional do MLC
Os trabalhadores da MGS (Minas Gerais Administração e Serviço) das Unidades de Atendimento Integradas – UAI, paralisaram as atividades na última sexta feira, dia 13 de setembro, em 12 unidades espalhadas por todo o estado. Esta luta é contra as demissões ilegais de trabalhadores concursados da MGS e também contra a Parceria Público Privada (PPP) que o governo de Minas quer implantar nestas unidades, passando para a iniciativa privada a responsabilidade de fazer as carteiras de identidade, passaportes e outros documentos que todo cidadão é obrigado a possuir.
Paralisação em Curvelo fez ato pela cidade
Organizada pelo Movimento Luta de Classes – MLC, a paralisação atingiu 11 cidades, na maioria das regiões do estado, com a participação de mais de 600 trabalhadores. No sul de Minas a paralisação teve adesão em Poços de Caldas, Lavras e Passos. Na Zona da Mata paralisaram as unidades de Barbacena e Muriaé. Já na região do Alto Parnaíba, próxima ao triângulo mineiro, os trabalhadores da UAI de Patos de Minas também cruzaram os braços. No centro-oeste mineiro paralisaram os trabalhadores de Divinópolis, e na região central do estado o município de Curvelo também aderiu à paralisação. No município de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, também não foi diferente, assim como em Sete Lagoas, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Na capital do estado o movimento também foi forte. Nas maiores regionais de Belo Horizonte, Barreiro e Venda Nova, os trabalhadores das UAI’s não abriram as unidades e foram para o centro da cidade protestar contra a criminosa privatização.
Paralisação em Belo Horizonte, em frente à Praça Sete
Na capital mineira o ato foi unificado no centro da cidade, na porta da maior unidade de atendimento integrado do estado, a UAI da Praça Sete. Com início às 6hs30 da manhã, os representante do Movimento Luta de Classes, com o apoio da Ames-BH (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas) e do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) denunciaram o absurdo de repassar à iniciativa privada um serviço tão elementar ao povo mineiro.
Paralisação em Poços de Caldas
A lógica do governo do PSDB é de PPP’s, assim como já fez no estádio Mineirão, nos presídios e no principal reservatório de abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte – A PPP do Rio Manso. Por isso esta luta está só começando. Os trabalhadores da MGS deram um passo importante na luta contra as demissões e contra as PPP’s, cujo verdadeiro significado já caiu na boca do povo, pois na verdade PPP significa “o Povo Paga o Pato”.
Trabalhadores em Sete Lagoas também cruzaram os braços
Outras e maiores paralisações e mobilizações estão a caminho, os trabalhadores estão decididos a lutar até a vitória!
Viva a luta dos trabalhadores da MGS!
Paralisação na UAI Barreiro (Belo Horizonte)
Renato Campos Amaral Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes
Atingidos de Conceição de Mato Dentro/MG e do Porto do Açu/SJB/RJ, pesquisadores de diversas Instituições de Ensino Superior nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e representantes de Movimentos Sociais realizaram, nos meses de maio e agosto de 2013, o intercâmbio das resistências ao Projeto Minas-Rio, organizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), a Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes e a Associação dos Produtores Rurais e Imóveis Município de São João da Barra – ASPRIM.
O intercâmbio possibilitou a visita dos atingidos do Açu às comunidades atingidas pela mineração em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas e, em um segundo momento, a visita de representantes das comunidades mineiras às comunidades atingidas pelo Porto do Açu e demais estruturas localizadas no 5º Distrito de São João da Barra – Açu/RJ.
Após este intercâmbio, nós, atingidos, pesquisadores e lideranças dos Movimentos Sociais, na defesa da dignidade da pessoa humana, e, em especial, da garantia dos bens essenciais à vida como a água e o território, vimos a público, pela presente, denunciar os seguintes e inaceitáveis danos e violações de direitos ocorridos tanto nos municípios mineiros quanto na região do Norte Fluminense, promovida pelo empreendedor – Anglo American e LLX, – com a participação dos respectivos Governos Estaduais.
• Violação do direito de liberdade de reunião, associação e expressão: durante a realização do intercâmbio, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, os veículos que transportavam os atingidos foram seguidos e monitorados pelos empreendedores;
• Mascaramento dos impactos socioambientais: os danos e impactos ambientais provocados pelo empreendimentonos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro foram subdimensionados ao longo dos processos de licenciamento, fracionados de forma indevida. Não constam dos EIA-RIMAs os impactos conexos mina-mineroduto-porto eos efeitos do empreendimento no estado vizinho do Espírito Santo – área costeira, poluição, óleo, poluição sonora marinha, erosão do solo marinho;
• Degradação dos mananciais e cursos d’água, tornando-osimpróprios para uso humano, desse dentação de animais, a pesca, e para os usos sociais, tais como plantios da agricultura familiar erecreação. No Açu, a gravíssima salinização nas águas e nas terras ameaça transformar o 5o Distrito/SJB e toda a Baixada Campista, em um verdadeiro deserto;
• Não reconhecimento dos Atingidos: em Minas Gerais, empreendedor e Estado se recusam a reconhecer a amplitude do universo de comunidades atingidas, queresta indefinido no licenciamento, apesar da existência de estudo independente realizado para esse fim; no Rio de Janeiro, tampouco são reconhecidas as famílias atingidas pelos impactos gerados pela salinização;
• Violação do direito de propriedade: os atingidos denunciam as pressões e formas diversas de coação a que vem sendo submetidos. Em Minas Gerais, o violento assédio a herdeiros de terras familiares deflagrou processos conflituosos e desagregadores nas famílias,agravados por práticas como intervenções não autorizadas nos terrenos. No Rio de Janeiro, são recorrentes os despejos violentos de agricultores familiares e pescadores, sem indenização e aviso prévios. Em ambos os Estados, o empreendedor derruba cercas, casas, fecha caminhos, finca placas, forçando o abandono das terras, das criações e lavouras.
• Tais pressões inviabilizam o direito à justa negociação e ao tratamento isonômico, conforme critérios transparentes e coletivamente acordados;
• Violação do direito de ire vir – Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, caminhos seculares que interligavam comunidades foram fechados; no Açu, os pescadores se encontram impedidos de acessarem as lagoas e realizarem suas pescas durante a semana;
• Violação dos direitos das comunidades tradicionais em MG e RJ: a reprodução de práticas e modos devida tradicionais foi inviabilizada pelo empreendimento, assim como o acesso e a preservação de bens culturais. Em Minas Gerais, territórios familiares e lugares de memória foram fragmentados ou tornaram-se inacessíveis às comunidades locais; a mineração inviabilizou o turismo cultural. No Rio de Janeiro, conhecimentos tradicionais acumulados pelas famílias no cultivo da restinga foram desconsiderados, e inviabilizou-se a pesca artesanal;
• Violação do direito de proteção à família e aos laços de solidariedade social e comunitária:procedimentos de negociação fundiária obscuros e violentos fragmentam as famílias, enquanto os reassentamentos já realizados não atendem à necessidade de manter os laços de solidariedade preexistentes;
• Violação da dignidade e bem estar de grupos vulneráveis, com direito à proteção especial: idosos vêm sendo alvo de pressão e sujeitados a reassentamentos compulsórios que não permitem a reprodução de seus modos de vida.
Os protestos, as diversas denúncias, as sérias objeções ao ProjetoMinas-Rio, já relatadas em órgãos e audiências públicas e nas instâncias administrativas responsáveis pelos licenciamentos,não têm sido suficientes para barrar a implantação desse empreendimento, que se sustenta pelo uso da violência e pela afronta às leis, aos direitos e à dignidade da pessoa humana.
Chamamos a sociedade brasileira a se indignar com essa situação de arbítrio e a aprofundara solidariedade ativa com os agricultores e pescadores, de modo a impedir a continuaçãode todos esses crimes.
Assinam esta carta:
Atingidos pelo Projeto Minas – Rio; Associação AlternativaTerrazul; Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense –Aduenf.; Associação dos Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra – ASPRIM; Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade – AFES Brigadas Populares; ColetivoMargarida Alves – Assessoria Popular; Comissão Pastoral da Terra – CPT; Comitê Popular de Erradicação do Trabalho Escravo/NF; FASE;Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social; Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas; Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais – GESTA/UFMG; Grupo de Trabalho em Assuntos Agrários – Associação dos Geógrafos Brasileiros/AGB, Seção Rio de Janeiro e Niterói; Grupo Políticas, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade da Federal de Juiz de Fora – PoEMAS/UFJF; Instituto de Estudos Socioecômicos – INESC; Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE; Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA; Laboratório de Cenários Socioambientais da Pontifícia Universidade Católica/PUC Minas Universidade Gerais;Levante Popular da Juventude; Mariana Criola – Centro de Assessoria Popular; Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB; Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; Movimento pelas Serras e Aguas de Minas – MovSAM; Nós Ambiente; Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos da Universidade Federal Fluminense – NERU/UFF;Núcleo de Estudos em Estratégias e Desenvolvimento do Instituto Federal Fluminense – NEED/IFF; Núcleo de Estudos Socioambientais da Universidade Federal Fluminense – NESA/UFF; Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicase Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de janeiro – PPFH/UERJ; Rede Nacional de Advogado/as Populares – RENAP;Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – SIFRAJUPE Sindifisco-PA; Unidospor Conceição – UNICON.
Cerca de 250 militantes do MST bloquearam, a partir das 5 horas da manhã do dia 10 a BR-406, no trecho que liga Natal a Ceará-Mirim.
Entre as reivindicações estava o cancelamento da reintegração de posse do acampamento João Pedro Teixeira localizado as margens da rodovia que liga os municípios de Taipu e Pureza.
Além disso, cobrava maior agilidade do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no processo de vistoria e desapropriação em propriedades improdutivas como o complexo da usina açucareira em Ceará Mirim, as fazendas Terra Nova em Ielmo Marinho, Livramento em Taipu , Pegado em Santa Maria e a conclusão dos processos em que as propriedades já foram vistoriadas.
Segundo o MST a reintegração de posse não tem cabimento, pois o assentamento respeita os limites da rodovia sem invadir a propriedade canavieira. A questão é que o dono da fazenda levantou uma cerca além dos limites para dizer que foi invadido.
Após várias horas a manifestação foi vitoriosa. Com a chegada de representantes do INCRA o MST chegou a um acordo e liberou a via.
Fica claro mais uma vez que a justiça está ao lado dos ricos e do latifúndio e que tudo fará para defender os exploradores. Mas fica claro também que somente através da luta poderemos vencer.
Por requerimento do deputado estadual Waldemar Borges (PSB-PE), a Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco (ALEPE) prestou homenagem, no último dia 10 de setembro, aos dirigentes do Partido Comunista Revolucionário (PCR), heróis da luta contra a Ditadura Militar.
Emmanuel Bezerra dos Santos, Manoel Lisboa de Moura e Manoel Aleixo (assassinados em setembro de 1973, há quarenta anos) receberam homenagem in memoriam através de uma placa da Assembleia Legislativa entregue respectivamente à Gilda de Sousa, diretora do Centro Cultural Manoel Lisboa, Alfredo Lisboa, sobrinho de Manoel Lisboa, e Nathália Lúcia, presidente da União dos Estudantes Secundaristas de Jaboatão dos Guararapes.
Segundo consta nas placas, a ALEPE homenageou-os “pela sua heroica luta contra a Ditadura Militar (1964-1985) e pela democracia e a liberdade no Brasil e no Mundo”. Além disso, os heróis do PCR Amaro Luiz de Carvalho, assassinado em 1971, e Amaro Félix Pereira, assassinado em 1972, foram homenageados na ocasião com a entrega de um buquê de rosas vermelhas pelo seu heroísmo.
A sessão especial, que foi presidida pelo deputado Diogo Moraes (PSB-PE), teve início com o pronunciamento do deputado Waldemar Borges, que resgatou a história dos heróis homenageados, destacando “a fundamental contribuição de todos que lutaram contra a Ditadura para que fosse conquistada a liberdade e a democracia que vivemos hoje”, justificando, portanto, a importância da cerimônia.
Quando foi entoada a Internacional Comunista, todos os presentes se puseram de pé, formando um imenso coral de cerca de 200 vozes, que ocuparam os lugares de honra e as galerias da Casa Joaquim Nabuco.
Convidado a prestar depoimento, o ex-preso político, historiador e publicitário José Nivaldo Júnior, emocionado, lembrou que convivera com Manoel Lisboa, de quem foi amigo. Nivaldo descreveu o momento em que viu Manoel nas dependências do DOI-Codi, no IV Exército do Recife, enquanto ambos estiveram sequestrados: “Manoel foi barbaramente torturado, mas nada disse aos seus algozes”. Segundo ele, “Manoel é um exemplo para todos esses jovens de hoje. Devemos seguir o seu exemplo de um homem íntegro, corajoso, dedicado à causa da humanidade. Sonho com o dia em que todas as sessões desta Casa terão início com a Internacional Socialista”.
Marcelo Santa Cruz, vereador de Olinda pelo Partido dos Trabalhadores, lembrou que Manoel Lisboa, Manoel Aleixo, Amaro Félix, Amaro Luiz de Carvalho e Emmanuel Bezerra lutaram contra a ditadura “da mesma forma que lutou David Capistrano, que foi deputado desta Casa. Por isso, não pode haver mais justa homenagem, porque esta Assembleia Legislativa também foi palco do enfrentamento contra a Ditadura”. Marcelo lembrou ainda outros nomes aos quais também se estendiam as homenagens nas pessoas dos heróis mencionados neste ato de hoje. Santa Cruz encerrou seu discurso de punho erguido dizendo que “os heróis que lutaram contra a Ditadura e foram assassinados estão presentes!”.
Convidado para prestar seu depoimento, o deputado Anísio Maia (PT), da Assembleia Legislativa da Paraíba, lembrou que seu último encontro com Manoel Lisboa foi às vésperas de sua prisão, e lembrou que Manoel Lisboa “era uma pessoa humana extraordinária, sensível… lembro que ele gostava de uma música de Raul Seixas (“Mosca na Sopa”). Até hoje, eu me lembro dele quando escuto essa música. Era uma pessoa alegre, uma liderança natural. Hoje, quando eu vejo um político corrupto, eu penso como nós precisamos de mais políticos como Manoel!”.
Aos depoimentos, seguiu-se a canção “Pesadelo”, de autoria de Maurício Tapajós e Paulo Cezar Pinheiro, executada por Cayto (voz e violão), onde a letra fala: “Olha eu de novo, perturbando a paz e exigindo o troco… você me prendeu vivo e eu escapo morto…”.
Marcus Vinícius, presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Pernambuco, declamou o poema “Tu e Eles”, de autoria de Valmir Costa (ex-preso político), sob o pseudônimo de Lucas, e Iany Moraes, estudante de Cinema da Universidade Federal de Pernambuco, declamou “Às Gerações Futuras”, do homenageado Emmanuel Bezerra dos Santos.
Em agradecimento pelas homenagens, Edival Nunes Cajá (ex-preso político, presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa e membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário), destacou a atualidade das bandeiras defendidas pelos homenageados. “Esses homens lutaram para que não houvesse fome, miséria e exploração. Somente com uma sociedade socialista é possível resolver os problemas da humanidade. Graças à luta desses e de tantos outros foi possível derrotar a Ditadura. É muito importante essas novas gerações aqui presentes saberem que foi possível derrotar a Ditadura Militar graças à dedicação desses homens. Devemos nos mirar nesses exemplos para avançar a luta”.
Ao longo da sessão, também foi exibido um vídeo com a trajetória e a biografia dos homenageados. Estiveram presentes delegações de todas as regiões do Estado de Pernambuco e importantes lideranças sindicais, como os presidentes dos sindicatos de construção civil de Caruaru (Henrique Ramos), dos trabalhadores na indústria da borracha (Geraldo Soares), dos trabalhadores da indústria de calçados de Carpina e Região (Antônio Teobaldo Filho), o ex-presidente da CUT-PE, Carlos Padilha, além de Samuel Timóteo, coordenador nacional do Movimento Luta de Classes (MLC) e Rafael Freire, presidente do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e diretor da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
Lideranças estudantis organizadas pela União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe) e pela União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) também compareceram e dividiram as galerias da Casa com lideranças populares da Central de Movimentos Populares de Pernambuco (CMP-PE) e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Vários membros do Comitê Pernambucano pela Memória, Verdade e Justiça (CMVJ-PE) estiveram presentes, como Rodrigo Deodato (coordenador do Gabinete de Apoio Jurídico às Organizações Populares – GAJOP), Anacleto Julião (filho de Francisco Julião), Amparo Araújo (fundadora do Movimento Tortura Nunca Mais) e o promotor de Justiça do Ministério Público Estadual Westei Conde, todos do CMVJ-PE.
De acordo com a Comissão da Verdade de São Paulo, os militantes Manoel Lisboa de Moura e Emmanuel Bezerra dos Santos, ambos do Partido Comunista Revolucionário, foram torturados pelo Exército e enterrados como indigentes, em um cemitério da capital paulista.
Eles decidiram se acorrentar dentro da empresa para protestar e buscar uma negociação justa visando a transferência para a Cemig Distribuição
Em nota, os trabalhadores da Cemig Serviços, que organizaram a mobilização, pedem aos companheiros eletricitários apoio e solidariedade ao movimento, que é justo e legítimo. Confira a nota:
Nós, aprovados e selecionados por meio de concurso público, fomos todos demitidos da Cemig S. A empresa foi criada em 2008 e chegou a ter mais de 200 eletricitários, com o objetivo de realizar a fatura, leitura e entrega de contas de energia aos consumidores. Em 2013 a empresa foi fechada, com a demissão de todos os concursados.
Pedimos a todos os trabalhadores solidariedade em nossa luta em defesa de nossos empregos. Nosso objetivo com essa ação é abrir o diálogo com o governador Anastasia para sermos reconduzidos para a Cemig Distribuição.
Além da mobilização, também buscamos nossos direitos na Justiça do Trabalho. O Ministério Público do Trabalho (MPT), com base em depoimentos, denúncias e reivindicações que fizemos, apresentou uma ação civil pública à Justiça do Trabalho. O MPT pede que os demitidos sejam reaproveitados na Cemig D, com a mesma alegação: eles fizeram concurso público, obtiveram o direito de trabalhar na Cemig e como manda a Constituição, trabalhadores da administração direta e indireta não podem ser demitidos arbitrariamente.
Lutas e perspectivas dos diversos setores dos trabalhadores frente à crise
O capitalismo, em nível mundial, atravessa uma das mais profundas crises de sua história, fazendo recair sobre as costas dos trabalhadores o seu peso: demissões massivas, ataques generalizados aos sindicatos, cortes nos benefícios sociais, legalização de terceirizações, repressão e prisão de ativistas e dirigentes sindicais; tudo para impor suas medidas reacionárias.
Mas os trabalhadores e o conjunto dos povos desenvolvem a luta para deter esta ofensiva. Como parte da organização e unidade necessárias do conjunto dos trabalhadores da América Latina e do Caribe para compartilhar experiências, aprofundar nossas lutas e a tarefas internacionalistas e deter a ofensiva dos capitalistas e seus governos, vêm desenvolvendo um sindicalismo de classe na luta por nossa emancipação.
Nos dias 04, 05 e 06 de outubro de 2013, será realizado, na Cidade do México, o IX Encontro Latino-Americano e Caribenho de Sindicalistas, com o tema geral “Lutas e perspectivas dos diversos setores dos trabalhadores frente à crise”, com os subtemas: reformas trabalhistas, migrantes, jovens trabalhadores, mulheres trabalhadoras e privatizações.
Este encontro, ante a ofensiva da classe dominante e seus governos contra os trabalhadores é uma necessidade, no sentido de contarmos com uma instância de debate para a classe trabalhadora e os trabalhadores em nível continental, que possibilite discutir os problemas, as dificuldades e, ao mesmo tempo, as tarefas que temos para enfrentar a política neoliberal em cada um dos nossos países, emanada pelo imperialismo e aplicadas pelos diferentes governos burgueses, responsáveis pela miséria e a pobreza a que são submetidos a classe operária e os povos da América e do mundo.
Comitê Preparatório Internacional: União Geral de Trabalhadores do Equador (UGTE); Movimento Luta de Classes (MLC – Brasil); Coletivo Sindical Guillermo Marín (Colômbia); Movimento de Trabalhadores Independentes (MTI – República Dominicana); Movimento Gayones (Venezuela); Batalha Operária (Haiti); Coordenação Caribenha e Latino-Americana de Porto Rico; México: Aliança de Ferroviários do México, Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Nacional Autônoma do México (STUNAM), Coordenação Nacional de Trabalhadores da Educação, Sindicato Independente Democrático de Trabalhadores do Metrô, Movimento Nacional Petroleiro (UGTM), Sindicato Democrático de Trabalhadores da PGDF, Movimento Nacional Petroleiro Artigo 27, Sindicato Livre de Trabalhadores do Metrô, Sindicato Democrático do Heroico Corpo de Bombeiros, Grupo de Economia do Trabalho da Faculdade de Economia da UNAM, Movimento de Trabalhadores Revolucionários, União Geral de Trabalhadores do México, União de Trabalhadores Eventuais Industriais, Liga Sindicalista de Operários da Construção, Sindicato Único de Distribuidores de Bares e Cervejarias de San Blas Atempa, Sindicato Único de Trabalhadores do Serviço do Aglomerado Ricardo Flores Magon, Sindicato Único de Trabalhadores do Serviço de Hiperfiltração de Oaxaca Sergio Barrios, União de Trabalhadores do Serviço do Estado Brigadas Móveis, Coalizão de Agentes de Limpeza Urbana da Cidade de Oaxaca, Movimento Nacional Organizado “Aqui Estamos”, Frente Popular Revolucionária (FPR), Partido Comunista do México (marxista-leninista) (PC de M (m-l))
“Meninas e bonecas”. É assim que um grupo de garotas se apresenta pra pelada. Depois de serem expulsas da rua, ela retornam pro campinho improvisado e ocupam a pequena área. Roteiro e direção de Anderson Lima.
O Estado de Pernambuco foi condenado pela 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a pagar uma quantia de R$ 100 mil por danos morais a Maria das Dores Gomes da Silva (ex-mulher do dirigente do PCR Amaro Luiz de Carvalho), por ter sido presa, estuprada e torturada durante a Ditadura Militar, no Recife. O valor ainda deve ser acrescido de juros e correção monetária, além de outros R$ 2 mil referentes ao pagamento das custas e honorários advocatícios.
Maria das Dores ficou presa durante 22 dias, depois de ter sido detida ilegalmente por agentes da Polícia em novembro de 1969, de acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Em 24 de agosto de 1971, ela voltou a ser presa pelo Departamento de Ordem Política e Social da Secretaria de Segurança Pública (DOPS) para prestar depoimento sobre a morte do seu marido. “Ela foi presa na época da repressão, foi estuprada na delegacia, fizeram miséria com ela. Ela era uma pessoa humilde, do campo, e estava como ativista fazendo companhia ao marido”, afirmou o advogado de Maria das Dores, Antônio Ferreira da Costa Neto. Ele acrescenta que a causa da morte de Amaro pode ter sido por envenenamento, enquanto também esteve preso.
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