O 19⁰ Grito dos excluídos foi construído em Natal a partir da constituição do Fórum Potiguar de Lutas. Diversos partidos de esquerda, entidades e movimentos sociais participam deste fórum e foram responsáveis pela organização das últimas manifestações realizadas no RN.
Por conta das mobilizações e com medo de protestos as chamadas autoridades diminuíram o percurso do desfile militar e retiraram os estudantes das escolas que tradicionalmente participavam dos desfiles do 7 de setembro.
A concentração do ato aconteceu às 9 horas da manhã do dia 7 de setembro em frente a catedral da cidade. Em seguida a passeata seguiu em direção a praça cívica, local do desfile, com cerca de 800 pessoas.
Entre falas e palavras de ordem as denuncias sobre a submissão do nosso país frente aos grandes monopólios, do domínio dos grandes bancos, pagamentos da dívida pública e dos leilões do petróleo deram o tom do ato. Também foram lembrados os companheiros e companheiras que defendendo a verdadeira independência do país lutaram contra a ditadura militar e por isso foram perseguidos e assassinados pelos lacaios do imperialismo.
Entretanto já próximo de ser encerrado o ato nos deparamos com a verdadeira face das “autoridades”. Como já era de se esperar a ordem não podia ser outra senão a repressão as manifestações como aconteceu em todo país. A polícia avançou sobre os chamados “mascarados” com toda truculência e o conjunto dos participantes do “Grito” agiu no sentido de proteger a todos que estavam construindo a luta e repudiou a repressão.
Mas ao contrário do que pensam os representantes dos ricos e grandes empresários o povo continuará na luta para defender um Brasil que seja realmente livre e soberano. Lutaremos até a vitória sobre o imperialismo que escraviza os povos e promove genocídios em nome de sua ganância sem limites. Lutamos por um Brasil socialista!
Motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife transportam cerca de 2,1 milhões de usuários diariamente. Trabalhando em veículos mal conservados, sem ar condicionado e recebendo baixos salários, a categoria decidiu deflagrar greve no dia 1º de julho, exigindo reajuste de 33% e melhores condições de trabalho.
Apesar do lucro dos empresários, motoristas, fiscais e cobradores recebiam apenas R$ 1.500, R$ 970 e R$ 690, respectivamente. O sindicato dos donos de empresas de ônibus oferecia aumento salarial de apenas 3%. Revoltados com a direção do seu sindicato de classe, que aceitou a proposta patronal contra a vontade da categoria, os trabalhadores resolveram entrar em greve por conta própria.
“A deflagração da greve foi por conta do percentual que os patrões passaram pra gente: eles só queriam dar 3%. Eles ficaram irredutíveis. Como o presidente do sindicato está mais para patrão do que para trabalhador, a categoria se rebelou e formou uma oposição para mostrar que não estava mais aceitando essa situação. A greve se prolongou porque eles não cederam nada”, declarou Edmilton Carneiro, 50 anos, trabalhador rodoviário.
No dia 2 de julho, o pleno do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) decretou a ilegalidade do movimento grevista e determinou a volta dos profissionais ao trabalho. Por 11 votos a três, os desembargadores (que têm salário inicial em torno de R$ 21 mil) determinaram reajuste de 7% para os rodoviários, que passariam a ter piso salarial de R$ 1.605 (motorista), R$ 1.037 (fiscal) e R$ 738 (cobrador).
Mas a decisão do Judiciário não satisfez os trabalhadores. Segundo Aldo Lima, 29 anos, líder da greve e membro da oposição rodoviária ligada à CSP-Conlutas, “a classe chegou a um limite; por motivo de tanta revolta, a classe passou por cima da decisão judicial”. A categoria manteve o serviço apenas nos horários de pico e, mesmo assim, em menor quantidade.
Como a decisão do TRT não conteve a mobilização, os patrões acionaram o Governo do Estado, que mandou 800 policiais para as ruas com o objetivo de reprimir as manifestações de protesto organizadas pelos motoristas, fiscais e cobradores.
A greve só teve fim cinco dias após o seu início, com a celebração de um acordo, no qual o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) se comprometeu a não demitir ou punir os grevistas nem descontar os dias parados. Porém, “a luta permanece até que o sindicato seja devolvido a toda a classe trabalhadora”, declarou Lima.
Além dos baixos salários e da forte pressão que sofrem para atingir as metas estabelecidas pelas empresas, os trabalhadores de telemarketing são vítimas de doenças ocupacionais físicas e emocionais. Cansados de tanta opressão, exploração e baixos salários, os funcionários da Contax, no Recife, uma gigante do setor de telemarketing do Brasil, aderiram ao chamado das Centrais Sindicais e do Sindicato dos Operadores de Telemarketing de Pernambuco (Sintelmarketing-PE) para a realização de um Dia Nacional de Luta da Classe Trabalhadora, convocado para 11 de julho, embalados pelas manifestações ocorridas durante todo o mês de junho pela juventude.
Cerca de duas mil pessoas se juntaram ao sindicato e muitas aderiram à greve, que teve início às 09h. Indignados com a forma como são tratados diariamente na empresa, os trabalhadores gritaram palavras de ordem e pintaram cartazes, como “Chega de suspensão. Não somos escravos”, “Trabalhador na rua. A culpa é do patrão” e “Abaixo a ditadura da Contax”.
Por telefone, os trabalhadores em greve receberam a saudação do companheiro Reneo Augusto, diretor do Sinttel-RJ, cuja mensagem em “viva-voz” foi amplificada com um megafone: “Os companheiros podem contar com a gente aqui no Rio de Janeiro para enfrentar a classe dos patrões que só visa ao lucro… Parabéns pela mobilização e pela greve!”, declarou.
O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, esteve na frente da empresa, onde os trabalhadores estavam reunidos em assembleia, e declarou: “Essa categoria é muito explorada, recebe baixos salários e sofre muita pressão dos supervisores. A CUT declara total apoio aos trabalhadores que lutam contra a exploração e os baixos salários”.
Mesmo com as ameaças de suspensão e até demissão realizadas por alguns supervisores, os trabalhadores não se deixaram intimidar e continuaram na luta. “Hoje foi meu último dia na Contax, e pela primeira vez me orgulhei de alguns trabalhadores. Lutamos, e hoje a Contax não lucrou nas nossas costas! Parabéns a todos que resistiram à pressão dos supervisores e coordenadores e parabéns ao Sintelmarketing-PE pelo movimento legítimo e pacífico que foi realizado hoje em frente ao Site Santo Amaro!” – comentou a trabalhadora Patrícia Naiara, após a greve.
De lá, os trabalhadores partiram, às 14h, em passeata até a Praça do Derby, região central do Recife, onde se juntaram aos demais sindicatos para o ato do Dia Nacional de Luta. Sem se dispersar, o grupo continuou até a sede da Assembleia Legislativa, na Rua da Aurora. O funcionário Thomas Zuckermann também participou do ato e comentou: “Eu estava e amei; esse sindicato de fato representa os trabalhadores”.
Mas a luta não para por aí. O Sintelmarketing promete continuar batalhando pelo direito dos operadores: “Esta greve é só o começo. Isto mostra a força do trabalhador e a necessidade de lutar pelos nossos direitos”, afirmou o presidente do sindicato, Thiago Santos.
O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff não foi o início: desde que começaram as especulações a respeito da “importação” de médicos (primeiro cubanos, depois de outros países)se iniciaram as polêmicas. O Conselho Federal de Medicina foi o primeiro a se pronunciar. A grande mídia conservadora veio logo em seguida. Muito foi falado, mas nada foi dito. Os argumentos (falhos) mudaram com o tempo para tentar responder os contra-argumentos:
1. “Não faltam médicos, falta estrutura.”
Segundo dados divulgados por jornais, revistas e blogs, isto é uma meia-verdade, pois, além de faltar estrutura, faltam sim médicos. Principalmente quando se analisa a má distribuição dos médicos no território: diferenças gritantes entre regiões, capitais e cidades do interior, centros e periferias, e até mesmo entre os serviços básicos e de ponta (estes últimos predominantemente privados).
A revista Carta Capital, por exemplo, mostra que o mapa de distribuição de médicos por mil habitantes mostra que, no Brasil, essa taxa é de apenas 1,8, enquanto em países como Portugal e Espanha esses valores são de 3,9 e 4, respectivamente; Cuba tem 6,4. Ainda comparando as regiões brasileiras, o panorama se torna mais grave quando se nota a diferença drástica entre o Rio de Janeiro, com uma taxa de 3,44 médicos por mil habitantes, e o Maranhão, com apenas 0,58 (Carta Capital, 17/07/13). Com dados como esses, fica difícil sustentar a afirmação de que não faltam médicos.
É fato também que os serviços públicos carecem de estrutura física, e isso se torna mais gritante nos postos de saúde das localidades mais distantes das capitais. Porém,no nosso País ainda há índices alarmantes de mortalidade infantil por diarreia e desnutrição, doenças que não necessitam de muita estrutura ou acesso a procedimentos sofisticados para seu diagnóstico.
2. “Não é possível garantir a qualidade dos médicos estrangeiros.”
Achar que médicos de fora não são aptos a exercer a medicina no Brasil é julgar que temos o melhor ensino do mundo. Isso é, de longe, uma mentira. Vários países têm uma medicina bem mais avançada que a nossa, a exemplo de Cuba.
Os cubanos são referência internacional de sistema de saúde (apesar do embargo econômico), tanto no campo da atenção básica quanto no tratamento de alta tecnologia. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão da ONU, reconheceu a eficiência e eficácia da saúde cubana. Cuba possui a taxa de mortalidade infantil mais baixa das Américas, com 4,9 mortes por mil nascidos vivos, inferior à do Canadá e dos Estados Unidos. Isso sem contar o desenvolvimento de novas tecnologias em saúde, como as pesquisas recentes em vacinas contra o câncer de pulmão e hepatite B, além da cura para o Parkinson.
3. “Os médicos podem vir, mas têm que revalidar o diploma.”
O principal problema desse ponto é: quem atesta a qualidade dos médicos estrangeiros? Como se pode observar, existe um claro conflito de interesses do Conselho Federal de Medicina (CFM) com a vinda de médicos de fora. Isso se observa não só pelas declarações do CFM (que já seria por si só prova clara desse conflito), como também pelo histórico do Revalida (teste realizado pelo Conselho para revalidação do diploma estrangeiro e autorização do exercício da profissão no Brasil): comparado a outros países, inclusive da Europa, o Brasil é o país que menos aprova.
Em artigo publicado no Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em maio deste ano, o médico Pedro Saraiva apresentou dados comparativos entre os exames de revalidação de diplomas daqui e de Portugal. “Na última leva, 60 médicos cubanos prestaram exame e 44 foram aprovados (73,3%). Fui procurar dados do Revalida, exame brasileiro para médicos estrangeiros e descobri que, no ano de 2012, de 182 médicos cubanos inscritos, apenas 20 foram aprovados (10,9%). Há algo estranho em tamanha dissociação. Será que estamos avaliando corretamente os médicos estrangeiros?”, escreveu Saraiva. Ele completa dizendo que, se o importante é a qualidade dos médicos que exercem atividade no País, seria justo que os profissionais formados no Brasil também passassem por esse exame (Cebes, 12/05/13).
A experiência venezuelana
Em 2008, um grupo de estudantes brasileiros da pós-graduação em saúde coletiva desenvolveu um trabalho sobre o sistema de saúde venezuelano, resgatando sua história. O resultado foi publicado no livro “Atenção primária em saúde na Venezuela: Misión Barrio Adentro I”.
Chamado Misión Barrio Adentro (MBA), o programa criado no governo bolivariano de Hugo Chávez tinha como objetivo reestruturar a saúde no País, com a implantação de um sistema público nacional, universal e gratuito que contemplasse a população. Uma das primeiras medidas do programa foi a parceria com Cuba para a contratação de médicos que pudessem ocupar os postos vagos nas regiões mais carentes da Venezuela, onde os médicos nacionais não queriam trabalhar.
Com a criação de um novo sistema de saúde, foi realizada, em 2003, uma chamada aos profissionais para assumir o novo programa do governo. Dos 50 médicos e médicas inscritos, 30 se negaram a entrar nos bairros, alegando que esse trabalho era muito perigoso. A parceria Cuba-Venezuela foi assinada em 2004 e entre as cláusulas do contrato havia uma segundo a qual Cuba disponibilizaria 15 mil profissionais médicos para atuar no MBA e contribuir com a formação de médicos venezuelanos para o setor.
A reação dos médicos, através da Federação Médica Venezuelana e dos meios de informação, foi de repúdio à decisão do governo, com ações que pretendiam impedir a concretização da parceria e até mesmo convencer a população de que tal medida seria prejudicial ao povo. A Federação Médica espalhou a informação de que os médicos cubanos não eram capacitados. Na prática, porém, o que se deu foi o aumento da cobertura de assistência médica, ações de prevenção de doença e melhoria nos índices de saúde da população mais carente. Os números mostraram que o MBA contribuiu para o descongestionamento em 30% das emergências dos hospitais públicos, através do impulso à atenção básica preventiva. Também houve redução da taxa de mortalidade infantil.
O real problema
Com todos esses elementos, seria muito fácil, então, criticar a categoria dos médicospor corporativismo e ganância, analisando que sua postura como entidade é a de manter o quadro atual de falta de médicos para garantir a manutenção de ofertas de emprego com salários cada vez mais altos. Essa, porém, é uma visão limitada do problema.
Existe, porém, gente muito mais poderosa por trás das tentativas de barrar o fortalecimento do SUS, que lucra alto fazendo da saúde humana um negócio:os capitalistas dos planos de saúde e da indústria farmacêutica. Para esse grupo, que ocupa cargos no governo e na mídia, é mais interessante que o SUS e, principalmente, a atenção básica, não avancem e se mantenham nesse patamar de sucateamento.
É preciso expandir o debate da saúde para outras áreas, pois esta sofre influência direta da economia e da política. Não se pode falar em sucesso de um sistema público de saúde, de caráter universal e equitativo, sem prever medidas de socialização dos recursos (ao menos na área da assistência à saúde) e estatização total dos serviços. Enquanto isso, precisamos apoiar as ações que visem a reduzir as desigualdades sociais tão presentes em nosso dia a dia.
Ludmila Outtes,
enfermeira e militante do Movimento Luta de Classes
Cansados de sofrer com as péssimas condições de moradia e com o preço dos aluguéis, cerca de 30 famílias organizadas pelo Movimento Social Via do Trabalho (MSVT) ocuparam, no dia 27 de maio, um terreno de 50 hectares no bairro da Santa Lúcia, região do Tabuleiro, parte alta da cidade de Maceió, capital alagoana.
Rapidamente a notícia se espalhou pelos bairros vizinhos e, ainda na primeira manhã da ocupação, mais de 500 famílias já se apresentavam para integrar a ocupação e lutar por moradia. Segundo Maria Ivone, uma das coordenadoras do MSVT, na primeira semana a ocupação tinha recebido mais mil famílias.
O terreno ocupado é de propriedade da Construtora Lima Araújo, estava abandonado há mais de 30 anos e servia como local de desmanche de veículos e cemitério clandestino. Mas o juiz Ivan Vasconcelos Brito Júnior, da 1ª Vara Cível da Capital, decidiu atender os interesses da construtora e emitiu uma ordem de reintegração de posse. No dia 18 de julho, a Polícia Militar mobilizou um efetivo de 500 soldados do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para acabar com a ocupação e cumprir o mandado de reintegração. Foram lançadas balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram atiradas de helicópteros contra o povo pobre que organizou a resistência dentro dos barracos onde moravam.
Cerca de 30 pessoas ficaram feridas. A Polícia efetivamente não respeitou ninguém: idosos, crianças e doentes sofreram com a brutal repressão policial. O jovem Yago da Silva Santos, que tem déficit intelectual, foi espancado enquanto chorava e gritava. Também a dona de casa Maria Cícera nos relatou a agressão policial que sofreu: “Eu só pedi para retirar minhas coisas do barraco, quando recebi um tiro de bala de borracha no rosto e desmaiei”.
Entretanto, nem a decisão da Justiça nem a repressão policial conseguiram acabar com a luta das famílias. Logo após a desocupação, as famílias decidiram ocupar o prédio da Eletrobrás para exigir uma resposta do Governo. Em seguida, cerca de 500 famílias ocuparam um novo terreno, entre os bairros de Bebedouro e Fernão Velho, e outras 500 ocuparam dois prédios abandonados do INSS e realizaram uma grande ação de limpeza dos prédios e improvisaram uma cozinha coletiva, onde as refeições são servidas.
Nas visitas que realizamos à ocupação, diversas pessoas nos falaram sobre a realidade social que vivem. Rosicleide Silva, mãe de três filhos, entre eles uma criança de três meses, nos relatou que trabalha como faxineira e seu esposo é auxiliar de pedreiro. Disse que morava de favor na casa da sogra porque não tinha dinheiro para pagar aluguel. “Estou aqui para o que der e vier. Não vou desistir enquanto não conquistar minha casa. Não tenho medo de Polícia, pois não sou criminosa, sou trabalhadora”.
O País inteiro tem acompanhado com atenção as manifestações populares contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Ao longo das últimas semanas, centenas de pessoas têm literalmente tirado o sono do governador, ocupando por diversas vezes a frente do prédio onde mora no Leblon, bairro nobre da Zona Sul carioca, exigindo sua renúncia. O clamor pelo “Fora Cabral” é consequência de anos de um governo marcado pelo autoritarismo e a repressão ao movimento social.
Nos últimos anos, a população do Rio de Janeiro tem sofrido com uma sensível piora dos serviços públicos prestados. A educação, por exemplo, chegou a amargar a 26ª posição no ranking nacional de qualidade (hoje estamos na 16ª colocação), apesar de o Estado ser o segundo mais rico do País. A saúde está um caos e até hospitais foram fechados pelo Governo, a exemplo do Instituto de Assistência dos Servidores do Rio de Janeiro (Iaserj), que atendia funcionários e servidores públicos. Nem mesmo o Museu do Índio, patrimônio histórico e cultural, e os indígenas que o habitavam foram poupados, bem como o Maracanã, o nosso “Maraca”, que foi privatizado e hoje é privilégio de poucos.
A política de segurança pública, tida como a “menina dos olhos” do Governo, na verdade, tem como prioridade as áreas mais valorizadas, onde vivem as classes ricas, reservando às comunidades pobres o crescimento da violência e da repressão policial. De acordo com a OAB/RJ, na comparação com os seis primeiros meses de 2006 e 2007, o Governo registrou menos prisões (-23,6%), menos armas apreendidas (-14,3%) e mais mortes (33,5%) no Rio de Janeiro. A clara opção de classe da política de segurança de Sérgio Cabral é expressa pelo secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que, logo após uma operação policial que deixou 13 mortos nas favelas da Coreia e Taquaral, afirmou que “um tiro em Copacabana é uma coisa; um tiro na favela da Coreia é outra”.
O povo contra Cabral
Por tudo isso, e pelos constantes casos de corrupção e mau uso das verbas públicas, o governador Sérgio Cabral virou o principal alvo das manifestações que têm ocorrido no Rio de Janeiro. A resposta do Governo tem sido constantemente violenta, o que anima ainda mais os manifestantes a continuarem nas ruas e tem jogado cada vez mais a opinião pública contra o governador.
No dia 2 de julho, no complexo de favelas da Maré, mais de três mil pessoas protestaram contra a violência policial que matou 10 moradores durante uma operação do Bope. No dia 11 de julho, após a manifestação do Dia Nacional de Lutas convocado pelas centrais sindicais ser reprimida pela Polícia Militar, mais de duas mil pessoas foram ao Palácio Guanabara, sede do Governo, em repúdio à violência. Novos confrontos aconteceram, e até uma bomba de gás lacrimogêneo foi jogada pela Polícia num hospital. No último dia 22, mais uma manifestação na porta do Governo. Com o papa dentro do palácio, milhares de pessoas protestaram contra os gastos públicos com a Jornada Mundial da Juventude e contra a homofobia. Menos de 20 minutos após a saída do papa, novamente a Polícia Militar desatou uma feroz repressão contra os manifestantes.
Para intimidar as manifestações, o governador Sérgio Cabral chegou a nomear uma Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (Ceiv), com poderes de quebrar os sigilos telefônicos e de internet dos “suspeitos” sem autorização judicial. Imediatamente entidades defensoras dos direitos humanos reagiram contra esta medida ilegal e fascista e conseguiram derrubar o decreto.
O povo tem ido às ruas exigir mais direitos; está cansado de toda essa violência e quer soluções verdadeiras. Exige o fim da atual política de segurança pública, que garante paz aos ricos e morte, terror e violência aos pobres; exige uma educação e saúde de qualidade, bem como transportes públicos decentes, o fim da corrupção, da privatização do Maracanã e o arquivamento de todos os processos contra os manifestantes.
A Comissão da Verdade Rubens Paiva, da Assembleia Legislativa de São Paulo, que vem sendo reconhecida como uma das mais atuantes do País, realizou reunião com seu Conselho Consultivo, no dia 17 de julho, para avaliar o andamento dos trabalhos e perspectivas para o próximo período.
O Conselho foi formado em fevereiro deste ano e conta com 55 membros de vários setores da sociedade, como juristas e militantes dos direitos humanos, com objetivo de garantir um maior acompanhamento e orientação dos trabalhos. Esta iniciativa pioneira motivou a Comissão Nacional da Verdade a criar também um Conselho Consultivo, mas esta proposta ainda não foi concretizada.
Durante a reunião, a Comissão paulista apresentou um breve balanço das atividades realizadas até agora. Foram 56 Audiência Públicas, onde foram tratados os casos de 67 mortos e desaparecidos. Oito audiências temáticas, um seminário de quase duas semanas dedicado aos filhos e filhas de militantes atingidos pela Ditadura e diversas coletas de testemunhos de mulheres e homens sobreviventes da repressão. Destacou-se a publicação da Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos do Caso Araguaia, produzida pela Comissão, e o debate realizado sobre o tema, onde foi apresentada uma moção convocando a realização de uma campanha nacional pela punição aos torturadores.
“Muitas pessoas têm-nos procurado para fazer debates sobre a revisão ou reinterpretação da Lei da Anistia. Pessoas que nunca tiveram acesso a este nosso mundo querem saber e discutir o próximo passo. Os jovens, vereadores, estudantes, professores querem saber se é possível e como deve ser o caminho para punir os torturadores. Devemos ter um acúmulo de como pode e deve ser este passo. Eu acho que mesmo que haja iniciativas institucionais e parlamentares neste sentido, elas não sobrevivem sem um movimento popular articulado”, afirmou o deputado Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão.
Uma das dificuldades enfrentadas para o desenvolvimento dos trabalhos é a falta de acesso a documentos para investigação e obtenção de novas informações sobre os casos. Informou também que a questão de retificação dos atestados de óbitos, reivindicação sempre reiterada pelos familiares de mortos, especialmente dos desaparecidos, está sendo tratada de forma muito morosa pela Comissão Nacional, que, até o momento, conseguiu alterar apenas o atesto de Vladimir Herzog, caso já publicamente reconhecido há muito tempo.
Além de apresentar o calendário das próximas audiências previstas, a Comissão anunciou que está produzindo uma publicação intitulada Verdade e Infância Roubada, idealizada a partir do Seminário realizado, que trará os depoimentos de filhas e filhos de perseguidos políticos.
Várias sugestões foram feitas pelos Conselheiros, que se dispuseram a participar e colaborar mais com a Comissão, entre elas o aprofundamento da discussão em relação à revisão/reinterpretação da Lei da Anistia, a realização de debates sobre a resistência cultural à Ditadura, e também a discussão sobre a violência policial ontem e hoje, trazendo à luz a discussão do genocídio da população, em especial jovem, pobre e negra, que vemos atualmente.
A cidade de São Paulo tem como artéria vital a rede de trens e metrôs. As duas redes transportam por dia cerca de 10 milhões de pessoas. Essa máquina abriga uma série de cartéis que tem como finalidade extrair o máximo de dinheiro à custa do povo paulistano, que é obrigado a utilizar um sistema precário, pequeno, caro, lotado e com elevado tempo de espera.
A denúncia foi feita ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por um ex-funcionário da Siemens e é fruto da competição nas licitações em áreas de manutenção, aquisição de trens e construção de linhas férreas e de metrôs.
No depoimento, o ex-funcionário afirma: “A Siemens, após vencer uma licitação, subcontratava uma empresa, sob seu comando, para simular seus serviços, e partir dela, realizar o pagamento de propina”. Em uma dessas operações, a Siemens repassou R$ 2,8 milhões para MGE (subcontratada) e, desse total,R$ 2,1 milhões repassados a políticos e diretores da CPTM e Metrô.
Entre os receptores são citados Carlos Freyze David, Décio Tambelli e Nelson Scaglioni, respectivamente ex-presidente, ex-diretor e ex-gerente de manutenção do Metrô. Scaglioni está na lista de pagamento da MGE há 10 anos e controla licitações lucrativas como as reformas dos motores de tração do Metrô.
Para essa operação ser “lavada” são utilizados os famigerados paraísos fiscais, por meio de empresas offshores (o termo significa “pirata”) de lobistas. Eles fecham contratos com a Siemens e as porcentagens do dinheiro público são reservadas para desvio destinados aos lobistas, políticos do PSDB e diretores das empresas de transportes.
Alstom, Bombardier, CAF, Siemens, TTrans e Mitsui organizaram as licitações através de um sistema de rotatividade dos ganhadores das licitações, e a empresa ganhadora subcontrata a derrotada.
A Rede Globo, mais uma vez, nada divulgou sobre esse caso de corrupção, mostrando que tem preferência política pelos partidos tradicionais da direita no Brasil. Os mesmos que apoiaram a Ditadura Militar fascista.
Esta denúncia reforçam os argumentos de que a corrupção na verdade é um meio importante da imposição do poder econômico da burguesia sobre os interesses do povo. Não adiantará reforma política ou pessoas de bem se não for mudado por completo o atual sistema econômico.
Nos últimos dias, pudemos ver e presenciar em muitas partes do Brasil e do mundo manifestações de povos insatisfeitos com o atual regime econômico. O jornal A Verdade vem ressaltando muito bem a luta do povo brasileiro contra a corrupção e os gastos públicos com estádios de futebol, que depois da Copa vão virar grandes elefantes brancos.
Sem dúvida, as brigadas realizadas e a venda individual das últimas edições de A Verdade, com as matérias publicadas especificamente voltadas contra este sistema falido vêm me ajudando com a certeza de que a minha opção de comunista está cada vez mais forte.
Com cota de 30, 40, 50 jornais por mês, tento passar para os meus companheiros de trabalho que não é só o valor de vender por apenas R$ 1, mas sim de mostrar que somente a luta do povo é que vai derrubar essa burguesia e que a melhor forma de se governar o País é construir um governo revolucionário dos trabalhadores, o socialismo.
Nas brigadas do bairro, com agitação e propaganda, A Verdade é bem aceito, pois ninguém dirá ao povo o porquê da sua miséria e, sendo assim, cabe a nós, companheiros, levar informação para o povo oprimido.
Sem dúvida, o jornal A Verdade é a maior é melhor forma do PCR se aproximar do povo.
Eu leio e divulgo A Verdade.
Wiliam Rodrigues Siqueira, São Bernardo do Campo-SP
A arbitrária prisão de cinco militantes de movimentos sociais que participaram das manifestações que tiveram início em junho pela Polícia do Rio de Janeiro, a mesma que sequestrou e desapareceu com o pedreiro Amarildo, que ocorreram segundo a polícia, por três deles serem “administradores da página Black Bloc RJ no Facebook”, não foi um caso isolado.
Durante as manifestações de 7 de setembro, cerca de 80 pessoas foram presas no Rio de Janeiro; 50 em Fortaleza; 40 em Brasília; 33 em São Paulo; 21 em Florianópolis; 31 em Recife e 30 em Belo Horizonte, além de outras dezenas de prisões em várias cidades, totalizando 525 presos, revelam uma escalada da repressão no país com o objetivo de calar a voz das ruas e impedir que o povo siga lutando por seus direitos e exigindo mudanças no país.
Não bastasse, essas prisões se somam aos sequestros relâmpagos ocorridos em Pernambuco, ao aumento da vigilância na internet, às bombas, balas e cães jogados contra os manifestantes e provocando centenas de feridos. Mais uma vez, os governos tratam a luta dos trabalhadores e da juventude como um caso de polícia e criminalizam protestos sociais.
Mas, como deixaram claro as milhares de pessoas que foram às ruas participar do Grito dos Excluídos não conseguirão. O povo não está mais disposto a aceitar passivamente a injustiça social, a exploração e a violência policial de um injusto sistema econômico e politico que exclui a imensa maioria da população e beneficia apenas uma minoria de ricos.
Conclamamos os sindicatos dos trabalhadores, as entidades estudantis e todos os movimentos sociais a continuarem nas ruas repudiando a repressão e exigindo o respeito à liberdade de expressão e de organização.
Anistia para todos os presos e perseguidos políticos desde o início das manifestações de Junho!
Fim da perseguição aos movimentos sociais e ao patrulhamento político na Internet!
Responsabilização de Sérgio Cabral e seu governo pelo desaparecimento do pedreiro Amarildo! Fora Cabral!
União da Juventude Rebelião (UJR) Partido Comunista Revolucionário (PCR)
Entusiasmados e convictos da necessidade da luta revolucionária contra este sistema injusto, desumano e arcaico e firmes na defesa da construção de uma sociedade justa e igualitária, o socialismo, sessenta militantes, simpatizantes e aliados do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e da União da Juventude Rebelião (UJR), no dia 04 de setembro, em Belém, prestaram uma merecida e calorosa homenagem aos 40 anos de imortalidade dos heróis e fundadores do PCR que foram presos, torturados e assassinados pela ditadura militar quando lutavam contra o fascismo, pelas liberdades democráticas e por uma revolução socialista em nosso país.
O ato no Auditório da Biblioteca do IFPA teve início com a apresentação do vídeo “Os nossos heróis” que presta uma justa homenagem aos companheiros Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra, Manoel Aleixo e Amaro Felix. Em seguida, Jaqueline Lopes e Rodrigo Brito, militantes da UJR, homenagearam Manoel Lisboa apresentando a poesia Tu e Eles. Dando continuidade ao Ato, Matheus Tavares, militante do PCR convidou para compor a mesa Fernanda Lopes, dirigente do PCR, Edmilson Rodrigues, deputado estadual do PSOL, Dermi Azevedo, jornalista, ex-preso político e militante do PCR no inicio dos anos 70, Carlos Dávila, Consul da Venezuela, Amanda Paiva representando o Levante Popular da Juventude e Raquel Brício, da coordenação nacional da UJR.
Fernanda Lopes iniciou o ato ressaltando a importante contribuição política e ideológica deixada pelos companheiros fundadores do PCR para que hoje tenhamos o Partido organizado em 16 estados do Brasil mantendo de pé a bandeira da revolução e do socialismo. Em seguida, Edmilson Rodrigues, do PSol, destacou a importância da realização de atos que resgatem a história e os ideais revolucionários daqueles que tombaram na luta por uma sociedade socialista, como os companheiros fundadores do PCR e também citou o exemplo do histórico comunista Sá Pereira que, nos últimos anos de sua vida, militou nas fileiras do PCR. Dando continuidade ao ato, Amanda Paiva ressaltou duas características que ela considera importantes no PCR: a defesa intransigente dos princípios do marxismo-leninismo durante os seus 47 anos de existência e a dedicação ao trabalho de formação junto à juventude e a mulher. Depois, Dermi Azevedo emocionado lembrou momentos que conviveu com Emmanuel Bezerra e Manoel Lisboa, os quais transmitiam com segurança e tranquilidade a justeza da luta revolucionária e a certeza da vitória do socialismo. Carlos Dávila saudou a militância do PCR e afirmou que a luta pelo socialismo tem avançado em toda parte do mundo, em especial na América Latina. Para finalizar, Raquel Brício convocou a juventude a seguir o exemplo dos heróis do PCR que doaram suas vidas na luta contra as injustiças sociais e pela construção de mundo justo, fraterno e solidário. Após cada discurso, o auditório gritava palavras de ordem como: “Grande Revolucionário que nasceu em Alagoas, fundou o nosso Partido, Viva Manoel Lisboa” e “Jovem camponês, mulher e operário seu Partido é Comunista Revolucionário”
Em seguida, militantes da UJR entraram no palco segurando as fotos e falando o nome: Manoel Lisboa, Amaro Luiz de Carvalho, Emmanuel Bezerra, Emanuel Aleixo e Amaro Felix e em coro o plenário respondia: Presente! Agora e sempre!
Finalizada a primeira parte do ato, Altenir Santos, representando o Partido Comunista Revolucionário, apresentou O Programa do PCR para a Revolução Socialista Brasileira como resultado de debates e estudos coletivos a luz teoria marxista leninista, que é dedicado a memória dos heróis e fundadores do Partido e traz uma análise profunda do processo de desenvolvimento da sociedade brasileira e suas principais contradições que só poderão ser resolvidas com a derrubada violenta do sistema capitalista e a instalação de um governo revolucionário dos trabalhadores. Depois do lançamento, Fernanda Lopes cantou a música Pra não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré, sendo acompanhada por todo o auditório. o Ato foi encerrado com todos de pé cantando o hino da Internacional comunista.
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