No último dia 3 de março, dez lutadores sociais equatorianos, todos eles estudantes ou trabalhadores comuns, foram presos pela polícia, acusados de “terrorismo”, “subversão” e “atentado contra a segurança do Estado”.
Alberto Merchán, Royce Gómez, Javier Estupiñán, Enrique Zambrano, Abigaíl Heras, Santiago Gallegos, Hugo Vinueza, Andrés Castro, Elizabeth Tapia e Cristina Campaña estão detidos no Centro de Detenção Provisória e na Prisão Feminina, em Quito.
Os advogados de defesa negam as acusações e desafiam o presidente Rafael Correa a provar os supostos crimes cometidos pelos dez presos políticos. “Que ele mostre as armas encontradas com estes jovens, os explosivos ou os elementos para fabricar este tipo de bombas, se é que existem”, desafiou o advogado Gonzalo Realpe, que também afirmou que tudo não passa de uma farsa planejada pela polícia a mando do governo. “É uma farsa. Esses rapazes e moças afirmam que a polícia plantou panfletos e documentos como provas para incriminá-los, mas eles nunca viram esse material antes”, disse.
Em comunicado à imprensa, os familiares dos presos políticos afirmam estar “profundamente preocupados, não só por nossos familiares injustamente detidos, como também por todos os equatorianos que, ao que parece, estão submetidos a um Estado de medo, impedidos de pensar, opinar, reunir-se livremente e preocupar-se com os problemas do país”. E continuam: “Expressamos nossa decisão de não calar ante esta arbitrariedade, que busca encontrar bodes expiatórios para os interesses políticos do governo, que, longe de abrir os canais de diálogo correspondentes à insatisfação dos equatorianos, violenta os direitos humanos de profissionais e jovens estudiosos que demonstram diariamente sua alta condição humana e seu elevado compromisso com a pátria”.
No comunicado, as famílias dos militantes detidos também perguntam ao presidente Correa os motivos para a ação da polícia: “Perguntamos ao senhor presidente da Républica se significa um delito de desastabilização do Estado uma reunião cujo objetivo é encontrar explicações para a atual situação do Equador? Ou se é crime analisar documentos que qualquer pessoa pode encontrar nas ruas ou na internet, e que fazem parte do direito à livre expressão que supomos ter em nosso país?”.
Nos últimos anos, os trabalhadores e a juventude equatoriana vêm sofrendo com a crescente repressão e perseguição aos protestos sociais por parte do governo de Rafael Correa, que traiu o programa popular e progressista com que foi eleito e passou a defender os interesses da oligarquia equatoriana e do imperialismo, apesar de manter um discurso de esquerda e “revolucionário”, tudo isso para enganar e confundir a população.
De fato, no Equador aumenta enormemente a carestia de vida, o desemprego, o sucateamento da saúde, o analfabetismo, a pobreza e a perseguição ao movimento social e popular, como prova a prisão do estudante Marcelo Rivera, ex-presidente da Federação dos Estudantes Universitários do Equador, há 24 meses detido sob acusação de “terrorismo”. O governo, para calar a voz do povo, impede a liberdade de expressão, de organização, de reunião e mobilização; sataniza, persegue e prende todos os que pensam diferentemente dele. Atualmente, existem mais de 450 processos contra dirigentes sociais e mais de uma dezena de presos políticos.
Um aposentado grego se matou com um tiro na cabeça na manhã da última quarta-feira (04) em plena Praça Syntagma, em frente ao parlamento grego.
Cerca de mil pessoas se reuniram em volta do local no qual Dimitris Christoulas, um aposentado farmacêutico de 77 anos, pôs fim à sua vida. Segundo a nota de suicídio deixada por Christoulas, ele foi levado a essa escolha devido ao desespero causado por problemas financeiros relacionados à crise capitalista.
Kostas Lourantos, presidente da Associação Attica de Farmacêuticos, da qual Christoulas foi associado, disse: “A forma que ele escolheu para se matar foi uma escolha política. Se ele tivesse se matado em casa não haveria tanto rebuliço, como não houve para os 1.900 suicídios anteriores.”
O suicídio ocorreu pouco antes das 9hs da manhã, período em que a praça estava movimentada. Christoulas morreu com um único tiro na cabeça, debaixo de uma árvore. A polícia isolou o local e o corpo foi recolhido por volta das 9hs30min para o Hospital Evangelismos. O aposentado deixou uma mulher e uma filha.
Várias lideranças políticas comentaram sobre o caso. Antonis Samaras, chefe da Nova Democracia, afirmou que “a morte não é apenas morrer, mas é também viver em desespero, sem esperanças.”
Dimitris Zafiriadis, porta-voz da Aliança Democrática, afirmou que “este fato é revelador do desespero a que está submetido um amplo setor da população grega, que vê seu estilo de vida ser violentamente alterado.”
Segundo Panos Kamenos, líder dos Gregos Independentes, “não era este homem que devia ter se matado. Ao contrário, deveriam ter sido aqueles políticos que levaram a Grécia a esta situação.”
Reproduzimos abaixo a nota de suicídio deixada por Dimitris Christoulas, e logo após um vídeo com cenas de um protesto em resposta à sua morte.
Nota de suicídio de Dimitris Christoulas
O governo de ocupação Tsolakoglou* literalmente reduziu a nada minha capacidade de sobrevivência, a qual dependia de uma respeitável pensão que, por 35 anos, eu sozinho (sem nenhuma contribuição do estado) paguei. Pelo fato de estar em uma idade na qual eu não mais tenho o poder de resistir ativamente (apesar de eu não poder estar à frente, se algum grego pegasse uma Kalashnikov** eu seria o segundo a fazê-lo) eu não vejo outra solução para um fim digno antes de chegar ao ponto de ter que procurar comida no lixo para me alimentar. Acredito que os jovens sem futuro irão um dia pegar em armas e enforcarão os traidores nacionais de cabeça para baixo na Praça da Constituição, assim como os italianos enforcaram Mussolini em 1945.
Notas
* Referência ao primeiro governo colaboracionista na Grécia ocupada durante a II Guerra Mundial. A comparação tem sido amplamente interpretada como uma comparação com o governo atual de Lucas Papademos.
** Outro nome dado ao rifle AK-47
Esta nota deixa claro que grande parcela da culpa de mais este suicídio pode ser atribuída à esquerda revisionista grega, a qual não oferece uma perspectiva revolucionária socialista como saída definitiva da crise do capitalismo. No entanto, Dimitris Christoulas morreu acreditando que a juventude um dia pegará em armas. E ele faria o mesmo se houvesse uma vanguarda que o fizesse agora.
Moradores da Zona Leste de São Paulo, organizados pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), ocupam terreno vazio e publicam carta aberta à população, a qual reproduzimos abaixo.
Carta Aberta à população
Hoje, dia 31 de março, nós, moradores dos bairros Jd. Santa Rita, Jd. São Vicente, Jd.Santa Terezinha e região, organizados pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) e pela Associação Comunitária Olga Benário, ocupamos um terreno que há anos estava vazio.
Tomamos a decisão de não mais nos calar frente a injustiça que este terreno abandonado representa e demos voz e ação ao clamor de comunidade local. Decidimos não mais aceitar o descaso que o governo tem com nosso povo.
Localizados na periferia da Zona Leste de São Paulo, nossos bairros carecem de equipamentos públicos que garantam uma vida digna para nossa população. Saúde de qualidade, segurança, transporte digno e também locais e atividades de lazer e cultura que são artigos de “luxo” nesta sociedade, isso é, inacessíveis a população pobre.
Segundo a Constituição, toda propriedade deve cumprir uma função social. Um terreno que permanece vazio acarreta grandes prejuízos a comunidade, servindo como moradia de ratos, depósito de lixo e a mercê da especulação imobiliária. Portanto não é somente injusto, mas também ilegal deixar um espaço como este abandonado.
No entanto, sabemos que na realidade, a lei não é igual para todos, os ricos proprietários de terra e patrões sempre são favorecidos. Não concordamos com essa situação acreditamos que é possível vivermos em uma sociedade diferente, num país justo e igual para todos.
Moradores da Ocupação Chico Pinto, organizados pelo MLB, ocuparam a Prefeitura Municipal de Feira de Santana no último dia 28 pela manhã. Os manifestantes cobraram a aceleração da regularização do terreno ocupado pelos sem-teto desde 7 de fevereiro de 2009.
O processo de doação na prefeitura está parado há mais de um ano e o governo municipal sempre coloca um desculpa nova para os atrasos na efetivação do acordo feito com o MLB de doar a área ocupada.
Os moradores enfrentaram forte resistência da Guarda Municipal que, entretanto, não foi capaz de conter a disposição e combatividade dos sem-teto que ocuparam o prédio da Prefeitura por toda manhã.
Numa atite absurda, o governo municipal bloqueou o acesso aos banheiros e a entrada de mantimentos, tentando desmobilizar a ocupação do prédio. A estratégia não deu certo e os manifestantes resistiram.
Por volta das 13h, o governo municipal resolver negociar e entregou o termo de anuência à coordenação do MLB, além de acelerar a doação do terreno com a marcação de reuniões com a equipe da Secretaria de Planejamento.
Agora, já podemos dar entrada no processo de financiamento das casas, dando mais um passo na realização do sonho da moradia digna.
Só conquista, quem luta!
Diversas manifestações são esperadas para o próximo dia 7 de abril em todo o território russo, as quais devem reunir aproximadamente 2 milhões de pessoas contra uma possível presença da OTAN no país.
Organizada pelo Partido Comunista Russo (KPRF), o centro desses protestos será a cidade de Ulyanovsk, antiga Simbirsk, localizada às margens do rio Volga, onde nasceu o revolucionário Lênin (cujo nome original era Ulyanov).
O governo russo pode permitir que seja instalada na cidade uma base de trânsito da OTAN que teria como objetivo dar apoio logístico às atividades bélico-imperialistas da organização no Afeganistão.
“A OTAN não passará. Eles não tem o direito de estarem aqui – simplesmente não há necessidade disso”, afirmou Gennady Zyuganov, líder do KPRF e candidato a presidente da Rússia nas últimas eleições. Zyuganov também acusa o presidente eleito, Vladimir Putin, de estar comprando dos EUA o reconhecimento das fraudulentas eleições de 4 de março através deste “presente”.
Os comunistas acreditam que a presença de uma base militar estrangeira no centro do país representaria um risco à segurança nacional. Além disso, a população teme que a área de trânsito livre abra um canal para o tráfico de drogas do Afeganistão para a Rússia.
A produção de drogas no Afeganistão subiu dramaticamente após a invasão estadunidense do país, sendo a Rússia um dos países mais afetados, tendo seu consumo de heroína aumentado vertiginosamente desde então. Estima-se que 90% da heroína consumida na Rússia provenha do Afeganistão, tendo como rotas as ex-repúblicas socialistas soviéticas da Ásia Central.
Cerca de 200 estudantes da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Campus de Patos interditaram a PB 110 durante a manhã desta segunda-feira, dia 02. Os estudantes, na grande maioria do curso de odontologia, alegam falta de estrutura para aulas práticas através da clínica escola de odontologia. A manifestação começou por volta das 07:00 h. e permaneceu até ás 10:00 h. O portão da Universidade foi fechado e proibida a entrada de estudantes, funcionários e professores.
O presidente do Diretório Central dos Estudantes – DCE – UFCG, Edísio Leite compareceu a atividade e confessou aos presentes que a manifestação que está acontecendo no Campus de Patos é uma luta de toda a UFCG: “A nossa luta é por uma universidade que atenda aos interesses da sociedade. A falta de conclusão da Clínica Escola de Odontologia é um desrespeito aos estudantes e mostra a precariedade que a universidade está enfrentando pela falta de recursos e má gestão das autoridades”, confessou Edísio.
Estudantes do Curso de Medicina Veterinária presentes a manifestação também denunciaram a falta de material no Hospital Veterinário e nos laboratórios da UFCG – Campus Patos. O professor Edísio Azevedo relatou que os problemas na universidade têm consequências devido ao uma política implantada pelo governo federal que teve a adesão da reitoria da UFCG de forma incondicional. “Esse Campus não pode ficar brincando de formar profissionais. Sem ter uma clínica, sem ter um hospital veterinário que funcione, sem ter laboratórios. É preciso cobrar dessa diretoria e dessa reitoria o que eles disseram que iam fazer e não fizeram”, relatou professor Edísio.
Em contato com a imprensa, o diretor do Campus da UFCG em Patos, professor Paulo Bastos relatou que tudo que está ao alcance da direção e da reitoria tem sido feito. O problema, segundo o diretor, foi que a 1ª empresa responsável pela obra não cumpriu o acordo firmado e que a segunda contratada tem tido problemas nos prazos de entrega. O professor Paulo Bastos não definiu data para que a obra seja concluída.
João Paulo, estudante de odontologia, relatou que as manifestações vão continuar até que a reitoria defina prazos e cumpra, pois os que foram acordados nenhum foi cumprido.
O professor Mauro Célio leciona filosofia no Colégio Estadual Leopoldina da Silveira, localizado na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e foi afastado após receber um processo por ter ajudado os estudantes a realizarem um ato pela climatização no colégio. No processo consta que o professor promoveu “movimentos revolucionários”, assim como diziam os militares no período da ditadura. Consta também que o educador teria colocado a vida dos alunos em risco, o que foi negado pelos responsáveis dos estudantes, que não foram chamados para dar seu depoimento.
Alguns depoentes não presenciaram o que aconteceu, tendo um deles, inclusive ameaçado uma representante da AERJ de “ir até as últimas consequências”, após ato realizado no colégio pelo retorno do professor.
Há também grande perseguição aos estudantes, questionamentos, e intimidações são frequentes no colégio. A mesma perseguição política que sofre o professor hoje sofrem todos os seus alunos e os representantes do movimento estudantil que verdadeiramente lutam por uma escola pública de qualidade e democrática.
Cerca de 100 estudantes ocuparam o Conselho Universitário da UFMG no último dia 14 e impediram a primeira reunião do ano do conselho, reunião que tinha como pauta a aprovação da privatização do Hospital das Clínicas (Hospital Universitário) e o aumento do restaurante universitário em 50%.
A reitoria da UFMG, sem nenhuma discussão com a comunidade e sob pressão do governo federal, propôs a assinatura de um acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), com o argumento de que ou a UFMG privatiza seu Hospital Universitário, aceitando uma empresa de direito privado para gerí-lo, ou não receberá mais recursos da União para resolver os problemas do hospital. A EBSERH é uma empresa pública de direito privado para realizar a administração e gestão dos HU’s, prestação de serviços médico-hospitalares e de ensino, pesquisa e extensão para as Universidades, contratação de funcionários e aplicação de metas se desempenho desconectada da qualidade na atenção à saúde. A EBSERH significa, na prática, a privatização do maior sistema hospitalar público brasileiro. É uma séria ameaça ao SUS e à autonomia universitária.
Outra questão importante colocada em jogo nessa reunião foi a assistência estudantil!! A reitoria vem tentando desde o ano passado aumentar o preço das refeições do bandejão de R$ 2,50 para R$3,75 e da moradia de R$200,00 para R$265,00, num flagrante ataque aos direitos dos estudantes. No ano passado a administração da UFMG propôs esse aumento e foi com muita luta organizada pela então gestão do DCE VOZ ATIVA que isso não ocorreu. A proposta, porém, voltou para a pauta do Conselho Universitário já na primeira reunião do ano, no mesmo dia da pauta da EBSERH.
Mesmo com a exigência do movimento estudantil e dos técnicos administrativos da universidade em se adiar essa reunião e ampliar o debate na comunidade, a reitoria atropelou todos os pedidos e seguiu com a convocação da reunião. Como os servidores e estudantes juntos representam apenas 30% dos votos no Conselho Universitário, e a intransigência da reitoria da UFMG em não dialogar com a comunidade acadêmica a única saída para os estudantes foi a ocupação do conselho.
Várias lideranças e integrantes de DA’s e CA’s e movimentos organizados na universidade participaram ativamente dessa luta, mobilizando os estudantes para o ato no dia do conselho, organizando a assembleia para decidir os encaminhamentos do movimento até a ocupação. Cerca de 100 estudantes ocuparam o espaço do conselho como única forma de levar nosso posicionamento contra a privatização do HU através do EBSERH e para barrar o aumento dos preços dos serviços de Assistência Estudantil. A ocupação foi vitoriosa conseguindo adiar a pauta da Assistência, e quanto ao EBSERH foi decidido que o Conselho-diretor do HC irá elaborar restrições para o contrato com a EBSERH para uma posterior aprovação do contrato pelo Conselho Universitário, ou seja foi aprovada o Interesse da UFMG em Negociar com a EBSERH.
O movimento estudantil combativo e comprometido com um serviço público de qualidade vai manter preparado e vigilante às políticas de privatização dos serviços da universidade pública e também aos constantes ataques contra os direitos dos estudantes que o governo e a reitoria querem fazer a todo custo. Por isso, a luta continua por uma universidade mais democrática e popular, por mais assistência estudantil e por espaços de debate com toda a comunidade acadêmica para construirmos uma proposta coletiva de solução para nosso Hospital das Clínicas e para garantir uma verdadeira política de assistência estudantil na UFMG.
Isabela Rodrigues Ligeiro Diretora do Centro Acadêmico de Ciência Sociais da UFMG
Um caderno escolar para crianças com a foto de Stalin na capa tem sido alvo de muita polêmica na Rússia. A direita tem tentado pressionar para que o caderno seja tirado de circulação, mas a editora responsável pela publicação se negou a fazê-lo.
Mikhail Fedotov, presidente da Comissão da Sociedade Civil e dos Direitos Humanos, afirmou que as escolas não são lugares para “propaganda política”, tendo sido até o momento o reacionário mais claro e mais incisivo ao mostrar qual o real problema com a foto de Stalin nos cadernos. Os outros direitistas, ao contrário, vem se escondendo por trás dos velhos e caducos discursos sobre as pseudo-milhões-de-mortes pelas quais Stalin seria responsável.
Arseniy Roginskiy, presidente da Sociedade Memorial da Rússia, entidade fundada em 1991, afirmou que os cadernos são “propaganda stalinista” no subconsciente das crianças, quer a editora tenha tido essa intenção ou não.
E a repercussão não ficou apenas na Rússia. Diversos jornais burgueses do exterior, como o inglês The Guardian, ecoaram o fato reproduzindo mitos anticomunistas sobre o período de Stalin.
Leia também:
[intlink id=”4067″ type=”post” target=”_blank”]Biografia de Josef Stalin, o fiel discípulo de Lênin[/intlink]
Esses cadernos são parte de uma série que retrata os 20 maiores russos de todos os tempos. E considerando que em recente pesquisa Stalin foi votado o terceiro russo mais influente de toda a história do país, sua presença na coleção é mais que justificada. A editora afirmou que o caderno tem sido um grande sucesso, e que não vê motivos para interromper sua produção.
No dia 16 de janeiro a Literatura Brasileira perdeu um de seus maiores representantes, o escritor Bartolomeu Campos de Queirós. Autor de poemas e histórias infantis e juvenis, educador, crítico de arte, museógrafo e ensaísta, o renomado e premiado escritor morreu em Belo Horizonte, em decorrência de insuficiência renal. Bartolomeu publicou mais de 40 livros, com grande reconhecimento de público e crítica. Estudioso da filosofia e da estética, utilizou a arte como parte integrante do processo educativo, participando de importantes projetos de leitura no Brasil, como o ProLer e o Biblioteca Nacional, dando conferências e seminários para professores de leitura e literatura. Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado e membro do Conselho Estadual de Cultura, desenvolvendo um importante trabalho para a arte e para a cultura de Minas Gerais, além de ocupar a Cadeira 26 na Academia Mineira de Letras. Um dos mais premiados escritores dos últimos tempos, ele foi agraciado com o Prêmio Cidade de Belo Horizonte; Prêmio Jabuti; Selo de Ouro, da Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil; Diploma de Honra da IBBY, de Londres; Premio Rosa Blanca (Cuba); Quatrième Octagonal (França); Prêmio Nestlé de Literatura; Prêmio Academia Brasileira de Letras, entre muitos outros.
Considerado por alguns como autor infanto-juvenil, sua literatura tocava fortemente indivíduos de todas as idades, com uma escrita extremamente poética, mas também com alto teor político e social, numa análise profunda das questões mais caras ao homem e seu meio: “São antigas as questões que nos afligem: é o medo da morte, do abandono, da perda, do desencontro, da solidão, desejo de amar e ser amado. E, nas pausas estabelecidas entre essas nossas faltas, carregamos grande vocação para a felicidade. O texto literário não nasce desacompanhado destes incômodos que suportamos vida afora. Mas temos o desejo de tratá-los com a elegância que a dignidade da consciência nos confere”.
Em seu livro Onde tem bruxa tem fada…, podemos encontrar claramente uma alegoria do capitalismo, com seus “mágicos” que “faziam coisas incríveis” como “televisão com poeira de guerra/ petróleo com gosto de sangue/ míssil mais feroz que a ambição”, ou que “diziam onde as pessoas deveriam guardar seu dinheiro”, e que ele “crescia, crescia” e “os homens podiam comprar tudo: casa, carro, viagem, roupa, voto, poder, glória, ‘sem entrada e sem mais nada’”. A fada, que veio do céu para “produzir alegrias” na terra, estava desanimada, pois “os mágicos – prometendo o céu e a terra – davam tantas tarefas aos homens que eles não tinham tempo para saber que faltava tempo para a alegria nascer”. Esses mágicos, para “facilitar a produção […] enchiam o coração dos meninos de esperanças. Quando uma esperança começava a morrer eles fabricavam uma nova. A esperança passou a ser uma certa doçura que sossegava a todos”. Quando a fada se oferecia para atender qualquer pedido, as crianças perguntavam “quanto custa, quanto?”. Em certo momento, a fada chega a conclusão de que “o mundo pertence agora aos mágicos e só eles pensam poder modifica-lo”, e compreende “por que era importante, para os mágicos, os meninos terem esperança. A esperança é uma coisa que sempre espera e nada faz”. Com alegorias infantis, o autor faz uma grande crítica ao capitalismo, suas ações perversas e seu enorme aparato de propaganda, que busca difundir falsas esperanças, com o objetivo de manter a inércia da população explorada, além do processo contínuo de mercantilização do homem e de seus sentimentos.
Sua obra intitulada De não em não, também é outro libelo contra o capitalismo. Já na primeira página, o poeta afirma que “Algum dia dividiremos a liberdade em fatias e nos amaremos – sem fome – em absurda alvorada.” O livro conta a história de uma família que, numa noite “dormiam por terra, entre trastes, frio e mais abandono”, e que é assolada por seu algoz, que era a “origem das lágrimas dos meninos. Era a Fome, hóspede previsível. Entrava sem chaves, sem trancas. Surgia sem consentimento, negando trégua ao repouso”. Na casa “só havia o vazio e o resto. A Fome, há muito, andava corroendo tudo”, até a música, a esperança e o tempo. Ela, que era aquecida pelo frio da noite, causava na mãe uma suspeita: “Quanto menos se possui, com mais frequência a Fome nos visita”. “A força dos braços do pai somada aos dias inteiros de trabalho não mais afugentavam a insistência da Fome”. A Fome, inexorável, consumia até as “palavras, frases, orações. Comia letra por letra, deixando a mudez em todas as bocas”. A mãe sabia que a Fome “mata sem piedade, com golpe lento”, por isso tentava atender suas exigências, porque “pelo pavor da Fome devorar a vida, perde-se o limite dos muros”, e também “a Fome não fala, mas exige pela dor”. “Ela é capaz de abraçar uma nação inteira de homens em um mesmo tempo”, pois ela “come por muitos. Com o devorado ela arma grandes banquetes para os seus senhores, generosamente. Em porcelana, linho, cristal, ela serve o resultado do vazio deixado no estômago dos oprimidos”. “Ela está sempre pronta para servir à mesa de seus donos, onde nada falta. Por comerem tanto e sempre, os patronos da Fome nunca experimentaram na carne a crueldade de sua aliada. Eles sabem de sua existência e seus lucros, sem jamais encarná-la”. Só resta aos “meninos […] vencendo as ruas, de porta em porta, de esquina em esquina, de lixo em lixo, de não em não”, continuar “buscando armas para matar a Fome”. Palavras poderosas contra o capitalismo e um de seus principais sustentáculos, a famigerada Fome.
Bartolomeu foi o idealizador do Movimento por um Brasil Literário, criado com o objetivo principal de fazer do Brasil uma sociedade leitora. Considerava a alfabetização como um bem e um direito, e criticava a postura das escolas em relação à literatura, afirmando que “a escola cobra muito caro por aquilo que ela ensina, a literatura só existe e funciona na liberdade”. No manifesto do movimento, ele diz que “É no mundo possível da ficção que o homem se encontra realmente livre para pensar, configurar alternativas, deixar agir a fantasia. Na literatura que, liberto do agir prático e da necessidade, o sujeito viaja por outro mundo possível. Sem preconceitos em sua construção, daí sua possibilidade intrínseca de inclusão, a literatura nos acolhe sem ignorar nossa incompletude”, e que “no texto literário autor e leitor se somam e uma terceira obra, que jamais será editada, se manifesta. A literatura, por dar a voz ao leitor, concorre para a sua autonomia. Outorga-lhe o direito de escolher o seu próprio destino”. Ainda no manifesto, o poeta afirma que “A leitura literária é um direito de todos e que ainda não está escrito. […] afirmando que a literatura, pela sua configuração, acolhe a todos e concorre para o exercício de um pensamento crítico, ágil e inventivo; compreendendo que a metáfora literária abriga as experiências do leitor e não ignora suas singularidades, que as instituições em pauta confirmam como essencial para o País a concretização de tal projeto”. Autor de textos sobre direitos humanos, artigos sobre ética e reflexões sobre diversos ofícios, Bartolomeu defendia a necessidade de um trabalho social com a leitura, reconhecendo-a como uma ferramenta transformadora, em um modelo onde a educação fosse vista como informação e principalmente transformação, contrariando o caráter adestrador e servil do modelo educacional atual, que só atende as demandas do mercado. Defensor da função social e política da leitura – não apenas a literária, mas a leitura do mundo – o poeta via o processo como busca do exercício da criação humana e da liberdade, ressaltando a importância da comunhão e da solidariedade, pois “a beleza é tudo aquilo que você não dá conta de ver sozinho, ela só é completa quando compartilhada”.
Com a morte de Bartolomeu Campos de Queirós, a Literatura Brasileira perde uma de suas vozes mais sensíveis e pessoais, além de um dos artistas mais engajados nas questões políticas e sociais do povo brasileiro. Um indivíduo que lutou pela construção de um novo homem e uma nova sociedade, e buscou promover “os indivíduos a sujeitos e responsáveis pela sua própria humanidade. De consumidores passa-se a investidores na artesania do mundo. Por ser assim, persegue-se uma sociedade em que a qualidade da existência humana é buscada como um bem inalienável”.
Christian Coelho, estudante do curso de Letras da UFMG
No dia 28 de março, mais uma vez os estudantes de Belo Horizonte foram às ruas lutar por seus direitos. Relembrando a data da morte do estudante Edson Luiz Souto, covardemente assassinado pela ditadura, o Dia dos Estudantes em Luta foi comemorado por mais de 500 estudantes, organizados pela Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH (AMES-BH), União da Juventude Rebelião (UJR) e diversos grêmios estudantis, que ocuparam as ruas do centro de BH.
A manifestação exigiu a efetiva implantação do meio-passe para todos os estudantes e o fim da burocracia criada pela prefeitura para impedir que os estudantes tenham acesso ao direito. “Como a prefeitura diz que vai atender os 90 mil estudantes de ensino médio público em Belo Horizonte, sendo que até agora 500 cartões foram feitos. A prefeitura ainda diz para os estudantes que solicitam o meio-passe que o prazo de resposta é de 90 dias. Com 3 meses de falta o estudante é reprovado. Cadê o compromisso com a educação”, cobra Gladson Reis, presidente da AMES-BH.
Os estudantes cobraram também mais investimento na educação pública, com o fim do pagamento da dívida pública. “A luta pelos 10% do PIB para a educação é uma bandeira central, pois hoje menos de 3% do orçamento é investido na área. Mas entregando 45% do orçamento para banqueiros através do pagamento da dívida pública é impossível colocar essa bandeira em prática” afirmou Thamires Duarte, presidente do grêmio do CEFET-MG e coordenadora da FENET.
“É importante darmos essa mostra de combatividade nesse dia 28 de março e relembrarmos a morte de Edson Luis e de vários outros estudantes mortos na ditadura militar porque mesmo com o fim da ditadura ainda é grande a repressão ao movimento estudantil” denunciou Cassio Reis, estudante do Estadual Central, escola em que dois diretores da AMES-BH foram presos a mando da direção por organizarem o movimento estudantil.
A passeata seguiu até a porta da prefeitura e, apesar do nó no transito do centro de BH, teve grande apoio da população de Belo Horizonte.
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