A polícia inglesa, em processo de privatização, anuncia para breve a utilização de novos meios de repressão de manifestações com direito a armas que disparam irritantes químicos.
De acordo com o Centro de Ciência e Tecnologia Aplicadas do Ministério do Interior (CAST), citado pelo jornal The Guardian, as armas que estão na derradeira fase de desenvolvimento irão disparar, em vez de balas de borracha e plástico, projéteis com produtos químicos que afetam a pele dos seres humanos “irritando-a”.
Documentos citados pelo jornal revelam que em consequência da instabilidade social que se vive no país, responsáveis do Ministério do Interior tem realizado “brain stormings” para encontrar novos meios de agredir manifestantes. Trata-se, segundo a mesma fonte, de descobrir “uma tecnologia de nova geração de controle de motins”. A nova arma já tem sigla: Dip – Discriminating Irritant Projectile (Projétil para irritação discriminatória). A designação significa que as perturbações provocadas no organismo humano serão suficientemente profundas e duradouras para serem úteis na caça aos “participantes em distúrbios”. As armas deverão ter um alcance médio de 65 metros.
O CAST fez já a apresentação dos novos projetos à polícia do território ocupado da Irlanda do Norte revelando que resultaram das ideias de técnicos do Ministério do Interior, mas também das empresas privadas produtoras da tecnologia que agora será utilizada.
Os serviços policiais que apresentaram os projetos pediram discrição aos participantes por se tratar de matéria “comercialmente sensível”. Os “brain stormings”, dos quais foram excluídas “ideias estúpidas”, dizem, orientaram-se, segundo os promotores, por criar armas “menos letais”. Entre as discutidas estiveram igualmente os “contra-laser”, as “bombas de som” e emissores de raios térmicos.
Os servidores da saúde do estado de São Paulo decretaram hoje (13) greve por tempo indeterminado. A assembleia da categoria contou com a participação de mais de três mil trabalhadores de todas as regiões do estado, aprovando os seguintes itens de pauta:
1. Aumento real de 26%;
2. Aumento do auxílio alimentação de R$4,00 para R$25,00;
3. Aposentadoria especial;
4.Regulamentação da jornada de 30 horas semanais e revisão da lei complementar 1080/08.
Após a aprovação da greve os trabalhadores seguiram em passeata pelas ruas do centro da capital paulista, denunciando o governo e puxando palavras de ordem como “trabalhador na rua, Geraldo a culpa é sua” e “greve já, para o salário aumentar”. O ato se encerrou nas escadarias da Praça da Sé.
A greve é resultado de anos de insatisfação com os baixos salários e as péssimas condições de vida e de trabalho às quais estão submetidos estes servidores. Os auxiliares de enfermagem, por exemplo, ganham hoje um salário base de R$ 301,20 (menos da metade de um salário mínimo) e mais R$580,00 de gratificações, totalizando R$881,20. Com um salário como este a maioria dos trabalhadores necessita fazer até dez plantões de 24hs por mês para conseguir sobreviver e manter sua família.
Uma outra consequência dos baixos salários é que um grande número de profissionais aprovados em concursos pede demissão antes de completar um ano de serviço. De janeiro a setembro de 2011 cerca de 170 trabalhadores pediram demissão em um único hospital, o IAMSPE (Instituto de Assistência Médica dos Servidores Públicos do Estado). Já no Hospital das Clinicas, um dos mais importantes do estado, o déficit de profissionais chega a quatro mil. Essa situação, por sua vez, aumenta ainda mais a jornada de trabalho nestes hospitais e reduz a qualidade dos serviços oferecidos à população.
As semanas que antecederam a decretação da greve geral da categoria foram de intensa mobilização, contando com a realização de passeatas, assembleias locais e uma greve de 48hs que demonstrou a disposição da categoria de ir à luta pelos seus direitos e de enfrentar o truculento governador do PSDB, Geraldo Alckmin, que se nega a receber os trabalhadores e atender às suas justas reivindicações.
A greve tem sido organizada pelo sindicato estadual da categoria, o Sindsaúde-SP, em conjunto com as associações de cada hospital, organizações que vem desempenhando um importante papel na mobilização da greve. Também o Movimento Luta de Classes (MLC-SP) tem participado ativamente desta luta, buscando fortalecer a unidade dos trabalhadores, acreditando que somente com muita união e com uma firme postura frente aos ataques do governo serão alcançadas vitórias.
“Eu sempre fui o segundo violino”, disse Engels em carta a um amigo (J. Becker), referindo-se à sua importância quanto à elaboração da teoria do socialismo científico. Assim era ele: modesto, simples, sempre disposto a reconhecer o mérito das outras pessoas e a fugir das homenagens.
Com o mesmo nome do pai, Friedrich Engels, filho de Elizabeth Franziska, nasceu no dia 28 de novembro de 1820, em Barmem, reino da Prússia, que depois comporia a Alemanha unificada. Dedicou-se aos estudos, e sempre aluno brilhante, queria cursar Direito e Economia, mas o pai, empresário próspero, tinha outro plano – queria que ele lhe sucedesse nos negócios e, para isso, obrigou-o a deixar a escola.
Acusação terrível, descrição brilhante
Encaminhado para uma fábrica da família em Manchester, Inglaterra, Engels, que já se posicionava a favor da liberdade, contrário à tirania e à opressão, passou a conviver com a realidade dos operários. “Abandonei a sociedade, os banquetes e a champanha da burguesia e dediquei minhas horas livres ao contato com verdadeiros operários, tratando da vida real”. Essa convivência produziu A Situação da Classe Operária na Inglaterra, que “constitui uma terrível acusação contra o capitalismo e a burguesia; é a obra que melhor representa a situação do proletariado contemporâneo […] Nem antes de 1845 nem depois se fez uma descrição tão brilhante e verdadeira dos sofrimentos da classe operária”. (Lênin)
Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico
Na Inglaterra, Engels conheceu o movimento autogestionário, participou de reuniões com Robert Owen, seu maior expoente, e escreveu nos seus jornais, procurando mostrar sempre o posicionamento dos socialistas utópicos franceses, como Saint Simone Charles Fourier, entre outros. Lia muito e simpatizava com os artigos de um jovem alemão, Karl Marx. Este também se entusiasmou ao conhecer um trabalho de Engels, escrito aos 20 anos, intitulado Esboço de Uma Crítica da Economia Política.
Em setembro de 1844, os dois se encontraram em Paris, nascendo uma parceria de importância inigualável para o proletariado de todo o planeta.“…o proletariado europeu tem o direito de afirmar que a sua teoria foi criada por dois cientistas e combatentes cujas relações mútuas superam todas as comoventes lendas antigas acerca da amizade entre os homens”.
O primeiro trabalho conjunto foi A Sagrada Família, denominação irônica que deram a dois filósofos alemães,os irmãos Bauer e seus discípulos. Eles consideravam o proletariado como massa desprovida de espírito crítico. Engels e Marx responderam que o proletariado é que conduz em si o futuro e será o artífice da própria libertação e da libertação de toda a humanidade.
De 1845 a 1847, Engels viveu em Bruxelas e Paris, dedicando-se ao estudo e à militância. Ele e Marx entraram em contato com uma associação secreta denominada Liga dos Comunistas. Os componentes da Liga pediram para que os dois companheiros dessem uma concatenação às idéias esboçadas. Surgiu o célebre Manifesto Comunista, publicado em1848.
Nas Barricadas
Em 1848, estoura uma revolução popular na França, que se espalhou por toda a Europa Ocidental. Marx e Engels voltaram para a Alemanha, dispostos a pegar em armas. Marx foi logo preso e expulso e Engels se engajou, combatendo em quatro batalhas. “Todos que o viram sob o fogo, falam de seu excepcional sangue frio e absoluto desprezo pelo perigo” (Eleanor Marx).
Com a derrota da insurreição, Engels voltou a trabalhar na fábrica do pai em Manchester, para ajudar os exilados, inclusive a família de Marx. “Foi o seu cativeiro egípcio”, dizia Marx, referindo-se à escravização do povo hebreu no Egito relatada pela Bíblia. No tempo livre, dedicava-se ao estudo das ciências da natureza e da sociedade, ao acompanhamento e análise da conjuntura internacional e escrevia para jornais democráticos e de esquerda de vários países.
Engels foi o primeiro teórico socialista a especializar-se em assuntos militares, convencido que era de que o domínio da estratégia e da tática militares seria de vital importância para o sucesso da revolução proletária. Trata do assunto em A Guerra dos Camponeses na Alemanha, O Pó e o Reno (sobre a luta pela unificação da Itália), A Questão Militar na Prússia e O Partido Operário Alemão, e Notas sobre a Guerra, em que analisa a experiência da Comuna de Paris.
Depurando a Internacional
Engels libertou-se do “cativeiro egípcio” no segundo semestre de1870, quando se mudou para Londres e pouco após sua chegada, 4 de setembro, foi eleito para o Conselho Geral da Associação Internacional de Trabalhadores ( I Internacional). A década seguinte foi de intensa luta ideológica. Primeiro, no combate ao anarquismo no interior da Internacional, que culminou com a expulsão dos bakuninistas; a seguir,contra o reformismo liderado por Lassalle no Partido Proletário alemão. No campo do reformismo, E.K. Dühring, professor da Universidade de Berlim lançou a proposta de “um novo comunismo”, que se construiria sem luta de classes. O Anti-Dühring, escrito com a colaboração de Marx, não se limita a responder ao professor. É uma exposição sistemática do materialismo histórico e dialético e apresenta um balanço da evolução das ciências da natureza. Mostra o funcionamento das leis da dialética na natureza e na sociedade.
Todo apoio à Comuna
Março de 1871. O proletariado parisiense toma o poder e convoca a população para construir a nova sociedade, anunciando as primeiras medidas nesse caminho. Algumas províncias se levantam no interior, mas são logo sufocadas. O exército burguês se reorganiza e se alia com seu arquiinimigo até então, os invasores alemães, para retomar o domínio econômico e político. Em maio, depois de heróicos e sangrentos combates, a Comuna é derrotada. Desde o início da luta, Engels interveio no Conselho Geral da Internacional, no sentido de dar todo o apoio aos comuneiros dos quais, muitos, inclusive, eram filiados à organização. O apoio efetivamente aconteceu, tanto no período da luta como depois, com ajuda aos exilados e denúncia em todo o mundo da repressão feroz e do genocídio praticado contra os operários de Paris e suas famílias.
Contribuição Original
Engels deu uma contribuição própria à teoria do socialismo científico, que foi a de estender à natureza a concepção materialista da dialética, uma vez que Marx se dedicou ao ser social. A contribuição engelsiana conferiu ao marxismo o caráter de filosofia, dada a generalização metodológica e teórica, contendo uma concepção de mundo, não apenas da sociedade.
Os seus últimos 12 anos de vida, Engels dedicou-os à edição dos segundo e terceiro volumes de O Capital. Ao morrer, no dia 14 de março de 1883, Karl Marx tinha concluído apenas o I volume. Deixou anotações sem ordem, e Engels, o único capaz de empreendimento tão arrojado, dedicou-se a decifrar a letra do companheiro, apreender a essência do seu pensamento, concatenar as idéias e dar uma estrutura lógica, o mais próxima possível do modo de Marx expressá-las.
Mas não foi a única tarefa que o velho amigo deixou. Engels passou a orientar o movimento operário europeu, respondendo a consultas sobre método, problemas localizados, criticando e estimulando camaradas.
E nunca abandonou a condição de cientista social. A partir das pesquisas antropológicas de H. Morgan, lidas e anotadas por Marx, formulou a teoria marxista do Estado, na obra A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado, cujos pressupostos já estavam em sua obra anterior e na de Marx, mas não de forma sistêmica e embasada na história e na antropologia.
Seu último trabalho (1895) foi o prefácio à reedição de As Lutas de Classe na França, de Karl Marx .Nele, Engels faz considerações sobre o desenvolvimento da luta de classes e situa, pela primeira vez na teoria marxista, a distinção entre guerra de movimento e guerra de posições.
Na amplidão dos mares
No dia 5 de agosto de 1895,vitimado por um câncer no esôfago, falece Engels. Nos seus funerais, Wilhelm Liebknecht, líder operário, discursou: “Nele, teoria e prática se fundiram num todo único”. Presentes, atendendo ao seu pedido, apenas alguns parentes e amigos. Um grupo menor ainda, no qual estava Eleanor, filha caçula de Marx, atendeu a outro desejo, lançando as cinzas do seu cadáver no mar de Eastbourne, a duas milhas da costa.
Um só violino
Segundo Lênin, Engels foi “depois de Marx, o mais notável sábio e mestre do proletariado contemporâneo”. Ele próprio se dizia o “segundo violino”. Na verdade, ambos foram fundadores, construtores do socialismo científico e mestres do proletariado. O seu maior mérito foi demonstrar que o socialismo não é uma invenção de sonhadores, mas “resultado inevitável do desenvolvimento das forças produtivas da sociedade atual”. Mas esse resultado não brota espontaneamente, advindo da luta das classes sociais – burguesia e proletariado – que estão em lados contrários ante as forças produtivas. Uma obra comum. Um só violino a enlevar a orquestra revolucionária do proletariado na senda da emancipação.
Estudantes dos cursos de Química Bacharelado, Química Industrial e Licenciatura em Química das Faculdades Oswaldo Cruz, em São Paulo, fundaram em fevereiro deste ano o Diretório Acadêmico das Químicas.
O processo de fundação começou em novembro do ano passado, com as passagens em sala convocando os estudantes para participarem da diretoria e da assembléia de formação. Cerca de quarenta estudantes estiveram presentes na assembléia que empossou a diretoria que conta hoje com seis alunos destes cursos.
O motivo da mobilização dos estudantes para reviver o movimento estudantil na faculdade é o mesmo que acomete grande parte dos acadêmicos universitários brasileiros: a necessidade de se unir e lutar por melhorias na faculdade e no ensino, além de resgatar o caráter de formação social do estudante como cidadão.
No Brasil, cada vez mais o ensino é encarado como mercadoria. Com isso, cursos tradicionais perdem cada vez mais a sua qualidade e as faculdades tornam-se apenas produtoras de mão-de-obra para empresas e indústrias, deixando de lado o papel principal do ensino que é a evolução social e cognitiva do estudante.
Os estudantes das Faculdades Oswaldo Cruz se tornam, a cada dia, mais conscientes da necessidade de se unirem para garantir que uma das mais tradicionais instituições do país – com 98 anos de história – não traia seu passado de inovação (a faculdade surgiu a partir da escola técnica, onde se formou o primeiro curso de química industrial do Brasil) e não perca sua qualidade que garante há anos o status de melhor curso de farmácia e de ser uma das melhores e mais tradicionais faculdades na área química no país.
Com o DA das Químicas, os estudantes esperam obter mais força perante a diretoria para garantir seus direitos. Prova disso, foi o grande número de estudantes que procuraram a diretoria do DA para manifestar apoio e denunciar os problemas da faculdade como a ausência de uma quadra para prática de esportes e o baixo número de bolsas de estudo. Muitos professores também concederam apoio, mostrando o acerto em fundar o DA e reviver o movimento estudantil na faculdade, que já contou com diretórios acadêmicos que foram extintos após uma greve de estudantes e alunos, conforme relatou uma das professoras.
O próximo passo é mobilizar estudantes dos outros cursos para formar a comissão pro-DCE que garantirá a formação do Diretório Central dos Estudantes ampliando a luta para toda a faculdade.
Lucas Marcelino é militante da UJR e presidente do Diretório Acadêmico das Químicas das Faculdades Oswaldo Cruz.
No início deste mês o governo federal convocou cerca de 200 empresários em Brasília para anunciar um pacote de ajuda para a indústria nacional, no total de R$60,4 bilhões. Esse pacote prevê corte nos impostos para os chamados industriais, diminuição dos juros para empréstimos do BNDES e desonerações pontuais para facilitar este mesmo crédito. O governo angariou elogios das entidades empresariais, ao mesmo tempo que recebeu cobranças de mais “incentivos” dos ávidos burgueses: “São medidas positivas? São. Não me decepcionam, mas também não me impressionam.” disse Paulo Skaf, presidente da FIESP.
Há cerca de dois meses o mesmo governo anunciou cortes de R$ 2 bilhões no orçamento da Educação e de R$ 5 bilhões na Saúde. Para realizar estes cortes, o governo alegou falta de recursos. Ora, se estava faltando dinheiro para saúde e a educação, como se tem R$ 60,4 bilhões para os pobres industriais?
A questão é que todos os anos o governo corta bilhões dos investimentos sociais (educação, saúde, C&T e habitação) para destinar quase metade do orçamento para pagar juros e amortizações da dívida pública e manter a política de superávit primário, recomendada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). Só no ano de 2012 o governo pretende gastar R$ 665 bilhões com o “refinanciamento” da dívida pública. Portanto, para banqueiros e industriais o dinheiro sobra.
Alguns defensores dessa política do governo falam que investir no capital industrial é combater a financeirização da economia. Afinal, os bancos levam a maioria dos recursos do Orçamento federal todos os anos, dizem. Em 2012, garantiram 49,9%. Mas será que existe uma grande contradição esses dois setores capitalistas?
Vejamos: os irmãos Joseph e Moise Safra são conhecidos por serem donos do sexto maior banco brasileiro, o Banco Safra, por isso, são vilões do capital especulativo. Mas ao mesmo tempo, esses dois senhores são também grandes acionistas da Aracruz Celulose S.A. Produtora de papel e responsável por desmatamentos, e por isso são heróis da indústria nacional. Jorge Paulo Lemann, um conhecido banqueiro brasileiro, fundador do Banco Garantia e do Banco GP Investimentos, é também sócio da Tenda Construções e Ferrovia Centro Atlântica. O que falar então de Antônio Ermínio de Moraes? Dono do Grupo Votorantim, que é composto por fábricas de cimento, de Alumínio, e dono do Banco Votorantim? E o que dizer sobre o Bradesco ser um dos acionistas da Vale do Rio Doce?
Poderíamos dar inúmeros outros exemplos, mas estes são suficientes para demonstrar o que o capital industrial brasileiro está profundamente ligado ao capital financeiro.
O fato é que vivemos numa crise econômica que aprofunda as desigualdades sociais e destrói milhões de postos de trabalho no mundo inteiro. Em resposta a isso, a classe trabalhadora vai à luta, como é o caso da construção da Hidroelétrica de Jirau, que já enfrenta sua quinta greve desde o início das obras.
Os governos tem que tomar um lado. Taxar as grandes fortunas, limitar as remessas de lucros ao exterior, congelar preços e aumentar salários são apenas algumas das medidas que um governo com compromisso com o povo deveria adotar. Em resumo, para termos verdadeiramente uma sociedade justa e uma vida digna para todos, só acabando com o capitalismo e construindo uma sociedade onde a economia esteja a favor da vida das pessoas, e não do lucro de poucos: uma sociedade socialista.
Yuri Pires é vice-presidente da UNE e militante da UJR
O Estado da Bahia sofre a maior seca dos últimos 30 anos. A seca já atinge todo semiárido baiano e fez o governo estadual decretar situação de emergência em 196 municípios. Em dezembro do ano passado, eram 29 cidades nessa situação.
Na região de Irecê, a que mais produz feijão no Nordeste, as perdas na lavoura passam de 80%. Há escassez de água até no subsolo. Poços artesianos secaram. Os que ainda funcionam já dão sinais de que também estão se esgotando.
Nos pastos, pouca comida, o capim já secou. O gado está morrendo de fome. O jeito é carregar a palha do milho que o sol não deixou colher. Para maioria das comunidades do sertão, o caminhão pipa é a única fonte. E quem recebe a água que ele traz tem a obrigação de dividir. O trabalhador rural João Souza disse que 40 famílias se abastecem em sua casa, ao todo são 120, 130 pessoas.
Os reservatórios do Estado estão praticamente secos. O de Mirorós, na margem do rio Verde, está com apenas 9% de sua capacidade. A barragem deveria garantir água para 350 mil habitantes do norte da Bahia. A seca compromete a agricultura do semiárido. Duas adutoras estão em construção para tentar levar mais água do São Francisco para as barragens. Mas as obras, fundamentais para 750 mil pessoas, só devem ficar prontas no fim do ano. Enquanto a água não chega, Exército, municípios e Estado abastecem os flagelados com carros-pipas.
O ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra foi a Salvador e assinou um convênio de R$ 168 milhões para que sejam construídos 1.240 sistemas de abastecimento de água até 2013. Cerca de cem serão feitos em regime emergencial. O governo federal liberou R$ 10 milhões para contratação de carros-pipas e cestas básicas.
Com a falta de chuvas e o período de seca agravaram o aparecimento de focos de calor no estado e os incêndios florestais. A seca que atinge o interior da Bahia tem provocado focos de incêndio na vegetação. Em Campos de São João, no município de Palmeiras, na região da Chapada Diamantina, o fogo que atingia a vegetação desde a do dia 5 de abril, mas só foi controlado quatro dias depois.
Diante desses fatos, quem mais sofre é a população pobre que está sendo castigada pela seca, no total 2,3 milhões de pessoas, pois, os prejuízos maiores ocorrem nas pequenas lavouras de subsistência e de agricultura familiar.
A dívida soberana espanhola atingiu no final de 2011 o valor de 1,775 bilhões de euros, correspondente a 164,5 por cento do PIB, porcentagem que corresponde à que produziu as cruéis intervenções de austeridade na Grécia. Os dados foram divulgados pelo Banco da Espanha no mesmo dia em que o governo de Rajoy anunciou mais cortes de despesas pública, atingindo a saúde pública e a educação.
A relação entre a dívida soberana e o PIB na Espanha é das mais altas do mundo. As normas da União Europeia estabelecem uma dívida externa máxima de 60 por cento do PIB; quando se iniciou a intervenção na Grécia a dívida grega era de 120 por cento do PIB, verificando-se que a política de austeridade adotada a fez subir em menos de dois anos para quase 170 do PIB. O governo direitista de Rajoy, em associação com a senhora Merkel e a Comissão Europeia, segue essa mesma política na Espanha, que poderá significar um desempregado a cada quatro espanhóis no fim deste ano. A dívida espanhola é sobretudo externa; só 16 por cento correspondem a dívida pública.
Na segunda-feira, o governo de Mariano Rajoy anunciou novos cortes no valor de 10 bilhões de euros na saúde pública e na educação. Apesar do anúncio do aprofundamento da austeridade, os juros da dívida espanhola continuam a aumentar, provocando o que a comunicação social qualifica como “a desconfiança dos mercados”. O mesmo acontece com as dívidas da Itália e da Grécia, revelando estas situações o fracasso contínuo das políticas de austeridade.
Mariano Rajoy anunciou já cortes de despesas em três etapas: a primeira de 16 bilhões de euros; a segunda de 40 bilhões; e agora a terceira, de 10 bilhões, sem dar mais explicações.
Entretanto, a revista Europa Laica anunciou recentemente que o Estado Espanhol, que a Constituição proclama laico, contribui anualmente com cerca de 10 bilhões de euros para a Igreja Católica, verba equivalente à terceira fatia de cortes incidindo sobre saúde e educação. Os gastos do Estado com a casa real, segundo informações desta instituição, atingem 16 bilhões de euros anuais, correspondentes ao valor da primeira fatia de cortes.
“…Assim como Darwin descobriu a lei do desenvolvimento da natureza orgânica, Marx descobriu a lei do desenvolvimento da natureza humana […] Marx descobriu também a lei específica que move o atual modo de produção capitalista e a sociedade burguesa criada por ele”. Mas ele não se contentava com os estudos,com as brilhantes conclusões a que chegava como resultado de suas investigações. O que considerava a verdadeira missão de sua vida? “…Marx era, acima de tudo, um revolucionário. Cooperar para a derrubada da sociedade capitalista, contribuir para a emancipação do proletariado. A luta era seu elemento.” (Engels, discurso no túmulo de Marx em 17/3/1883).
O interesse pelo estudo, pela pesquisa, para entender os fenômenos em sua essência e não apenas em sua aparência, acompanhou desde a mais tenra idade Karl Einrich Marx, que nasceu em Treves (Prússia, Alemanha) no dia 5 de maio de1818. O pai, Einrich Marx e a mãe, Henriqueta Pressburg eram de origem judaica. Os primeiros estudos foram no Liceude Treves, mas ele não se limitava aos ensinamentos da escola. Freqüentava a casa de Ludwig de Westafalen, funcionário do governo prussiano e homem de vasta cultura. Outro fator também atraía o garoto: uma bela menina, Jenny, filha do sábio amigo e também muito interessada em beber na fonte do conhecimento. Com ela, Marx casar-se-ia aos 26 anos e viveria a vida inteira.
Em 1835, foi para a Universidade de Bonn mas logo se transferiu para a de Berlim,“centro de toda cultura e de toda a verdade”, como a classificava o filósofo Hegel. Foi nela que depois de muito estudo, muita reflexão, se tornou um jovem hegeliano. Marx dedicou-se ao estudo da filosofia, do direito, da história, da geografia e expressava essa ânsia de saber nas cartas ao pai e em poesias.
Abandonou cedo os estudos de Direito para aprofundar os conhecimentos filosóficos e obteve o título de doutor em1841. Tentou uma vaga de livre docente,mas as universidades prussianas não simpatizavam com livres pensadores.
A oportunidade de trabalho surgiu quando um grupo de liberais da Renânia fundou um jornal, a Gazeta Renana e convidou os jovens hegelianos para a redação. Constatou então que para escrever sobre questões da atualidade, como as teorias do socialismo francês e as questões agrárias da Renânia, não bastava o saber filosófico, tornando-se necessário estudar a fundo a Economia Política e o Socialismo.
Os estudos da economia política e do socialismo levaram Marx a romper com a visão hegeliana e aderir ao comunismo. Em outubro de 1843, morando em Paris com Jenny, com quem se casara em setembro daquele ano, escreveu em Anais Franco-alemães, publicação que dirigiu: “…O sistema de lucro e do comércio, da propriedade privada e da exploração do homem, acarreta no seio da sociedade atual, um dilaceramento que o antigo sistema é incapaz de curar porque ele não cria nem cura, mas apenas existe e goza”.
Anais Franco-alemães publicou um trabalho intitulado Esboço de uma Crítica da Economia Política, que Max classificou de genial. Era de autoria de Friedrich Engels, que por sua vez acompanhava com admiração os escritos de Marx. Os dois se encontraram em Paris em setembro de 1844, ocasião em que nasceu uma amizade e uma parceria ímpares e fundamentais para a elaboração da teoria do socialismo científico (Sobre Engels,veja A Verdade nº 47).
Até ser expulso da França em 1845, a pedido do governo prussiano, Marx conviveu com os operários, conheceu seus movimentos, os socialistas utópicos e teóricos como Proudhon, com quem estabeleceu uma polêmica.
Proudhon escreveu A Filosofia da Miséria, obra em que criticava os utópicos, que pretendiam construir uma nova ordem social “sobre os sentimentos paradisíacos de fraternidade, de amor, de abnegação”. Propunha ação concreta, mediante a criação de grupos de produção autônomos, que trocariam entre si os produtos criados por eles, prescindindo da moeda e estabelecendo relações de cooperação e solidariedade. As atividades seriam organizadas de acordo com as necessidades da Comunidade .
Marx respondeu em A Miséria da Filosofia que Proudhon não compreendeu que as relações sociais entre os homens estão estreitamente ligadas às forças produtivas. No capitalismo, à medida que a burguesia se desenvolve, surge um novo proletariado; uma luta é travada entre a classe proletária e a burguesia, dado o caráter contraditório do sistema, pois as mesmas condições nas quais se produz a riqueza se produz a miséria. A única solução justa, diz Marx, porque provém da situação real, é organizar a classe oprimida para tornar a luta consciente. No decorrer dessas lutas é que nascerá a nova sociedade; aliás, ressalta, isso só poderá se suceder quando as forças produtivas tiverem atingido elevado grau de desenvolvimento.
O Manifesto Comunista e a organização do proletariado
Expulso de Paris, Marx foi para Bruxelas, onde ingressou na Liga dos Comunistas, organização dos operários alemães imigrados, à qual já pertencia Engels. A Liga definiu seus princípios e atribuiu a Marx e Engels a tarefa de dar-lhes forma e fundamentação teórica. Nasceu o Manifesto do Partido Comunista publicado em 1848, que se tornou a bíblia do movimento operário revolucionário. O Manifesto trata de três temas essenciais:
1- a história do desenvolvimento da burguesia. Sua obra positiva e negativa;
2- a luta de classe e o papel do proletariado;
3- a ação revolucionária dos comunistas.
Mal é editado o Manifesto Comunista, eclode a revolução de 1848, que destrona a monarquia reinstalada na França pela burguesia, e se espalha por toda a Europa. Marx foi imediatamente preso e expulso de Bruxelas. Engels conseguiu se engajar no movimento revolucionário e participou de várias batalhas. Com a derrota, deixou o país. Ambos foram viver na Inglaterra, Marx em Londres e Engels em Manchester, mas comunicavam-se diariamente e voltaram a ser vizinhos 20 anos depois. Nesse período Marx se dedicou à elaboração de O Capital, sua principal obra, e aos contatos com o movimento operário.
A idéia surgiu da correspondência entre militantes operários da Inglaterra e da França e em setembro de 1864 se fundou a Associação Internacional de Trabalhadores. A mensagem inaugural, redigida por Marx, destaca a necessidade de uma ação econômica e política da classe operária em favor da transformação da sociedade. Marx dedicou-se á Internacional de 1865 a 1871, ano em que ela foi dissolvida, graças à ação dos anarquistas seguidores de Michael Bakunine (ativista russo).
Pai doce, terno e indulgente
Foi a Internacional que levou o jovem militante Paul Lafargue a conhecer Marx, de quem se tornou discípulo, amigo, admirador e genro, pois se casou com Laura, uma de suas três filhas (O casal Marx/Jenny teve seis filhos – quatro meninas e dois meninos-, dos quais só três meninas sobreviveram [Jenny, Laura e Eleanor]).
É Lafargue quem detalha aspectos da vida pessoal de Marx, destacando sua energia incansável para os estudos e para a ação. Seu cérebro não parava e durante as caminhadas que faziam no final da tarde, discorria sobre questões relativas ao capital, obra que estava elaborando na época e da qual só redigiu o I Volume, tendo Engels escrito os dois seguintes, a partir das anotações que o amigo deixou.
Quando cansava do trabalho científico, lia romances, dramaturgia, conhecia de cor as obras de Shakespeare ou álgebra (chegou a escrever um trabalho sobre cálculo infinitesimal). Os domingos eram reservados para as filhas, uma exigência delas. “Pai doce, terno e indulgente, não dava ordens, pedia as coisas por obséquio, persuadia-as a não fazer aquilo que contrariasse seus desejos. E como era obedecido! As filhas não o chamavam de pai e sim de ‘mouro’, apelido que lhe deram por causa de sua cor mate, de sua barba e dos cabelos negros”.
O proletariado tomou o céu de assalto
Em fins de 1870, o proletariado francês voltava a efervescer e uma insurreição se anunciava. O Conselho Geral da Associação Internacional dos Trabalhadores avaliou que não havia amadurecimento das condições objetivas para assegurar o poder da classe operária e implantar o socialismo e emitiu resolução redigida por Marx, apelando para que “… utilizem, tranqüilamente e com energia, os meios que lhes oferecerem as liberdades republicanas a fim de poderem efetivar a organização de sua própria classe. Isso lhes proporcionará forças novas e gigantescas para a renascença da França e a realização da tarefa comum: a libertação do proletariado”.
Mas os operários parisienses não deram ouvidos; cansados da política antidemocrática, humilhados, no dia 18 de março de 1871 tomaram o poder e instalaram a Comuna de Paris, anunciando as primeiras medidas de construção de uma sociedade socialista. A duração foi efêmera, mas rica de experiências que Marx consolidaria na sua obra A Guerra Civil na França.
A Internacional deu todo o apoio possível ao proletariado francês em luta,tanto durante a guerra, como depois, protegendo os exilados e denunciando ao mundo a cruel repressão que a burguesia desencadeou sobre os operários parisienses e suas famílias.
Os últimos anos
Foram de sofrimento, com as doenças que lhe atingiram e à mulher, Jenny, que faleceu no dia 2 de dezembro de1881. Ao tomar conhecimento do fato, Engels comentou: “O mouro morreu também”. E não se enganava. Já debilitado,com problemas pulmonares , no dia 14 de março de 1883, o genial pensador faleceu repentinamente enquanto repousava numa cadeira em seu aposento de trabalho.
No sepultamento, sem cerimonial,como era seu desejo, junto à esposa, colaboradora e companheira de toda a vida, Engels discursou: “… É praticamente impossível calcular o que o proletariado militante da Europa e da América e a ciência histórica perderam com a morte deste homem…”
Legado e atualidade do marxismo
“Os filósofos buscam interpretar o mundo, enquanto nós queremos transforma-lo”, assim diferenciava Marx o materialismo histórico e dialético da filosofia clássica e mesmo da hegeliana. E o marxismo tem sido, de fato, guia para ação dos movimentos revolucionários dos trabalhadores em todo o mundo.
Apressada, a burguesia comemorou a derrocada dos regimes ditos socialistas da URSS e do leste europeu no final dos anos 80 e início da década de 90 e chegou a propalar o “fim da história”, deixando de observar que a tragédia se deu exatamente porque os dirigentes, atraídos pelo canto de sereia burguês, se desviaram do marxismo que norteou a Revolução Bolchevique de 1917, dirigida por Lênin, um genial discípulo de Marx.
Mas não demorou e o champanhe foi substituído por lágrimas, em decorrência dos conflitos que se sucederam nos quatro cantos do mundo e atingiram o centro do imperialismo.
Ao contrário, a evolução do capitalismo só tem comprovado as teses marxistas e seu caráter científico.
Globalização: por que a surpresa?
Nas suas jogadas de marketing, os teóricos da burguesia e seus meios de comunicação apresentaram a chamada “globalização” como algo novo, avassalador, que suplantaria qualquer resistência e bloquearia qualquer tentativa de transformação social. Ora, o capitalismo tem caráter mundial desde o seu surgimento: o que foram as grandes navegações? A colonização? É de sua essência,como afirmou o Manifesto Comunista, no ano de 1848: “… Pela exploração do mercado mundial, a burguesia imprime um caráter cosmopolita à produção e ao consumo em todos os países.”
Os fatos recentes comprovam também que quanto mais se desenvolve, mais o capitalismo “forja as armas que o levarão à morte”. A produtividade é cada vez maior, mas o avanço tecnológico que a possibilita produz um exército permanente de desempregados e comprime os salários dos que permanecem na ativa, reduzindo assustadoramente o número de consumidores. Por isso, as crises se repetem em ciclos cada vez menores e atingem tanto a periferia como os países centrais. Seu declínio e a vitória do proletariado são, portanto, inevitáveis.
Essa vitória não é automática, entretanto. Ela carece da ação do proletariado consciente e organizado enquanto classe “para si”, tendo à frente os comunistas, “parcela mais decidida e avançada dos partidos operários de cada país” e que têm uma visão internacionalista, capaz de fomentar a união mundial dos oprimidos, realizando a conclamação com que Marx e Engels concluíram o Manifesto: “Proletários de todos os países,uni-vos”.
Através dos séculos
Para finalizar essa tarefa hercúlea, falar sobre Marx em uma página, queda a minha pena, incapaz de expressar algo diferente ou que se aproxime, pelo menos, do que proferiu Engels ante o túmulo em que foi depositado o corpo do grande pensador e herói do proletariado: “…o homem mais odiado e caluniado pela burguesia morreu venerado e querido, chorado por milhões de trabalhadores da causa revolucionária. Seu nome viverá através dos séculos e, com ele, sua obra”.
As áreas atingidas pela chuva na última sexta-feira (6) em Teresópolis, região serrana do Rio, estão identificadas como áreas de risco desde 2007, informou hoje (9) o presidente do Serviço Geológico do Rio de Janeiro (DRM-RJ), Flávio Erthal. Segundo o geólogo, um mapeamento, com recursos do Ministério das Cidades, foi feito há cinco anos na região, o que levou a prefeitura a instalar sistemas de sirenes nesses locais. No fim de semana, deslizamentos de terra deixaram cinco mortos e centenas de desalojados e desabrigados.
“A origem do problema está na ocupação urbana irregular, que ocorre há mais de 50 anos. Enquanto não é possível resolver a situação da falta de moradia, a Defesa Civil do município e a do estado estão atuando e muitas vidas foram salvas por causa das sirenes”, declarou Erthal. Ele lembrou que desde o desastre de 2011, que deixou dezenas de mortos e centenas de desabrigados na região, as autoridades passaram a investir mais no sistema de pluviômetros, de previsão e de alarmes, com compras de radares, instalação de sistema de sirenes e planos de evacuação.
“A capacidade de resposta está melhor, mas, claro, há ainda muito o que melhorar e ser ajustado”, comentou o geólogo sobre o fato de que sirenes não foram acionadas em algumas localidades de Teresópolis por falha no sitema de envio de mensagens por celular.
O presidente do DRM-RJ explicou que todo o estado está passando por um mapeamento preventivo para ampliar o conhecimento geológico dos 92 municípios fluminenses. A previsão é que até 2013 todas as áreas de risco de deslizamento do Rio estejam identificadas.
Esta semana estão sendo mapeadas as áreas de risco dos municípios de Campos, Varre-Sai e Itaperuna.
“A questão do uso do solo é responsabilidade do município. Nosso mapeamento oferece às prefeituras uma carta com os pontos de risco iminente, com fotografias, delimitações, casas sob ameaça e número de pessoas nessas casas. O município então, com o apoio do estado e do governo federal, se for necessário, deve retirar as pessoas ou providenciar obras de contenção”.
Além das três cidades que estão sendo mapeadas, o departamento já vistoriou 31 municípios e espera inspecionar mais 15 cidades ao longo de 2012.
Desde o dia 22 de março alunos do curso de Turismo da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) estão acampados na porta do Detur (Departamento de Turismo) em protesto ao retorno concedido via liminar da Prof. Ângela Cabral Flecha, que estava afastada desde setembro de 2011, após uma Assembleia Geral Extraordinária realizada entre professores e alunos do curso que decidiu pelo afastamento da direção da Faculdade de Turismo.
Durante muitos anos a comunidade acadêmica do curso de Turismo da UFOP sofreu com uma direção autoritária e inflexível que Ângela chefiava a frente do Departamento de Turismo e na forma intransigente na implantação do sistema de aulas importantes para o curso, como monografia I e II, não aceitando opiniões divergentes a sua e buscando desqualificar a imagem daqueles que a questionavam, inclusive, utilizando-se de ofensas de caráter pessoal e profissional.
Com uma conduta manipuladora e inconstante, a ex-diretora acumulou há anos vários processos judiciais de irregularidades administrativas, abusos de autoridade e assédio moral, muitos ainda em andamento, como por exemplo, sumiço de computadores pertencentes ao departamento, plágio de monografia, inclusive contra o reitor da universidade, de perseguição a funcionários, alunos entre outros métodos alheios aos interesses da comunidade.
Agora, a professora Ângela retorna sob força de liminar na Justiça, fato que desagrada a todos na Faculdade de Turismo. Após ver e conviver com colegas e professores sendo prejudicados e pressionados psicologicamente, afetados pela má conduta e métodos ditatoriais utilizados pela Prof. Ângela Cabral durante muitos anos, os alunos do Bacharelado em Turismo, com o apoio dos professores do DETUR, se negam a assistir às aulas e encontram-se acampados em frente ao prédio até que seja normalizada e solucionada a reinvindicação de colocar á frente do departamento uma nova direção, mais qualificada e sensível aos interesses da comunidade acadêmica. “Permaneceremos aqui, dia e noite, sob chuva e sol, 24 horas por dia, até que nossa voz seja ouvida. Nossa luta é por todos os estudantes, educadores, técnicos servidores!” diz, Bianca Nogueira, estudante de Turismo.
Todos os processos da professora podem ser lidos no site: http://www.stj.gov.br.
Coletivo de estudantes da ocupação na Faculdade de Turismo da UFOP, MG
Fundada em 1904, a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) obteve um faturamento de US$ 1,07 bilhão em 2011 e US$ 1,3 bilhão em 2010, um valor equivalente à riqueza de um pequeno país. Em 2009, o rendimento foi de 1,29 bilhão de dolares. Boa parte desse patrimômio foi acumulado a partir de 1974, na gestão do brasileiro João Havelange, que selou os contratos da entidade com as multinacionais. Como a FIFA acumula tantas riquezas a ponto de a crise econômica mundial parecer ter tido pouca influência sobre a federação?
Como tudo começou
A FIFA possui contrato com seis chamados parceiros dos eventos esportivos: Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai, Sony e Visa. O acordo entre essas marcas e a FIFA foi celebrado no dia 11 de junho de 1974, em Frankfurt, durante a Copa do Mundo da Alemanha Ocidental. Nessa data, o brasileiro João Havelange venceu seu concorrente, o britânico Stanley Rous, na disputa pela presidência da instituição, com o auxilio de ninguém menos que Horst Dassler, presidente da empresa de material esportivo Adidas França, que persuadiu os delegados das vantagens da gestão de Havelange. A partir dai selou-se o acordo entre a FIFA e a Adidas, marcada por contratos cada vez maiores.
Dassler por sua vez convenceu a Coca-Cola a financiar os projetos de campanha de Havelange. Em contrapartida, o grupo norte-americano teve o direito de exibir seu logotipo na Copa do Mundo. Com a entrada da Coca-Cola vieram os outros. Foi assim que a federação internacional fechou seu pacto com as multinacionais.
Direitos de transmissão dos jogos
Mas isso é pouco para a sede de lucro de um capitalista, e o presidente da Adidas criou a empresa de marketing e gestão de direitos, International Sport and Leisure (ISL), em 1983, para explorar o direito de transmissão dos jogos da Copa do Mundo. O executivo da Adidas tornou-se o associado número um da FIFA. O esquema funcionava assim: a ISL comprava os direitos diretamente da FIFA e os revendia a preço de ouro às cadeias de televisão.
A ISL decretou falência em dezembro de 2001 e seus executivos, acusados de má conduta, foram inocentados. De acordo com o argumento da acusação, elaborado durante o processo no tribunal de Zug (Suíça) em março de 2008, os cartolas haviam desviado 70 milhões de euros, pagos pelas cadeias de televisão Globo (Brasil) e Dentsu (Japão) para a compra dos direitos de difusão das Copas do Mundo de 2002 e 2006.
O atual presidente, Joseph ‘Sepp’ Blatter mantem seu pagamento em segredo, mas ganharia perto de US$ 4 milhões por ano. Blatter, que sucedeu a Havelange em 1998, agora fecha os negócios da entidade com seu sobrinho, Philippe Blatter, presidente da empresa Infront Sports & Media AG, titular dos direitos televisivos da FIFA. Em 2009, Joseph Blatter recebeu das mãos de seu sobrinho 487 milhões de euros a título de direitos de difusão, entre os quais 469 milhões para a Copa do Mundo de 2010, ou seja, 60% do rendimento da FIFA.
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