UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 16 de julho de 2025
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Estudantes de Turismo da UFOP acampados contra autoritarismo

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Desde o dia 22 de março alunos do curso de Turismo da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto) estão acampados na porta do Detur (Departamento de Turismo) em protesto ao retorno concedido via liminar da Prof. Ângela Cabral Flecha, que estava afastada desde setembro de 2011, após uma Assembleia Geral Extraordinária realizada entre professores e alunos do curso que decidiu pelo afastamento da direção da Faculdade de Turismo.

Durante muitos anos a comunidade acadêmica do curso de Turismo da UFOP sofreu com uma direção autoritária e inflexível que Ângela chefiava a frente do Departamento de Turismo e na forma intransigente na implantação do sistema de aulas importantes para o curso, como monografia I e II, não aceitando opiniões divergentes a sua e buscando desqualificar a imagem daqueles que a questionavam, inclusive, utilizando-se de ofensas de caráter pessoal e profissional.

Com uma conduta manipuladora e inconstante, a ex-diretora acumulou há anos vários processos judiciais de irregularidades administrativas, abusos de autoridade e assédio moral, muitos ainda em andamento, como por exemplo, sumiço de computadores pertencentes ao departamento, plágio de monografia, inclusive contra o reitor da universidade, de perseguição a funcionários, alunos entre outros métodos alheios aos interesses da comunidade.

Agora, a professora Ângela retorna sob força de liminar na Justiça, fato que desagrada a todos na Faculdade de Turismo. Após ver e conviver com colegas e professores sendo prejudicados e pressionados psicologicamente, afetados pela má conduta e métodos ditatoriais utilizados pela Prof. Ângela Cabral durante muitos anos, os alunos do Bacharelado em Turismo, com o apoio dos professores do DETUR, se negam a assistir às aulas e encontram-se acampados em frente ao prédio até que seja normalizada e solucionada a reinvindicação de colocar á frente do departamento uma nova direção, mais qualificada e sensível aos interesses da comunidade acadêmica. “Permaneceremos aqui, dia e noite, sob chuva e sol, 24 horas por dia, até que nossa voz seja ouvida. Nossa luta é por todos os estudantes, educadores, técnicos servidores!” diz, Bianca Nogueira, estudante de Turismo.

Todos os processos da professora podem ser lidos no site: http://www.stj.gov.br.

Coletivo de estudantes da ocupação na Faculdade de Turismo da UFOP, MG

De onde vem os lucros da FIFA?

Joseph Blatter, presidente da FIFAFundada em 1904, a FIFA (Federação Internacional de Futebol Associado) obteve um faturamento de US$ 1,07 bilhão em 2011 e US$ 1,3 bilhão em 2010, um valor equivalente à riqueza de um pequeno país. Em 2009, o rendimento foi de 1,29 bilhão de dolares. Boa parte desse patrimômio foi acumulado a partir de 1974, na gestão do brasileiro João Havelange, que selou os contratos da entidade com as multinacionais. Como a FIFA acumula tantas riquezas a ponto de a crise econômica mundial parecer ter tido pouca influência sobre a federação?

Como tudo começou

A FIFA possui contrato com seis chamados parceiros dos eventos esportivos: Adidas, Coca-Cola, Emirates, Hyundai, Sony e Visa. O acordo entre essas marcas e a FIFA foi celebrado no dia 11 de junho de 1974, em Frankfurt, durante a Copa do Mundo da Alemanha Ocidental. Nessa data, o brasileiro João Havelange venceu seu concorrente, o britânico Stanley Rous, na disputa pela presidência da instituição, com o auxilio de ninguém menos que Horst Dassler, presidente da empresa de material esportivo Adidas França, que persuadiu os delegados das vantagens da gestão de Havelange. A partir dai selou-se o acordo entre a FIFA e a Adidas, marcada por contratos cada vez maiores.

Dassler por sua vez convenceu a Coca-Cola a financiar os projetos de campanha de Havelange. Em contrapartida, o grupo norte-americano teve o direito de exibir seu logotipo na Copa do Mundo. Com a entrada da Coca-Cola vieram os outros. Foi assim que a federação internacional fechou seu pacto com as multinacionais.

Direitos de transmissão dos jogos

Mas isso é pouco para a sede de lucro de um capitalista, e o presidente da Adidas criou a empresa de marketing e gestão de direitos, International Sport and Leisure (ISL), em 1983, para explorar o direito de transmissão dos jogos da Copa do Mundo. O executivo da Adidas tornou-se o associado número um da FIFA. O esquema funcionava assim: a ISL comprava os direitos diretamente da FIFA e os revendia a preço de ouro às cadeias de televisão.

A ISL decretou falência em dezembro de 2001 e seus executivos, acusados de má conduta, foram inocentados. De acordo com o argumento da acusação, elaborado durante o processo no tribunal de Zug (Suíça) em março de 2008, os cartolas haviam desviado 70 milhões de euros, pagos pelas cadeias de televisão Globo (Brasil) e Dentsu (Japão) para a compra dos direitos de difusão das Copas do Mundo de 2002 e 2006.

O atual presidente, Joseph ‘Sepp’ Blatter mantem seu pagamento em segredo, mas ganharia perto de US$ 4 milhões por ano. Blatter, que sucedeu a Havelange em 1998, agora fecha os negócios da entidade com seu sobrinho, Philippe Blatter, presidente da empresa Infront Sports & Media AG, titular dos direitos televisivos da FIFA. Em 2009, Joseph Blatter recebeu das mãos de seu sobrinho 487 milhões de euros a título de direitos de difusão, entre os quais 469 milhões para a Copa do Mundo de 2010, ou seja, 60% do rendimento da FIFA.

Natália Alves

Salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 2.295,58

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) anunciou nova pesquisa sobre o preço da cesta básica. Mesmo com uma leve redução de 1,19%, a cesta básica em São Paulo custa R$ 273,25, a mais cara do país. A capital é seguida na pesquisa por Porto Alegre (R$ 264,19), Belo Horizonte (R$260,93) e Vitória (R$ 260,23).

Ainda segundo a pesquisa o salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 2.295,58, o que significa 3,69 vezes o salário mínimo atual, de R$ 622,00. O DIEESE utiliza como base a capital com maior custo de vida (São Paulo) e leva em conta o princípio firmado na Constituição de que o menor salário pago deva suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Natália Alves

Atentado à democracia na FAFICH – UFMG

Estudantes da FAFICH (UFMG) em assembleia contra atentado à democracia por parte da diretoria da faculdadeNa manhã do dia 2 de março os estudantes da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – FAFICH – da UFMG se depararam com a interdição do Centro Acadêmico de Filosofia – CAFCA -, que estava com sua porta trancada e com uma nova fechadura. A diretoria da FAFICH arrombou a sede do CAFCA durante o final de semana de maneira arbitrária e autoritária. Os motivos apresentados pela diretoria foram a falta de uma gestão formal do Centro Acadêmico (CA) e o que chamaram “apoio à venda de alimentos ilegais na FAFICH”, pois os estudantes guardaram o carrinho de balas da Márcia – vendedora ambulante que vende balas na FAFICH – dentro do CA.

Diante desse absurdo os estudantes tentaram dialogar com a diretoria para que esta abrisse a porta, tentativa em vão, pois a diretoria permaneceu intransigente em sua postura autoritária. Os estudantes decidiram então, em assembleia, abrir a porta do CA, ocupar o espaço que lhes é de direito e entregar a porta violada pela diretoria da FAFICH na sala do diretor, para que ele faça dela um melhor proveito.

É importante salientar que os espaços estudantis foram conquistados pelo Movimento Estudantil, por isso são de direito dos estudantes e cumprem um papel importante na Universidade. Essa atitude da diretoria da FAFICH, que tenta a todo momento, de forma arbitrária, impedir os espaços de organização e convivência estudantil é uma manifestação da postura atrasada e antidemocrática da mesma, desrespeitando a autonomia dos estudantes. Posturas como essas retomam a Ditadura Militar, que em uma de suas primeiras ações, em 1964, incendiou a sede da UNE como forma de intimidação e invadiu as instalação da Faculdade Nacional de Direito, apreendendo documentos e acervos históricos do Centro Acadêmico Cândido de Oliveira.

Os estudantes permanecem em constante vigilância e organizando ações para garantir que esses retrocessos não saiam impunes e que a democracia volte a reinar na FAFICH, local que foi berço da Democracia em vários momentos.

Isabela Rodrigues Ligeiro
Diretora do Centro Acadêmico de Ciência Sociais da UFMG

O lado negro do chocolate: crianças escravizadas nas plantações de cacau

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Enquanto os maiores fabricantes de chocolates do mundo somam vultuosos lucros na celebração capitalista da páscoa, centenas de crianças são vendidas como escravas na Costa do Marfim para trabalhar em plantações de cacau.

Essas crianças, que em sua maioria nunca nem ao menos provaram um chocolate, são expostas a péssimas condições de trabalho devido à manipulação de facões, o carregamento de cargas pesadas e a exposição a pesticidas, os quais fazem sentir seus efeitos 20 ou 30 anos depois.

O jornalista dinamarquês Miki Mistrati denunciou essa situação de barbárie no premiado documentário O lado negro do chocolate, visitando desde os pontos de tráfico de crianças nas fronteiras da Costa do Marfim até as plantações nas quais as crianças são escravizadas.

Quando questionadas sobre os fatos, empresas beneficiadas com essa situação tais como Nestlé, Mars e Kargill, entre outras, se recusaram a dar qualquer declaração. Estas limitaram-se a emitir uma nota conjunta na qual declaravam, entre outras coisas, que nos últimos 9 anos investiram – todas juntas, vale ressaltar – 6 milhões de euros em programas de assistência.

Se isso parece alguma coisa, é importante notar, no entanto, que o lucro da Nestlé – sozinha – foi de 12 bilhões de euros no ano de 2009. A mesma Nestlé que detém 12% do mercado mundial.

Mário Lopes

Polícia da Bahia prende estudantes para defender lucro de empresários

Polícia da Bahia prende estudantes para defender lucro de empresáriosO dia 28 de março vai ficar na memória dos movimentos sociais de Feira de Santana, devido à repressão sofrida pela juventude que lutava contra mais um aumento nas passagens de ônibus da cidade. Oito estudantes que dirigiam uma grande manifestação no Centro de Feira de Santana foram violentamente agredidos e presos pela Polícia Militar.

Indignados com os constantes aumentos e o péssimo transporte, três mil estudantes e famílias sem-teto foram às ruas com a palavra de ordem “nenhum centavo de aumento” e contra o aumento abusivo de R$ 2,50 na passagem, o mesmo preço da capital do Estado, Salvador.

A manifestação percorreu as principais ruas de Feira com muita empolgação e combatividade, sendo saudada pelos trabalhadores do comércio, que gritavam das lojas palavras de apoio. Ao chegar em frente à Prefeitura, sentimos um clima pesado e, logo em seguida, a Cavalaria da Polícia Militar tentou avançar sobre a passeata, mas os manifestantes gritaram “Ih, fora, Ih, fora!” e “Policial, não seja jumento, seu filho também vai pagar aumento”.

Quando chegamos ao Terminal Central, a Polícia deu início a uma guerra contra a manifestação. Centenas de policiais fortemente armados começaram a amedrontar os estudantes com o avanço de cavalos, cachorros e a passagem de motos no meio da passeata.

Os estudantes, porém, não se intimidaram e partiram também para cima dos policiais. Numa ação planejada, a Polícia surpreendeu os organizadores da manifestação e lançou dezenas de policiais para prender de surpresa os oito estudantes que coordenavam o ato. Ao agarrar as lideranças, começou o espancamento e a covardia.

Jader Dourado, dirigente do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e do Partido Comunista Revolucionário (PCR), foi arrastado pelo pescoço por vários policiais. Em seguida, foi a minha vez e, logo depois, prenderam Eslane Paixão, Ana Claúdia Mota, Bruno Alexandre e Carla Emanuelle, diretores da Associação dos Estudantes Secundaristas de Feira de Santana (Ames). Antes disso, dois estudantes que participavam pela primeira vez de uma passeata já haviam sido presos: Layla Guimarães e Jackson.

Todos nós fomos levados com violência para dentro de viaturas, algemados e machucados com chutes e murros. Até chegar à Delegacia, as mulheres foram xingadas de putas, cachorrinhas e vagabundas. O major Amon, um dos comandantes desse ato fascista, demonstrando total despreparo para o cargo que ocupa, além de um machismo doentio, gritou para mim: “O que é seu tá guardado!”. E lembrou a Ditadura: “Se você estivesse na década de 1980, ia ver o seu”. Ao longo do percurso, ainda foram colocadas pedras para forjar um (falso) flagrante, além de apagados filmes e fotos de várias câmeras dos estudantes que haviam registrado tudo.

Os estudantes continuaram até o anoitecer fechando ruas, puxando palavras de ordem e esperando por notícias sobre os companheiros presos. Depois de mais de 11 horas na Delegacia, fomos liberados mediante pagamento de fiança e acusados de “desacato à autoridade, depredação do patrimônio público, incitação à violência, vandalismo e resistência à prisão”. Já os policiais, provavelmente receberão alguma medalha por terem defendido a ganância e o lucro das duas famílias que são donas das empresas de ônibus de Feira de Santana.

Durante nossa prisão, contamos com a solidariedade de vários estudantes, sindicalistas, representantes de associações e membros da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores, que divulgavam fotos, vídeos e manifestações de apoio, além da disponibilização, por parte da UEFS, de advogados para nossa defesa.

As ações da repressão só contribuíram, no entanto, para a uma maior indignação do povo. A luta agora é contra dois tipos de violência: o aumento das passagens e a repressão cometida contra os estudantes no dia 28 de março.

Iracema Santos, Feira de Santana – Militante da UJR-BA

Aumenta repressão aos movimentos sociais no Equador

Aumenta repressão aos movimentos sociais no EquadorNo último dia 3 de março, dez lutadores sociais equatorianos, todos eles estudantes ou trabalhadores comuns, foram presos pela polícia, acusados de “terrorismo”, “subversão” e “atentado contra a segurança do Estado”.

Alberto Merchán, Royce Gómez, Javier Estupiñán, Enrique Zambrano, Abigaíl Heras, Santiago Gallegos, Hugo Vinueza, Andrés Castro, Elizabeth Tapia e Cristina Campaña estão detidos no Centro de Detenção Provisória e na Prisão Feminina, em Quito.

Os advogados de defesa negam as acusações e desafiam o presidente Rafael Correa a provar os supostos crimes cometidos pelos dez presos políticos. “Que ele mostre as armas encontradas com estes jovens, os explosivos ou os elementos para fabricar este tipo de bombas, se é que existem”, desafiou o advogado Gonzalo Realpe, que também afirmou que tudo não passa de uma farsa planejada pela polícia a mando do governo. “É uma farsa. Esses rapazes e moças afirmam que a polícia plantou panfletos e documentos como provas para incriminá-los, mas eles nunca viram esse material antes”, disse.

Em comunicado à imprensa, os familiares dos presos políticos afirmam estar “profundamente preocupados, não só por nossos familiares injustamente detidos, como também por todos os equatorianos que, ao que parece, estão submetidos a um Estado de medo, impedidos de pensar, opinar, reunir-se livremente e preocupar-se com os problemas do país”. E continuam: “Expressamos nossa decisão de não calar ante esta arbitrariedade, que busca encontrar bodes expiatórios para os interesses políticos do governo, que, longe de abrir os canais de diálogo correspondentes à insatisfação dos equatorianos, violenta os direitos humanos de profissionais e jovens estudiosos que demonstram diariamente sua alta condição humana e seu elevado compromisso com a pátria”.

No comunicado, as famílias dos militantes detidos também perguntam ao presidente Correa os motivos para a ação da polícia: “Perguntamos ao senhor presidente da Républica se significa um delito de desastabilização do Estado uma reunião cujo objetivo é encontrar explicações para a atual situação do Equador? Ou se é crime analisar documentos que qualquer pessoa pode encontrar nas ruas ou na internet, e que fazem parte do direito à livre expressão que supomos ter em nosso país?”.

Nos últimos anos, os trabalhadores e a juventude equatoriana vêm sofrendo com a crescente repressão e perseguição aos protestos sociais por parte do governo de Rafael Correa, que traiu o programa popular e progressista com que foi eleito e passou a defender os interesses da oligarquia equatoriana e do imperialismo, apesar de manter um discurso de esquerda e “revolucionário”, tudo isso para enganar e confundir a população.

De fato, no Equador aumenta enormemente a carestia de vida, o desemprego, o sucateamento da saúde, o analfabetismo, a pobreza e a perseguição ao movimento social e popular, como prova a prisão do estudante Marcelo Rivera, ex-presidente da Federação dos Estudantes Universitários do Equador, há 24 meses detido sob acusação de “terrorismo”. O governo, para calar a voz do povo, impede a liberdade de expressão, de organização, de reunião e mobilização; sataniza, persegue e prende todos os que pensam diferentemente dele. Atualmente, existem mais de 450 processos contra dirigentes sociais e mais de uma dezena de presos políticos.

Da Redação

Aposentado grego se mata em público e deixa nota de suicídio

Árvore sob a qual o aposentado grego Dimitris Christoulas, 77 anos, se matou devido à crise do capitalismoUm aposentado grego se matou com um tiro na cabeça na manhã da última quarta-feira (04) em plena Praça Syntagma, em frente ao parlamento grego.

Cerca de mil pessoas se reuniram em volta do local no qual Dimitris Christoulas, um aposentado farmacêutico de 77 anos, pôs fim à sua vida. Segundo a nota de suicídio deixada por Christoulas, ele foi levado a essa escolha devido ao desespero causado por problemas financeiros relacionados à crise capitalista.

Kostas Lourantos, presidente da Associação Attica de Farmacêuticos, da qual Christoulas foi associado, disse: “A forma que ele escolheu para se matar foi uma escolha política. Se ele tivesse se matado em casa não haveria tanto rebuliço, como não houve para os 1.900 suicídios anteriores.”

O suicídio ocorreu pouco antes das 9hs da manhã, período em que a praça estava movimentada. Christoulas morreu com um único tiro na cabeça, debaixo de uma árvore. A polícia isolou o local e o corpo foi recolhido por volta das 9hs30min para o Hospital Evangelismos. O aposentado deixou uma mulher e uma filha.

Várias lideranças políticas comentaram sobre o caso. Antonis Samaras, chefe da Nova Democracia, afirmou que “a morte não é apenas morrer, mas é também viver em desespero, sem esperanças.”

Dimitris Zafiriadis, porta-voz da Aliança Democrática, afirmou que “este fato é revelador do desespero a que está submetido um amplo setor da população grega, que vê seu estilo de vida ser violentamente alterado.”

Segundo Panos Kamenos, líder dos Gregos Independentes, “não era este homem que devia ter se matado. Ao contrário, deveriam ter sido aqueles políticos que levaram a Grécia a esta situação.”

Reproduzimos abaixo a nota de suicídio deixada por Dimitris Christoulas, e logo após um vídeo com cenas de um protesto em resposta  à sua morte.

Nota de suicídio de Dimitris Christoulas

O governo de ocupação Tsolakoglou* literalmente reduziu a nada minha capacidade de sobrevivência, a qual dependia de uma respeitável pensão que, por 35 anos, eu sozinho (sem nenhuma contribuição do estado) paguei. Pelo fato de estar em uma idade na qual eu não mais tenho o poder de resistir ativamente (apesar de eu não poder estar à frente, se algum grego pegasse uma Kalashnikov** eu seria o segundo a fazê-lo) eu não vejo outra solução para um fim digno antes de chegar ao ponto de ter que procurar comida no lixo para me alimentar. Acredito que os jovens sem futuro irão um dia pegar em armas e enforcarão os traidores nacionais de cabeça para baixo na Praça da Constituição, assim como os italianos enforcaram Mussolini em 1945.

Notas

* Referência ao primeiro governo colaboracionista na Grécia ocupada durante a II Guerra Mundial. A comparação tem sido amplamente interpretada como uma comparação com o governo atual de Lucas Papademos.

** Outro nome dado ao rifle AK-47

Esta nota deixa claro que grande parcela da culpa de mais este suicídio pode ser atribuída à esquerda revisionista grega, a qual não oferece uma perspectiva revolucionária socialista como saída definitiva da crise do capitalismo. No entanto, Dimitris Christoulas morreu acreditando que a juventude um dia pegará em armas. E ele faria o mesmo se houvesse uma vanguarda que o fizesse agora.

Glauber Ataide

Moradores da zona leste ocupam terreno vazio em São Paulo

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Moradores ocupam terreno vazio na Zona Leste de São PauloMoradores da Zona Leste de São Paulo, organizados pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), ocupam terreno vazio e publicam carta aberta à população, a qual reproduzimos abaixo.

Carta Aberta à população

Hoje, dia 31 de março, nós, moradores dos bairros Jd. Santa Rita, Jd. São Vicente, Jd.Santa Terezinha e região, organizados pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB) e pela Associação Comunitária Olga Benário, ocupamos um terreno que há anos estava vazio.

Tomamos a decisão de não mais nos calar frente a injustiça que este terreno abandonado representa e demos voz e ação ao clamor de comunidade local. Decidimos não mais aceitar o descaso que o governo tem com nosso povo.

Localizados na periferia da Zona Leste de São Paulo, nossos bairros carecem de equipamentos públicos que garantam uma vida digna para nossa população. Saúde de qualidade, segurança, transporte digno e também locais e atividades de lazer e cultura que são artigos de “luxo” nesta sociedade, isso é, inacessíveis a população pobre.

Segundo a Constituição, toda propriedade deve cumprir uma função social. Um terreno que permanece vazio acarreta grandes prejuízos a comunidade, servindo como moradia de ratos, depósito de lixo e a mercê da especulação imobiliária. Portanto não é somente injusto, mas também ilegal deixar um espaço como este abandonado.

No entanto, sabemos que na realidade, a lei não é igual para todos, os ricos proprietários de terra e patrões sempre são favorecidos. Não concordamos com essa situação acreditamos que é possível vivermos em uma sociedade diferente, num país justo e igual para todos.

Associação Comunitária Olga Benário, São Paulo

MLB conquista terreno em Feira de Santana

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MLB conquista terreno em Feira de SantanaMoradores da Ocupação Chico Pinto, organizados pelo MLB, ocuparam a Prefeitura Municipal de Feira de Santana no último dia 28 pela manhã. Os manifestantes cobraram a aceleração da regularização do terreno ocupado pelos sem-teto desde 7 de fevereiro de 2009.

O processo de doação na prefeitura está parado há mais de um ano e o governo municipal sempre coloca um desculpa nova para os atrasos na efetivação do acordo feito com o MLB de doar a área ocupada.

Os moradores enfrentaram forte resistência da Guarda Municipal que, entretanto, não foi capaz de conter a disposição e combatividade dos sem-teto que ocuparam o prédio da Prefeitura por toda manhã.

Numa atite absurda, o governo municipal bloqueou o acesso aos banheiros e a entrada de mantimentos, tentando desmobilizar a ocupação do prédio. A estratégia não deu certo e os manifestantes resistiram.

Por volta das 13h, o governo municipal resolver negociar e entregou o termo de anuência à coordenação do MLB, além de acelerar a doação do terreno com a marcação de reuniões com a equipe da Secretaria de Planejamento.

Agora, já podemos dar entrada no processo de financiamento das casas, dando mais um passo na realização do sonho da moradia digna.
Só conquista, quem luta!

Jader Dourado, Feira de Santana

OTAN planeja instalar base militar na cidade natal de Lênin

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OTAN planeja instalar base militar na cidade de LêninDiversas manifestações são esperadas para o próximo dia 7 de abril em todo o território russo, as quais devem reunir aproximadamente 2 milhões de pessoas contra uma possível presença da OTAN no país.

Organizada pelo Partido Comunista Russo (KPRF), o centro desses protestos será a cidade de Ulyanovsk, antiga Simbirsk, localizada às margens do rio Volga, onde nasceu o revolucionário Lênin (cujo nome original era Ulyanov).

O governo russo pode permitir que seja instalada na cidade uma base de trânsito da OTAN que teria como objetivo dar apoio logístico às atividades bélico-imperialistas da organização no Afeganistão.

“A OTAN não passará. Eles não tem o direito de estarem aqui – simplesmente não há necessidade disso”, afirmou Gennady Zyuganov, líder do KPRF e candidato a presidente da Rússia nas últimas eleições. Zyuganov também acusa o presidente eleito, Vladimir Putin, de estar comprando dos EUA o reconhecimento das fraudulentas eleições de 4 de março através deste “presente”.

Os comunistas acreditam que a presença de uma base militar estrangeira no centro do país representaria um risco à segurança nacional. Além disso, a população teme que a área de trânsito livre abra um canal para o tráfico de drogas do Afeganistão para a Rússia.

A produção de drogas no Afeganistão subiu dramaticamente após a invasão estadunidense do país, sendo a Rússia um dos países mais afetados, tendo seu consumo de heroína aumentado vertiginosamente desde então. Estima-se que 90% da heroína consumida na Rússia provenha do Afeganistão, tendo como rotas as ex-repúblicas socialistas soviéticas da Ásia Central.

Glauber Ataide