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sábado, 19 de abril de 2025
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Palestinos exigem na ONU reconhecimento do seu Estado

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, pediu oficialmente no dia 23 de setembro, à Assembleia Geral da ONU, o reconhecimento da Palestina como Estado independente e soberano.

Normalmente, o período de avaliação para uma nova adesão à ONU é de no máximo 35 dias, mas no caso palestino esse limite pode ser estendido e pode levar muito mais tempo, mesmo contando com o apoio de 140 dos 192 países membros das Nações Unidas. Além do mais, a rejeição da proposta palestina é tida como certa, uma vez que os Estados Unidos possuem poder de veto no Conselho e já se declararam contra o direito dos palestinos.

O grande mérito da iniciativa palestina é colocar contra a parede os governos dos Estados Unidos e de Israel e denunciar quem são os verdadeiros inimigos da paz na região.

Uma vez Estado soberano, a Palestina poderá solicitar sua adesão a organismos como a Organização Mundial da Saúde, a Unesco e o Tribunal Internacional de Justiça, possibilitando sanções e punições jurídicas e econômicas aos crimes cometidos por Israel contra os palestinos, tais como tortura, crimes contra a humanidade, violência contra crianças e civis, etc., e que hoje estão impunes.

Atualmente, estima-se que um em cada três refugiados no mundo é palestino, totalizando 4,8 milhões de pessoas, espalhadas principalmente entre Jordânia, Síria, Líbano e nos territórios palestinos na Cisjordânia e faixa de Gaza.

“Quem mora em outros países não tem ideia de como é a vida na Palestina. Não temos liberdade para nada, nem para ir a cidades vizinhas. É muro aqui, guarita ali, e para tudo se necessita de permissão”, desabafa o palestino Shalinan Yasin. “Sou professor e tenho um mercado. À noite, acordo a qualquer ruído, e fico com medo de que sejam os soldados israelenses, tentando abrir a porta e destruir meu negócio. A gente não descansa nem quando dorme”. E completa: “Nós precisamos de um Estado para afirmar nossos direitos até para coisas mínimas como essa. Quando meu filho de 18 anos sai, não consigo dormir. Se ele demora, fico desesperado, imaginando que talvez os soldados o tenham prendido ou, pior, atirado nele. E pensar que árabes e judeus viveram em paz por tantos séculos… Os árabes impediram que os europeus matassem um grande número de judeus. Nós os recebemos em todo o mundo árabe, principalmente quando fugiram da Alemanha nazista. Não consigo entender por que esses colonos nos odeiam”.

Além de vários países terem declarado apoio na votação pelo reconhecimento da Palestina como Estado independente, também é grande o apoio popular à proposta dentro e fora de Israel. É o que aponta pesquisa do Instituto Near East Consulting, segundo a qual a iniciativa conta com o apoio de 84% dos palestinos e de 69% dos israelenses, números que mostram o crescente repúdio à violência de Israel e comprovam a justeza da luta de resistência há décadas sustentada pelo povo palestino e que agora caminha para um momento decisivo.

Heron Barroso

Pobreza nos EUA atinge maior nível desde 1993

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O número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza voltou a crescer pelo quarto ano consecutivo nos Estados Unidos, segundo revelou o relatório anual do escritório de estatísticas do governo americano.  Segundo o balanço, atualmente 15,1% dos americanos vivem na miséria, nível mais alto desde 1993. Ao todo são 46,2 milhões de pessoas nessa condição. Em relação a 2009, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza cresceu 14,3%.

O relatório revelou ainda que o número de pessoas sem cobertura médica alcançou 49,9 milhões em 2010 (16,3%), contra 49 milhões em 2009, e que a renda real média dos americanos caiu 6,4% em 2010.

Em Nova York, a cidade mais rica dos EUA e centro do capitalismo mundial, mais de 40 mil pessoas não possuem um lugar seguro para dormir. Mais de 130 mil, negros ou de origem latino-americana em sua maioria, enfrentam problemas de moradia na cidade, segundo dados oficiais.

Tudo isso acontece ao mesmo tempo em que os países imperialistas aumentam seus gastos para salvar grandes bancos e empresas da falência, e investem bilhões de dólares em guerras ao redor do mundo, revelando a natureza injusta e cruel de um sistema econômico moribundo e que enquanto não for derrubado só tem isso a oferecer à humanidade.

Da Redação

Garis param em Caucaia – CE

Os garis que trabalham na Secretaria de Patrimônio e Serviços Públicos da prefeitura de  Caucaia estão sendo  humilhados.  As condições de trabalho são precárias, não há renovação dos fardamentos nem protetor solar e os trabalhadores não têm o registro na Carteira de Trabalho. A insalubridade também é negada, apesar dos garis correrem risco de contato com resíduos contaminados, e até hoje não houve eleição para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Também faltam fardamento, luvas e calçados adequados os garis que são obrigados a recolherem os entulhos com as mãos.

Este é o compromisso que a Prefeitura de Caucaia tem com os trabalhadores que limpam a cidade.

O Sindlimp do Ceará vem denunciando essa situação dos trabalhadores e organizando os trabalhadores para lutarem por seus direitos e o retorno do salário família. A resposta da categoria ocorreu no dia 6 com uma paralisação de todos os garis. Após o protesto foi marcada  para o dia 11 de outubro uma audiência pública na Câmara Municipal de Caucaia para discutir essa situação.

Glaydsom Santana, presidente do Sindlimp, declarou que “os trabalhadores da limpeza urbana de Caucaia não vão se calar diante dessas injustiças e continuarão a luta, apesar da intransigência da prefeitura.”

 Redação Ceará

Justiça do Trabalho reconhece Sindlimp-PA

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Desesperada com o crescimento da influência do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Limpeza Urbana do Estado do Pará (SindlimpPA), a empresa Metrópole Construções e Serviços de Limpeza Ltda., com o claro objetivo de amedrontar a diretoria do sindicato e causar descrédito entre os trabalhadores, demitiu, ainda no final do ano passado, os diretores Eden Rodrigo e Rozinaldo Silva, e, no início deste ano, também o presidente Eliseu Trigueiro. Ao mesmo tempo, José Alberto, secretário-geral do Sindlimp e membro da Cipa, foi afastado de suas funções, teve rebaixado o salário, foi colocado em local isolado e, em julho, foi demitido. Além disso, o Sinelpa, sindicato bajulador dos patrões, entrou na Justiça requerendo a anulação da fundação do Sindlimp.

Mas o tiro saiu pela culatra! Isso só fortaleceu a decisão dos companheiros de permanecerem na luta e confiantes na justeza de suas ideias: desenvolveram a mobilização na categoria em defesa de melhores condições de trabalho, pelo pagamento dos 40% de insalubridade para todos e por um salário digno; paralisaram as atividades da Belém Ambiental, em de 11 de março deste ano, para exigir o imediato pagamento dos salários atrasados e deram entrada na Justiça do Trabalho ao processo de sua readmissão.

Em junho, saiu a primeira vitória: a juíza do Trabalho substituta Amanda Cristhian Miléo Gomes Mendonçadeterminou a reintegração de Eliseu na mesma função, mantido o mesmo padrão remuneratório dos demais agentes de limpeza urbana, e ainda determinou que a garantia pela condição de dirigente sindical se estendesse até 2014.

Entendeu a juíza que os sindicatos profissionais se constituem a partir da associação de trabalhadores cujo labor é desenvolvido em condições idênticas, similares ou conexas. Observou ainda que, conforme as disposições do art. 8º da Carta Federal de 1988, é livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: “VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.”

Em resposta ao questionamento sobre o Registro Sindical do Sindlimp, a juíza afirmou que a existência jurídica do sindicato se dá com o registro dos seus estatutos no cartório de registro e não apenas por ocasião do seu depósito junto ao MTE. E concluiu que, de acordo com os arts. 570 e 571 da CLT, se um sindicato representar diversas categorias, qualquer delas pode se dissociar e se associar pelo critério da identidade, conforme transcrição a seguir:

“Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art. 577 …

“Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente.”

No final de julho veio mais uma conquista: o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região atendeu ao pedido de tutela antecipada, determinando a imediata reintegração do companheiro Alberto nas mesmas funções anteriormente ocupadas. Em 16 de agosto, o Sindlimp obteve outra vitória: a juíza federal do trabalho substitutaElinay Almeida Ferreira de Melo negou pedido de cassação do Sindlimp, entendendo ser perfeitamente aceitável a criação de sindicato mediante o desmembramento, a partir da entidade pré-existente e constituída dentro de um grupo de atividades genéricas, cabendo, pois, dentro de um ramo de atividade específica, exclusivamente aos interessados, a criação da nova entidade sindical representativa, sendo impedido o Estado de vedar-lhe a constituição.

Portanto, mais uma vez ficou comprovado que a nossa força está na nossa união e organização e que só a luta garante a vitória. Avante, companheiros; unidos venceremos!

Redação Pará

MLC amplia participação na Diretoria do SINDJOR-PB

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No último dia 16 de setembro, ocorreu a eleição para renovação da Diretoria do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (SINDJOR-PB), e o companheiro Rafael Freire, da Redação de A Verdade e da Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes (MLC), foi eleito o novo presidente da entidade. Além de Rafael, que encabeçou a chapa formada a partir da atual Diretoria do Sindicato, o companheiro Clodoaldo de Oliveira, também da Coordenação do MLC, integra a Comissão de Jornalistas em Assessoria de Comunicação.

Apesar de uma eleição com chapa única, o que se viu nas redações dos principais veículos de imprensa do Estado e dentro dos cursos de Jornalismo, incluindo professores e estudantes, foi um clima de grande apoio à chapa Linha Independente e de expectativa em relação à próxima gestão, cujo mandato vai até 2014.

“Conseguimos com esta campanha realizar uma grande movimentação na base da categoria, o que será um importante suporte às ações que precisamos desenvolver para avançar o nosso Sindicato. Além da aproximação dos jornalistas já filiados, conseguimos a adesão política dos novos profissionais, e estamos muito animados para começar uma nova etapa desta entidade, que é uma referência de luta na Paraíba. Vamos ter também uma sede própria, a primeira em mais de 50 anos de existência. Os primeiros meses já prometem ser de intensas atividades”, afirma Rafael.

Entre os principais pontos do programa da Diretoria eleita estão a luta pela retomada do diploma de jornalista para exercício da profissão; o combate à crescente precarização das relações e das condições de trabalho, sobretudo nos grandes veículos; a pressão ao Governo Federal pela criação de um marco regulatório no setor das Comunicações, no sentido de coibir a sanha dos monopólios de comunicação e os abusos cometidos pela mídia sensacionalistas contra princípios básicos dos direitos humanos.

Redação PB

Solenidade na FDR/UFPE é marcada por vaias à representante da ditadura militar

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No dia 3 de outubro, aconteceu a Solenidade de Reabertura do Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife, em comemoração dos seus 100 anos, onde foi convidado como conferencista o ex-vice presidente Marco Maciel.

Os estudantes, indignados com a homenagem à um interventor da ditadura em Pernambuco, levaram cartazes criticando a política ditatorial defendida pelo convidado e pedindo a abertura dos arquivos da ditadura. Contudo, o ex-vice presidente parece não lembrar de tudo isso, nem mesmo das condições que o fizeram chegar ao cargo de governador, falando no seu discurso de democracia e direitos eleitorais.

O DCE-UFPE quebrou o protocolo, demonstrando a insatisfação dos estudantes, para denunciar a infeliz escolha do Governador Biônico e fazer a justa homenagem que essa solenidade deveria ter feito, aos estudantes que muito lutaram por uma sociedade mais justa e democrática e que por isso foram perseguidos, presos, torturados, desaparecidos e mortos pelo regime representado por Marco Maciel em nosso estado, a exemplo de Umberto Câmara Neto patrono do DCE.

Além disso, solicitamos o apoio da Reitoria da UFPE ao Comitê de Memória Verdade e Justiça de Pernambuco, que tem como objetivo mostrar o que aconteceu com os desaparecidos políticos, julgar e punir os responsáveis pelos crimes cometidos contra os lutadores e lutadoras de Pernambuco.

Umberto Câmara Neto, Presente!

Marilia Novaes, Presidente do DCE-UFPE

Mais de 700 presos em Nova York

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Mais de 700 manifestantes foram presos sábado nos Estados Unidos, durante um protesto que bloqueou a ponte do Brooklyn, em Nova York, na 15ª jornada promovida pelo movimento Ocupar Wall Street, que mantém uma “acampada” no Zucotti Park, no centro de Manhattan.

A ponte liga a baixa de Manhattan ao bairro do Brooklyn, cruzando o East River.

A polícia alegou que não prendeu ninguém que se manteve no passeio, mas que os manifestantes foram para a estrada e assim bloquearam a ponte, o que é proibido. Mas os jovens dizem que foi a própria polícia que os conduziu e escoltou para a travessia rodoviária da ponte. Acusam, assim, a polícia de Nova York de os ter conduzido a uma armadilha.

Os manifestantes levavam à frente um cartaz onde se podia ler “We the People” (Nós, o Povo), as primeiras palavras do preâmbulo da Constituição dos EUA. Quando começaram as prisões, os manifestantes reagiram gritando “O mundo inteiro está a ver”, em alusão ao live streaming pela Internet que estava a decorrer no momento.

Em seguida, sentaram-se no chão e gritaram “Let them go!” diante de todos os jovens, alguns visivelmente menores, que estavam a se detidos. O protesto foi totalmente pacífico.

Segundo testemunhos citados pelo The New York Times, os detidos foram levados em dez autocarros e libertados em seguida. Há denúncias que alguns deles foram agredidos. Todos foram algemados. Cerca de 3 mil pessoas terão participado na manifestação.

As manifestações estão cada vez a ganhar mais peso, e os “indignados” norte-americanos, que denunciam a injecção de dinheiro público para salvar os bancos e a corrupção do sistema financeiro, recebem a cada dia apoio público de intelectuais como Noam Chomsky, o documentarista Michael Moore ou a actriz Susan Sarandon. Houve manifestações também em Washington, São Francisco e Chicago.

Já há uma nova acampada, desta vez em Boston, no Parque Dewey.

Fonte: Esquerda.net

Filmes perdidos da URSS

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Aproximadamente 70 filmes foram gravados na URSS entre o período de 1931-1940. Mas a maioria deles, infelizmente, foi perdida. Ou, pelo menos, se encontra temporariamente perdida.

Algumas das imagens abaixo, retiradas do filme  “Blossoming Youth”, produzem uma indelével impressão por causa da vivacidade e da naturalidade de suas cores, o que era muito incomum para o cinema da época.

Entre as fotos se encontram também algumas tomadas de um evento esportivo, provavelmente de 1939, na qual se encontravam presentes Stalin e Kalinin, então presidente da URSS.

Essa surpreendente qualidade são evidência do alto grau de avanço da cultura e das artes na URSS sob a direção de Stalin. Dificilmente encontram-se produções de nível semelhante nos países capitalistas deste período.

Glauber Ataide, com informações de English Russia

Comissão da Meia Verdade, ou a volta da “conciliação nacional” de Tancredo

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Aos desavisados, pode ter parecido que a aprovação do PL 7.376/2010 pela Câmara dos Deputados, na noite de 21 de setembro, foi uma vitória da democracia. Afinal de contas, o projeto impôs uma derrota aos setores de extrema-direita representados por parlamentares como o ex-capitão Jair Bolsonaro. Afinal de contas, dirão os otimistas, conseguiu-se criar a Comissão Nacional da Verdade, antiga reivindicação de ex-presos políticos e de familiares de desaparecidos políticos.

Ocorre que a Comissão Nacional da Verdade – na configuração em que foi aprovada e caso o Senado mantenha inalterado o texto do projeto – tende a resultar em mero embuste, um simulacro de investigação, tais as limitações que lhe foram impostas. Será preciso enorme pressão dos movimentos sociais para que ela represente qualquer avanço em relação ao que já se sabe dos crimes cometidos pela Ditadura Militar, e, particularmente, para que obtenha qualquer progresso em matéria de punição dos autores intelectuais e materiais das atrocidades praticadas pelos órgãos de repressão política.

A verdade pura e simples é que o acordo mediante o qual o governo aceitou emendas do DEM, do PSDB e até do PPS, mas rejeitou sem apelação e sem remorsos as diversas emendas propostas pela esquerda e pelos movimentos sociais, é a renovação da transição conservadora de Tancredo Neves. O acordo que selou a “conciliação nacional”, celebrado nos estertores da Ditadura entre o líder do conservadorismo civil e a cúpula militar, foi preservado por Lula e acaba de ser repaginado e remoçado por Dilma Roussef. Os militares são intocáveis, não importa que crimes tenham cometido, e seus financiadores e ideólogos civis idem.

Não foi por outra razão que o líder do DEM, deputado ACM Neto, subiu à tribuna ao final da sessão, minutos antes da votação decisiva, para elogiar “a boa fé e o espírito público” da presidenta da República. “O Democratas está pronto para votar, pronto para dizer sim à História do Brasil”, acrescentou gloriosamente. O deputado Duarte Nogueira, líder do PSDB, também comportou-se à altura da ocasião. Depois que o líder do governo, deputado Candido Vaccarezza, dispôs-se a incorporar uma emenda conjunta da deputada Luiza Erundina e do PSOL, Nogueira elegantemente pediu a palavra para objetar e declarar inaceitável o seu teor. Foi o que bastou para o líder do governo imediatamente recuar.

Muito sintomático do tipo de acordo que se arquitetou, e do papel que se pretende reservar à Comissão Nacional da Verdade, foram as repetidas homenagens que ACM Neto, Vaccarezza e até o líder do PT, deputado Paulo Teixeira, prestaram ao ex-ministro Nelson Jobim e ao seu assessor José Genoíno. Estes dois personagens foram os leva-e-traz dos altos comandos das Forças Armadas nas “negociações” entre estas e o governo ao qual deveriam prestar obediência. O líder do governo foi mais longe em suas demonstrações de subserviência e chegou a agradecer expressamente aos comandantes militares.

Na tribuna, o deputado Paulo Teixeira fraudou a história ao declarar que, “como todos sabem”, as violações ditatoriais “foram praticadas entre 1968 e 1980”! Portanto, não houve golpe militar nem qualquer atrocidade entre 1964 e 1968. Gregório Bezerra não foi arrastado seminu pelas ruas de Recife. Os militantes das ligas camponesas não foram executados pela repressão. Comunistas não foram presos e torturados na Bahia. O tenente-coronel aviador Alfeu de Alcântara Monteiro não foi assassinado na Base Aérea de Canoas, e o sargento Manoel Raimundo Soares não foi atirado, de mãos amarradas, nas águas do Guaíba. Nada disso. E, para arrematar, o líder do PT citou a boa tese de Tancredo: a “conciliação nacional”, a ser propiciada pela Comissão Nacional da Verdade.

O setor da esquerda que embarcou no acordo para manter viva a Ditadura acredita piamente que não é possível, nem desejável, avançar um milímetro em punições, porque a correlação de forças está dada, ad eternum, desde a transição. Nisso, consegue apequenar-se perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos, que, ao julgar o caso da Guerrilha do Araguaia, decretou que “as disposições da Lei de Anistia brasileira que impedem a investigação e sanção de graves violações de direitos humanos são incompatíveis com a Convenção Americana, carecem de efeitos jurídicos” e que “são inadmissíveis as disposições de anistias, as disposições de prescrição e o estabelecimento de excludentes de responsabilidade, que pretendam impedir a investigação e punição dos responsáveis por graves violações dos direitos humanos, como tortura, as execuções sumárias, extrajudiciárias ou arbitrárias e os desaparecimentos forçados”.

Mas qual será mesmo a finalidade da Comissão Nacional da Verdade, se contar com apenas sete membros, alguns dos quais poderão ser até militares; se não dispuser de autonomia financeira; se tiver de investigar quatro décadas em apenas dois anos; se for sujeita ao sigilo; e, finalmente, se não puder remeter suas conclusões ao Ministério Público e à Justiça, para que os autores dos crimes e atrocidades cometidos pela Ditadura Militar sejam julgados e processados na forma da lei?

A resposta é uma só. Na visão desse setor que envergonha a memória dos heróis tombados na luta contra a Ditadura, ela foi assim enunciada pelo ex-ministro Nilmário Miranda: “O objetivo principal da Comissão da Verdade é produzir um relatório que seja base para os currículos escolares. Essa que é a grande novidade, nunca tivemos isso na história do Brasil”.

Pedro Estevam da Rocha Pomar Jornalista, editor da Revista Adusp

CCML realiza debate sobre os cinco

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O Centro Cultural Manoel Lisboa (CCML) realizou em Recife, o debate “Os 5 Heróis Cubanos: América Latina, Caribe e Cuba na Construção do Futuro” com Luiz Soaréz Salazar, professor de Relações Internacionais da Universidade de Havana-Cuba, Coromoto Godoy, Cônsul da Venezuela em Recife e Edival Cajá, Sociólogo e presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa.

Salazar iniciou sua intervenção explicando a relação dos cinco cubanos, acusados injustamente e presos desde 1998 nos Estados Unidos, e defendeu a integração dos países da América Latina e Caribe como condição fundamental para enfrentar o imperialismo norte americano e tirou várias dúvidas do público sobre a saúde, a educação e o sistema eleitoral de Cuba.  A cônsul da Venzuela, Coromoto relatou emocionada “o apoio de Cuba aso páises menos desenvolvidos, enviando milhares de médicos e professores, inclusive para Venezuela”. EdivalCajá denunciou o massacre imperialista aos povos da América Latina e do mundo e defendeu que a única alternativa para os povos é o socialismo.

Camila Áurea, diretora do Centro Cultural Manoel Lisboa- PE

Trabalhadores da Vilma Alimentos fazem paralisação

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Ontem (28/09/2011), desde as 06:00, comandados pelo Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Massas Alimentícias de Contagem – SINDMASSAS, os trabalhadores da empresa Vilma Alimentos, situada na Cidade Industrial, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte), resolveram cruzar os braços, paralisando suas atividades por tempo indeterminado. Segundo o Presidente do SINDMASSAS o motivo da paralização é que “a empresa atrasou salário em 20 dias, não vem pagando o adicional de insalubridade, corta a cesta básica quando o trabalhador falta de serviço mesmo apresentando o atestado médico, assédio moral, entre outros”. A paralização acontece na porta da empresa com a participação de mais de 300 trabalhadores. O sindicato informou também que até as 08h40 do mesmo dia a diretoria da Vilma Alimentos permanecia sem negociar com o movimento.

Leia também: Empresa processa sindicato e tenta coibir organização dos trabalhadores

Redação MG