Genocídio da juventude negra segue sendo uma dura realidade, principalmente nos grandes centros.
Marcelo Pereira e Larissa Lamarca
BELO HORIZONTE - Na noite do último dia...
A roda cultural da Tropa do Mantém, na comunidade Manoel Corrêa, foi interrompida bruscamente pela PM, no último dia 5 de maio. Com tiros, socos e chutes, os policiais aterrorizaram e promoveram o caos numa noite pacífica, quando crianças e jovens estavam na quadra da comunidade produzindo cultura e educação, justamente aquilo que lhes é negado pelo governo.
Operação policial realizada pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e pela Polícia Rodoviária Federal resultou na morte de 22 pessoas na Vila Cruzeiro, no Complexo de Favelas da Penha. Essa já é a segunda operação mais letal realizada por policiais do Estado, atrás apenas da chacina do Jacarezinho.
A Chacina da Baixada, como ficou conhecida mundialmente, completa 17 anos de impunidade nesta quinta-feira (31). Sua história marca mais um episódio de violência do Estado contra a população pobre da periferia do Rio de Janeiro.
A megaoperação policial faz parte do “Cidade Integrada”, novo projeto de militarização das comunidades cariocas arquitetado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro. Cerca de 1.200 policiais civis e militares ocuparam a favela do Jacarezinho, palco da maior chacina já promovida pela Polícia Civil-RJ.
Operação ilegal das polícias Civil e Militar na favela do Jacarezinho teve como resultado 28 pessoas mortas e inúmeras violações de direitos humanos. Segundo o laboratório de dados de violência armada Fogo Cruzado, esta já é a segunda maior chacina da história do Rio de Janeiro.