UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Início Site Página 645

A presença de haitianos na Amazônia

0

Haiti capaRecentemente, tem-se registrado na Amazônia brasileira a imigração de um considerável número de haitianos, a ponto de o Governo passar a olhar a situação com um pouco mais de atenção. O Censo Demográfico Brasileiro realizado pelo IBGE, em 2001, demonstra que a presença de haitianos era praticamente inexistente. Porém, já com a contagem da população após 2007, essa realidade vem sendo alterada. O que se pode concluir é que o recente golpe militar de 2004 e o terremoto que assolou o Haiti em 2010 contribuíram significativamente para o fluxo migratório de haitianos em direção ao Brasil, com entrada pela Amazônia.

Os haitianos na Amazônia são pessoas em busca de condições de vida melhores que as que tinham no país de origem. A realidade, entretanto, não se apresenta tão promissora como se percebia. A falta de estrutura para acolher essa população, o processo burocrático para regularizar sua entrada e permanência no Brasil e a escassez de oportunidades de trabalho, além do choque cultural, da dificuldade da língua e do rompimento de suas relações sociais no país de origem, têm gerado verdadeiros corredores de pobreza na Amazônia.

O principal problema, no que se refere à vinda de haitianos para a Amazônia, é que não existe uma lei específica para mantê-los em solo brasileiro. Os haitianos chegam ao Brasil geralmente pela fronteira com o Acre, na Região Norte.

Segundo o Instituto de Migrações e Direitos Humanos (IMDH), o principal trajeto seguido pelos haitianos acompanha um deslocamento, por via aérea, da República Dominicana com destino ao Equador ou ao Peru. Como esses países não exigiam visto para haitianos (o Peru introduziu a exigência de visto para haitianos em janeiro de 2012), os emigrantes não encontravam dificuldades na entrada.

Depois de chegarem a um desses países, atingem a fronteira do Brasil em diferentes pontos por via terrestre ou fluvial. Tabatinga, Assis Brasil e Brasileia são os mais frequentes. Em alguns casos, em lugar de se deslocarem à fronteira com a região Norte (o menor trajeto), chegam pela região Centro-Oeste, entrando por Corumbá, por exemplo.

Ao chegarem em solo brasileiro, esbarram com um processo burocrático. Os haitianos são dirigidos à Policia Federal para solicitarem vistos como “refugiados”, o qual, porém, só é concedido a pessoas perseguidas politicamente e que têm sua vida ameaçada, exigindo, assim, ajuda internacional. Logo, o haitiano que está fugindo de uma situação caótica de pobreza e de catástrofes naturais não pode ser enquadrado como refugiado.

O Governo brasileiro, com base na Resolução nº 27/98, que trata dos casos omissos e especiais, adotou uma posição: “Na aplicação da RN nº 27/98, o CNIg tem considerado as políticas migratórias estabelecidas para considerar os haitianos como casos “especiais”, ‘humanitários’, isto é, aqueles em que a saída compulsória do migrante do território nacional possa implicar claros prejuízos à proteção de seus direitos humanos e sociais fundamentais”.

Parece que a história dos haitianos na Amazônia teve um final feliz, mas a situação não funciona dessa forma. O Brasil os está recebendo e os acolhendo, porém sem condições dignas. Como não existem residências construídas para receber esses imigrantes, eles são dirigidos a acomodações improvisadas, como em Brasileia, no Acre, onde um ginásio de esportes com capacidade para 800 pessoas servia de abrigo para quase 1.200 haitianos.

O senador Aníbal Diniz, pelo do PT do Acre, afirma que o Governo Estadual gasta de R$ 12 mil a R$ 15 mil por dia para manter os imigrantes. Parte do dinheiro é usada em atendimentos médicos, alojamentos e nas 2.500 refeições fornecidas diariamente aos estrangeiros, que já somam quase 10% da população urbana do município.

Em uma “solução” desesperada e sem fundamento, o Governo, no início do mês de abril, fechou o alojamento que abrigava os haitianos na cidade de Brasileia, e transferiu parte deles para a capital, Rio Branco, de onde 400 desses refugiados foram levados, de ônibus, para São Paulo, sob o argumento de que São Paulo é o centro de emprego no Brasil. Com isso, os estados brasileiros entraram em uma briga sobre quem receberá esses haitianos, como se esses seres humanos fossem objetos que podem ser transportados de um lugar a outro sem que se peça sua opinião.

A imigração de haitianos para o Brasil é contínua. Apesar de países como Peru e Venezuela, que fazem fronteira com o Brasil, passarem a exigir vistos de entrada para pessoas egressas Haiti, ainda assim, o fluxo migratório é intenso e sua situação mais complicada porque, agora, com a exigência de vistos de imigração, passam a atuar nesse processo os chamados “coiotes”, pessoas que cobram para atravessar outras pessoas de forma clandestina, agravando cada vez mais a situação dos imigrantes.
A situação dos haitianos no Brasil não pode ser resolvida com uma Medida Provisória ou apenas com uma política mais específica de imigração. É necessário voltar as atenções para a situação política e econômica da República do Haiti, pois esse país vive em uma imensa pobreza.

Ao invés de enviar tropas do Exército para intervir naquele país, o Governo brasileiro deveria enviar ajuda humanitária para ajudar nossos irmãos de continente a viver dignamente em seu próprio país.

Jamilly Lopes, geógrafa

Bancários vão entrar em greve nacional a partir de amanhã

IMG_1184Trabalhadores e trabalhadoras em bancos públicos e privados começam sua greve nacional a partir de amanhã. Após apresentarem sua pauta de reivindicação aos banqueiros em julho, os trabalhadores assistiram à intransigência dos patrões tanto nas reivindicações econômicas quanto nas sociais. A Federação dos Bancos oferece um aumento de apenas 7,35%, o que representa um aumento real de menos de 1%.

Enquanto isso, o lucro dos bancos continua crescendo de maneira assustadora no país que tem as mais altas taxas de juro do mundo. Em 2014, os banqueiros lucraram 16% a mais do que em 2013, e as taxas bancárias ficaram 10% mais caras.

Há casos, inclusive, de bancos que estão se negando a pagar a participação nos lucros aos trabalhadores, enquanto os acionistas e executivos receberam seus bônus e prêmios, como no banco HSBC.

Mas as reivindicações dos bancários vão além de exigir sua justa parte nos ganhos da empresa. Eles exigem que tenham fim as abusivas metas de vendas de planos, seguros e outras mercadorias financeiras. Essas metas geram altos níveis de pressão sobre a categoria que sofre com doenças funcionais e fazem com que o serviço do banco, que  é uma concessão pública, não sirva para gerar facilidades para o conjunto da sociedade.

Manifestação em frente ao Banco Central

No dia 02 de outubro, próxima quinta-feira, a categoria bancária vai realizar um ato em frente à sede do Banco Central na avenida paulista, em conjunto com diversos movimentos sociais. O objetivo é repudiar as propostas que querem deixar o BC sob total controle do mercado financeiro e independente do controle social.

A manifestação também dará divulgação à greve reivindicando maior participação dos bancos públicos no financiamento de programas sociais como a construção de moradias populares e do incentivo à agricultura familiar e à reforma agrária.

As principais reivindicações da greve dos bancários podem ser encontradas aqui.

 

 

Luciana Genro: “O transporte público é um direito e não deve ser tratado como mercadoria”

Por Vinícius RorattoA Verdade entrevistou Luciana Genro, gaúcha, 43 anos, candidata a presidente da República pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Luciana Genro foi duas vezes deputada federal. Em outubro de 2006, foi reeleita deputada federal pelo Rio Grande do Sul, dessa vez concorrendo pelo PSOL. Obteve 185 mil votos, sendo a deputada mais votada em Porto Alegre. Comprometida com a luta de familiares de ex-presos, mortos e desaparecidos políticos, apresentou o Projeto de Lei nº 7.430/2010, no qual propõe que a Lei da Anistia deixe de proteger agentes públicos civis e militares envolvidos na repressão e na prática de crimes de lesa-humanidade, como a tortura, durante a Ditadura Militar.

Nesta entrevista Luciana fala do desafio de enfrentar uma das eleições mais caras e dominadas pelo poder financeiro já vistas no País e defende um programa de esquerda e a importância de unificar todos os setores populares para combater as candidaturas da grande burguesia e construir uma alternativa verdadeiramente popular em nosso país.

Você tem um filho. Como é ser mãe e ter atuação política tão intensa, num país em que as mulheres são ainda muito discriminadas?

Foi muito difícil. Diversas vezes perdi reuniões e atividades pelo fato de ser mãe e não existirem creches noturnas. Meus pais tiveram condições de me ajudar e, mesmo assim, precisei começar a trabalhar aos 17 anos, quando meu filho nasceu. Trabalhar, estudar, cuidar de um filho e fazer política foi um desafio enorme.

Como pretende fazer sua campanha sabendo que três candidatos (PT, PSDB e PSB) vão gastar cerca de 700 milhões na campanha eleitoral enquanto o PSOL e os partidos que a apoiam não têm nem recebem nenhum centavo dos grandes capitalistas?

Nossa campanha é centrada na mobilização da militância do PSOL, do PCR, de correntes políticas, movimentos e o engajamento individual de milhares de pessoas que apoiam nossa candidatura. O poder econômico ainda tem a capacidade de desequilibrar o resultado do pleito, mas esta eleição, em especial, está marcada pelo aumento da voto crítico e consciente, em relação às maracutaias dos partidos do sistema e das grandes empresas. A aposta nas redes sociais é necessária para diminuir a diferença do tempo de TV e da cobertura desigual da mídia. Acessem nosso site www.lucianagenro.com.br.

O Brasil, segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, gasta R$ 3,4 bilhões por dia com juros da dívida pública, e, no ano, 40% do orçamento do governo vai para pagar esses juros. Eleita presidente, o que faria com esse dinheiro público que hoje vai para os bancos e o capital financeiro internacional?

De imediato, valorização do salário-mínimo e das aposentadorias, bem como aplicaria o valor correspondente a 10% do PIB na saúde e mais 10% do PIB na educação. Destinaria boa parte dos recursos para a seguridade social, fortalecendo o Bolsa Família. Faria também investimentos nas políticas de moradia e na implementação de um sistema nacional de transporte público, com tarifa zero. Com o dinheiro que vai para o bolso dos banqueiros podemos tirar o Brasil da situação de calamidade social em que se encontra.

Os empresários brasileiros estão unidos para aprovar, no Congresso Nacional, o Projeto de Lei nº 4.330, que legaliza a prática das terceirizações em todas as atividades econômicas, de todos os setores, sejam públicos ou privados, seja na atividade-fim ou na atividade-meio. Qual a sua posição em relação a esse projeto?

Sou contra esse projeto. Todas as medidas que levam à precarização do trabalho e à flexibilização das leis trabalhistas terão sempre minha resistência. Foi justamente o fato de eu votar contra um projeto de precarização das aposentadorias, a Reforma da Previdência, que tirava direitos dos trabalhadores, que levou a direção do PT a me expulsar do partido, em 2003.

Os trabalhadores também lutam para reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais. Essa medida, de acordo com o Dieese, criaria três milhões de empregos no País. O que pensa dessa reivindicação dos trabalhadores?

Concordo, e faz parte da minha plataforma de governo. Nossas medidas no campo da economia visam à melhoria das condições para o mundo do trabalho e, sem dúvida, a redução da jornada semanal, sem redução de salário, é uma medida fundamental.

O transporte público no Brasil é fonte de grande corrupção no País, e, além de prestar um péssimo serviço à população, é caro e permite enormes lucros aos empresários. Quais as suas propostas para o transporte?

A primeira medida é a mudança de mentalidade: para nós, o transporte público é um direito e não deve ser tratado como mercadoria, em busca do lucro. Vamos criar um sistema nacional de transporte público, com forte financiamento do governo federal, para resolver esse grande problema de nossas cidades, em parceria com sindicatos de trabalhadores, movimentos urbanos, governos estaduais e prefeituras. Esse sistema será baseado em sistemas sobre trilhos, ou o que for mais adequado a cada cidade, além de contar com integração entre modais. O problema do transporte público tem soluções óbvias e passa por duas frentes: investimento do governo federal e controle público, com participação da sociedade, para que a pressão pelo lucro promovida pelos empresários não seja o objetivo principal, abrindo caminho para que possamos instaurar a tarifa zero no transporte público.

Sete milhões de famílias vivem em áreas de risco ou não têm casa para morar. Qual é sua proposta para resolver o déficit habitacional brasileiro?

Nossa proposta é trabalhar em parceria com os movimentos de luta pela moradia, em especial o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que dão uma demonstração de organização e competência em São Paulo. Vamos destinar 100% dos recursos do Minha Casa, Minha Vida para gestão das entidades populares de luta pela moradia. Dilma destina somente 2% para as entidades e 98% para as empreiteiras. O resultado é que as entidades constroem casas com o dobro do tamanho, pelo mesmo preço. Assim, basta uma mudança de gestão para dobrar a oferta de casas do Minha Casa, Minha Vida. É necessário também enfrentar a especulação imobiliária com uma nova Lei do Inquilinato e o controle do preço dos aluguéis.

O governo dos EUA e dos principais países imperialistas mantém há mais de cinquenta anos um desumano bloqueio econômico a Cuba. Qual a posição que o seu governo tomará sobre essa questão?

Repudio o bloqueio econômico dos EUA a Cuba. Nosso governo terá relações diplomáticas e comerciais com Cuba, à revelia da pressão de quem quer que seja.

Apesar de receber grande apoio dos movimento populares, os institutos de pesquisa registram 1% para sua candidatura. Não é algo novo, pois também esses institutos não previram as manifestações de junho. Mas o que pensa a esse respeito?

Os institutos de pesquisa não são neutros, não fazem apenas medição da opinião pública. Os institutos têm um histórico de erros nas pesquisas que entendemos como tentativa de influenciar o eleitorado. O mais grave é quando servem de parâmetro para a cobertura da mídia. Aí o pacto das elites para tornar invisíveis as candidaturas contra o sistema é mais notório. Defendemos que se adotem leis, como na Grécia, que impeçam a divulgação de pesquisas nos 15 dias anteriores à eleição, o que deixa o eleitor mais livre para votar em quem de fato representa suas ideias e não como hoje, quando se influencia o eleitor a votar em quem tem mais chances, segundo os próprios institutos e a grande mídia. Em 2012, na disputa pela prefeitura do Rio, Marcelo Freixo, do PSOL, teve no máximo cerca de 20% das intenções de voto e, nas urnas, obteve quase 30%. Certamente se as pesquisas não fossem manipuladas e Freixo aparecesse com 30% nas pesquisas, teria ido ao segundo turno.

Redação São Paulo

Coordenador do MST – PE é assassinado com 20 tiros

congresso da UESPE 2No ultimo dia 19 de setembro, foi assassinado covardemente com 20 tiros o coordenador do MST – PE, Aldo Soares da Silva tinha 35 anos e era mais conhecido como “Bode”. O crime ocorreu no acampamento Maria Paraíba, onde Aldo acompanhava no município de São Lourenço da Mata-PE.

O fato, que não foi divulgado na grande mídia burguesa, foi revelado durante a participação do vereador de Olinda Marcelo Santa Cruz (PT) no 12º Congresso da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), e revela o que os grandes latifundiários são capazes de qualquer medida para impedir o avanço da reforma agrária, a exemplo de matar trabalhadores e lideranças que lutam pela Reforma Agraria.

O Congresso comprometeu-se em aprovar uma moção de repúdio à violência contra o coordenador do MST exigindo o fim da impunidade dos criminosos a serviço do latifúndio e do capitalismo. Segue abaixo a moção aprovada na plenária final do 12º Congresso da UESPE, realizado em Recife-PE nos dias 20 e 21 de setembro.

Nos estudantes pernambucanos, participantes do 12º congresso da UESPE, repudiamos a violência dos grandes latifundiários, que tentam a todo custo parar a luta dos camponeses pobres do nosso país, a sua ultima investida nessa luta desigual para frear os interesses do povo foi o assassinato do companheiro Aldo Soares da Silva, coordenador do MST em São Lourenço da Mata e Paudalho, no dia 19/09/2014.

Aldo  foi assassinado covardemente com 20 tiros. O crime ocorreu no assentamento Matriz da Luz, onde Aldo residia no município de São Lourenço da Mata.

Os grandes latifundiários são capazes de fazer de tudo para impedir o avanço da reforma agrária: matam trabalhadores e lideranças da luta por mais igualdade na partilha da terra. É preciso que se investiguem os mandantes e os executores deste cruel assassinato e que se puna os responsáveis.

Toda a nossa solidariedade e fraternidade com a luta dos camponeses pobres e com os familiares do companheiro Aldo!

 

Redaçao – PE

Venezuela: “Organização e unidade devem ser mais que uma bandeira”

0

VENEZUELA-CHAVEZ-REMAINSA agressão dos imperialistas estadunidense contra a Venezuela não tem quartel. O bolso dos venezuelanos está sendo golpeado com extrema contundência, por meio de um desenfreado aumento dos bens e serviços, sobretudo dos produtos de primeira necessidade.

A especulação, retenção e outras expressões de pilhagem econômica dos capitalistas recrudescem à medida que os infiltrados no processo aumentam a sabotagem para fazer crer que esta delicada situação é culpa da “ineficácia do governo”. Ao mesmo tempo, se criou uma forte matriz de opinião nos meios de comunicação, mas, sobretudo nas redes sociais, que faz eco nas universidades, centros de trabalho, ruas, etc.

Isto criou, como é natural, um relativo descontentamento de alguns setores com o processo bolivariano. Porém, esse “descontentamento” é passageiro, pois depende das medidas que tome o governo contra os capitalistas para que o apoio retorne.

Em agosto passado, o governo fechou a fronteira com a Colômbia e empreendeu ações efetivas que conduziram ao confisco de centenas de toneladas de produtos e prisão dos chamados “bachaqueros” (atravessadores). Estas ações foram vistas de maneira muito positiva pelos venezuelanos patriotas.

Mas, além do “toma lá da cá” econômico entre o governo bolivariano e a burguesia, os revolucionários devem ter sempre presente que a saída para a atual situação só é possível com medidas radicais que só a classe operária, o campesinato e as massas populares são capazes de empreender.

Estamos numa conjuntura em que se fazem iminentes os choques de classes mais agudos, e para sair vitoriosos os revolucionários da Venezuela devem trabalhar na unidade dos distintos setores operários, camponeses, conselhos comunais, estudantis, etc., através da Frente Popular onde trabalham as mais diversas organizações, partidos, coletivos e movimentos de esquerda. Devemos deixar de lado as diferenças grupais e enfrentar o inimigo comum: a burguesia e o imperialismo.

As ações da burguesia contra nosso país, que golpeiam os mais necessitados, são efetivadas com esta burguesia unida. Apesar das diferenças que têm os capitalistas entre eles, quando se trata de enfrentar as massas populares atuam em conjunto e com inaudita crueldade, sem importar as mortes, desastres, danos e sangue que deixam na sua passagem, utilizando para isso todas as armas a seu alcance: polícias, tribunais, assassinos, vândalos, etc.

Por isso, é necessário o trabalho organizativo imediato para a unificação popular, caso contrário, a burguesia não terá problemas em assassinar-nos e eliminar-nos a cada um separadamente, como fez no Chile em 1973, fato que em neste mês de setembro completou 41 anos e que se converte em um terrível espelho de nossa realidade, nos mostrando o que poderá se passar em nossa pátria se não tomarmos ações imediatas de unificação revolucionária.

Extraído do jornal Voz Proletária, órgão oficial da Organização Gayones, Venezuela. Setembro de 2014.

 

Morre, aos 90 anos, o artista plástico Abelardo da Hora

0

abelardo moçaMorreu nessa terça-feira (23/09), em Recife, o artista plástico pernambucano Abelardo da Hora, 90 anos, em consequência de uma insuficiência cardiorrespiratória.

Escultor, desenhista, ceramista, gravurista e poeta, Abelardo da Hora dedicou sua vida à arte e à luta do povo brasileiro por justiça e igualdade social. Comunista por convicção, Abelardo foi preso diversas vezes durante a ditadura militar. Leitor assíduo do jornal A Verdade, em suas obras sempre buscava retratar a realidade dos mais pobres, denunciar a fome e a pobreza e promover a verdadeira cultura popular.

Nascido em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, Abelardo da Hora é autor de mais de 1.800 obras, entre esculturas, cerâmicas e desenhos, além de ter sido um dos fundadores do Movimento de Cultura Popular (MCP).

Com sua morte, a arte brasileira perde um de seus representantes mais importantes.

Nas centenas de obras espalhadas pelo Recife, Abelardo da Hora sempre viverá!

Redação

Debate em São Paulo aborda repressão policial contra advogados e jornalistas

0

As liberdades democráticas e a atuação da advocacia, esse foi tema do debate e do ato de desagravo ocorridos na noite de ontem, 18 de setembro, no Sindicato dos Advogados de São Paulo (SASP).

Com o auditório repleto, o ato contou com o depoimento de uma das advogadas que teve suas prerrogativas jurídicas cerceadas durante manifestações. Raquel Brito, diretora do SASP e membro da Comissão de Direitos Humanos da entidade foi detida na manifestação de 25 de janeiro, “Se não tiver direitos, não vai ter Copa”. Ela estava entre as pessoas que se abrigaram no saguão de um hotel após os manifestantes terem sido cercados pela tropa de choque.

“A polícia criou uma cena de horror no hotel, para a atuação de advogados, é necessário um mínimo de diálogo, o que não aconteceu de fato naquele dia. A atuação deles demonstrou termos muitos resquícios da ditadura militar nessas corporações.”, afirmou a advogada.

Raquel Brito ainda lembrou que os setores judiciário e legislativo também veem tendo atuações que ferem a garantia dos Direitos Humanos, tanto com julgamentos quanto com projetos de lei que criminalizam manifestações e os movimentos sociais.

O outro depoente do ato foi José Augusto de Oliveira Camargo, Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do estado de São Paulo. Ele representou todos os profissionais de comunicação que também foram agredidos e tiverem sua ação profissional restringida pela atuação da polícia. E apresentou a campanha #cegamasnaocala , pelo projeto de lei que indica a restrição de uso de bala de borracha.

Na sequência os debatedores Adriano Diogo, Deputado estadual; Nivaldo Santana, Sindicalista; Kenarik Boujikian Felippe , Desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, comentaram a repressão policial contra advogados que atuam pelos Direitos Humanos e em defesa do direto de manifestação e dos movimentos sociais.

Adriano Diogo, também Presidente da Comissão Estadual da Verdade da Assembleia Legislativa de São Paulo, destacou que a repressão aos profissionais advogados e jornalistas são reflexo da manutenção de três poderes que vigoram desde a ditadura militar: poder da mídia, a militar e o poder econômico.

A ação conjunta destes poderes influenciando a democracia, é que impede que os Direitos Humanos sejam garantidos, concluiu Adriano.

Redação, São Paulo

Comunidade se revolta contra despejos em Nova Lima, MG

Despejo em Nova Lima, MGA população do bairro Nossa Senhora de Fátima, em Nova Lima, indignada com a falta de política de moradia e os constantes despejos feitos pela prefeitura municipal, fechou a rodovia MG30 na última quarta-feira com pneus e madeiras em chamas para protestar contra mais um despejo.

O morador que teve a casa demolida, Hebert Duarte, conta que não recebeu nenhuma notificação e no momento do despejo estava em viagem, trabalhando. “Moro aqui há mais de 20 anos e só nesta casa havia cerca de 13 anos. Não recebemos comunicado da prefeitura e por pouco eles não derrubavam com meus móveis dentro. Meus amigos que retiraram os móveis num momento em que o trator atolou.” A prefeitura disse que a área será utilizada para construção de uma Unidade Básica de Saúde, mas não apresentou nenhum projeto e não fez nenhum debate com a população. Os moradores não acreditam na promessa e ainda que fosse de fato construída a Unidade de Saúde, os moradores despejados deveriam ter garantido o direito constitucional à moradia.

Outra residência foi ameaçada de despejo, também sem ordem judicial, mas os moradores garantem que não irão deixar acontecer, mesmo que tenham que ir para o confronto com a polícia e fazer novas manifestações. Na manhã de hoje, 19/09, os moradores aguardam organizados a chegada da polícia e dos fiscais da prefeitura, que ameaçaram o morador Ronivon Souza de despejo. Segundo ele, “o investimento na construção foi alto, cerca de 60 mil reais. Isso são anos de trabalho e já estava sonhando com a minha casa totalmente pronta”. Roni, como é conhecido pelos amigos, disse que não vê sentido em aceitar um despejo desses e que irá resistir até a morte se for o caso, pois não tem pra onde ir.

O Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB – acompanha esta luta e auxilia os moradores a organizar a resistência, com a experiência de mais de 15 anos de luta pela moradia, pela reforma urbana e contra os despejos. O direito à moradia é garantido na constituição e se o poder público não respeita esse direito por bem, vai ter que respeitar na marra!

Povo do Equador foi às ruas neste 17 de Setembro

0

MarchoO 17S ficou marcado no processo de luta de classes que ocorre no Equador. Após a eleição do governo de Rafael Correa a partir de uma corrente progressista e popular; após a aprovação de uma constituição avançada e que garante direitos fundamentais; Após a traição do governo que passou a perseguir os movimentos sociais e um certo recuo do processo de mobilização, a luta popular retomou a ofensiva.

A Frente Unitária dos Trabalhadores – FUT, que reúne as principais centrais sindicais, juntamente ao movimento estudantil, entidades de camponeses e indígenas realizaram uma marcha multitudinária nas principais províncias do país.

Rafael Correa procurou  responder organizando uma contra-marcha que se concentrou em frente ao palácio do governo, no mesmo horário em que mais de 30 mil pessoas marchavam em repúdio às medidas governistas pelas principais ruas de Quito. Várias foram as denúncias de que militantes pagos e funcionários do governo compunham a maioria da concentração oficialista.

Além de perseguir fortemente todos os setores do movimento popular que estão na oposição, o governo de Correa ainda quer implantar várias medidas de corte neoliberal, como realizar uma reforma sindical que ataca a livre organização dos trabalhadores; abrir espaço para os monopólios capitalistas na exploração da água, petróleo e mineiros através de Parcerias público-privadas; e retirar o direito ao livre acesso à universidade, implantando um vestibular.

A repressão policial também foi um método usado pelo governo para enfraquecer a marcha. Ao chegar na praça de São Francisco, no centro de Quito, estudantes foram atacados pela polícia de choque deixando um saldo de vários feridos e quase uma centena de presos.

Segundo o repórter Guido Proaño, “o problema para o governo está se estendendo para todo o país, evidenciando que o descontentamento é generalizado e que o discurso do medo e da chantagem não dá mais resultados. Esta jornada do 17S pode marcar um antes e um depois no comportamento do movimento sindical e popular organizado, mas também na capacidade de manobra política e de controle social por parte do governo. Correa sofreu uma nova derrota política e o mais grave é que isso ocorreu com o povo nas ruas e com o movimento sindical sendo o protagonista principal”.

Da Redação

 

 

 

 

 

 

Manifestação unitária dos movimentos sociais acontece hoje em Quito

0

Quase todas centrais sindicais do Equador, as principais entidades do movimento estudantil, camponês e dos indígenas, convocaram para hoje uma jornada nacional de mobilização. A mobilização promete ser uma das mais importantes desde a virada à direita do governo de Rafael Correa. Reproduzimos abaixo matéria do site Ecuador Libre Red:

Acontece nesta quarta-feira, 17 de setembro, a Jornada de Mobilização Nacional convocada pela Frente Unitária de Trabalhadores, esta mobilização foi respaldada por vários setores sociais.

É uma mobilização que expressa o repúdio dos trabalhadores ao Código Orgânico Laboral, código que retira a estabilidade dos trabalhadores, a livre sindicalização e a livre contratação. Os trabalhadores das empresas telefônicas privadas vão exigir que o governo respeite seus direitos sociais tal como dispõe a atual legislação. Os professores, por sua parte, participarão em rechaço ao congelamento dos salários por 3 anos consecutivos.

A juventude secundarista e universitária critica a eliminação dos subsídios ao transporte por parte do governo e rechaça a pretensão de eliminar a tarifa preferencial para estudantes.

Marcha_por_el_Agua_Frente_PopularOs dirigentes e a base da ECUARUNARI, principal entidade dos indígenas do país, afirmam que participarão ativamente desta marcha nacional, como um ato de resistência ante às políticas autoritárias, leis e decretos inconstitucionais executados pelo regime de Correa, para exigir seus direitos como a educação intercultural bilingue, o fechamento de escolas comunitárias e  o rechaço ao Tratado de Livre Comércio – TLC com a União Europeia.

A Mobilização Nacional é a expressão do rechaço à política equivocada de um regime  que beneficia os mesmos de sempre, à mesma direita que hoje se encontra no Governo. Os povos do Equador chegaram a respaldar o processo democrático em seu início, quando o governo não era nem autoritário nem perseguidor. Vamos defender e exigir direitos garantidos na Constituição de Montecristi, a qual hoje é dificilmente cumprida e, por isso, o governo quer reformá-la contra a vontade dos equatorianos.

Esta jornada é dos setores populares, professores, pequenos comerciantes, trabalhadores, mulheres, ambientalistas, médicos, estudantes, indígenas e camponeses, das organizações sociais, da esquerda revolucionária, pela exigência de uma vida digna, pelo direito de resistência e de luta por um Equador de todos.

Fonte:  www.ecuadorlibrerede.tk

Agentes de Saúde estão em mobilização pelo pagamento do piso salarial

1

Agentes comunitários de Saúde de Itapebi-BAA partir de amanhã até o dias das eleições, 05 de outubro, a MNAS – Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde, juntamente com os agentes comunitários e de combate às endemias de todo o Brasil estarão se manifestando nas redes sociais contra o descumprimento da lei 12.994/14, que garante o Piso Nacional dessas categorias.

Cada município recebe R$ 1.014 do Governo Federal para custear o salário base dos agentes de saúde e, infelizmente, em sua maioria, os prefeitos estão desviando tais recursos de suas finalidades, um verdadeiro escândalo nacional. Em face dessa situação, MNAS, estará comandando manifestações nas redes sociais (Twitter, Facebook, WhatsApp, Youtube etc).

Entre as diversas Mobilização Nacionais, feitas pela MNAS, a ocorrida no início de 2013, contou com a participação de quase um milhão e meio de trabalhadores da saúde. A MNAS está presente em 17 estados brasileiros No Twitter a MNAS conta com mais de 200.000 seguidores em diversos perfis, no Facebook, ela administra o FanPage do Jornal dos Agentes de Saúde do Brasil cujo alcance de suas publicações já alcançaram mais de um milhão de visualizações, no Blogger, os acessos registrados, até o momento, marcam mais de 1.580.070 (mais de um milhão e meio). Durante a realização da Copa do Mundo, realizamos o 1º #Ocupe a FanPage da Presidente Dilma. Foi algo espetacular, cujo objetivo era a sanção do PL do Senado (270/2006). Realmente ele foi sancionado, dando origem a lei 12.994/14, que, agora, não é cumprida pelos prefeitos, pelo que parece, cumprindo orientações da Confederação Nacional dos Municípios – CNM.

Samuel Camêlo, Coordenação Geral da MNAS – Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde