UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 30 de abril de 2025
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PCR realiza Ativo Nacional de Bairros

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O 2º Ativo Nacional de Bairros do PCR, realizado no Recife, nos dias 23 e 24 de fevereiro, com a participação de dezenas de militantes dos Estados do Pará, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, serviu para aprofundar o debate sobre a atuação e as novas tarefas do MLB no trabalho de bairros em nosso país. Durante o encontro, foram discutidos temas como o papel do Partido Comunista na organização do trabalho de bairros e os desafios desse trabalho em todo o Brasil.

A luta pela reforma urbana e o socialismo norteou todo o debate e ficou claro para todos que o povo deve se organizar e lutar. A realização do 2º Ativo Nacional de Bairros foi uma grande vitória e provou a disposição de todos os companheiros e companheiras que estiveram presentes de continuar lutando pelo direito de morar dignamente e por um país verdadeiramente livre da exploração capitalista.

Fernanda Lopes,
da coordenação nacional do MLB

Ocupação em Caruaru recebe novas adesões

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As mudanças na cidade de Caruaru podem ser vistas de várias formas, mas é no ostensivo aumento de obras da construção civil onde esta nova situação é verificada de forma mais clara.  São shoppings, grandes redes de lojas e principalmente dezenas de edifícios com a finalidade de moradia para classe média e de alto padrão.

CaruaruMas, enquanto arranha-céus são construídos com apoio e financiamentos dos governos, cresce a indignação dos trabalhadores e o número de ocupações por moradia. A última delas organizada por mais de 90 famílias que viviam de aluguel e ocuparam uma área desocupada há mais de 30 anos, sem uso social, ao lado do campo de futebol no bairro do Parque Real, na madrugada do dia 03 de fevereiro.

As famílias entraram no terreno, dividiram os lotes e fincaram suas estacas. O dia amanheceu, e novas pessoas se agruparam na ocupação, uma delas a dona de casa Maria do Carmo da Silva, de 28 anos, mãe de três filhos de 9 e 6 anos e os mais novo de 10 meses. “Vi a movimentação quando levava meu filho para a escola. Vi o povo invadir e resolvi que também iria invadir. Vim com o menino no colo e a menina de lado. Pago aluguel de R$ 230,00, R$ 58,00 de luz e R$ 38,00 de água. Estou desempregada e vivemos com o salário do meu marido que trabalha no comércio. O chão ninguém pode comprar, só rico. Se aqui não der certo, não dá pra sustentar os meninos com tudo isso pra pagar. Não vai dar mais pra ficar no aluguel. Vou ter que voltar pra casa da minha mãe, e ele pra casa da família dele, e a nossa família não sei como vai ficar”.

Já nos primeiros dias, as famílias perceberam que sem união e organização ninguém alcançaria a vitória. O apoio começou a chegar através do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Caruaru (Sintracon), que convidou o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) para visitar a ocupação. Desde então, o MLB passou a realizar várias assembleias, comissões de trabalho foram tiradas e já abriram ruas, dividiram lotes, etc.

No último dia 14, aconteceu uma visita da Prefeitura, que declarou não ter planejamento habitacional nem Secretaria de Habitação e apenas resolveu cadastrar as famílias no programa Minha Casa, Minha Vida. As famílias –hoje já são mais de 200 cadastradas – decidiram permanecer no terreno e continuar a luta para que a Prefeitura resolva o problema da moradia de todos.

Elisabeth Araujo, Recife

Famílias protestam por moradia em Campina Grande

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MLB Campina GrandeAs famílias da Ocupação Margarida Maria Alves, organizada pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), ocuparam o prédio de Administração da Prefeitura Municipal de Campina Grande para cobrar moradias do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) uma solução imediata para o fato de não terem moradia.

Após palavras-de-ordem e várias falas das famílias e apoiadores na porta do prédio, uma comissão foi recebida pelo secretário de Administração da Prefeitura, Dr. Paulo Roberto Diniz, que ouviu a reivindicação do Movimento e agendou uma reunião com o prefeito para o dia 12 deste mês. As famílias então seguiram em passeata pelo Centro da cidade, cantando suas palavras-de-ordem: “Na luta, com garra, a casa sai na marra” e “ MLB, essa luta é pra valer”. Na Praça da Bandeira, encerraram o ato político, afirmando que se o prefeito não der uma proposta favorável às famílias, novas mobilizações acontecerão na cidade.

Redação PB

Paralisação na Atento é vitoriosa

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AtentoOs trabalhadores do telemarketing no Estado de São Paulo, categoria que recebe um dos menores salários e piores condições de trabalho, têm como data-base para o reajuste salarial mês de janeiro. Porém, passados mais de um mês, nada do aumento.

O Sindicato que representa a categoria, Sintetel, estava em negociação com os patrões, porém não desenvolveu nenhuma mobilização na categoria, o que, naturalmente, deixava o ambiente da negociação favorável às empresas.

Desde o fim de 2012, o Movimento Luta de Classes (MLC) tem distribuído panfletos a fim de esclarecer os trabalhadores sobre o que ocorria no processo de negociação com as empresas  e mobilizar os trabalhadores a greve, o que foi recebido com muita disposição e vontade de luta pelos trabalhadores.

Dia 20 de fevereiro, , teleoperadores de diversos setores da empresa Atento, em São Bernardo do Campo, maior empresa de teleatendimento do ABC, iniciaram uma paralisação exigindo aumento real do salário, que hoje é de R$ 630,00 e a empresa estava propondo 5,5% de reajuste, menos que a inflação. Os trabalhadores lutavam também para que o aumento venha com o retroativo desde janeiro, que é a data-base da categoria e por um vale-alimentação digno, pois hoje recebem o valor de R$ 5,00 por dia (conhecido como vale-coxinha).

Como se tratava de uma paralisação de advertência, os trabalhadores se dispuseram a retornar às 19h00, desde que a empresa não aplicasse medida disciplinar, mas a empresa não se comprometeu a isso, e os teleoperadores mantiveram a paralisação.

Dentro da empresa, para outros teleoperadores que queriam aderir ao movimento, a empresa utilizou de ameaças e assédio moral para impedir a adesão.

No dia seguinte, 21 de fevereiro, os trabalhadores começaram a se reunir na porta da empresa às 13h00 com o objetivo de continuar a pressão pelo salário e para exigir que não fossem aplicadas medidas disciplinares. Em pouco tempo, chegou também o Sintetel, e a empresa voltou atrás em relação às medidas disciplinares, o que representou uma grande vitória dos trabalhadores.

A direção do sindicato informou como está a negociação com as empresas, que começam a ceder para reivindicações da campanha salarial e que paralisações como aquela fortalecem a pressão nas mesas de negociação. Em relação ao salário, a diretoria do dindicato afirmou que as empresas já tinham aberto mão dos 5,5%, e que a negociação estava em torno do aumento real e que o retroativo será garantido.

Os trabalhadores voltaram ao trabalho e continuam firmes, junto com o MLC, para acompanhar as negociações e mobilizados para lutar pelo salário e condições de trabalho.

Redação São Paulo 

Mercenária cubana não é bem-vinda na Bahia

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 Yoani passa vergonha na BahiaA turnê da blogueira Yoani Sánchez pelo Brasil fez uma escala na cidade de Feira de Santana, na Bahia, onde ocorreu, no dia 18 de fevereiro, um evento em sua homenagem, que contou com a presença inesperada de cerca de 50 manifestantes. Com cartazes, faixas e panfletos, puxaram palavras de ordem em defesa de Cuba e contra as mentiras e distorções difundidas por Yoani no seu blog e no Twitter.

Os militantes do Partido Comunista Revolucionário e da União da Juventude Rebelião foram representados por Iracema Santos, que esteve presente na mesa do debate e perguntou à mercenária qual a sua opinião sobre a base de Guantánamo, cobrou seu empenho em divulgar em seu blog notícias do bloqueio econômico imposto a Cuba pelos EUA e denunciou a situação dos cinco patriotas cubanos, que se encontram encarcerados injustamente nas prisões norte-americanas. Infelizmente, a blogueira não respondeu a nenhuma das perguntas nem disse nada a respeito de sua relação com a Seção de Interesses Norte-Americanos (Sina).

Yoani saiu do seu país para ver em outros, inclusive no Brasil, o que não existe em Cuba: crianças desnutridas pedindo esmolas e morando nas ruas. Poderíamos listar várias mazelas sociais impostas pelo sistema capitalista que ela tanto defende e quer que retorne a Cuba Livre.

Sua grande bandeira de liberdade de expressão é uma falácia, já que no capitalismo, em 2012, 141 jornalistas foram assassinados em 29 países, mas nenhum em Cuba. Temos certeza de que ela se lembrará de que, em nosso país, os inimigos do povo cubano não são bem-vindos.

Victor Aicau Pires, militante do PCR.

Quem financia Yoani Sánchez?

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Yoani é financiadaO Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba (MPSC)  vem a público expor as razões que o levam a protestar contra a visita da personagem cubana Yoani Sánchez ao Brasil.

A nossa indignação se amplifica devido a falsas informações divulgadas pelas grandes corporações privadas da mídia que reinam no nosso país (televisões, jornais e internet).

Nesse contexto, a blogueira cubana tem sua imagem construída pelo oligopólio midiático, aparentando ser uma mulher doce, honesta e portadora da verdade sobre a realidade cubana.

Seu discurso não se concentra diretamente na crítica ao socialismo, mas busca explorar aspectos das dificuldades enfrentadas pelo povo cubano no seu dia a dia, para, assim, dissimular os interesses que estão por detrás dela, tornando-a uma suposta mártir dos ideais da liberdade de expressão em Cuba.

Utilizando-se de linguagem simples e articulada, a blogueira tenta esconder os seus ideais de minar o sistema socialista, a peculiar democracia cubana.  Seu objetivo? Promover o retrocesso com a instauração do capitalismo, que certamente seria capitaneado pelos terroristas cubanos que hoje vivem em Miami.

Porém, Sánchez já foi devidamente desmascarada. Já se sabe que ela não está só, mas acompanhada pelos já conhecidos inimigos da Revolução Cubana. Sánchez não passa de mais um dos episódios da gigantesca e histórica pressão das potências capitalistas contra o exemplo cubano, desde a vitória da luta armada de 1959.

A única novidade são as ferramentas utilizadas, como a internet, na tentativa de explorar a suposta contradição de gerações, dos que presenciaram a revolução e dos que vivem hoje das mudanças sociais que dela sucederam.

O fenômeno postiço Yoani Sánchez segue o mesmo rastro das invasões militares e mercenárias dos ianques ao território cubano; do terrorismo aberto comandado pelos residentes em Miami; das inúmeras tentativas de assassinato das lideranças da Revolução; das mentiras semeadas pela mídia internacional; dos inúmeros atentados perpetrados contra a população cubana; das sabotagens à produção do País e do infame bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba. Yoani Sánchez é uma dessas novas cartadas, agora baseada no ciberespaço da (des)informação.

O que já se sabe sobre a impostora Yoani Sánchez

É formada em Letras e Filosofia, especializada em literatura latino-americana.  Já casada com o contrarrevolucionário Reinaldo Escobar, em Cuba, abandona o país em 2002, casa-se com um alemão e imigra para a Suíça. Por razões não explicadas, resolve retornar a Cuba em 2004, lugar que dizia odiar por ser “imensa prisão com muros ideológicos”.

Desde que criou o seu blog “Geração Y”, em 2007, causa surpresas pelo sombrio e meteórico prestígio que recebe de instituições que lhe conferem prêmios jornalísticos e literários e a destaca como pessoa das mais influentes no mundo. O fato é que esses “prêmios” se tornaram uma fonte de prestígio e renda sem precedentes: foram cerca de 250 mil euros em recompensa no curto período de pouco mais de um ano, o que corresponde a mais de 20 anos de salário mínimo na rica França e cerca de 1.500 anos de salário mínimo em Cuba.

O maior reduto da imprensa golpista das Américas, a Sociedade Interamericana de Imprensa, sediada em Miami (Flórida, EUA), nomeou-a vice-presidente regional por Cuba. Sánchez é correspondente de vários jornais conservadores no mundo, inclusive do Estado de São Paulo. Esse generoso cabide internacional de empregos lhe rende cerca de 6.000 dólares mensais, o que significa uma verdadeira fortuna para quem vive em Cuba. Isso confirma que ser “dissidente” em Cuba é meio de enriquecimento e prestígio com o aval imperialista.

Os Estados Unidos impõem bloqueio a Cuba, impedindo que qualquer empresa que possua 10% de capital estadunidense possa comercializar com a ilha. Todos os cabos que possibilitam a conexão cibernética que passam próximos a Cuba pertencem aos EUA. Assim, os cubanos ficam privados do uso mais acessível da rede mundial de internet. No entanto, Yoani Sánchez circula livremente em Cuba, coproduzindo seu megablog, com auxílio fenomenal de empresas estrangeiras que lutam pela derrubada do regime revolucionário. O mais curioso (e revoltante) é que a mercenária consegue passar por cima do bloqueio e receber fortes subsídios de empresas estadunidenses, enquanto crianças cubanas são privadas de medicamentos interditados pelo bloqueio. Seu blog usa o Paypal, sistema de pagamento online que nenhum morador de Cuba pode utilizar devido ao bloqueio estadunidense. O blog dela dispõe de Copyright, que também é vetado para qualquer cubano pelos Estados Unidos. É a empresa estadunidense GoDady que registra o domínio do blog de Yoani Sánchez e o sítio que o hospeda outros vários sítios da extrema direita no mundo, tendo potencial de banda cerca de 60 vezes maior que aquela de que todos os usuários de Cuba dispõem.

Quem paga a gestão de mais de 14 milhões de supostas visitas mensais ao blog? Quem sustenta suas diferentes contas de Twitter? Quem banca as cerca de 400 mensagens mensais desde Cuba, que lá custa 1,25 dólares cada?

Não precisamos de muita imaginação para saber do que se trata: Yoani Sánchez não passa de uma traidora de sua pátria, ancorada no que há de mais sujo no contexto atual dos mecanismos de complô mundial de Estados e corporações contra o exemplo de Cuba. Mesmo tentando dissimular, ela não esconde seu projeto de implantação de um “capitalismo sui generis” na ilha e o seu alinhamento com a política imperialista no mundo atual.

Por outro lado, jamais Yoani Sánchez lutou contra o bloqueio genocida imposto pelos Estados Unidos a Cuba. Jamais ela dedicou a sua influência (produzida) em prol da libertação dos cinco cubanos presos, injusta e ilegalmente, em solo inimigo (EUA). Sánchez jamais reconheceu o papel fundamental de Cuba no processo de independência de vários países africanos da década de 1970 e também no fim do apartheid na África do Sul.

Por que Sánchez não reconhece ser Cuba o país que tem o maior índice de desenvolvimento humano aliado ao respeito à natureza? Por que não reconhece Cuba como país que preserva e respeito aos direitos humanos nas mais diversas áreas?

Por esses e muitos outros motivos, nós do MPSC protestamos contra a visita dessa mercenária ao Brasil e, mais uma vez, denunciamos as corporações empresariais de comunicação, sob a forma de jornais, televisões e internet, que monopolizam a comunicação e impedem a liberdade de expressão no Brasil.

Pelo fim do monopólio das comunicações e pela liberdade de expressão no Brasil! Pelo imediato fim do bloqueio a Cuba!

Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba (MPSC)

Para justificar guerras e repressão, capitalismo faz apologia da violência

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Soldados no IraqueCausou grande indignação a morte do jovem boliviano Kevin Beltrán Espada no dia 20 de fevereiro, provocada por um sinalizador disparado por um membro da torcida corintiana em Oruro, Bolívia, durante o jogo entre San José e Corinthians, pela Copa Libertadores. A violência no futebol voltou à primeira página dos jornais e ganhou reportagens especiais na TV condenando as torcidas organizadas.

Porém, a violência não só tem crescido no futebol.  Segundo o Mapa da Violência produzido pelo Instituto Sangari, entre 1980 e 2010, ocorreram no Brasil 1,09 milhão de homicídios, o que significa uma média de 36,3 mil mortes violentas por ano.

Apenas no mês de janeiro, informa a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, 455 pessoas foram assassinadas, 69 a mais do que em janeiro do ano passado. No Rio Grande Sul, os homicídios também cresceram 17% no último ano.

É claro que não é possível culpar as torcidas organizadas por esse aumento da violência. Até porque somente a PM de São Paulo matou em 2012, uma pessoa a cada 16 horas.

Vemos, assim, mais uma vez, os grandes meios de comunicação agirem como os romanos há 2000 anos: procuram um Cristo para crucificar. No caso da morte do torcedor boliviano, esse cristo é a torcida organizada.

Essa forma de agir da imprensa burguesa não é à toa. Na realidade, sua especialidade é encobrir a verdade para isentar de culpa o sistema capitalista. Entretanto, como prova a dialética, é impossível compreender um acontecimento ou fenômeno isolando-o ou separando-o de outros que o cercam e sem analisar o que o causa. Sem essa análise, qualquer fenômeno torna-se uma coisa sem sentido, surpreendente ou inimaginável.

Desse modo, a morte de Kevin Espada e a forma como ocorreu têm uma importante relação com o crescimento da violência tanto em nosso país como no mundo. Lembremos aqui que há três meses, em 14 de dezembro de 2012, outra grande tragédia chocou o mundo: o cruel assassinato de 20 crianças por um jovem de 20 anos, filho de uma professora, numa escola da cidade de Newtown, em Connecticut, EUA.

Quem são os donos das indústrias de armas?

Aliás, mesmo tendo ocorrido nos EUA, seis massacres em 2012, que mataram 45 pessoas, a maioria crianças e jovens, o comércio de armas continua crescendo no país e segundo dados da Associação Nacional do Rifle (NRA, sigla em inglês) existem em mãos privadas 300 milhões de armas de fogo para uma população de 330 milhões.

Na realidade, a sociedade capitalista tem hoje no armamentismo e na violência suas principais características. Não é por mera coincidência que as principais economias capitalistas do mundo são exatamente as maiores exportadoras de armas: EUA, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido, juntos, são responsáveis por 75% das vendas de armas no planeta.

Mais: de acordo com o Instituto Internacional para a Paz de Estocolmo (Sipri), em 2010, em plena crise capitalista, as 100 maiores empresas do setor de armamentos venderam fabulosos 411,1 bilhões de dólares em armas.

Entretanto, é bom observar que os donos dessas indústrias armamentistas não constituem uma classe capitalista à parte. Eles são também proprietários dos principais bancos do mundo (aqueles que são grandes demais para quebrar), de fundos de investimentos e de monopólios industriais que fabricam de aviões a cigarros.

É para atender a insaciável ganância desses empresários e impedir a queda na taxa de lucro que os governos nada fazem para acabar com a fabricação de armas. Pelo contrário, cortam verbas da Saúde e da Assistência Social para assegurar recursos para a indústria bélica. De fato,  nunca numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, órgão integrado apenas pelos países imperialistas, foi apresentada uma proposta para proibir a produção de armas nucleares ou de qualquer outro tipo.

Por isso também, nunca se teve tantas guerras como neste início do século 21.  Em janeiro, as Forças Armadas da França invadiram o Mali, país africano e que foi colônia da França até 1959, e o gabinete de Obama já discute a intervenção militar na Síria, diz em manchete o jornal Washington Post.

A apologia da violência

Para justificar essa violência e apresentar as indústrias de armas como se fossem fabricas de chocolates, o cinema capitalista produz uma legião de filmes de guerras e de louvor à violência, tais como Guerra ao Terror, Duro de Matar, Violentos e Furiosos, Batman, o Cavaleiro das Trevas, Argo, G.I. Joe, etc., bem como games (jogos) que se tornaram moda para ado-lescentes. Um exemplo: quando do lançamento do game “Medalof honor Waefighter”, video game mais vendido no mundo, a EletrctronicArts, apresentou entre seus parceiros de marketing a empresa McMillan, fabricante de fuzil ultramoderno para atirador de elite e a Magpoul, empresa que vende pentes de balas.

Além do mais, a sociedade burguesa, inspirada na acirrada concorrência existente entre os grandes grupos capitalistas para dominar os mercados, (“Cada capitalista mata muitos outros”. Marx.O Capital, I ), necessita para justificar essa “sociedade altamente competitiva” e garantir a coesão social, além de um gigantesco aparato repressivo, escravizar corações e mentes. Daí, a estratégia de promover a alienação social e incitar o individualismo e a rivalidade buscando que o ser humano seja visto não como um companheiro, mas como um concorrente.

“Aniquilar o concorrente’ é o objetivo que precisa ser alcançado para sobreviver na moderna sociedade capitalista; ou você é vitorioso ou está “morto para o mercado”, dizem os especialistas em gestão de carreiras. Aliás, a frase “É preciso matar o adversário”, tornou-se um mantra na boca de técnicos, jogadores e comentaristas de futebol.

A hipocrisia dos meios de comunicação burgueses é tão grande que, ao mesmo tempo em que se mostram indignados com a morte do jovem boliviano, convidam os telespectadores a assistirem as violentas lutas de UFC, conhecidas também como vale-tudo ou “briga de galo humana”. No site http://www.putsgrilo.com.br/esporte/ufc-os-rostos-mais-detonados-do-mma/ podem se ver rostos de lutadores sangrando nesse novo esporte criado pela classe capitalista. Um esporte que garante diversão para ricos que apostam e ganha milhões à custa de um ser humano ser espancado quase até a morte. Entre as grandes empresas que patrocinam essa violência da UFC, estão a Nike, a Phillips, a Ambev, a Globo, a Gillete, a Fox e a Procter & Gamble (P&G),que  fabrica fraldas para bebê e produtos de higiene e limpeza.

Para culpar as torcidas organizadas, dizem ainda que no passado, as torcidas ficavam lado a lado e a violência era menor.  Mas também nesse passado, a violência era reduzida em todo o país, mais de 1/3 da humanidade vivia no sistema socialista, existia a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o capitalismo não estava tão apodrecido e as ideias e os valores comunistas tinham, sem dúvida, uma influência maior sobre as pessoas.

Por que se organizar?

A verdade é que um sistema que glorifica as armas, endeusa a violência, considera natural demitir um pai ou uma mãe que tem uma família para sustentar ou um jovem que precisa sobreviver, cria paraísos fiscais para fazer lavagem de dinheiro do narcotráfico e da corrupção, que promove guerras e bombardeia cidades para garantir o lucro de uma minoria e se apoderar das riquezas de um povo, não pode e nem quer resolver o grave problema da violência social.

Em outras palavras, não são as torcidas organizadas, mas a atual forma como o Estado está organizado, a sociedade burguesa e sua ideologia, tão ardorosamente defendidas pelos grandes meios de comunicação, que mantêm e propagam a cultura da violência, os principais responsáveis pelo crescimento da violência, seja no futebol seja em toda a sociedade.

Portanto, não é nos desorganizando que acabaremos com essas tragédias e injustiças, mas sim nos organizando e nos rebelando contra esse violento e desumano sistema. Como muito bem cantou Chico Science, “Eu me organizando posso desorganizar. Posso sair daqui para me organizar”.

Lula Falcão,
membro do comitê central do Partido Comunista Revolucionário-PCR

Trabalhadores realizam encontro em Natal

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No dia 3 de fevereiro realizou-se o I Encontro Estadual do MLC, na Escola Estadual Celestino Pimentel em Natal. Com a representação de várias categorias estiveram presentes companheiros e companheiras da educação, limpeza urbana, vigilantes, funcionários públicos e da construção civil.

O encontro foi precedido de panfletagem nas empresas, convocando diretamente os trabalhadores potiguares a se organizarem no MLC. Foram convocados também os companheiros e companheiras que estão nas ocupações organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas, o MLB.

Na abertura, Samara Martins, representando a UJR, saudou a realização do Encontro ressaltando a importância da participação da juventude no movimento operário e sindical. Luciana Gomes, em nome do Movimento de Mulheres Olga Benário.

O debate central do encontro foi justamente a respeito da necessidade e da importância do surgimento, no País, de um novo movimento sindical que seja verdadeiramente classista, que defenda de forma decidida as reivindicações dos trabalhadores e a revolução socialista.

Outro aspecto importante do encontro foi o destaque dado ao jornal A Verdade como instrumento de divulgação das nossas lutas e reivindicações, assim como um centro aglutinador e organizador dos trabalhadores conscientes.

Redação RN

 

MLC organiza Ativo em Minas Gerais

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O Movimento Luta de Classes (MLC) realizou no dia 24 de fevereiro, no Sindicato dos Empregados em Empresas de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares do Estado de Minas Gerais (Sindados-MG), um Ativo Estadual. Durante dois dias, trabalhadores e trabalhadoras de diversas categorias como educação, processamento de dados, call center, metalurgia, indústria alimentícia, serviço público federal e eletricitários estiveram mobilizados nessa  atividade de formação operária e sindical.

Com importante debate sobre conjuntura nacional e internacional, os militantes do Movimento Luta de Classes ratificaram as propostas realizadas no último Ativo Nacional do MLC, ocorrido na cidade de Maceió, Alagoas, que apontaram a importância da formação de núcleos do movimento em todas as empresas e categorias nas quais existe inserção do MLC. É tarefa principal do Movimento organizar e participar de cada greve, paralisação e mobilização dos trabalhadores, denunciando a exploração praticada pelo patronato e as graves consequências da crise do sistema capitalista. Outra tarefa fundamental é a de agitação e propaganda das ideias revolucionárias através de um sistemático trabalho de disseminação do jornal A Verdade em cada empresa e em cada porta de fábrica.

Outra proposta levantada no Ativo foi a realização de cursos de formação marxista-leninista e de um trabalho de formação de mulheres como lideranças sindicais.

Ao lado do Partido Comunista Revolucionário, o MLC de Minas Gerais dá início ao ano de 2013 com um trabalho que tem como objetivo aumentar a influência e a participação do movimento sobre a classe operária e o conjunto dos trabalhadores, engrossando as fileiras da Revolução e da luta pelo socialismo.

Redação MG

Ebserh e Saúde: o que muda?

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Ebserh não é soluçãoNo dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

No dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Seminário consistiu de três mesas redondas: “Parceria público-privada: inovação ou retrocesso?”, “Ebserh: a quem serve?” e “O papel dos movimentos sociais na luta pela saúde”. A primeira mesa contou com a participação do enfermeiro e professor da Universidade de Pernambuco e presidente da Associação dos Professores da UPE (ADUPE) Itamar Lages, que abordou de maneira mais ampla a relação do Estado com a saúde, desde antes da criação do SUS, as dificuldades de financiamento e a influência do setor privado, que cada vez mais mercantiliza a saúde.

A segunda mesa trouxe o Sindicato dos Servidores da UFPE (Sintufepe), representado por José Everaldo, e a assistente social do Hospital das Clínicas, Isadora Serrano. Foi realizada uma abordagem retrospectiva da criação da Ebserh e sua aprovação pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, bem como todas as manifestações realizadas por estudantes e funcionários da UFPE contrárias à adesão do HC-UFPE a esta forma de terceirização da gestão. Também foram discutidas as implicações da implantação da Ebserh, como a quebra da autonomia universitária, a cisão da tríade ensino-pesquisa-extensão, inerente a qualquer universidade, além das consequências financeiras e trabalhistas trazidas com a dispensa de licitação para compra de materiais e equipamentos, e a mudança do regime de trabalho para CLT.

A última mesa foi composta por Thiago Henrique, representante do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Isabel Vasconcelos, representante do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (Seepe), e Ludmila Outtes, representante do MLC. Foi discutido o papel dos movimentos sociais e entidades de massas no processo de construção da saúde que queremos.

A organização do seminário foi mais um passo importante na luta pelo reconhecimento da saúde como um direito fundamental do ser humano, servindo para esclarecer à comunidade acadêmica das consequências da adesão do HC à gestão da Ebserh.

Ludmila Outtes, Recife

Até onde iremos?

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É certo que os lutadores e lutadoras das causas populares de todo Brasil levam os dias a construir o momento em que não haverá exploradores e nem explorados. Por isso mesmo, boa parte destes combatentes da boa causa certamente se realizam com o anúncio da proximidade do fim da miséria no País, conforme alardeado pela presidenta Dilma Rousseff (PT), ainda que saibam se tratar de uma medida paliativa.

Ocorre que a propaganda ufanista dos setores majoritários do Partido dos Trabalhadores, sob a liderança do ex-presidente Lula, faz crer à classe operária que a política socioeconômica instalada no Brasil pelos seus sucessivos governos, além de reparar injustiças, possui algo de duradouro, quase que determinando “o fim da história” dos mais de 500 anos de exploração e miséria da Classe.

Os que se atrevem a questionar as verdades estabelecidas são acusados veementemente de fazerem coro com a Direita, porque são os “privilegiados de sempre” que não querem abrir mão dos seus “ganhos exorbitantes”. Nesta linha discursiva, o alvo preferencial são os servidores públicos e outros setores da classe média brasileira.

Porém, ao decretar “o fim da história”, os petistas aderem definitivamente ao capitalismo sob a pretensão de que aqui instalarão a socialdemocracia nos moldes europeus. Portanto, a questão que se coloca a partir desta constatação é: até onde isto nos levará?

Não sou eu quem diz, é o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o economista Márcio Pochmann, candidato a prefeito de Campinas-SP, nas últimas eleições, pelo PT. Ou seja, um membro do Governo. Segundo ele, o Brasil não chegará ao centro do capitalismo mundial. Para Pochmann, para se tornar um País membro do capitalismo mundial duas coisas são necessárias: ter moeda forte e poder bélico. O Brasil não possui nem uma e nem a outra condição.

Em não sendo um País do capitalismo central, continuaremos a ser uma Nação de economia periférica, produtora de insumos e bens secundários, enquanto os países do Centro produzem alta tecnologia, cujo valor é infinitamente maior e, portanto, produz muito mais riqueza.

Então, como se explica o alardeado sucesso dos programas de distribuição de renda dos governos petistas? Pelo achatamento do poder aquisitivo da classe média.

O Brasil tem a terceira maior carga tributária do planeta. De tudo que um trabalhador ganha por ano, 47% é destinado ao pagamento de tributos diretos e indiretos. Entretanto, mesmo arcando com essa carga tributária, a classe média brasileira paga por educação, saúde, previdência e até segurança privadas. Ou seja, contribui, mas não consome serviços públicos. E sem tributar bancos e grandes fortunas, é daí que saem os recursos para que o Governo mantenha, em boa parte, os programas sociais.

Neste aspecto, é fundamental ressaltar que não estamos aqui a defender a mediana mediocridade da classe média e, ainda menos, esse modelo de sociedade que aparta gente em castas. Mas, tão somente, a explorar os termos e limites do ufanismo petista, a fim de que não percamos o foco naquilo que realmente importa: a verdadeira emancipação da classe operária.

Moraes Junior,
redator de política do site Conexão Penedo