UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 13 de novembro de 2025
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Trabalhadores da Educação derrotam repressão no Rio

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Nas manifestações de junho o povo na rua gritava não apenas por transporte, mas pela melhoria da saúde e da educação. Ouvindo a voz das ruas e cansados de ser atacados pelos governos, os profissionais de Educação da rede municipal e estadual do Rio de Janeiro entraram em greve no dia 8 de agosto.

De lá para cá, foram realizadas várias passeatas, atos, ocupações e grandes manifestações, que reuniram dezenas de milhares de pessoas.

A luta da Educação conquistou o apoio da população (estudantes, pais de alunos, artistas e outros trabalhadores) não só no Rio, mas em todo país, alcançando até visibilidade internacional. Pesquisas apontam que mais de 85% da população apoiou a greve dos educadores. Os pais se organizaram e passaram a se reunir com apoio do sindicato.

Porém, desgastados como estão, os governos estadual e municipal agiram com intransigência, sem querer negociar com o sindicato, e decidiram retirar à força os trabalhadores que ocupavam a Câmara Municipal e aprovar o PCCS da rede municipal enquanto a Câmara estava cercada pela Polícia, que jogava bombas de gás em cima de milhares de pessoas que protestavam do lado de fora.

Prova da intolerância do governo do Estado foram os processos administrativos que cerca de 400 educadores da rede estadual sofreram simplesmente por estarem em greve. Mas o principal é que os professores da Cidade do Rio conseguiram quebrar a intransigência dos governos e vencer uma violenta repressão.

A primeira grande conquista da greve foi a denúncia das políticas meritocráticas adotadas pela Secretaria de Educação, que está mais preocupada com números e metas do que com a qualidade do ensino e do aprendizado dos alunos. A educação é mais um dos serviços públicos atingidos pela mesquinhez do capitalismo, e o descontentamento com a má qualidade do serviço prestado vem sendo exposto desde as manifestações de junho.

Na rede estadual, além de um desgaste muito grande do governador, com a campanha “Fora Cabral”, foram abertas linhas de diálogo para discutir o projeto “uma matrícula, uma escola”, que garante que os professores cumpram sua carga horária em uma única escola e que nenhuma disciplina tenha menos de dois tempos por semana.

Já na rede municipal, foram conquistados o reajuste de 15%, a redução do número de alunos por turma e o estabelecimento de um cronograma de construção de novas unidades escolares, além da promessa de expandir a climatização das salas de aula. O plano de carreira, mesmo não sendo o desejado, foi estendido aos professores de 16h e 22,5h, e a adoção das apostilas elaboradas pela Secretaria passará a ser facultativa a partir do próximo ano.

Ainda foram garantidos o não corte de ponto e a suspensão dos processos administrativos e das multas aplicadas ao sindicato (Sepe). Também foi formado grupo de trabalho da rede estadual para debater os projetos apresentados pelo Sepe, e outro da rede municipal para debater a valorização da carreira dos profissionais de Educação.

Esta greve ficará marcada pela união da categoria em torno da luta pela melhoria da qualidade da Educação e pela conscientização dos professores, que perceberam as intenções das políticas privatizantes dos governos no sentido da destruição da Educação e dos serviços públicos. Ficou claro a todos como o Estado age de forma violenta quando vê seus interesses questionados. A política de meritocracia serve para os governos economizarem com a Educação e poderem repassar mais dinheiro para empresas parceiras, que vão financiar suas campanhas eleitorais.

O fim da greve não é o fim da luta, mas o início de uma nova etapa, agora em sala de aula, com professores renovados, conscientes do seu papel social e de que tipo de educação querem para o povo, e prontos para voltar às ruas caso não sejam cumpridos os acordos.

Gabriela Gonçalves, Rio de Janeiro

Saúde: uma crise estrutural e ideológica

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saudeA chegada dos médicos estrangeiros, especialmente os cubanos, para reduzir a defasagem de profissionais no interior do País, e a lamentável postura de parte dos médicos brasileiros contra isto levam-nos a fazer uma reflexão profunda sobre a saúde no Brasil. Avaliar o atual modelo de saúde, seu financiamento, estrutura e qualidade é importante, porém é necessário nos aprofundarmos a fonte da crise atual.

Voltando ao tempo, chegamos em 1988, quando boa parte da proposta do movimento sanitário foi inserida na Constituição, representando um grande avanço, pois a saúde passou a ser legalmente um direito e um dever: direito do cidadão e dever do Estado; sendo então este o principal financiador e regulador do setor, com um modelo descentralizado e horizontal.

Na prática, porém, o modelo do Sistema Único de Saúde (SUS), estatal, universal, gratuito e de qualidade, vem sendo descumprido desde a sua criação. A situação econômica do País, a confluência de déficits fiscais, a alta pressão das dívidas externa e interna e o modelo político neoliberal resultaram em políticas de ajustes estruturais que reduzem os investimentos em despesas públicas, apresentando como saída as propostas de privatização para redução de gastos com o setor público. Neste cenário, observamos o crescimento dos planos de saúde (bem como o subsídio a eles fornecido pelo Governo), as parcerias público-privadas (PPPs), as organizações sociais (OS e Oscips) e as fundações estatais de direito privado (como a Ebserh), estabelecendo um processo de universalização excludente e caminhando na contramão dos princípios do SUS.

Mas a crise da saúde não é somente econômica. Nossos médicos e demais profissionais que hoje criticam de maneira vergonhosa o programa “Mais Médicos”, pouco ou nada falam do programa “Mais Saúde”, também chamado de PAC da Saúde; programa do Governo Federal que, ao mesmo tempo, que criou programas como (Saúde da Família, Brasil Sorridente e Samu), institucionalizou as parcerias público-privadas (PPPs) e criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para terceirizar e privatizar os Hospitais Universitários Federais; o que demonstra que a formação acadêmica apresenta falhas na formação política e humanitária dos nossos profissionais, que deveriam antes de tudo, estar a serviço da população.

Esta realidade se reflete na prática da construção do sistema e da assistência médica, que passa longe dos princípios da medicina preventiva e da ênfase na atenção primária. Investir em saúde não significa somente dobrar ou triplicar os recursos, e sim gerenciá-los de maneira correta para que sejam bem aproveitados e para que o sistema priorize a promoção da qualidade de vida e não o tratamento de doenças.

Isabela Neves,
biomédica

Leilão entrega petróleo do Brasil a estrangeiros

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Leilão PRE SALAconteceu no dia 21 de outubro a 12ª rodada dos leilões dos poços do pré-sal, sem precedentes, a maior privatização que o Brasil já viveu. Desta vez, estava em jogo o Campo Libra. Participando da compra do pré-sal brasileiro havia inúmeras empresas estrangeiras e, do lado de fora, lutando contra este crime de lesa à pátria, diversos partidos, organizações, sindicatos e entidades estudantis.

O leilão estava marcado para as 15h00, entretanto, às 10h00, a avenida em frente ao Hotel Windsor (onde foi o leilão) era palco de guerra entre a Força Nacional e militantes da esquerda. De um lado, bombas de gás, escudo a prova de balas, bala de borracha, bomba de efeito moral, do outro, militantes armados com tapumes de metal e pedaços de pedra para frear o famigerado leilão.

Durante a resistência dos manifestantes (e fruto da revolta contra a política antipovo adotada pelos meios de comunicação comerciais), o carro da TV Record foi virado e serviu também como barricada. Contra a privatização e a terceirização os petroleiros começaram uma greve nacional, onde mais de 50 plataformas e refinarias foram paradas. Apesar de todas essas manifestações contrárias, o Governo Federal concluiu a 12° rodada do leilão.

A Petrobrás, que descobriu Libra, terá menos da metade do campo. O consórcio vencedor do leilão – formado pela Petrobrás (10%), Shell (20%), Total Elf (20%), CNPC (10%) e CNOOC (10%) – ofertou à União o excedente de petróleo mínimo previsto na licitação, ou seja, 41,65%. Segundo a Federação Única dos Petroleiros, a ANP realizou uma manobra no edital, o Estado brasileiro poderá ficar com apenas 14,58% do óleo gerado pelo Campo de Libra. A entrega de 60% do campo de Libra para as multinacionais é um dos maiores crimes contra a soberania do País.

Mas, assim como os índios resistiram ao ataque dos portugueses e os escravos resistiram à sua escravização, a esquerda brasileira se colocou nas ruas e enfrentou o Exército, a Força Nacional, o Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Rafael Coletto, Rio de Janeiro

Maurício Azêdo presente!

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Maurício AzedoNo último dia 25 de outubro, faleceu, aos 79 anos, o presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Maurício Azêdo, em decorrência de uma parada cardíaca. Ingressou no Jornalismo no final dos anos 1950, como repórter, e depois se tornou editor, chefe de reportagem e diretor de redação de grandes veículos, como o Jornal do Commercio, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Diário de Notícias, Jornal dos Sports, Última Hora, O Dia, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo, além de revistas como Realidade e Placar. Apesar de ter construído sua carreira profissional na imprensa burguesa, também colaborou com veículos alternativos de combate à Ditadura Militar, como Folha da Semana, Voz Operária, Opinião e Movimento. Chegou a ser preso e torturado na década de 1970.

É daí que vem seu apreço pela imprensa independente. Nós, de A Verdade, nos acostumamos a receber todos os meses uma carta de Maurício saudando mais uma edição do jornal e desejando votos de sucesso. Com certeza, vamos sentir falta.

Maurício Azêdo presidia a ABI desde 2004 e ainda exerceu três mandatos de vereador no Município do Rio de Janeiro.

Da Redação

Preço dos imóveis e aluguéis aumentam mais que a inflação

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Inflação de imóveisEm outubro, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que serve de referência para o reajuste da maioria dos aluguéis no País, teve alta de 0,86%, após subir 1,5%, em setembro, Nos últimos 12 meses, o índice acumula um crescimento de 5,27%, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Entretanto, o aumento nos preços dos aluguéis, em especial nas grandes cidades, tem sido muito superior aos índices oficiais.

Em São Paulo, por exemplo, o valor do aluguel subiu 9,9% nos últimos 12 meses, segundo pesquisa divulgada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP). O valor dos imóveis também subiu. Em 2007, o metro quadrado de área útil custava, em média, R$ 3.200,44, passando a valer R$ 7.173,91, em 2012, um aumento de 124%.            Se levarmos em conta apenas os imóveis de um quarto, o preço do metro quadrado de área útil subiu 201% em cinco anos, passando de R$ 3.189,55 para R$ 9.607,29.

No Rio de Janeiro, a especulação imobiliária, a proximidade dos megaeventos (Copa e Olimpíadas), a instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em áreas nobres da cidade e a concentração da propriedade dos imóveis têm gerado uma situação de alta generalizada no custo de vida da população, em especial no que diz respeito à moradia.

Atualmente, existem no Rio de Janeiro imóveis mais caros do que castelos na Europa. De fato, um castelo na Normandia, França, a menos de duas horas de Paris, construído no século 15, antes de o Brasil ser descoberto, com 700 m², oito banheiros e dez quartos, custa R$ 5,135 milhões, menos que uma casa de 320 m² na Barra da Tijuca, posta à venda por R$ 5,498 milhões, ou outra, no Leblon, que custa R$ 11,5 milhões.

Imóveis vazios

A supervalorização da propriedade imobiliária urbana, sobretudo nos bairros centrais, é um fenômeno comum no capitalismo. O encarecimento desses bens também é influenciado pelos investimentos públicos destinados à melhoria da infraestrutura, construção de equipamentos e serviços. Por isso, é comum que áreas valorizadas sejam mais atendidas pelo poder público do que regiões mais afastadas e populares.

Também é comum vermos milhares de famílias sendo expulsas de suas casas e empurradas para a periferia e áreas de risco.

Se o Estado representasse realmente os interesses populares, deveria regular o uso do solo urbano nas regiões valorizadas a fim de garantir o interesse público e a socialização dos ganhos resultantes das melhorias naquele local.

Porém, os governos, muitos deles ligados a grandes construtoras e empresas do setor imobiliário, são coniventes com a existência de imóveis vazios à espera da valorização. Isso é o que chamamos de especulação imobiliária, ou seja, quando o dono deixa o imóvel abandonado ou subutilizado de propósito, aguardando sua valorização, para posteriormente vendê-lo ou alugá-lo por um valor mais elevado.

Em São Paulo, por exemplo, o número de domicílios vagos é mais que suficiente para resolver o atual déficit de moradia. Atualmente, existem na capital paulista cerca de 290 mil imóveis não habitados, segundo dados do Censo 2010, e 130 mil famílias sem-teto. Ao todo, existem no Brasil mais de 6,07 milhões de domicílios vazios, número próximo ao déficit habitacional quantitativo, que é de 6,273 milhões de famílias.

Para a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, Raquel Rolnik – que é também relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à moradia adequada –, mesmo que parte desses imóveis precisasse passar por reforma antes de ser destinado à moradia popular, seria possível, pelo menos, reduzir o número de famílias sem-teto. “As políticas públicas não tiveram, ainda, força para provar que o pobre não precisa morar longe, onde não há cidade”, afirma.

Aluguel social e especulação imobiliária

Rolnik também defende políticas duradouras de aluguel social como forma de resolver o déficit habitacional, como já ocorre em países como o Reino Unido, por exemplo, onde o governo aluga ou oferece gratuitamente casas para a população pobre. “As políticas de subsídio ao aluguel poderiam, inclusive, mobilizar o estoque construído. Se uma família não pode pagar o aluguel de 500 reais, mas pode pagar 100 ou 200, receberia um auxílio adicional”, argumenta a professora. “A gente tem que entender que direto à moradia não é sinônimo de casa própria. A propriedade e o programa de construção da casa própria são uma modalidade, mas não são a totalidade. Existem muitas alternativas que, mesmo com menos recursos, poderiam garantir direito à moradia para mais gente”, conclui.

Outros países da Europa como França, Holanda, Alemanha, Itália e Áustria também possuem programas de locação ou aluguel social. No Brasil, experiências desse tipo ainda são poucas. Na maioria dos casos, o aluguel social é utilizado como paliativo para resolver demandas imediatas de populações em situação de risco (desabamentos, enchentes, incêndios, despejos, etc.). Além disso, o valor oferecido está muito abaixo do necessário para se alugar um imóvel, e seu pagamento é temporário e irregular, não inspirando segurança nas famílias, que frequentemente ficam na mão depois de alguns meses atendidas pela conhecida “bolsa aluguel”.

Para que tal medida funcionasse seria necessário um efetivo combate à especulação imobiliária, com o controle dos preços dos aluguéis por parte do Estado, a aplicação do IPTU progressivo no tempo e a destinação dos imóveis vazios, públicos e privados, para fins de moradia, cumprindo assim sua função social.

A questão central é que, numa sociedade onde a maioria das pessoas não conta senão com um salário para sobreviver, muitas vezes insuficiente para garantir a satisfação de suas necessidades básicas; na qual a propriedade privada dos terrenos, prédios e casas está concentrada nas mãos de poucos, que ainda têm o direito e a liberdade de especular ou exigir o aluguel que bem entenderem; numa sociedade onde a propriedade privada é protegida pela Lei e, quando ameaçada, defendida pela Justiça e pela Polícia; nessa sociedade, a alta generalizada dos preços dos aluguéis e a falta de moradia digna para a população trabalhadora não é de modo algum um fenômeno casual, mas inevitável.

Para superar tal situação é preciso uma profunda reforma urbana que, como gosta de dizer o bravo Frei Gilvander, que livre da cruz do aluguel as famílias brasileiras.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

PCR realiza Ativo de Agitação e Propaganda

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Realizou-se, no dia 13 de outubro, em Belo Horizonte, o Ativo Estadual de Agitação e Propaganda do Partido Comunista Revolucionário, como objetivo central de aprofundar e qualificar esta discussão junto à militância do PCR e da UJR.

Durante a atividade, foi feito o estudo do texto “Lênin, propagandista e agitador”, de NadezhdaKrupskaya.Em seguida, foi exibido o documentário sobre as manifestações do mês de junho, realizado pela emissora turca HayatTV.

Por fim, a militância estudou as estatísticas do jornal A Verdade,tanto em relação à sua versão impressa quanto em relação à sua versão on-line, e foi feita uma importante avaliação das brigadas e do trabalho em geral feito com o jornal.

Atividades como esta são muito importantes, uma vez que reforçamo caráter coletivo das tarefas de agitação epropaganda.

Isso se faz essencial, sobretudo nesta sociedade capitalista injusta, na qual os meios de comunicação estão sob o controle da burguesia, que os dirige de forma tendenciosa, nunca se preocupando em mostrar os fatos sob a perspectiva do povo trabalhador.

A agitação e a propaganda estão entre os mais importantes princípios leninistas, pois aproximam a teoria revolucionária das amplas massas e promove sua divulgação.

Ser um bom agitador e propagandista das teorias e práticas revolucionárias é fundamental para a construção do socialismo!

Comissão de AGP MG

Mais um ano de vida do jornal A Verdade! 14 anos de luta!

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Num sistema em que os grandes meios de comunicação são propriedade de uma minoria e, por isso, sempre estão a serviço de seus interesses, o jornal A Verdade tem mantido, ao longo de 14 anos, sua coerência política e a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e da juventude, levando uma palavra de apoio a todas as lutas e a propaganda do socialismo. Nas recentes jornadas de luta do povo brasileiro, tivemos uma presença marcante com nossos brigadistas e nossa opinião.

A cada ano, aumentamos a tiragem do jornal, que hoje circula em 15 estados. Para chegar até aqui, contamos com a indispensável contribuição de centenas de jovens e trabalhadores, que voluntariamente escrevem e divulgam A Verdade em suas cidades. É por meio deles que o jornal chega todos os meses às praças públicas, fábricas, bairros populares, escolas, universidades, e ajuda a desenvolver a consciência do nosso povo e a fortalecer a organização popular.

Porém, como A Verdade não recebe nenhum apoio nem publicidade das grandes empresas ou do Estado, é fundamental para sua continuidade a colaboração material de todos os homens e mulheres livres e das entidades combativas, especialmente pelo período de avanço na luta de classes que vivemos hoje no Brasil. Por isso, solicitamos seu apoio para mais um ano de vida e de luta desta tribuna da imprensa independente.

Desde já, agradecemos sua atenção e reafirmamos que A Verdade continua à disposição para divulgar suas atividades e denúncias. A seguir, os tamanhos e seus respectivos valores.

Fortaleça a imprensa popular! Anuncie no jornal A Verdade!

Preços:

12,9 x 12 cm – R$ 1.500,00
12,9 x 6,2 cm – R$ 600,00
7,2 x 6,2 cm – R$ 400,00

Zumbi, maestro da liberdade

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ZUMBI. MAESTRO DA LIBERDADE20 de novembro é dia nacional da Consciência Negra. Data de referência nacional da luta contra o racismo e pela inclusão social do negro e negra. Essa data foi escolhida por que no mesmo dia em 1965, caio em combate o imortal ZUMBI DOS PALMARES. O maior ícone da resistência ao escravismo. Desde sua adolescência, ZUMBI mostrava um profundo pensamento de generosidade, solidariedade e coragem. Depois dos vermes colonizadores sequestrarem seus pais, o entregou a um padre. Com esse padre, ZUMBI teve carinho, cuidado e educação e aos 15 anos, já sabia o difícil Latim. Mesmo com mordomia, carinho e educação, ZUMBI refletiu e tomou uma decisão de juntar-se aos seus irmãos negros que era submetido a todo tipo de humilhação e exploração. Com sua inteligência e estratégia militar, construiu uma comunidade chamada QUILOMBO DOS PALMARES que chegou a ter mais de 30 mil negros que fugiam das senzalas. Nesta comunidade, não havia exploração. Todos trabalhavam para produzir e o resultado da produção era divido para todos. PALMARES deu um grande golpe no governo dos colonizadores e mostrou que a organização e a luta, poderiam acabar com as injustiças.

Foram necessárias várias expedições para o governo brasileiro que representava Portugal, massacrar Palmares com um verdadeiro genocídio depois de 100 anos de existência.

A escravidão não acabou. Zumbi vive!

Apesar da história oficial ensinada nas escolas falar que acabou a escravidão no Brasil, a realidade é outra. Mais de 30 mil negros são mortos por ano. Menos de 3% estão nas universidades. São maiorias moradores das favelas e no desemprego. Tem o menor salário que o branco.

Como a escravidão não tem cor, não é só o negro que vive nesta situação. No Brasil, 5,5 milhões de famílias não tem moradias, 15 mulheres morrem por dia, é grande o desemprego, a fome, miséria, violência e a morte de jovens por ano. O salário é pequeno. A educação, a saúde e o transporte e de péssima qualidade.
Essa situação atinge negros, brancos, pardos, índios. Essas mazelas sociais existem por vivermos em uma ordem social econômica e política, o capitalismo, que através da exploração ,favorece unicamente aos ricos.

Por isso, ZUMBI DOS PALMARES VIVE através das passeatas dos estudantes, da greve dos trabalhadores, das ocupações de terras por moradia e comida, da luta contra violência das mulheres.

” Zumbi, comandante guerreiro
Ogunhê, ferreiro-mor, capitão
Da capitania da minha cabeça
Mandai a alforria pro meu coração
(…) Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu grande terreiro, meu berço nação
Zumbi protetor, guardião padroeiro
Mandai a alforria pro meu coração”
Gilberto Gil

Kleber Santos, Coordenador do MLB, Militante do PCR e Estudante de Ciências Sociais da UFRPE

5º Congresso do PCR: Manoel Lisboa Vive!

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5 Congresso do PCR

Sob um forte espírito revolucionário e de internacionalismo proletário, aconteceu, entre os dias 15 e 18 de novembro, em São Paulo, o 5º Congresso do Partido Comunista Revolucionário (PCR). Delegados e delegadas dos mais diversos estados do país debateram durante quatro dias as teses apresentadas pelo Comitê Central sobre a situação nacional e internacional, o programa, a tática e a estratégia da revolução brasileira, e definiram as novas tarefas dos comunistas revolucionários para avançar a luta pelo socialismo no Brasil.

Na abertura, que homenageou os heróis do PCR assassinados pela Ditadura Militar, estiveram presentes representantes da UJR, MLB, MLC, Movimento de Mulheres Olga Benario, UBES, UNE, Fenet, Pastoral Operária e, como convidados especiais, as Brigadas Populares e a Organização Comunista Arma da Crítica. Edival Nunes Cajá representou o Comitê Central do PCR, e Felipe Miranda, o Partido Comunista Marxista-Leninista do Equador (PCMLE) e a Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML). Também presentes os companheiros Raphael Martinelli, presidente do Fórum Permanente de Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo, e o escritor de José Nivaldo Júnior.

Por acontecer num momento de reanimação do movimento de massas, o 5º Congresso do PCR foi marcado por intensos debates sobre os desdobramentos da crise capitalista e os desafios impostos pela conjuntura à luta revolucionária. “Nas atuais condições da luta de classes, o PCR será capaz de aproveitar essa situação para avançar mais rapidamente na tarefa de organizar e fazer a revolução”, afirmou Felipe Miranda, do PCMLE. “Da vitória do PCR no Brasil depende em grande parte o sucesso da luta dos povos em toda América Latina”, concluiu.

O  5º congresso aprovou as resoluções e propostas apresentadas pelos delegados presentes e elegeu o novo Comitê Central, que ficará a frente da tarefa de dirigir e consolidar o crescimento do Partido.

Ao final do Congresso, delegados e delegadas reafirmaram como principal tarefa desenvolver um movimento de massas revolucionário e a construção do PCR com base nos princípios leninistas, e com o objetivo principal de conquistar o poder por meio de uma insurreição popular para construir a sociedade socialista.

Viva aos heróis do PCR!

Manoel Lisboa

Emmanuel Bezerra

Manoel Aleixo

Amaro Luiz de Carvalho

Amaro Félix

Uma análise da crise econômica mundial

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Uma análise da crise econômica mundial A crise econômica atual teve como estopim a falência do tradicional banco de investimento estadunidense Lehman Brothers (fundado em 1850), em outubro de 2008. Em efeito dominó, outras grandes instituições financeiras quebraram, no processo também conhecido como “crise dos subprimes”.

Em poucas semanas, importantes instituições financeiras dos Estados Unidos, Reino Unido, Suíça e França declararam ter tido perdas colossais em seus balanços, o que agravou ainda mais o clima de desconfiança, que se generalizou. No Brasil, grandes empresas como Sadia, Aracruz Celulose e Votorantim anunciaram perdas bilionárias.

Desde que a crise de confiança se agravou e se generalizou, paralisando o sistema de empréstimos interbancários mundial, o governo estadunidense decidiu pôr de lado suas teorias neoliberais e passou a socorrer ativamente as empresas financeiras em dificuldades. Um pacote aprovado às pressas pelo Congresso destinou 700 bilhões de dólares de dinheiro do contribuinte americano para o socorro aos banqueiros.

No mesma época, países como Alemanha, França, Áustria, Holanda e Itália anunciaram pacotes que somavam 1,17 trilhãode euros (o que equivale a 2,76 trilhões de reais) em ajuda aos seus sistemas financeiros.

Em abril de 2009, o grupo dos vinte países mais ricos do mundo, denominado G-20, reunido em Londres, anunciou a injeção de um trilhão de dólares na economia mundial a fim de combater a crise econômica global.

Entretanto, esses vultosos pacotes de ajuda destinados a salvar bancos e grandes indústrias, que, na época eram considerados antídotos para a crise econômica, acabaram se tornando um fator agravante dela. Este fato é comprovado pela insolvência das nações ditas desenvolvidas. O grande acúmulo da dívida governamental fez estourar a capacidade de endividamento dessas nações e causou uma enorme turbulência financeira ao provocar o temor de que essas nações não pudessem honrar seus compromissos e decretassem o calote da dívida. A principal consequência da crise das dívidas soberanas foi uma grande instabilidade social, como se vê no caso da Grécia, causada pelos cortes dos benefícios sociais que eram usados pela população dos países desenvolvidos.

Em nações como o Japão, que detém o maior percentual de endividamento, a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) já ultrapassa os 200%. Nos Estados Unidos, entretanto, está a maior dívida bruta entre todas as nações do mundo, que já supera os 14,3 trilhões de dólares. Nesse ponto, aliado às recentes crises de insolvência na Grécia, Irlanda e Portugal, e ao temor de que a Espanha, a Itália e o Reino Unido também não consigam honrar seus compromissos, a economia mundial sofreu mais um forte abalo.

Karl Marx, um autor que muitos consideravam ultrapassado, já havia elaborado uma explicação para esse fenômeno. Segundo ele, a enorme capacidade produtiva do capitalismo e a constante valorização do capital (que aumenta muito mais rápido que o poder de compra da população, fato que é potencializado pela sua valorização fictícia através do aumento da especulação financeira a partir dos anos 1970), são elementos que contradizem a capacidade de consumo das sociedades (que, em relação a esse aumento assombroso da produção, torna-se cada vez menor) e as condições de valorização desse capital em permanente expansão. Daí as crises econômicas. Nas palavras do filósofo alemão, “todas as contradições da população burguesa atingem coletivamente a explosão nas crises mundiais gerais”.

Portanto, analisando a crise mundial atual sob uma perspectiva marxista, não se pode admitir o argumento, que muitos economistas difundem, de que este fato (e certamente as crises anteriores) é fruto somente de uma desregulamentação do mercado financeiro que não está presa a nenhuma estrutura produtiva. Um dos fatos que negam esta opinião é o de que o primeiro estopim da crise econômica, em 2008 (a “crise dos subprimes”), foi o aumento ilusório do poder de compra dos cidadãos estadunidenses através da baixa de exigências para a concessão de financiamento de imóveis. Esta medida tinha como objetivo diminuir o excesso de oferta existente no mercado imobiliário dos Estados Unidos, mas ela acabou fracassando devido à falta de lastro nas negociações interbancárias com os papéis relativos aos financiamentos. Isso caracteriza uma crise de superprodução.

Hoje o capitalismo mundial está num campo minado, pois o extremo endividamento de muitos países, principalmente os desenvolvidos, não permite a adoção de medidas paliativas (de viés keynesiano), que colocam o Estado como o agente indutor do reaquecimento da economia, através da realização de grandes investimentos em áreas de interesse social. Aliás, a situação atual está forçando o mundo inteiro a fazer cortes cada vez maiores de gastos nas áreas sociais. Isso faz com que o grau de exploração sobre a classe trabalhadora (que representa a maioria da população mundial) se torne cada vez mais insuportável e que seja proporcionalmente necessário, segundo Marx e Engels no livro A Ideologia Alemã, que a mesma realize a abolição da propriedade privada e a instauração da regulamentação comunista da produção por meio de uma revolução. Somente desta maneira, a força da relação da oferta e da procura, que impera no modo de produção capitalista, será reduzida a zero, e os homens retomarão o seu poder, o intercâmbio, a produção, a sua modalidade de comportamento uns face aos outros.

Felipe Vasconcelos Carneiro, Rio de Janeiro

EUA testaram armas químicas em cidadãos pobres

EUA testaram armas químicas em cidadãos pobresOs Estados Unidos estão se aproveitando da agudização da guerra civil na Síria para realizar mais uma intervenção militar, que tem como objetivo real enriquecer sua poderosa indústria militar e controlar mais um país na estratégica região do Oriente Médio. Os pretextos são os mesmos utilizados nas outras intervenções que recheiam sua extensa folha corrida de ataques à soberania dos povos: defesa da liberdade e dos direitos humanos – autoproclamando-se polícia do mundo – ou a cínica defesa incondicional dos interesses e da segurança do povo estadunidense.

Esses pretextos estão cada vez desmoralizados. Um país que patrocinou diversos golpes de Estado, incluindo as sangrentas ditaduras militares na América Latina, não tem moral para se considerar defensor da liberdade no mundo. Defender direitos humanos enquanto tortura presos em Guantánamo também não dá para engolir. Mas agora é a própria preocupação e zelo com a segurança de seus cidadãos que está em xeque – pelo menos se esses cidadãos forem negros e pobres.

Um estudo conduzido por Lisa Martino-Taylor, professora de sociologia da Faculdade Comunitária de Saint Louis, publicado em setembro do ano passado nos EUA, vasculhou documentos públicos e verificou casos de envenenamento por sulfeto de cádmio e zinco durante as décadas de 1950 e 1960. A pesquisa indicou que os militares norte-americanos haviam testado em seus próprios cidadãos esses compostos empregados na fabricação de armas químicas, utilizando a desculpa de que estavam testando em Saint Louis uma cortina de fumaça que protegeria a cidade em caso de ataques aéreos soviéticos.

As Forças Armadas dos EUA patrocinaram os testes especificamente em áreas socialmente marginalizadas, de elevada densidade populacional, onde a predominância era de cidadãos negros e de baixo poder aquisitivo. Em entrevista ao jornal local KSDK, a pesquisadora se disse “muito chocada com o grau de falsidade e sigilo” das autoridades responsáveis pelas operações. “Elas claramente se esforçaram ao máximo para enganar as pessoas”, concluiu.

Os testes de armas químicas em humanos teriam sido produto do que Lisa Martino chama de Coalizão Manhattan-Rochester, um programa de pesquisas do governo norte-americano que tentou mensurar, no contexto da Guerra Fria, o impacto de reações radioativas no organismo humano. Experimentos semelhantes também teriam ocorrido na cidade de Corpus Christi, Estado do Texas.

A maior parte dos compostos tóxicos era despejada por meio de aviões durante voos rasantes sobre os alvos. No entanto, Lisa Martino alega que pulverizadores também eram posicionados no alto de arranha-céus e torres meteorológicas da região. Em 1953, foram ao todo 16 testes – não menos que 35 disparos de sulfeto de zinco e cádmio em Saint Louis. A vizinhança mais afetada é descrita como “uma favela densamente povoada”, onde residiam cerca de 10 mil cidadãos de baixa renda, em sua maioria crianças.

As vítimas do teste

Uma possível vítima desses experimentos militares foi DorisSpate, hoje uma aposentada de 58 anos. A aposentada era uma bebê quando seu pai morreu inexplicavelmente em 1955. Além disso, quatro de seus irmãos morreram de câncer relativamente jovens e ela própria sobreviveu a um câncer na coluna cervical. As pulverizações eram realizadas do alto de seu edifício.

“Eu estou espantada que isso tenha se dado em nosso sistema”, disse Spates. “Quando ouvi sobre o teste, pensei: ‘Ó, meu Deus, se eles fizeram isso, não há como dizer o que mais estão escondendo.”

Mary Helen Brindell, 69 anos, também ficou chocada. Sua família morou em um bairro operário multirracial em que houve os testes. O exército admite apenas ter utilizado os pulverizadores para espalhar o produto químico, mas Mary se recorda de um dia de verão em que jogava basebol na rua com outras crianças quando um esquadrão de aviões verdes do exército voou rente ao chão e soltou uma substância poeirenta. Ela entrou, lavou o rosto e os braços, e saiu de novo para jogar. Ao longo dos anos, Brindell lutou contra quatro tipos de câncer: mama, tireoide, pele e útero.

“Eu me senti traída”, disse Brindell, que é branca. “Como puderam fazer isso? Nós condenamos o Holocausto e fizemos isto?”

Martino-Taylor disse não ter conhecimento de nenhuma ação ajuizada por vítimas dos testes militares e que nenhum pagamento de indenizações e nem sequer um pedido de desculpas foi feito por parte do governo às pessoas atingidas.

Radiotividade

A pesquisa não foi capaz de concluir com precisão se realmente havia compostos radioativos em meio à mistura de sulfeto de cádmio e zinco. Em sua entrevista ao jornal KSDK, Lisa Martino diz que “há várias evidências de que houve compostos radiológicos envolvidos no experimento”.

Sua hipótese principal é de que a essa mistura foram adicionadas partículas fluorescentes, utilizadas para “iluminar” os alvos e identificá-los para outros testes. Há suspeita de que uma companhia chamada US Radium esteve envolvida com esta parte do experimento.

Como este caso demonstra, a máquina de guerra estadunidense não existe para garantir a liberdade, a democracia e muito menos os direitos humanos. Ela serve para garantir os interesses imperialistas de sua burguesia. E, para isso, é capaz de sacrificar seus próprios compatriotas pobres e negros, da mesma forma como Hitler sacrificou os judeus na Alemanha.

Clodoaldo de Oliveira, João Pessoa