UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 30 de abril de 2025
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É hora de organizar os operadores de telemarketing

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Trabalhadores em TelemarketingA evolução tecnológica e o aperfeiçoamento das técnicas comerciais possibilitou o aparecimento de grandes empresas especializadas em prestar serviços comerciais a outras. O uso da eletrônica e da informática, associadas e aplicadas aos sistemas de comunicação (conjunto denominado telemática), possibilitou o surgimento do ramo especializado em celebrar transações comerciais a distância.

Essa atividade econômica ficou conhecida como telemarketing, marca registrada em 1982 pelo empresário Nadji Tehrani (fundador da Technology Marketing Corporation, empresa especializada em fazer marketing através dos serviços via telefone). A palavra é um produto da junção da palavra grega “tele”, que significa distância; e da palavra “marketing”, da língua inglesa, que  quer dizer mercado.

Atualmente, estima-se que esse setor empregue cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil. Dessas, 55% são jovens entre 18 e 25 anos, 45% estão no primeiro emprego e 69% são mulheres (fonte: g1.com.br. 6/10/2012).

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing de São Paulo, pesquisas revelam que 39% dos trabalhadores de telemarketing sofrem de lesão por esforço repetitivo, 27% de transtornos psíquicos e 25% têm alguma perda auditiva ou de voz.

Direito à organização sindical

De acordo, com o art. 511 da CLT, “É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas”.

 Ainda segundo o mesmo artigo, no parágrafo segundo, “A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional”.

 Baseando-se no sistema de organização sindical brasileiro (limitado pela tutela do Ministério do Trabalho e Emprego, através da concessão do registro sindical, antiga carta sindical) os empregados das empresas de telemarketing passaram a se organizar em sindicatos próprios, parte fundamental do processo de luta em defesa dos seus interesses econômicos e contra os abusos dos patrões.

Em 1992 foi fundado o Sindicato dos Empregados em Empresas de Telemarketing da Grande São Paulo (Sintratel), que obteve registro sindical junto ao MTE em 2000. Em 2006, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Telemarketing do Rio de Janeiro obteve registro junto ao MTE e, no ano seguinte (2007), o Sintratel do Ceará obteve seu registro sindical para representar a categoria. Em março de 2009 foi fundado o Sintelmarketing de Pernambuco e, em fevereiro de 2010, um sindicato intermunicipal da categoria em São Paulo, o Sintratele (São Paulo-Capital, Santos, Santana do Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Taboão da Serra).

Acontece que, em 21 de setembro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego declarou (no relatório nº 102/2011/AIJ/SRT/MTE, processo nº 46474.001045/2010-14, de pedido de registro do Sintratele) que “a categoria pleiteada pela entidade requerente se encontra em estudos nesta Secretaria”.

A partir daí, a organização sindical desse segmento passou a enfrentar uma suposta dúvida quanto ao seu direito de poder constituir-se numa organização sindical específica.

Na verdade, à época, o MTE sofreu forte pressão dos sindicatos de telefônicos (empregados cuja atividade se restringe ao exercício profissional de atendimento por telefone, por telefonistas, operadores de mesas telefônicas e em serviços de instalações de linhas telefônicas). Por simples semelhança, onde não existe sindicato específico dos operadores de telemarketing, estes são representados pelos sindicatos de telefônicos que, interessados na arrecadação anual da Contribuição Sindical Urbana, temem perder a contribuição financeira desse segmento.

Mas, com a mudança no Ministério do Trabalho, o novo Secretário de Relações do Trabalho emitiu uma Nota Técnica em 25 de janeiro de 2013, afirmando que existe caracterização de categoria profissional para fins de organização sindical, referindo-se aos operadores de telemarketing (Nota técnica nº 48/2013/CGRS/SRT, Proc. nº 46474.001045/2010-14), pondo fim à dúvida suscitada anteriormente.

Portanto, se já não havia dúvidas sobre a necessidade, tampouco haverá sobre o justo direito desse importante segmento de trabalhadores se organizar em sindicato específico para lutar por melhores condições de trabalho e melhores salário. Assim, onde existam empresas explorando os operadores e onde os sindicatos de telefônicos não atendam às necessidades de luta da categoria, devemos apoiá-los na organização dos seus sindicatos específicos, cujo objetivo deve ser a luta contra os patrões e a defesa dos direitos dos trabalhadores.

Thiago Santos,
presidente do Sindicato dos Operadores de Telemarketing de Pernambuco (
Sintelmarketing-PE)

Comissão da Verdade comprova relações íntimas do Consulado dos EUA e Fiesp com a Ditadura

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Comissão Nacional da VerdadeCom a presença de 250 pessoas, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva deu início às audiências públicas, no dia 18 de fevereiro, programadas para o primeiro semestre deste ano. Na ocasião apresentou a investigação que vem fazendo sobre a relação do Consulado dos EUA e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com os órgãos de repressão da Ditadura Militar no Brasil.

A Comissão localizou, no final do ano passado, no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde se encontram os arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), alguns livros de entrada e saída desse órgão nos quais é possível confirmar a presença recorrente de Claris Rowney Halliwell, que foi funcionário do Departamento de Estado dos EUA e cônsul na Capital paulista entre 1970 e 1974, e de Geraldo Resende de Mattos, identificado como representante Fiesp.

Os livros localizados compreendem o período de 1971 a 1979, mas são apenas alguns deles, pois grande parte não foi localizada. Ainda assim, é possível verificar, por exemplo, que, no período de abril a setembro de 1971, o Sr. Halliwell esteve no Dops mais de 40 vezes.

Os horários em que se identifica a presença de Halliwell e Mattos também chamam a atenção. São comumente à noite, fora do período de expediente, e não raramente se omite a hora de saída, o que indica que ambos permaneciam no prédio até depois das 22h, quando não havia mais funcionários para registrar a saída.

Outra informação importante é que a investigação desmente a ideia, bastante disseminada, de que havia certa disputa e pouca coesão entre a Operação Bandeirantes (Oban), o Dops, o Exército e civis, e demonstra que, na verdade, o Dops era um local de articulação entre eles, pois, diversas vezes, representantes de todos os órgãos entravam no prédio no mesmo horário, indicando que provavelmente participariam de uma reunião.

A audiência contou também com depoimentos de militantes operários que atuaram durante a Ditadura, os quais apresentaram documentos, coletados por eles mesmos, que comprovam a cooperação das empresas com os órgãos de repressão e também denunciaram as perseguições e violências sofridas no período.

A relação entre empresários e o imperialismo estadunidense e a repressão no Brasil não é novidade, mas a localização desses documentos constitui uma comprovação importante de que tudo o que a esquerda denunciou é verdadeiro.

A Comissão da Verdade de São Paulo realizará, até o fim de junho deste ano, audiências públicas para coleta de depoimentos e documentos relativos aos 154 casos de mortos e desaparecidos políticos em São Paulo ou paulistas assassinados em outros estados.

Fazer todo esse trabalho de forma pública e transparente é uma linha assumida pela Comissão de São Paulo, formada por militantes (entre eles ex-presos políticos como Amelinha Teles, Ivan Seixas e o próprio presidente da Comissão, deputado petista Adriano Diogo), familiares de assassinados como Thais Barreto e Tatiana Merlino ou jovens que militam em defesa dessa luta porque sabem que ela pertence a todo o nosso povo, como Renan Quinalha, Ricardo Kobayashi e Vivian Mendes, esta última, militante do Partido Comunista Revolucionário.

Por memória, verdade e justiça!

Redação São Paulo

60 anos depois, Stálin vive!

Stálin vive!Há 60 anos falecia a maior personalidade política da história da luta revolucionária mundial. Jossif Vissarionóvitch Djugashvili, ou apenas Stálin (pseudônimo que em russo significa “homem de aço”), dirigente máximo do Partido Comunista Bolchevique e da construção do socialismo na União Soviética, morria em 5 de março de 1953, aos 74 anos, devido a um derrame cerebral. Em seu enterro compareceram 4 milhões de pessoas.

Foi uma perda incomensurável para o movimento comunista internacional. Não era apenas a morte de uma figura política qualquer. Tratava-se do homem cuja vida e obra foram capazes de sintetizar o movimento histórico de toda uma classe oprimida pela verdadeira libertação da exploração capitalista.

Stalin nasce em 21 de dezembro de 1879 em Gori, província de Tblissi, na Geórgia, filho de pai sapateiro e mãe camponesa. Conheceu a literatura revolucionária ainda na adolescência, quando estava no seminário de sua terra natal. Foi fundador e principal dirigente, ao lado de Lenin, do Partido Operário Social-Democrata da Rússia (Bolchevique), responsável pela direção do movimento de massas que culminou na Revolução de Outubro de 1917, que pôs nas mãos dos operários, soldados e camponeses organizados nos sovietes (conselhos populares) o poder do Estado, inaugurando a primeira nação socialista da história.

Esteve à frente da luta titânica do povo soviético pela consolidação do socialismo na Rússia e nas demais nações que compunham a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, fundada em 1922. Todas as batalhas enfrentadas pela classe operária revolucionária e pelos bolcheviques contaram com sua firme participação e direção. O firme combate aos inimigos internos e externos após a Revolução e durante a guerra civil de 1918 a 1921; a luta contra os traidores do socialismo e contrarrevolucionários (entre os quais Trotski)  na década de 1930; o desenvolvimento vertiginoso da economia e as incontáveis conquistas sociais e culturais conquistadas; a heroica guerra travada para destruir o nazi-fascismo; e a reconstrução dos países agredidos pelas hordas de Hitler poucos anos após o final da Segunda Guerra Mundial tornam-se simplesmente ilegíveis se desconsiderarmos a importância decisiva de Stálin na história do processo revolucionário.

Por isso que sua figura é, ao mesmo tempo, uma das mais amadas pelos lutadores e lutadoras de todo mundo e a mais odiada pela burguesia e seus ideólogos mercenários.

Até hoje observam-se inúmeras demonstrações de homenagem à sua memória, sobretudo nos países que pertenceram à URSS. Cartazes com fotos de Stalin em manifestações populares e atos reunindo milhares de pessoas contra a retirada de monumentos do dirigente soviético são só uma pequena demonstração da esperança que seu nome incita naqueles que ainda acreditam ser possível acabar de vez com o jugo capitalista.

É por isso que a burguesia faz de tudo para falsear a história sobre sua vida e seu papel à frente da União Soviética e do Partido Bolchevique. Todo arsenal ideológico anticomunista fabricado após a apresentação do famigerado “relatório secreto” de Kruschev após o XX Congresso do Partido é repetido até hoje, ad nauseum, nos meios de comunicação, nas escolas e universidades em quase todo mundo.

Ela, para manter seu domínio de classe, necessita acabar com qualquer rastro de esperança de emancipação dos trabalhadores. Só que, à medida que se aprofunda a crise do capitalismo, fica cada vez mais difícil para os capitalistas e seus papagaios manter seu castelo de areia repleto de mentiras, já que é cada vez maior a rebeldia, a mobilização e a organização do povo contra a opressão.

Aproxima-se o dia em que os ventos vermelhos que dizimaram as mazelas da exploração do homem pelo homem da face de quase um terço do globo terrestre estremeçam novamente o mundo.

Jonatas Henrique, Belo Horizonte

Secundaristas reivindicam climatização de salas de aula

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Protesto do GPDuzentos estudantes realizaram um protesto sobre o descaso na educação pública no Recife. Saíram em passeata pelas ruas do Centro da cidade, na manhã do dia 25 de fevereiro. Os jovens estudam no Ginásio Pernambucano (GP) fecharam o trânsito durante o percurso da escola até a Gerência Regional de Ensino chamar a atenção da população.

O Governo do Estado, prometendo uma “Escola de Referencia”, transferiu, no mês de julho de 2012, os alunos para um novo prédio onde salas com mais de quarenta e cinco pessoas são utilizadas sem ar-condicionado; cinco laboratórios não podem ser utilizados; e, por diversas vezes, as aulas foram suspensas por problemas de infraestrutura. Os estudantes denunciaram também que os equipamentos de informática fornecidos pela Secretaria de Educação apresentaram defeito e que até a merenda está em falta.

Pelo menos duas vezes por semana, deveriam ocorrer aulas em tempo integral, entretanto, as atividades foram suspensas no turno da tarde. Segundo Alana Oliveira, estudante do 2º ano, “não podemos mais ter aula à tarde porque a cozinha é pequena para a quantidade de alunos”.

Mas, o principal problema é a falta de equipamentos de ar-condicionado: o estudante Lucas Silva, do 1º ano, chegou a desmaiar em sala de aula por causa da temperatura. Entre os cartazes feitos a mão e segurados pelos jovens, lia-se em um deles: “SAUNA DE AULA. Viemos para Escola para passar de ano, não para passar mal”.

Também os laboratórios de química, física, biologia, matemática e informática não podem funcionar porque faltam equipamentos de refrigeração.

Uma comissão de estudantes do Grêmio Livre Estudantil Jonas José de Albuquerque, acompanhados por representantes da Associação Recifense dos Estudantes Secundaristas (Ares) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe), foram recebidos pela Direção da Gerencia Regional de Educação, que informou que o processo de licitação para aquisição dos equipamentos de ar-condicionado está em andamento.

Nessa aula diferente que os estudantes ministraram através do protesto de rua ficou a lição: através da união, dos atos e protestos é possível melhorar nossa escola e obter conquistas para mudar a educação.

Da Redação

Greve de trabalhadores da Normatel é exemplo

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Greve Normatel EngenhariaNão é de hoje que a Petrobras vem precarizando as condições de trabalho com a ampliação das terceirizações. No Ceará, a Lubrificantes Derivados do Nordeste (Lubnor) é uma clara demonstração disso: várias terceirizadas atuam na base dessa empresa, que se localiza no bairro Mucuripe, em Fortaleza.

Mas nenhuma delas é mais carrasca que as encontradas na empresa Normatel Engenharia, uma terceirizada cujos trabalhadores realizaram, durante 20 dias, uma combativa paralisação para garantir seu direito ao reajuste de 8% nos salários previsto pelo Acordo Coletivo de 2012. Desde junho do ano passado, o dono da empresa se nega a pagar o que o seu próprio sindicato (patronal) havia acertado com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Exatamente por isso, este último encaminhou à Delegacia Regional do Trabalho uma denúncia e, em agosto, abriu processo na Justiça do Trabalho contra a Normatel,  para garantir o pleno direito dos funcionários.

No final de 2012, os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e outros companheiros procuraram o Movimento Luta de Classes (MLC) para organizar melhor essa luta. Numa demonstração de muita coragem e combatividade, ao fim da paralisação os 94 funcionários realizaram, na entrada da sede da empresa, uma assembleia, enquanto aguardavam (foram três horas de espera) o resultado da reunião com a empresa.

Na mesa de negociação, onde se encontravam cinco trabalhadores democraticamente eleitos pela assembleia, os representantes da Normatel informaram, numa atitude de cinismo e irresponsabilidade, que não pagariam o reajuste e esperariam a decisão da Justiça. Nessa ocasião, um dos representantes da empresa afirmou, ao se referir à demissão de trabalhadores: “Não demitiremos ninguém; os insatisfeitos que peçam demissão”. Retornando ao trabalho revoltados, os funcionários decidiram realizar uma greve de ocupação dentro do canteiro de obras. Todos os dias se reuniam e agitavam, protestando contra os desmandos da empresa, que, por sua vez, começou a fazer uma pressão extraordinária – com assédio moral e ameaças de toda espécie – numa tentativa de dobrar os funcionários. Ledo engano: todos se mantiveram firmes.

Na ocasião, um dos cipeiros assim resumiu a situação na empresa: “Um colega nosso foi hospitalizado depois de quase perder um dedo quando uma tampa de pressão caiu sobre sua mão. O que fez a empresa? Foi à casa dele pedir que ele não abrisse um CAT (Certificado de Acidente de Trabalho), para manter as estatísticas de segurança e saber quanto tempo passaria afastado. Que absurdo! Um companheiro que quase perdeu o dedo ainda teve que enfrentar ainda essa pressão. Isso é um ato desumano, irresponsável. Só pensam nos lucros! Não podemos aceitar toda essa pressão, temos que ir à luta até o final”.

Ao fim de todas as manifestações e paralisações, a consciência de todos ficou maior e puderam perceber que não é possível confiar em patrão e que, portanto, o único caminho para a categoria, assim como para todas as outras, é muita luta.

Serley Leal, Fortaleza

Mulheres camponesas realizam encontro nacional

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No período de 18 a 21 de fevereiro de 2013, em Brasília-DF ocorreu o I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, com o tema: “Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher”. O evento reuniu cerca de três mil mulheres camponesas, vindas de 23 estados do Brasil. Participou a presidenta Dilma Rousseff, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menegucci, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos Maria do Rosário, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, de deputadas(os), senadoras.

No último dia, foi realizada uma grande passeata na Esplanada dos Ministérios, com representantes de organizações de mulheres do campo de 12 países, da América Latina, África, América Central e Europa. As militantes do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) levaram cartazes com nomes de mulheres do campo assassinadas, que foram fixados em frente ao Congresso Nacional.

Durante o percurso, foi feito um ato em frente ao Ministério da Previdência Social, onde as mulheres discursaram, cobrando que o salário maternidade seja ampliado de quatro para seis meses. As camponesas distribuíram à população a Declaração do 1º Encontro Nacional do MMC, onde enfatizam os resultados das discussões, mostrando desafios e compromissos do Movimento.

“O 1º Encontro Nacional reafirmou a importância do Movimento de Mulheres Camponesas autônomo, feminista, camponês e socialista. Confirmou a missão do MMC de lutar pela libertação das mulheres trabalhadoras de qualquer tipo de opressão e discriminação; a construção do projeto de agricultura camponesa feminista agroecológico e a luta pela transformação da sociedade. Para isso, é indispensável a luta, a organização e formação potencializando as experiências de resistência popular, onde as mulheres sejam protagonistas de sua história”, afirmam num trecho do documento elaborado durante o evento, que pode ser acessado na integra em: http://www.mmcbrasil.com.br/site/

Depois do ato, as mulheres seguiram para seus estados com o resultado do encontro no documento elaborado e todo o acúmulo dos quatro dias de discussão para socializar com as mulheres de suas regiões e seguir nas lutas ainda mais motivadas pela transformação da sociedade capitalista.

Hinamar Medeiros, Brasília

 

Movimento protesta contra violência às mulheres

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No Brasil pesquisas mostram que a cada 2 minutos, 15 mulheres são agredidas fisicamente, mortas ou mutiladas. Isto significa que, pelo menos, 7,2 milhões de brasileiras com mais de 15 anos já sofreram algum tipo de violência, fazendo o país ocupar a sétima colocação em lista que contabiliza assassinato de mulheres em 84 países. No Estado de Pernambuco, segundo a Secretaria de Defesa Social, a cada dois dias, uma mulher é assassinada.

As importantes conquistas como a Lei Maria da Penha, as delegacias de mulheres, casas-abrigos e vários instrumentos de proteção são insuficientes para o número de agressões a que as mulheres são submetidas.

Como o Carnaval é um período onde o potencial de agressão às mulheres aumenta, pelo alto consumo de álcool e drogas e do turismo sexual.

O Movimento de Mulheres de Pernambuco organizou, às vésperas do Carnaval, uma panfletagem em uma das ruas mais movimentadas do Centro do Recife, com a palavra-de- ordem nacional do Movimento Olga Benario – Violência: não se cale, lute!; divulgando o seu número de contato, o da Delegacia de Mulheres da Capital e do disque denúncia.

As mulheres que passavam ouviam com atenção as denúncias e pegavam o panfleto. Vários contatos foram feitos na ocasião.

Guita Kozmhinsky, Recife

 

Trabalhadoras organizam seminário em Belo Horizonte

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O Movimento de Mulheres Olga Benário de Minas Gerais tem realizado diversas atividades de formação para organizar as mulheres trabalhadoras no Estado. A Ocupação Eliana Silva criou um núcleo que se reúne semanalmente e realizará, no dia 10 de março, um grande ato político em homenagem às mulheres trabalhadoras e também de fortalecimento das campanhas nacionais do Olga Benário e do MLB pela construção de creches, bem como de combate à violência contra as mulheres.

No dia 15 de março, o Movimento Olga Benário coordenará, juntamente com outras entidades, uma roda de conversa com as servidoras municipais da Regional Pampulha e, no dia 16, participará de manifestação que será organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Extrema, Itapeva e Camanducaia (Stimeic), no Sul de Minas Gerais.

A principal atividade do Mês das Mulheres Trabalhadoras, porém, ocorrerá no dia 23, quando o Movimento Olga Benário promoverá, em parceria com o Movimento Luta de Classes e com o apoio da CUT-MG e sindicatos filiados, o I Encontro de Mulheres Trabalhadoras. Esta atividade servirá para politizar as mulheres proletárias, reforçar a presença feminina nos sindicatos e formar lideranças sindicais.

Mês de março é mês de lutas! Viva a organização das mulheres trabalhadoras!

Redação Minas Gerais 

8 de março: a luta precisa continuar

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Mulheres na lutaApesar dos vários direitos conquistados nas últimas décadas, as mulheres continuam oprimidas e exploradas. Para se ter uma ideia, apesar de representarem 55% da população mundial, apenas 40% delas estão no mercado de trabalho e são responsáveis por somente 10% da renda do mundo. Para a mesma função, as trabalhadoras ainda ganham menos que os homens; em 2011, no Brasil, elas ganharam até 28% menos que eles, de acordo com o IBGE.

O machismo, cultivado pelos meios de comunicação da burguesia, não só faz perpetuar como amplia a violência contra as mulheres. Nos últimos dez anos, foram mais de 43,5 mil mulheres assassinadas no Brasil, sendo que 80% dos casos denunciados foram praticados por maridos ou namorados.

O descaso com a saúde pública também gera inúmeras dificuldades e sofrimentos às mulheres pobres. Milhares de gestantes, por exemplo, sofrem sem atendimento pré-natal ou com acompanhamento insuficiente. Um exame ginecológico leva meses e até anos para ser agendado. Segundo o Ministério Público da Saúde, cerca de 52% dos partos realizados no Brasil são cesáreos, ultrapassando a porcentagem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 15%.  Também existe outro caso de saúde pública que é desprezado pelos governos: o aborto inseguro. Estima-se que 31% dos casos de gravidez no Brasil terminam em abortamento, ou seja, de cada 10 mulheres grávidas três abortam de forma espontânea ou induzida, e todos os anos ocorrem cerca de 1,4 milhão de abortos espontâneos ou inseguros.

Essas e tantas outras situações reforçam a necessidade de as mulheres pobres continuarem a luta para conquistar igualdade de direitos e uma vida digna. Afinal, como bem demonstra a realidade, elas fazem parte de um grande exército de homens e mulheres que são explorados pelos patrões e seus governos.

Por isso, devemos afirmar, em especial nesse dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, que essa luta deve continuar. Devemos aproveitar esse dia para promover passeatas, debates, seminários e visitas aos bairros, e para convocar homens e mulheres a lutarem por políticas públicas que liberem as mulheres do trabalho doméstico, como a instalação de lavanderias, creches, restaurantes comunitários e delegacias de polícia em maior número e aptas a atender durante as 24 horas do dia.

Precisamos lutar para conquistar mais direitos, como o direito da mulher à maternidade e ao trabalho, assim como o direito ao aborto legal para não morrer, sempre afirmando a causa do socialismo, pois somente numa sociedade baseada na igualdade é que as mulheres provarão o sabor da verdadeira emancipação.

Izabelle Gomes, Campina Grande

Marcelo Rivera é libertado após três anos preso

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Marcelo Rivera volta a luta das ruasApós mais de três anos de cárcere, o jovem revolucionário equatoriano Marcelo Rivera foi libertado. Ex-presidente da Federação dos Estudantes Universitários do Equador (Feue), Rivera foi preso injustamente quando da realização de uma manifestação na Universidade de Quito, sob acusação de terrorismo, tornando-se o primeiro preso  político do governo do presidente Rafael Correa.

Ao longo do julgamento do processo, ficou clara a sua inocência, a ponto de o reitor da Universidade, vítima de uma agressão na ocasião, afirmar que não partiu de Marcelo nenhum ato contra sua integridade física. Mas mesmo sem provas, Rivera foi condenado.

O processo de Rivera foi o primeiro de uma série de ações do Governo, que obrigou vários lutadores populares do Equador a passar para a clandestinidade, culminando com a prisão, no início do ano passado, dos “10 de Luluncoto”, quando dez militantes populares, entre jovens, mulheres, trabalhadores e sindicalistas, foram presos no bairro de Luluncoto, também sob acusação de terrorismo, quando preparavam uma marcha em defesa da água na Capital do País.

Durante todo seu período de detenção, Rivera recebeu uma ampla solidariedade internacional contra a arbitrária prisão. A União da Juventude Rebelião (UJR) organizou no Brasil uma campanha em boletins, denúncias públicas em diversos fóruns do movimento social, em Câmaras Municipais, etc., exigindo do Governo equatoriano resposta frente a essa prisão.

Firmeza revolucionária

Ao longo de todo esse período, Marcelo Rivera deixou clara a sua convicção na luta e a certeza da vitória dos explorados e oprimidos. Sem deixar se abater, manteve a firmeza revolucionária e nenhuma palavra de desânimo foi pronunciada durante sua passagem pela prisão.

 “Me chamou atenção seu profundo espírito de combatividade e sentimento de solidariedade. Marcelo estava apoiando a alfabetização de presos e pensando o que fazer ao sair da prisão para contribuir com a luta para pôr fim às injustiças do capitalismo. Foi uma visita em que saí revigorado da necessidade de construirmos uma nova sociedade, e ela virá com força a de mulheres e homens como Marcelo Rivera”, declarou Gregório Gould, membro da UJR que visitou Rivera na prisão de Sucumbios, no ano de 2011.

Saudamos a libertação de Marcelo Rivera como uma vitória das forças democráticas e progressistas do Equador e da América Latina. Temos a certeza de que a presença de Rivera nas lutas sociais do Equador se darão no fortalecimento das reivindicações populares, colocando todas as suas energias na luta pela transformação social e na construção de uma pátria nova e do socialismo.

Da Redação

Cubanos homenageiam José Martí

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tochasNo dia em 28 de janeiro comemorou-se em Cuba o 160º aniversário de nascimento de José Martí. Considerado o maior dos cubanos, herói nacional, o Maestro (mestre) caiu em combate lutando contra a dominação espanhola na ilha, em 1895. Até hoje sua obra, seus pensamentos e ideias revolucionárias inspiram o povo cubano, principalmente a juventude. Não à toa, no dia 27, à meia-noite, cerca de 40 mil pessoas caminharam pelas ruas de Havana na tradicional “Marcha das Tochas”, para celebrar a memória de Martí.

O desfile teve participação maciça da juventude, comandada pela União de Jovens Comunistas (UJC) e pela Federação Estudantil Universitária (FEU). Raúl Castro Ruz, presidente de Cuba, disse por carta: “A marcha demonstra a certeza de que as novas gerações saberão defender e garantir a continuidade de Cuba e sua revolução”.

Lisara Corona, presidente da FEU, destacou que a comemoração de 28 de janeiro é a mais eloquente reafirmação da unidade da juventude cubana, sob os princípios e ensinamentos do mestre. Em suas palavras, “nós, jovens, marchamos como demonstração de que podem contar conosco para reafirmar e aperfeiçoar o socialismo, como dever supremo, e assegurar o direito de viver num país livre e soberano que nos legaram nossos pais e avós”. Ela assinalou que a marcha homenageava também Gerardo, Ramón, Fernando, Antonio e René, cinco antiterroristas cubanos encarcerados nos Estados Unidos.

José Martí foi poeta, filósofo, educador, jornalista, revolucionário, fundador do Partido Revolucionário Cubano e um dos líderes da Guerra de 1895, insurreição armada que tinha como objetivo libertar Cuba da colonização espanhola. Nessa luta patriótica foi morto pelos soldados espanhóis. Porém, suas ideias transcendem seu país de origem e ganha caráter universal, sendo lembrado por cientistas, educadores e revolucionários de todo o mundo.

Segundo Fidel Castro, em A História me Absolverá, “José Martí foi o autor intelectual do assalto ao Quartel Moncada”, em 26 de julho de 1953, organizado pelo movimento revolucionário cubano, liderado por Fidel, que viria a se chamar posteriormente Movimento 26 de Julho. Nas palavras do jovem Fidel: “Trago no coração as doutrinas do Mestre e no pensamento as nobres ideias de todos os homens que defenderam a liberdade dos povos”.

Neste ano, a Marcha das Tochas aconteceu em meio à 3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo (27 e 30 de janeiro).

A conferência foi convocada por 32 entidades de Cuba, entre ministérios, Centro de Estudos Martianos, sindicatos, movimentos, institutos e organizações políticas. Colaboraram com a organização algumas instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), entre outras.

Bruno Melo, de Havana