UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 6 de agosto de 2025
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Violência: Não se cale, lute!

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Movimento Olga BenarioApesar da falta de divulgação e do boicote da mídia oficial, o Dia Internacional de Luta das Mulheres levou às ruas milhares de mulheres em todo o País, numa clara demonstração de que as mulheres estão dispostas a continuar lutando por igualdade e contra opressão, apesar de todas as dificuldades.

O Movimento de Mulheres Olga Benario, desde novembro passado, realiza uma campanha nacional de combate à violência contra a mulher com o lema:Violência: Não se cale, lute!, estimulando o engajamento das mulheres no combate à violência. O Movimento tem organizado as mulheres em 10 estados brasileiros, denunciando a desigualdade com que as mulheres são tratadas, a falta de assistência à saúde, falta de maternidades, a ausência de políticas públicas que garantam o direito às oportunidades iguais e a dupla jornada de trabalho. Além disso, lutacontra o aparato ideológico burguês, que tem como objetivo manter a mulher subjugada aos interesses mesquinhos e machistas dessa sociedade, que se baseia na desigualdade e na exploração de seres humanos. O Movimento tem lutado por uma sociedade igualitária em que homens e mulheres convivam em harmonia tenham direito a uma vida digna, o socialismo.

Com militância, cartazes, painéis, faixas, muita energia e combatividade, o Movimento de Mulheres Olga Benario participou das manifestações unitárias de mulheres no último dia 8 de março nos estados de São Paulo, Pará, Minas Gerais e Paraíba.

No Rio Grande do Sul, o Olga, juntamente com várias entidades, realizou um debate sobre o filme A fonte das mulheres e um ato no Largo Glênio Peres, Centro de Porto Alegre, que teve como bandeiras a violência contra a mulher, a autonomia do corpo da mulher, mais vagas nas creches e pré-escola e trabalho igual, salário igual. O ato também lançou o livro Essas Mulheres 2, iniciativa das educadoras do 39º Núcleo do CPERS (sindicato da educação), cujo tema foi a opressão em todas as suas faces. Para Fátima Magalhães, professora estadual e militante do Movimento, “a luta não é só uma questão de gênero, mas tem, principalmente, um caráter de classe e é também uma luta contra o sistema capitalista que oprime o conjunto dos trabalhadores, sobretudo as mulheres”.

No Rio de Janeiro, além de participar da manifestação unitária dos movimentos de mulheres, o Olga realizou uma ampla programação para comemorar o Dia Internacional de Luta das Mulheres, iniciando com uma panfletagem na porta da Demillus, empresa que basicamente só emprega mulheres.

Num ato em conjunto com a CUT, na Central do Brasil, foram realizadas denúncias da violência contra as mulheres, discriminações no campo do trabalho e da opressão a que as mulheres estão submetidas, colocando a luta como alternativa para enfrentar essa realidade. Na ocasião, foi realizada uma panfletagem.

Fez parte também da programação: manifestação em conjunto com o grêmio da Escola Técnica Adolfo Bloch; panfletagem no bairro de Acari e um ato no centro de Duque de Caxias organizado pelo Fórum de Mulheres de Caxias.

Em Natal (RN), foi realizada uma bela passeata no Centro. O ato foi convocado por diversas entidades, entre as quais o Movimento de Mulheres Olga Benario, o MLB, CUT, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Bandeira Lilás, PT e PCR. A concentração aconteceu no local onde se realizava a assembleia dos professores, que participaram também do ato.

Muitas palavras de ordem, falas, energia e disposição marcaram a passeata. Pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, falou Luciana Gomes, afirmando que “as mulheres devem se organizar cada vez para mais para desenvolver as lutas por suas reivindicações, como creches, lavanderias coletivas e restaurantes populares”.Pelo PCR, falou Samara Martins, que realizou uma justa homenagem à memória da companheira Valdete Guerra, do MLB, que, além de ter nascido no dia 8 de março, era uma mulher de luta e revolucionária.

Em Pernambuco, o Movimento de Mulheres Olga Benario organizou uma passeata no Centro do Recife. O ato contou com a presença de aproximadamente 180 pessoas, que saíram de diversos bairros, escolas e ocupações.

A concentração começou na Praça Maciel Pinheiro, e a manifestação prosseguiu pelas ruas da Imperatriz e Nova, panfletando e conversando com as mulheres, seguindo até a sede da Prefeitura. Houve a tentativa de impedir a entrada dos manifestantes no prédio. O ato durou toda a manhã. Depois de muita negociação, uma comissão foi recebida, entregando no gabinete do Prefeito um documento contendo uma série de reivindicações e recebendo o compromisso de uma audiência com o prefeito, na qual o Movimento teria um posicionamento sobre o documento entregue.

À tarde, o Movimento participou de um ato unificado do movimento feminino com todas as organizações de mulheres do Estado. Oficinas marcaram o início deste evento e depois uma passeata tomou conta da Conde da Boa Vista, principal avenida da cidade.

Em Caruaru, no Agreste, o Olga realizou um ato público no Centro da cidade, com panfletagem e entrevistas nas rádios e TV locais, apresentando o Movimento e denunciando a opressão e a violência sobre as mulheres, além de reivindicar mais creches nos locais de trabalho e nos bairros. À noite, na comunidade Novo Mundo, foi exibido o filme Olga. No final, houve uma comemoração com apresentação do cantor Costa Jr. e com comidas preparadas pelas companheiras da própria comunidade.

Fez parte ainda da programação do Movimento uma panfletagem com o material do Dia Internacional da Mulher na porta da fábrica Alpargatas em Carpina (Zona da Mata), em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores em Calçados da Região.

Movimento de Mulheres Olga Benario

Por um 1º de Maio combativo e classista

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Com a participação de servidores federais e estaduais, petroleiros, operários navais, professores e trabalhadores da construção civil e de tecnologia da informação, o Movimento Luta de Classes – MLC, realizou, no dia 9 de março, no Rio de Janeiro, seu I Encontro Estadual de 2013.

Após assistir ao vídeo “Maio, Nosso Maio” e debater o editorial do jornal A Verdade, nº 148, que trata da violência da burguesia contra o povo, os militantes do MLC realizaram um intenso debate sobre a situação dos trabalhadores, levando em conta, em especial, que essa violência não se caracteriza apenas pela violência física. A burguesia usa de todo seu arsenal para violentar os explorados, desde a fome até o roubo dos sonhos dos nossos filhos, passando também pelo roubo das datas históricas de nossas lutas e vitórias, realizando assim uma violência cultural e ideológica.

Depois de constatar toda essa rede de barbaridades, foi unânime a decisão do Encontro de construir um 1º de Maio combativo e classista e resgatar o verdadeiro significado dessa data. Para Victor Madeira, militante do MLC e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), “A descaracterização do 1º de Maio dos trabalhadores tem sido levada a cabo não apenas pelos patrões, para impedir que os trabalhadores reconheçam abertamente quem são seus algozes”.

Já para Carlos Roberto Maria (Formigão), presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Naval (Sintnaval), “eles tentam de toda forma violentar nosso corpo e consciência, nos fazem passar fome e ter nossos corações destruídos, por muitas vezes não ter o pão para alimentar nossos filhos. Não tem nada pior do que ver seus filhos com a roupa furada, o sapato gasto e não poder fazer nada. O pior é quando descobrimos que nossa marmita é o banquete do patrão e que tudo que produzimos vai para o bolso dele. Por isso, estamos corretos em construir o 1º de Maio de luta. Tenho certeza de que vai dar certo”.

Logo depois desse debate e da unanimidade dos presentes decidir realizar uma passeata no dia 30 de abril, foi eleita uma comissão organizadora para levantar estrutura e dialogar com outras forças de esquerda e progressistas para construirmos juntos o 1º de Maio.

No segundo ponto da pauta do encontro, debatemos as campanhas salariais em curso e a construção das oposições. Elegemos como pontos prioritários e unitários para as campanhas salariais, em todas as categorias em que o MLC atua, as lutas “Pela anulação da Reforma da Previdência”, “Contra o Acordo Coletivo Especial – ACE” e “Contra os leilões do petróleo brasileiro”. Decidimos, ainda, participar da Marcha a Brasília, no dia 24 de abril. Também foi aprovado um apoio maior e decidido à oposição do Sindpd-RJ.

O último ponto foi a convocatória de seu Congresso Estadual. Por unanimidade, todos os membros presentes aprovaram a data de 1º e 2 de junho para a realização do congresso.

Com muita disposição e consciência, os militantes do MLC encerraram seu I Encontro de 2013 convocando o II Encontro para o próximo dia 13 de abril.

Vanieverton Albuquerque,militante do MLC. 

Iraque: os 10 anos de uma guerra injusta

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Criança ferida no IraqueNo último dia 20 de março, completaram-se 10 anos da invasão imperialista no Iraque. As tão procuradas armas químicas e de destruição em massa jamais foram encontradas, bem como nunca foram comprovadas as supostas ligações do antigo Governo iraquiano com grupos terroristas. Essas, aliás, foram as principais alegações da gigantesca campanha de mentiras e falsificações promovida durante meses pela imprensa burguesa e pelos Governos imperialistas para justificar, perante a opinião pública internacional, uma nova guerra e esconder dos trabalhadores e dos povos seus verdadeiros objetivos: a conquista e a escravização do Iraque e de seu povo.

O Iraque hoje é um país completamente destruído e dividido pela guerra, que deixou para o povo daquele País um saldo de centenas de milhares de mortos e a mutilação de outros tantos, além do pesadelo das torturas e humilhações, da insegurança, do desemprego, da fome e da falta de água potável e outros serviços básicos. Ao contrário do que pregou o imperialismo, a paz, a democracia e o desenvolvimento não chegaram junto com as bombas, aviões e tanques.

Não há uma certeza sobre a dimensão dos estragos causados pelos bombardeios imperialistas. Segundo dados do Departamento Defesa dos Estados Unidos, durante esses 10 anos, mais de um milhão de soldados norte-americanos foram enviados ao Iraque. Destes, 4.483 foram mortos, 33 mil feridos e mais de 200 mil soldados foram diagnosticados com transtornos de estresse pós-traumático (26% dos veteranos masculinos de 18 a 29 anos cometeram suicídio).

Entretanto, os números de vítimas entre os civis iraquianos são os que mais impressionam e revelam com clareza a crueldade e a covardia dessa guerra. A pesquisa sobre a Saúde da Família Iraquiana, que contou com o apoio da ONU, estimou que ocorreram 151 mil mortes violentas apenas no período entre março de 2003 e junho de 2006. Já a revista The Lancet publicou, em 2006, uma estimativa de 654.965 mortes de iraquianos relacionadas à guerra, das quais 601.027 foram causadas por violência.

Bilhões de dólares também foram gastos com a guerra, recurso esse várias vezes maior do que o necessário para acabar com a fome e com dezenas de epidemias no mundo. Segundo o Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA, o País gastou quase US$ 802 bilhões para financiar a guerra. No entanto, o economista vencedor do prêmio Nobel Joseph Stiglitz afirma que o custo real chega a US$ 4 trilhões, se os impactos adicionais no orçamento e na economia dos Estados Unidos forem levados em conta. De fato, a dívida dos EUA subiu de US$ 6,4 trilhões em março de 2003 para US$ 10 trilhões em 2008 (antes da crise financeira), sendo que, pelo menos 25% desse montante,está diretamente ligado à guerra.

Enquanto a guerra destruiu a vida e as esperanças de milhões de iraquianos, um punhado de pessoas, ao contrário, se beneficiou – e muito – dela. Na última década, o comércio mundial de petróleo foi profundamente alterado pelo conflito iraquiano, uma vez que fez o preço do produto disparar: em 2003, o preço do barril de petróleo custava cerca de US$ 25,00, enquanto que, em 2008, chegou a US$ 140,00. O resultado disso foram lucros enormes para a indústria petrolífera. Outros setores econômicos também lucraram bastante com a guerra, especialmente a indústria de armas e a da reconstrução.

Como vemos, a invasão do Iraque é mais uma das guerras injustas, ilegais e covardes promovidas pelas potências imperialistas.

Injusta porque se trata de uma guerra imperialista, uma guerra de pilhagem, cujo objetivo é tomar posse das riquezas iraquianas e explorar seu povo. Ilegal, pois desrespeitou os mais básicos princípios do direito internacional e da livre determinação e soberania dos povos, passando por cima de várias resoluções da ONU e da vontade da opinião pública mundial. Covarde porque se tratou de uma guerra dos maiores exércitos do mundo contra um país que durante anos foi vítima de um bloqueio econômico que, entre outras coisas, proibia-o de comprar qualquer tipo de material militar.

Da Redação

Hugo Chávez: “Sou um instrumento da Revolução Bolivariana”

ChávezNo dia 5 de março de 2013, o povo da Venezuela chorou porque perdia uma de suas grandes lideranças históricas. Com apenas 58 anos de idade, falecia, vítima de um câncer, o presidente Hugo Chávez Frías.

Durante quase uma semana, seu corpo foi velado por milhões de venezuelanos, que ficavam até 12 horas na fila para dar adeus a seu líder. As redes de televisão burguesas se renderam. Vimos pessoas simples, moradoras das periferias urbanas e do campo, quedarem-se por um instante diante do líder. Com lágrimas nos olhos, tristeza, mas com expressão de firmeza e admiração, uns batiam com a mão no lado esquerdo do peito (“você está para sempre em meu coração”), outros erguiam o punho fechado (“a luta continua, Comandante!”).

Como continuar chamando ditador um homem tão amado e reverenciado? Então, a Globo passou a denominá-lo de líder populista, outra mentira. Ditador não foi, pois disputou sete eleições (quatro presidenciais, um referendo e um plebiscito) e só perdeu uma. Todas com grande participação popular, embora o voto não seja obrigatório, e confirmadas como legítimas e limpas pelos observadores internacionais, entre os quais a Organização dos Estados Americanos (OEA) e Jimmy Carter (ex-presidente dos Estados Unidos).

Populista é o governante que cativa o povo com seu carisma e a concessão de benefícios assistenciais e/ou atendimento de reivindicações que não venham a abalar as estruturas de poder dominantes. Podemos citar como exemplo Getúlio Vargas (Brasil) e Juan Domingo Perón (Argentina). Chávez, não! Ele propunha e tomou medidas concretas para mudar radicalmente as estruturas do país, de união latino-americana e de união das nações pobres para enfrentamento ao imperialismo.

Um militar bolivariano

Venezuela's President Chavez salutes during a military parade to celebrate the 16th anniversary of a failed coup d'etat led by him in 1992, in ValenciaHugo nasceu no dia 28 de julho de 1954, em Sabaneta, Estado de Barinas, filho de um casal de professores primários – Hugo de los Reyes Chávez e Elena Frías. Ingressou na Academia Militar Venezuelana aos 17 anos. Graduou-se em Ciências e Artes Militares, ramo de Engenharia, em 1975.  Chegou ao posto de tenente-coronel e disseminou na Academia as ideias bolivarianas, que abraçara desde jovem. Concluiu que a soberania nacional, a unidade latino-americana e a justiça social não seriam possíveis no capitalismo e propôs a construção do novo modelo em conformidade com a realidade latino-americana e os tempos atuais, chamando-o de “Socialismo do Século 21”. Fundou, em 1982, o Movimento Bolivariano Revolucionário (MBR).

Do Caracazo ao Levante Militar

Um país rico, por causa do petróleo, e um povo pobre. Concentração de riquezas e generalização da miséria. O quadro, que descreve bem os chamados países emergentes, agravou-se na Venezuela com a adesão ao neoliberalismo e a aplicação dos programas do Fundo Monetário Internacional (FMI) pelos governos de Carlos Andrés Pérez (1974-1979 e 1989-1993).

As revoltas populares se deflagraram em todo o país, tendo sido a maior delas a de Caracas (27 de fevereiro de 1989). Duramente reprimido, o povo foi contido após 300 mortes (dados oficiais) ou até três mil assassinados (organizações de direitos humanos).

Indignados, os militares bolivarianos liderados por Chávez (cerca de 300), promoveram um levante no dia 4 de fevereiro de 1992. Não tiveram êxito. Pérez acabou sendo deposto por meio de impeachment, motivado por corrupção.

Chávez passou dois anos preso. Nesse período, leu, escreveu, refletiu muito. Concluiu que não basta a insatisfação popular e um grupo armado para a tomada do poder. Que “a força material está na massa e a força moral no Movimento de Massa” (Simón Rodrigues, conselheiro de Simón Bolívar). “E acrescento”, diz Chávez, “com consciência e organização em movimento acelerado e permanente”.

Eleições e poder popular

Libertado, Chávez criou o Movimento Quinta República, uma frente de organizações partidárias, sindicais e populares, e foi eleito presidente em 1998, com base num programa que tinha como eixos o combate à pobreza, a nacionalização do petróleo, a reforma agrária, a união latino-americana e o enfrentamento ao imperialismo. Foi reeleito em 2000, 2006 e 2012. Venceu, ainda, o referendo proposto pela oposição, em 2004, para o povo se pronunciasse sobre a sua permanência no Governo; 74% dos eleitores compareceram às urnas e 60% confirmaram que Chávez permaneceria na Presidência.

 Antes, em 2002 (11 de abril), a burguesia, com apoio inconteste dos Estados Unidos (por meio da CIA), tentou depor o presidente por um golpe de Estado. A direita chegou a invadir o Palácio de Miraflores e prender Chávez. O presidente da Federação Empresarial, Pedro Carmona, chegou a proclamar-se chefe de Estado. Ele, que dizia defender a democracia, fechou a Assembleia Nacional e o Poder Judiciário. Informaram que Chávez havia renunciado. O golpe não durou 24 horas. O povo tomou as ruas, e Chávez conseguiu enviar um bilhete informando: “Não renunciei ao poder legítimo que o povo me deu”.  Poucas horas depois, estava de volta, nos braços do povo.

 A única eleição que Chávez perdeu foi o plebiscito para reformar a Constituição, permitindo a candidatura do presidente à reeleição sem limitação do número de mandatos. Ante a posição contrária do eleitorado, aquele considerado pela burguesia como ditador, declarou, em rede nacional: “Parabenizo os meus adversários por esta vitória. Estou tranquilo e espero que os venezuelanos também. Vamos manter a calma. Não há ditadura aqui”.

Realizações dos governos de Chávez

Enfrentando a feroz oposição da burguesia venezuelana apoiada pelos Estados Unidos, pela ala conservadora e pela grande mídia, os governos de Chávez conseguiram, entre outras, as seguintes mudanças:

  1. Mudança do papel do Exército. “… Quando estávamos com 25 dias de poder, as Forças Armadas saem dos quartéis para ajudar seu povo a enfrentar a miséria e a fome. 99% dos militares vêm dos bairros pobres e do campo. Nosso Hospital Militar faz milhares de intervenções cirúrgicas em pacientes pobres. Maldito seja o soldado que ergue as armas contra seu próprio povo”.
  2. Construção do Poder Popular. Com a criação das Comunas Populares, como base do poder popular e de um governo socialista. São mais de 40 mil conselhos comunais formados no País. As comunas têm legislação própria e sua economia é constituída por três partes: estatal, coletiva e familiar, criando um sistema econômico e político paralelo ao Estado capitalista.
  3. Programas sociais. Programa de Saúde Popular – Missão Bairro a Dentro, auxiliado por milhares de médicos cubanos, atendendo diretamente ao povo, bem como outras  missões voltadas para  educação, moradia e implantação de uma rede de mercados populares com produtos a preço de custo para as populações mais pobres.
  4. Reforma agrária. Promoveu ampla reforma agrária e agrícola. O número dos que trabalham na terra passou de 3% para 30% da população.
  5. Nacionalização. Nacionalizou o petróleo (Lei dos Hidrocarbonetos) e estatizou todas as empresas que boicotaram a produção para derrubar o Governo. Só no ano de 2011, o Governo venezuelano desapropriou mais de 400 empresas.
  6. Nova Legislação Trabalhista. Quarenta horas semanais sem redução de salário, proibição de as empresas terceirizarem os serviços, licença-maternidade de seis meses e meio para as mães e 15 dias para os pais, mais estabilidade de dois anos; aposentadoria para todos os trabalhadores, independentemente de contribuição para a Previdência, para os homens ao completarem 60 anos e para as mulheres aos 55 anos de idade.
  7. Internacionalismo. Criação da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), reunindo Cuba, Nicarágua, Equador, Venezuela, Bolívia, Antígua e Barbados, São Vicente e Granadinos. Mesmo sem aderirem à Alba, relações especiais se travaram com a Argentina, Uruguai e Brasil. Criou a Telesur como alternativa de comunicação para se contrapor às agências capitalistas. A maioria dos países sul-americanos, entretanto, não quis romper com as amarras imperialistas, mas aceitou o ingresso da Venezuela no Mercosul. O Governo de Chávez esteve sempre ao lado das nações que enfrentaram agressões ou ameaças dos Estados Unidos, a exemplo de Cuba, Irã e Líbia.

Quanto à melhoria da qualidade de vida do povo, não há contestação. Dados do ano de 2011 apresentados pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, que homenageou o presidente venezuelano no dia 13 de março último, apontam que, em 2002, 48,6% dos venezuelanos viviam abaixo da linha da pobreza, índice que caiu para 29,5%, em 2011. O índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevou-se de 0,656 para 0,735.

O poder está no povo

Milhões de venezuelanos homenageiam Hugo Chávez

O desafio está colocado. Manter e avançar a construção das conquistas econômicas, políticas e sociais do povo venezuelano. A bandeira à qual Chávez dedicou a vida está nas mãos das

comunas populares, do setor bolivariano das Forças Armadas e de Nicolás Maduro, a quem o Comandante pediu que o povo escolhesse como seu sucessor.

 “Confesso que vivi”

Com licença da revista Caros Amigos, de onde foram extraídas as citações deste artigo (entrevista concedida a José Arbex Jr., publicada na edição nº 89, de agosto/2004), cito a mensagem ao povo brasileiro que enviou na ocasião e se ajusta perfeitamente a este lamentável momento. Hugo Chávez estava perto de completar 50 anos de idade, e disse: “… Como dizia o grande poeta Pablo Neruda, confesso que vivi. Sim, sofri muito, como todos, mas também tive muitas alegrias, graças à minha família, às mulheres que amei, aos meus filhos e amigos. Mas, principalmente, é o vínculo com o povo pobre que me dá energia e a sensação de estar vivo, a certeza de que todo esse caminho percorrido valeu a pena. Envio minhas saudações a todo o povo, especialmente aos que lutam por uma América Latina livre  e soberana”.

José Levino,
historiador

Maiakovski: 130 anos do poeta da revolução proletária

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MaiakovskHá 130 anos, no dia 19 de julho de 1893, numa pequena aldeia de Bagdádi, na Geórgia, nascia Vladimir Vladimirovitch Maiakovski. Filho de Vladimir Konstantinovitch e Aleksandra Aleksieievna – ambos camponeses pobres –, Maiakovski tinha duas irmãs mais velhas: Liudmila e Olga.

A infância miserável – sobretudo após a transferência forçada de sua família para Moscou, após a morte de seu pai, em 1906 – e o contato precoce com o movimento revolucionário que despontava na Rússia marcariam para sempre a vida de Maiakovski.

Nessa época, todo o Império Russo foi sacudido pelas lutas sociais. Em 1905, após o massacre da polícia czarista a milhares de trabalhadores – também conhecido como o “Domingo Sangrento” – explodiram em vários cantos do País manifestações de operários, camponeses e soldados exigindo o fim da monarquia e a instauração de uma República Democrática. Era a Revolução de 1905. Maiakovski, com apenas 12 anos, que então já acompanhava os acontecimentos políticos através de jornais e panfletos socialistas, integrou-se ativamente às manifestações.

A partir daí, o jovem Maiakovski passa a ler vorazmente a literatura marxista. Em 1908, abandona o ginásio e entra para a ala bolchevique do Partido Operário Social-Democrata da Rússia (POSDR). Executa tarefas de propaganda em círculos operários. Chegou a ser eleito para o comitê municipal de Moscou. Era conhecido como camarada Constantin.

Maiakovski é preso pela primeira vez em 1908 numa tipografia clandestina, mas logo depois é liberado. Após se envolver na libertação de um conjunto de militantes do Partido que cumpriam pena, é preso novamente em 1909. Seu cárcere dura onze meses. Na prisão, lê muito, principalmente os clássicos da literatura – Dostoievski, Tolstoi, Gogol, Pushkin – e escreve poemas.

Desatai o futuro!

Ao sair da prisão, decide aprofundar seus conhecimentos em arte. Entra, então, para a Escola de Belas Artes de Moscou para estudar pintura. Lá conhece o pintor e poeta David Burliuk e, juntamente com outros artistas, lança, em 1912, o manifesto “Bofetada no gosto público”, criando o movimento cubo-futurista russo.

Revolta contra as amarras do passado, destruição do culto estéril dos clássicos, busca por inovações nas formas de expressão artística eram as características fundamentais do movimento. Seus integrantes foram fortemente criticados, até serem expulsos da Escola de Belas Artes. O futurismo russo diferenciava-se muito do futurismo surgido na Itália, sob a direção de Marinetti. Enquanto este passou a defender abertamente a guerra imperialista (e tempos depois o fascismo de Benito Mussolini), os futuristas russos abraçaram, quase em uníssono, a vitoriosa Revolução de Outubro de 1917, incorporando-se à construção da nova sociedade. O próprio Maiakovski foi quem disse: “Aderir ou não aderir? Esta questão não se colocava para mim (nem para os outros futuristas moscovitas). Era a minha revolução. Eu fui ao Smolny. Trabalhei em tudo que me vinha às mãos”. Seus versos de luta eram cantados pelos soldados do Exército Vermelho enquanto ocupavam o Palácio de Inverno: “Come o ananás, mastiga a perdiz,/Teu último dia está chegando, burguês!”.

A arte é indústria, o artista é operário

maiakovskMaiakovski trabalhou febrilmente pela Revolução. Seu objetivo maior era forjar uma arte renovada, tanto na forma como no conteúdo, capaz de elevar a cultura geral das massas e prepará-las para os enormes desafios da nova pátria soviética. No poema “O poeta-operário”, afirma que a arte é um trabalho, uma produção que deve ter um sentido concreto, imediato, um valor social útil, tal como a produção dos bens materiais da sociedade. Por isso, defendia a opinião de que o artista revolucionário deve encarar-se como um trabalhador, um operário das artes, “a esculpir a tora da cabeça humana” e a “pescar homens vivos”. Somente assim conseguirá fundir-se com o povo e transformar sua obra artística em produtos de consumo úteis para os trabalhadores.

Sua poesia expressa muito bem essa confiança e a admiração inquebrantável pela Revolução, como parteira do novo mundo e do novo homem, livres da exploração. “Nossa Marcha”, “À Esquerda”, “Versos sobre o passaporte soviético”, “Nós, os Comunistas”, “150 milhões”, “A plenos pulmões” são apenas alguns exemplos. É dele também o épico “Vladimir Ilitch Lênin”, poema com mais de três mil versos em homenagem ao chefe maior da Revolução, falecido em 1924. Maiakovski não cansava de repetir, nas palestras e recitais que fazia por toda a União Soviética e nos países que percorreu: “Sem o comunismo não existe amor”.

O poeta solar resplandece!

Além da poesia, escreveu ensaios teóricos, peças de teatro e roteiros para cinema. Atuou – a maioria das vezes como ator principal – e ajudou a conceber os cenários e figurinos das montagens de seus textos. Durante a guerra civil, entre 1918 e 1921, esteve à frente da Rosta (sigla em russo da Agência Telegráfica Russa), pintando inúmeros cartazes de agitação e propaganda. Em todas essas obras promovia a emulação socialista, incitando o povo a impulsionar a produção econômica e a lutar contra os inimigos, internos e externos, da revolução e contra os resquícios da moral burguesa, como o individualismo e o burocratismo. Manteve contatos estreitos e projetos paralelos com outros grandes nomes da arte soviética, como Máximo Gorki, Serguei Eisenstein e Dziga Vertov, o compositor Shostakovitch e o dramaturgo Meyerhold.

A todos!…

Eu morro, não culpeis disso a ninguém.

E nada de falatórios. O defunto tinha horror a isso.

Mamãe, minhas irmãs, meus camaradas, perdoem-me, isto não é um meio (não o aconselho a ninguém), mas para mim não há outra saída.

Lili, ama-me.

Camarada governo, minha família é Lilia Brik1, mamãe, minhas irmãs e Verônica Votoldnovna Polonskaia: Se tu lhes torna a vida possível, obrigado.

Os poemas começados dai-os aos Brik. Neles reencontrarão.

Como se diz:

“O incidente está encerrado”

o barco do amor

quebrou-se contra a vida cotidiana

estou quite com a vida

Inútil passar em revista

                            As dores

                            As desgraças

                            E os erros recíprocos.

     Sede felizes!

                                        V.M.

Com estas trágicas palavras, Vladimir Maiakovski despedia-se do mundo. Suicidou-se com um tiro no peito em 14 de abril de 1930, com quase 38 anos.

A comoção foi geral. Morria um dos artistas mais proeminentes, versáteis, entusiasmados e populares da história soviética e “o melhor, o mais talentoso poeta da nossa era soviética”, nas palavras de Stálin.  Seu funeral contou com a presença de aproximadamente 150 mil pessoas. Em “A extraordinária aventura acontecida a Vladimir Maiakovski”, escrita em 1920, descreve-se um fabuloso encontro: o poeta desafia o sol a descer do céu para fazer-lhe uma visita. Este aceita o convite e os dois logo se tornam amigos. Por fim, fazem o pacto de brilhar eternamente, cada um à sua maneira, com seus “feixes de luz e versos”, para eliminar as trevas do mundo. Neste belíssimo poema, Maiakovski resume a essência revolucionária de sua vida e sua obra, inteiramente dedicadas à alvorada comunista da humanidade, que ainda nos dias atuais povoa a esperança e a luta dos homens e mulheres em todo o globo:

Iluminar para sempre

Iluminar tudo

Até os últimos dias da eternidade

Iluminar!

O resto não importa.

Tal é o meu lema,

Igual ao do sol.

Jonatas Henrique, Belo Horizonte

 

Notas:

1 Lília Brik (1891-1978): escritora russa, casada com o pintor Óssip Brik. Maiakovski conheceu o casal em 1915 e desde então o poeta manteve um romance conturbado com Lilia. “A Flauta-Vértebra”, “Amo”, “A propósito disto”, “Guerra e Paz – Dedicatória”, “Minha Pequena Lília: Para servir de carta”, são alguns dos escritos dedicados a ela.

Bibliografia:

– MAIAKÓVSKI, Vladimir. Maiakovski: vida e poesia. São Paulo: Martin Claret, 2006. 218p.

– SCHNAIDERMAN, Boris. A poética de Maiakovski. São Paulo: Perspectiva, 1971. 300p. (Debates, 39)

– RIPELLINO, Angelo Maria. Maiakovski e o teatro de vanguarda. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1986. 281p. (Debates, 42)

 

Encontro debate importância de A Verdade

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No dia 10 de março, o jornal A Verdade realizou um importante encontro em Natal-RN. Dele participaram companheiros militantes do PCR, MLB, MLC e UJR.

Durante o encontro, foi lido e debatido trechos do livro História do Partido Comunista (bolchevique) da URSS que relatam o papel da imprensa operária na vitoriosa Revolução Russa de 1917.

A imprensa revolucionária cumpriu um importante papel na Rússia ao combater aqueles que defendiam que a classe operária não deveria realizar lutas políticas, muito menos, construir o seu partido. Diziam que, aos operários só interessava a luta reivindicatória por melhores salários e que deviam deixar a luta política a cargo da burguesia liberal. Lênin, ao mesmo tempo em que desmascarava a traição desses oportunistas, apresentava a proposta da criação de um jornal político para toda Rússia. O objetivo era criar, em torno do jornal, uma organização revolucionária que a classe operária precisava para pôr fim ao czarismo. Um jornal que fosse além de um agitador e propagandista, um organizador coletivo.

Através dos jornais Iskra (Centelha) e do Pravda (Verdade), o Partido de Lênin se desenvolveu e cresceu. Nesses jornais se publicavam milhares de denúncias que os próprios operários mandavam para a redação. Publicavam-se ainda as notícias das inúmeras greves e lutas realizadas no período que serviam de exemplo para toda a Rússia. Além disso, o jornal orientava a luta revolucionária de massas, cumprindo o papel de vanguarda. Por meio de um trabalho persistente foi forjada toda uma geração de militantes, que puderam desempenhar um papel fundamental na luta da classe operária russa pela revolução.

Diante dessa discussão, chegou-se à conclusão que o papel do jornal A Verdade está sendo subestimado. É, portanto, um dever revolucionário de cada militante assumir com profundidade a tarefa de realizar um grande trabalho político com o jornal. Retomar as brigadas nas empresas, praças e bairros populares; realizar plenárias nas ocupações do MLB; debater nos coletivos sobre as cotas de cada companheiro; discutir a produção das matérias e acompanhar a prestação de contas das vendas; etc.

Questões importantes como estas devem ser tratadas com prioridade, sob pena de atrasarmos o crescimento da nossa luta, do Partido e da Revolução Socialista. É necessário, pois, a convicção de que estamos à altura de superar nossas dificuldades e, em pouco tempo, cada vez mais trabalhadores, jovens, homens e mulheres do povo terão como seu o jornal A Verdade.

Redação RN

 

Movimento Olga Benario mobiliza mulheres em Minas

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Ato 8 de Março MGO Movimento de Mulheres Olga Benario, em Minas Gerais, promoveu e participou de várias atividades em março, como no dia 8 – ao lado de diversos outros movimentos de mulheres e organizações populares, partidárias, sindicais e juvenis –, num grande ato unificado que contou com quase duas mil mulheres nas ruas do Centro de Belo Horizonte. A grande manifestação denunciou os vários tipos de violência cometidos contra as mulheres: a violência racial, sexual, doméstica, homofóbica e a cometida pelo Estado contra os direitos das mulheres foram alguns dos levantados, que culminou num grande encontro que reuniu as mulheres na Praça Sete.

As mulheres interromperam o trânsito do principal cruzamento com palavras de ordem, corpos desenhados no chão em referência às vítimas fatais da violência e o novo batismo da Praça Sete de Setembro, renomeada simbolicamente como Praça 8 de Março. No mesmo dia, militantes do Movimento Olga Benario distribuíram dois mil manifestos à população, em ato conjunto com a CUT-MG, contendo os exemplos da luta das trabalhadoras e com denúncias sobre a violência crescente no País.

No dia 10 de março o Olga Benario, em parceria com o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), promoveu ato político em homenagem às mulheres da Ocupação Eliana Silva. O ato contou com a participação de Dirlene Marques, do Fórum Social Mineiro e da Rede Feminista de Saúde; de Maria da Consolação, do PSOL; de Natália Alves, do Partido Comunista Revolucionário (PCR); de Raphaella Mendes, do Movimento Olga Benário; de Poliana Souza, da coordenação do MLB; e de Gabriela Santos, do Movimento Fora Lacerda. Além desses atos, o Olga Benário participou ainda da Roda de Conversa com as servidoras municipais da Regional Pampulha, realizada no dia 15 de março, e da Caminhada Solidária da Secretaria de Mulheres e Gênero do Sindicato dos Metalúrgicos de Extrema, Itapeva e Camanducaia (Stimeic), ocorrida na cidade de Extrema, Sul de Minas. Além disso, vários debates contaram com a presença do Movimento Olga Benario realizados na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) e Faculdade de Letras da UFMG e pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade Fumec.

Raphaella Mendes, coordenação do Movimento de Mulheres Olga Benario

O papa é pop, mas não é santo

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Cardeiais

A cobertura realizada pelos grandes meios de comunicação do conclave que tornou o cardeal de Buenos Aires – Jorge Mario Bergoglio – Papa Francisco foi digna de um popstar. A justificativa para gastar tanta tinta nas páginas dos jornais e transmissões ao vivo pela TV éque se tratava da eleição do líder de 1,2 bilhão de católicos do mundo. Creio, entretanto, que o motivo provável foi mais uma tentativa dos meios de comunicação burgueses de desviar a atenção das massas trabalhadoras do agravamento da crise econômica do capitalismo, como mostraram os acontecimentos do Chipre, o enorme crescimento do desemprego na Europa, os dez anos da intervenção militar no Iraque e das manobras militares dos EUA e da Coréia do Sul para provocar a Coreia do Norte, fato este pouco divulgado pela mídia, que prefere apenas destacar a reação da Coreia do Norte, mas não o que a causou.

Eleição ou nomeação?

O fato é que o megaevento midiático foi considerado também um grande acontecimento democrático, muito embora, dos 1,2 bilhão de católicos, apenas 114 decidiram quem seria o novo papa. Registre-se que nenhum dos 114 cardeais foram eleitos; todos foram nomeados pelos dois últimos papas.

Cuba, país tão criticado pela mídia burguesa por não ter eleição direta para presidente, realiza eleições gerais e diretas para delegados às Assembleias Municipais, Provinciais e Nacional do Poder Popular. O voto é livre, igualitário e secreto, e qualquer cidadão pode ser candidato. 50.900 assembleias organizadas pela Comissão Eleitoral Nacional (CEN) indicamos delegados que concorrem às Assembleias Municipais e Provinciais e à Assembleia Nacional do Poder Popular e são eleitos por  voto em urna, direto e secreto.No caso do chefe do Estado do Vaticano é diferente. 114 pessoas, os cardeais, se reúnem duas, três ou quatro vezes e escolhem o papa. Realmente dá menos trabalho, mas também é menos democrático.

A exemplo do FMI e do Banco Mundial, a maioria de votos no conclave é de cardeais da Europa e dos EUA. Os cardeais da Europa somam 60 votos; os da América Norte, 30; a América Sul tem 13; a África, 11; a Ásia, 10 e a Oceania 1. Os EUA têm 14 votos, enquanto o Brasil, cinco. Dessa forma, nenhum papa consegue eleger-se sem o apoio dos cardeais da Europa e dos EUA. De acordo com o jornal italiano Corriere Della Sera, Os 14 cardeais norte-americanos apoiaram e votaram em bloco no cardeal Bergoglio, que teve um total de 90 votos.  Conseguiu essa maioria graças ao acordo selado entre os cardeais dos EUA e os da Itália, que têm influência no restante da Europa. Após eleito pelos colegas cardeais, Bergoglio decidiu chamar-se Francisco. Apesar de ser argentino, o cardeal Bergoglio não é um estranho no ninho. Já exerceu vários cargos na Cúria Romana e é considerado intimo dos que exercem o poder no Vaticano.

Suspeito de colaboração com a ditadura

Os mesmos meios de comunicação que transformaram o conclave do Vaticano num espetáculo midiático apresentaram o novo papa como um homem simples, honesto e incapaz de uma atitude não cristã.

Porém, outras informações saíram na imprensa sobre a vida do cardeal argentino, ou melhor, do papa Francisco. A mais grave mostra sua cumplicidade ou omissão quando da prisão e tortura pela ditadura militar argentina de dois jesuítas ligados à teologia da libertação: Orlando Yorio e Francisco Jalics.  A denuncia mais contundente foi de Graciela Yorio, 67 anos, irmã do padre Orlando Yorio. O padre Yorio foi sequestrado em maio de 1976, e passou cinco meses preso e sendo torturado na Escola de Mecânica da Marinha (ESMA). Segundo ela, seu irmão não tinha dúvidas de que foi o padre Bertoglio quem delatou seu irmão aos militares: “Meu irmão não tinha dúvidas sobre isso. E eu acredito no meu irmão”. (FSP,16/03/2013).Orlando Yorio morreu em 2000, vítima de infarto. Francisco Jalics está vivo mas se nega a confirmar ou desmentir a denúncia sobre Bertoglio.

Um dos principais jornalistas da Argentina, HoracioVerbitsky, do jornal Pagina 12,e autor do livro “O Silêncio: De Paulo VI a Bergoglio: As Relações Secretas entre a Igreja e a ESMA” em entrevistaa Amy Goodman e Juan González, do  DemocracyNow, relatou o que descobriu sobre o caso:

“Durante a pesquisa para um dos meus livros, encontrei, no arquivo do Ministério de Relações Exteriores da Argentina, documentos que, segundo entendo, encerram o debate e mostram o duplo padrão que orientou Bergoglio. O primeiro documento era uma nota na qual ele pedia ao ministro a renovação do passaporte de um desses jesuítas, sem que tivesse necessidade de voltar à Argentina. O segundo, é uma nota do oficial de que recebeu a petição, recomendando a seu superior, o ministro, a recusa da renovação do passaporte. E o terceiro documento é uma nota do mesmo oficial, dizendo que esses padres tinham ligação com a subversão – era assim que os militares caracterizavam qualquer pessoa envolvida com a oposição ao governo, política ou armada –; que ele havia sido preso na ESMA; e que essa informação fora dada pelo Padre Jorge Mario Bergoglio, provincial superior da Companhia de Jesus.

Isso significa, no meu entendimento, um duplo padrão. Ele pediu o passaporte para o padre em uma nota formal, com sua assinatura; mas, em privado, disse o oposto, e repetiu as acusações que fizeram os padres ser sequestrados. Segundo este padre, o próprio Bergoglio teria feito parte de seu interrogatório? … Quando solto, ele foi a Roma, onde viveu sete anos, antes de voltar à Argentina. Ao regressar, ligou-se à diocese de Quilmes, na Grande Buenos Aires, cujo bispo era um dos líderes do ramo progressista da igreja argentina, oposto ao de Bergoglio. Então, Orlando Yorio denunciou Bergoglio. Eu recebi seu testemunho quando Bergoglio foi eleito arcebispo de Buenos Aires. E também entrevistei Bergoglio, que negou as acusações, dizendo que defendeu os padres.OrlandoYorio colocou-me em contato com o outro padre, Francisco Jalics, que vivia na Alemanha. Ele confirmou a história, mas não quis ser mencionado em minha matéria, porque preferia, segundo disse, não lembrar dessa triste parte de sua vida e perdoar. Acrescentou que havia passado muitos anos ressentido com Bergoglio, mas estava disposto a perdoar e esquecer. Quando publiquei meu livro sobre o caso, um jornalista argentino que havia sido discípulo de Jalics falou com ele e pediu que contasse a verdadeira história. Jalics respondeu que não iria nem afirmá-la, nem negá-la.”(www.outraspalavras.net)

O que diria Francisco de Assis?

Também ainda não está esclarecido qual será o tratamento que o novo papa dará às finanças do Vaticano e, particularmente, ao banco.  A única certeza é de que o acordo para a eleição de Francisco envolveu também quem vai ter o controle sobre o famoso Instituto para Obras da Religião (IOR), o banco do Vaticano. Dona de um patrimônio milionário, em 2011, a Santa Sé arrecadou com turismo 22 milhões de euros; as aplicações financeiras renderam 13,7 milhões e a venda de imóveis 32,3 milhões. Somente na Itália, a Igreja possui 110 mil propriedades avaliadas em 9 bilhões de euros. Mesmo assim, a Santa Sé fechou 2011 com um rombo de 14,9 milhões de euros. A questão é como foi gasto e para onde foi tanto dinheiro para gerar prejuízo em vez de lucro. (A propósito, o que diria Francisco – o original, o de Assis, que renunciou à sua herança e passou a viver junto aos pobres – diante de tanta riqueza e suntuosidade?)

No ano passado, a imprensa italiana divulgou uma carta do núncio dos EUA, Carlo Maria Vigano, ao papa Bento XVI na qual ele denunciava “corrupção, prevaricação e má gestão do IOR”.   Uma comissão foi formada pelo papa para investigar o caso e como resultado culpou Paolo Gabriele, mordomo do papa. Este foi condenado a 18 meses de prisão por ter divulgado a carta à imprensa. Em sua defesa, o mordomo declarou que seu objetivo era “provocar um choque para colocar a igreja no bom caminho”. Em dezembro, dois meses antes de renunciar, Bento XVI, perdoou e deu o indulto ao seu ex-mordomo. Mas a sujeira continuou debaixo dos tapetes do Vaticano.

Com escândalos sexuais, padres e até bispos acusados de pedofilia em diversos países, seu banco envolvido em lavagem de dinheiro e corrupção, roubo de documentos secretos, a Igreja Católica não tem conseguido,principalmente na Europa, manter seus fiéis dentro da igreja. Prova disso é que a Conferencia Episcopal informou que 400 templos foram fechados na Alemanha em 2011. A igreja evangélica não fica atrás. De 1990 a 2010, 340 templos evangélicos foram fechados, informa o jornal espanhol El País. Então, para onde estão indo os fiéis? Eles têm preferido ir às ruas lutar por uma solução para os seus problemas já que os governos das classes dominantes preferem confiscar o dinheiro do povo e usar os recursos públicos para salvar bancos e financiar guerras, do que resolver o problema do desemprego.

(Lula é Falcão é membro do comitê central do Partido Comunista Revolucionário – PCR) 

Eliana Silva: exemplo de vida e de luta para todos

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Eliana Silva

Após quatro anos da morte da companheira Eliana Silva, famílias da ocupação que recebeu seu nome e do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) de Minas Gerais fizeram uma homenagem em memória ao seu exemplo de vida.

Eliana Silva de Jesus, destacada militante popular e socialista, nasceu em 03 de novembro de 1964. Iniciou sua militância política durante no movimento estudantil secundarista, ainda na década de 1980, nas lutas pelo fim da Ditadura Militar fascista e nas campanhas de democratização no Brasil. No movimento estudantil participou ativamente da reorganização da União Colegial de Minas Gerais (UCMG), em 1989, dos congressos da Ubes e das intensas lutas pelo meio-passe em Belo Horizonte e pela conquista da meia-entrada (1992). Apoiou a organização do movimento sindical, atuando em várias greves e eleições de sindicatos e categorias importantes, como construção civil, metalúrgicos e rodoviários. Em 1995, quando ocorreu a cisão do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), Eliana Silva não vacilou em se juntar ao grupo de companheiros que decidiram reorganizar o Partido Comunista Revolucionário (PCR), do qual foi militante até sua morte.

Eliana Silva tinha, entre outras características, a simplicidade e a sensibilidade capazes de compreender e lidar com os problemas vividos pelo ser humano. Por isso, colocou sua vida à disposição de todos os seus semelhantes, dedicando seu tempo a ajudá-los e organizá-los coletivamente.

Muitas lutas e conquistas na Vila Corumbiara

Em março de 1996, participa da organização de uma das maiores e mais combativas ocupações urbanas do país: a Ocupação da Vila Corumbiara, na região do Barreiro, na Capital mineira, sendo uma das principais lideranças desse movimento, resistindo às ameaças do cerco policial e ao descaso e ordens de despejo do prefeito Patrus Ananias diante do problema das famílias de ocupantes.

Naqueles anos, não existiam programas de construção de casa populares. Tudo precisava ser conquistado com intensas lutas, e, como presidente da Associação dos Moradores, Eliana foi protagonista delas. Da união e da resistência dos moradores, a Vila Corumbiara cresceu e se transformou num bairro. Todos os direitos conquistados pelas famílias da Vila foram fruto de muitas lutas, muitas passeatas, manifestações e ocupações da sede Regional da Prefeitura, no Barreiro. Assim, foi possível conquistar transporte escolar, linha de ônibus do bairro até a Estação, asfalto, coleta de lixo, iluminação pública, rede de água e esgoto na comunidade.

Eliana lutou até os últimos dias de sua vida pelo direito ao título de posse das casas, conquista que só foi obtida pela comunidade apenas após sua morte.

Em um depoimento emocionado, Joana do Espírito Santo, moradora da Vila desde seu surgimento, disse sobre sua convivência com Eliana: “Uma pessoa que se preocupava não só com ela, com a família dela, mas com todos. Não deixava nada passar em branco, conseguia carro de som, lutava com o povo, fazia aniversário da ocupação da Vila. A casa dela era um verdadeiro escritório, onde fazia os jornais e reunia as pessoas. Passava nas casas convidando os moradores e logo assumiu a Associação dos Moradores. Era uma pessoa que reunia e aconselhava as famílias. Cuidava dos filhos dos outros como se fossem dela e mesmo quando ficou doente não parava quieta e lutava com agente”.

No ano de 1999, juntamente com companheiros de diversos estados do Brasil, participa da organização e do congresso de fundação do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), realizado em Belo Horizonte, integrando sua coordenação nacional.

Ao descobrir um câncer de mama, imediatamente iniciou um duro tratamento. Foram alguns anos de luta contra a doença e, apesar de ter encarado mais esse desafio com a mesma disposição e energia de sempre, infelizmente faleceu no dia 22 de janeiro de 2009. Apesar da tristeza com a perda de Eliana, os moradores da Vila Corumbiara continuaram na luta e elegeram uma nova presidente para a Associação de Moradores, que dá continuidade ao trabalho pelas melhorias na comunidade.

Em abril de 2012, durante a assembleia das famílias que acabavam de realizar uma nova ocupação em Belo Horizonte, foi decidido, por unanimidade, prestar uma justa homenagem a esta lutadora revolucionária, batizando o local com seu nome. Em poucos dias, o nome Eliana Silva estava sendo anunciado em todos os principais jornais, rádios e redes de TV de Minas Gerias e do Brasil, tamanha a repercussão que teve a ocupação, destacando-se como uma das principais ocupações urbanas do país no ano de 2012.

Após quatro anos de sua morte, o MLB de Minas Gerais e a Ocupação Eliana Silva lhe fazem uma homenagem, mantendo viva não apenas a luta do povo pobre, mas a luta revolucionária por profundas transformações sociais, pelo fim do injusto sistema capitalista e pelo socialismo.

A seguir, publicamos uma parte do texto escrito pela própria Eliana Silva, dias antes de sua morte, em que deixa uma mensagem de otimismo e fé na vida a todos os seus companheiros de lutas do PCR, do MLB e da Vila Corumbiara.

“Viva. Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida com paixão, perder com classe e vencer com ousadia. Porque o mundo pertence a quem se atreve, e a vida é “muito” para ser insignificante. Não há nada como um dia após o outro para renovarmos nossas forças, a prece não traz soluções milagrosas aos nossos problemas, mas nos dá a paz, serenidade, compreensão e fortalece-nos, então somos capazes de encontrar os melhores caminhos. Se Deus resolvesse os nossos problemas que mérito teríamos? Aprenderíamos com eles? E tudo quanto a vida nos apresenta vem para nos ensinar a sermos melhores. Somos capazes de amar e amar é uma forma de viver…Somos viajantes que escolhemos nossas estradas conforme nossa inteligência e vontade. Respeitar a escolha alheia, mais do que alertar e mostrar pelos próprios passos a estrada por nós escolhida, não é possível fazer a nossa fronteira. A verdade libertadora é aquela que conhecemos na atividade incessante do bem.” – Eliana Silva de Jesus.

Leonardo Pericles,
Coordenação Nacional do MLB

Encontro reúne trabalhadoras no mês das mulheres

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Encontro das Mulheres TrabalhadorasO mês de março é repleto de simbolismo e histórico de lutas para as mulheres trabalhadoras ao redor do planeta. E foi visando fortalecer essa luta e ajudar a formação política e ideológica das trabalhadoras que o Movimento de Mulheres Olga Benário, em parceria com o Movimento Luta de Classes e com a Central Única dos Trabalhadores, realizou, no dia 23, em Belo Horizonte, o Encontro das Mulheres Trabalhadoras.

Cerca de 90 mulheres, que representavam as mais diversas categorias – como trabalhadoras em educação, operadoras de telemarketing, metalúrgicas, diaristas, operárias da construção civil etc. –, reuniram-se para debater os desafios das mulheres no mundo do trabalho, os empecilhos para o exercício de uma militância sindical e a paridade nas entidades sindicais.

Fátima Silva, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), assim elencou os desafios das mulheres que já estão presentes no mercado de trabalho de conseguirem conciliar baixos salários, precarização e uma vida sindical atuante: “As mulheres precisam contar com instrumentos que propiciem um incentivo à sua participação sindical, como creches nas empresas, salários iguais e paridade nas gestões das entidades”.

Para Gabriela Gonçalves, representante do Movimento Luta de Classes e diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE), “É preciso ter em mente que a libertação da classe trabalhadora só se dará de maneira plena se as mulheres também forem libertadas da opressão que esta sociedade ainda lhes impõe”.

Outra mesa de debate teve como tema a violência de gênero praticada na sociedade capitalista. Um vídeo exibido durante o debate mostrou os dados alarmantes de agressão e assassinato de mulheres em todo o País. Nele, JulioJacobo, sociólogo e coordenador da pesquisa “Mapa da Violência 2012”, afirmou: “Os homens morrem na rua, em conflitos entre seus pares, no espaço público. As mulheres, em sua grande maioria, são agredidas e mortas dentro de casa, no domicílio.”

A mesa debatedora contou com a exposição de Bernadete Monteiro, da Marcha Mundial das Mulheres, e de Raphaella Mendes, do Movimento de Mulheres Olga Benário. “Ou organizamos as mulheres para que elas tomem consciência de que tamanha barbárie é fruto de um sistema econômico injusto, que se utiliza do machismo e do patriarcalismo, para defender os interesses das classes ricas, ou jamais conseguiremos sua libertação plena e o fim da violência de gênero”, afirmou Raphaella.

O ponto mais marcante da atividade foi a homenagem prestada pelo Olga Benário e pelo MLC à memória da jovem metalúrgica Débora Heloísa, operária de família bastante humilde, morta aos 20 anos após negligência da direção da empresa Delphi, na qual trabalhava, na cidade mineira de Itabirito. Ela sofreu três paradas cardiorrespiratórias dentro da empresa e não teve prestado o devido socorro. A família de Débora esteve no encontro e todos os presentes se emocionaram muito com o depoimento de sua avó, dona Geralda: “Eu peço muito a Deus pelos que lutam pelos empregados mais humildes. Minha neta perdeu sua juventude e a vida porque, para os patrões, as pessoas só têm serventia se estão com saúde para ir trabalhar. Se isso não acontece, são tratadas como nada. Isso não deve ficar assim”.

O Encontro de Mulheres Trabalhadoras de Minas Gerais deixa importantes lições para os movimentos revolucionários e populares, que são a de organizar as mulheres trabalhadoras e de fazer avançar sua consciência de classe.

Redação Minas Gerais

Trabalhadores da Cemig cruzam os braços e fecham o trânsito de BH

Trabalhadores da Cemig cruzam os braços e fecham o trânsito de BHOs trabalhadores da Cemig (Companhia de Energia do Estado de Minas Gerais) cruzarão os braços até esta quarta-feira para cobrar a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho. O SindEletro-MG, sindicato que representa a categoria, afirmou que a empresa entrou com dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e se negou a negociar. A Cemig prefere privilegiar seus acionistas e manter seus altos lucros a conversar com os trabalhadores.

Nesta segunda feira, 4 trabalhadores do quadro próprio da Cemig, ou seja, concursados, foram demitidos. A meta é “cortar na carne”, como declarou um dos gerentes da empresa alegando que a Cemig perderia dinheiro com a redução das tarifas de energia defendidas pelo governo federal no início do ano. Em protesto, os trabalhadores promoveram uma passeata que partiu da Praça da Estação, em Belo Horizonte, até a unidade da Cemig na Rua Itambé, no Bairro Floresta, parando as principais vias do centro da cidade.

Os eletricitários reivindicam aumento real de 2%, reposição das perdas pelo INPC (5,99%) retroativa a 1º de novembro de 2012, reajuste das cláusulas econômicas em 8%, também retroativo, garantia de emprego, fim da matança promovida pela empresa ao trabalhadores terceirizados (pois a cada 40 dias morre um trabalhador terceirizado da Cemig), política de combate ao assédio moral e a manutenção das conquistas.

A luta está só começando

Redação MG