Há alguns meses tivemos a divulgação dos dados do último censo realizado pelo IBGE em 2010, publicados pelo relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). O Estado de Alagoas ficou em último lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (0,631), e nos subíndices longevidade (0,755) e educação (0.520), e ficou na 3º pior colocação quando se tratou de renda (0,641). Apesar de se perceber que os índices melhoraram em relação ao último censo, esse crescimento não acompanhou o ritmo de outros estados do Nordeste. Mas é preciso pensar nos motivos que fazem Alagoas deter esta ingloriosa colocação.
Com uma economia baseada na monocultura da cana-de-açúcar desde a origem e formação do estado e altamente dependente de recursos provindos da União, como o Bolsa Família e o Fundo de participação dos Municípios (FPM), o estado, não investe em obras estruturantes para o desenvolvimento de indústrias, tampouco há reforma agrária para acabar com o alto índice de concentração de terras.
Percebe-se, ainda, o total descompromisso com a educação pública, deixando centenas de jovens e crianças sem aulas durante quase um ano para realização de reformas nas escolas em 2012.
Alagoas também detém o famigerado título de estado mais violento, e esta violência pode estar sendo gerada pela grande desigualdade social vivida no estado, que tem, ainda, sua juventude, que sofre por falta de emprego, sendo paulatinamente exterminada nas periferias.
Para que realmente os índices que medem a qualidade de vida melhorem em Alagoas, é preciso projetos e planos continuados para as áreas de educação, saúde, para que se erradique o analfabetismo e que não tenhamos mais as pessoas morrendo nas filas dos hospitais. É preciso uma ampla reforma agrária para pôr fim ao coronelismo existente, e que o dinheiro gasto com a dívida pública pare de ser pago e sirva para a criação de emprego, principalmente no setor industrial.
E para isso, a população alagoana também tem um grande histórico de lutas e organização do seu povo contra a exploração, desde Zumbi dos Palmares na luta contra a escravidão passando por Manoel Lisboa, que lutou contra a famigerada ditadura civil militar no Brasil e pela revolução socialista, jovens e trabalhadores têm ocupado prédios e terrenos por reformas urbana e rural, indo às ruas pra dizer que Alagoas e todo o mundo não têm mais que ser terra dos coronéis e marechais, mas sim uma terra próspera e do povo.
Em 16 de setembro de 1973, era assassinado pela ditadura de Pinochet o cantor, compositor, diretor de teatro e comunista Victor Lidio Jara Martínez. Victor foi precursor da chamada “Canção Nova”, movimento cultural que pretendia resgatar a cultura latino-americana em uma época na qual a cultura Pop dos EUA invadia todos os países do mundo.
Victor, profundo estudioso do folclore e das tradições de seu país, exerceu grande influência na cultura chilena. Desempenhou grande papel na eleição de Salvador Allende em 1970, que traria mudanças profundas ao país. Allende, presidente eleito democraticamente, foi derrubado por um golpe militar apoiado pela CIA, que colocou no poder o fascista general Augusto Pinochet.
Em 1998, Joan Jara, viúva de Victor, lançou o livro “Canção Inacabada: a vida e a obra de Victor Jara”, que narra, além de sua vida e origem de sua obra grandiosa, a visão de quem viveu os turbulentos dias que precederam o golpe e a convicção inabalada de Victor Jara, membro do Partido Comunista Chileno, no socialismo e na força do povo. Leitura obrigatória para quem deseja se aprofundar nesse momento tão importante para a história da América Latina, seja no âmbito cultural ou politico.
Em 2013, completam-se 40 anos da imortalidade de Victor Jara, como também lembramos no Brasil a imortalidade de Manoel Lisboa, fundador do PCR, assassinado em 4 de Setembro de 1973. Assim como Manoel, Victor Jara deixou seu legado para nossa geração, como seu último verso, escrito no estádio do Chile, enquanto ele tentava acalmar seus companheiros, afirmando que tudo ficaria bem. Os versos não foram completados, mas nem por isso deixam de ter sua força e beleza:
“Somos cinco mil
nesta pequena parte da cidade.
Somos cinco mil.
Quantos seremos no total,
nas cidades e em todo o país?
Somente aqui, dez mil mãos que semeiam
e fazem andar as fábricas.
Quanta humanidade
com fome, frio, pânico, dor,
pressão moral, terror e loucura!
Seis de nós se perderam
no espaço das estrelas.
Um morto, um espancado como jamais imaginei
que se pudesse espancar um ser humano.
Os outros quatro quiseram livrar-se de todos os temores
um saltando no vazio,
outro batendo a cabeça contra o muro,
mas todos com o olhar fixo da morte.
Que espanto causa o rosto do fascismo!
Colocam em prática seus planos com precisão arteira,
sem que nada lhes importe.
O sangue, para eles, são medalhas.
A matança é ato de heroísmo.
É este o mundo que criaste, meu Deus?
Para isto os teus sete dias de assombro e trabalho?
Nestas quatro muralhas só existe um número
que não cresce,
que lentamente quererá mais morte.
Mas prontamente me golpeia a consciência
e vejo esta maré sem pulsar,
mas com o pulsar das máquinas
e os militares mostrando seu rosto de parteira,
cheio de doçura.
E o México, Cuba e o mundo?
Que gritem esta ignomínia!
Somos dez mil mãos a menos
que não produzem.
Quantos somos em toda a pátria?
O sangue do companheiro Presidente
golpeia mais forte que bombas e metralhas.
Assim golpeará nosso punho novamente.
Como me sai mal o canto
quando tenho que cantar o espanto!
Espanto como o que vivo
como o que morro, espanto.
De ver-me entre tantos e tantos
momentos do infinito
em que o silêncio e o grito
são as metas deste canto.
O que vejo nunca vi,
o que tenho sentido e o que sinto
fará brotar o momento…”
Certo dia no metrô de Recife, passei por uma “prova” que me fez ter certeza do porquê estou na militância. Conheci um senhor, o Sebastião Carlos da Silva, morador de Taquaritinga e pai de família. Ele estava indo pela quarta vez para o Hospital da Restauração, depois de ter ido para o Regional de Caruaru e não ter sido atendido por falta de médicos. Seu Sebastião sofreu um AVC, que o deixou quase sem andar (ele mal consegue dobrar a perna) e com os dedos da mão esquerda tortos. Ele contou que veio à Capital por conta própria. Estava há dois dias na rodoviária de Caruaru esperando uma vaga no ônibus. Não comia fazia três dias. Uma senhora, que o ajudou a pegar o metrô, disse que no hospital lhe dariam comida. Ele logo negou e disse que, das outras vezes que veio tentar fazer o tratamento, teve que tirar o que comer do lixo do hospital, e não era o único a fazer isto. Também disse que dormia no chão e, em dias de “sorte”, conseguia papel para se cobrir, porque não disponibilizavam lençóis. Disse também que tinha muita fé e que acreditava que algo melhor está sendo preparado para ele, o que surpreendeu a todos. A senhora que estava do seu lado lhe deu R$ 10,00 para que ele se alimentasse por aquele dia. Seu Sebastião não se conteve e chorou enquanto agradecia quase que sem parar à mulher que lhe ajudara. Disse que em seu caminho, sempre encontrava pessoas boas que, da forma que podiam, lhe ajudavam e isso não tinha preço, e voltou a sorrir ao lembrar-se dessas pessoas. Depois ele nos contou como era sua vida em Taquaritinga. Disse que morava num sítio com sua esposa e um filho. Lá não tem luz, só candeeiro; não tem camas, só papelões. “Lá tem muita cobra, a gente deita no chão e sente elas passando por cima da gente, são pesadas. Chamo meu filho, e ele afasta elas, mas elas sempre voltam. “Passei a viagem toda chorando, emocionada com sua história, imaginando quantos ‘Sebastiões’ não existem por aí, quantas pessoas não passam por isso todos os dias… Sem comida, com frio, sem amparo. Ele nem sabe, mas desde o instante em que saí do metrô, penso nele. Penso se chegou bem ao Hospital, se conseguiu ser atendido, se se alimentou, se encontrou pessoas boas em seu caminho, se ele está bem.. Ele nem sabe, mas hoje me fez ter a certeza de que minha luta é justa, que estou no caminho certo. Me fez ter mais força para construir uma nova sociedade, onde o Seu Sebastião não precisará viajar horas atrás de tratamento médico, onde ele não sinta o peso das cobras em seu cobertor, onde ele não coma do lixo. Uma sociedade onde não só ele será o beneficiado e sim todos; Uma sociedade onde ninguém precise passar por isso. Onde alguns não se beneficiem à custa do sofrimento de outros. Onde as Marias, os Sebastiões, os/as Silvas, todos nós possamos viver com dignidade. Por isso, escolhi ser comunista, para libertar o meu povo, construir essa sociedade que tem nome: sociedade socialista! E seguirei firme o meu caminho rumo à libertação do povo!
Desmatamento, destruição de nascentes, ataques à produção de alimentos e remoções violentas de famílias. Estes são os rastros que um grande empreendimento de mineração tem deixado por onde passa. Para resistir ao projeto idealizado pelo megaespeculador da área de energia Eike Batista e executado em conjunto com uma multinacional inglesa, comunidades das áreas afetadas pelo Projeto Minas Rio se reuniram nos dias 23, 24 e 25 de agosto, na cidade de Açu, norte do Rio de Janeiro, no 2º Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas Rio. O encontro foi promovido pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) e pelo Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da UFMG (Gesta).
O empreendimento tem como objetivo a construção de um mineroduto ligando as cidades de Conceição do Mato Dentro, Minas Gerais, e o 5º Distrito de Barra do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, onde está em curso a construção do Porto de Açu. No projeto também estão previstas uma indústria siderúrgica e usinas termelétricas. No caminho de 525 km do mineroduto, 32 municípios serão atingidos. O minério será exportado para a China e Oriente Médio, servindo para aumentar os lucros dessas empresas à custa da vida de vários agricultores e a destruição do meio ambiente.
O Projeto Minas Rio
Presente ao 2º Encontro, o pesquisador e professor do Instituto Federal Fluminense Roberto Morais afirmou que o projeto do Porto do Açu surgiu em 1999, como parte do programa de privatização completa da Petrobras do então presidente FHC. Com o fracasso do plano de privatização pela pressão popular, o projeto é retomado no final do primeiro mandato de Lula, desta vez integrando a lista de grandes empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O aumento da exportação de commodities e a descoberta do pré-sal aumentam as possibilidades do projeto.
Em 2006, o Governo Federal entrega o projeto do Porto de Açu graciosamente para a empresa EBX, de Eike Batista, que, por sua vez, negocia e vende o Sistema Minas Rio por seis bilhões de dólares para a Anglo American, gigante do ramo de mineração, com sede no Reino Unido. Esse montante de presente auxilia Eike a investir no ramo do petróleo ao mesmo tempo em que se mantém sócio do projeto. Além disso, Eike adquire terras na região e lucra com o aluguel delas para os empreendimentos, uma verdadeira farra.
Fraude no licenciamento
Apesar de se tratar de um empreendimento, o licenciamento ambiental foi fatiado. A mina foi licenciada pelas Superintendências Regionais Ambientais de Minas Gerais (Supram), o mineroduto pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) e o Porto de Açu, pelo Instituto de Meio Ambiente do Rio de Janeiro (Inea). Segundo o professor Eduardo Barcelos, da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), isso foi feito para impedir que se tenha clareza do real impacto ambiental das obras, pois não há uma visão de conjunto.
Além disso, em 2012, houve mais de 50 mudanças no trajeto original do mineroduto, o que obrigaria um novo estudo de impacto ambiental. Mesmo questionado pelo Ministério Público Federal, o Ibama autorizou as modificações, mostrando a conivência dos órgãos federais. As mudanças no trajeto farão com que as obras atinjam 260 km de Mata Atlântica, e já causaram danos irreparáveis no sítio arqueológico de Córrego do Maranhão, onde havia uma antiga aldeia tupi-guarani do ano 400 depois de Cristo.
O lucro acima da vida e da natureza
O 2º Encontro das Comunidades em Resistência ao Projeto Minas Rio possibilitou uma importante troca de experiências entre as comunidades de Açu e Conceição do Mato Dentro. As famílias denunciaram a falta de água nas regiões e a destruição de nascentes. Em Açu, a salinização da água e do solo provocada pela areia do mar retirada para a formação de um canal prejudica o plantio que abastecia feiras no Rio de Janeiro. A região tinha o maior plantio de maxixe e abacaxi do Estado. Em Conceição, a erosão provocada pelas obras da mina torna imprópria para consumo a água de rios e destrói cachoeiras e reservas ambientais.
As comunidades resistem às remoções violentas e ilegais. Dona Noêmia, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) de Açu, denuncia o caso da família Toledo. Enquanto a família enterrava seu José Irineu Toledo, de 83 anos, vítima de um infarto pelas pressões da ameaça de despejo, a Companhia de Desenvolvimento Industrial (Codin), órgão do Governo do Estado do Rio de Janeiro, despejou a família, invadindo a casa, retirando pertences e levando o gado. Lá viviam seu Irineu, a esposa, sete filhos e 11 netos. A família estava na comunidade de Água Preta há 60 anos. A indignação aumentou, e os protestos se intensificaram em Açu.
O Encontro aprovou um calendário de luta para as comunidades, e as famílias afirmaram que vão resistir. “No campo, o homem trabalhava e preservava, ajudava os bichos. Agora, Açu está morrendo. Queremos justiça. Respeitem o homem do campo e a natureza. Temos que gritar aos quatro cantos do mundo, sair nas ruas como fizeram agora os jovens. Pegar as terras de volta e entregar ao homem do campo que abastece a cidade. Quero saber que progresso e desenvolvimento são esses”, afirmou seu Pinduca, morador da comunidade de Açu.
Apesar de não apresentar nenhuma prova de que o Governo sírio usou armas químicas contra a população de um bairro de Damasco; apesar de o próprio povo norte-americano ter deixado claro que é contra uma intervenção militar na Síria e de vários governos e parlamentos no mundo terem também condenado uma agressão militar ao país, e de a própria ONU ter recusado dar seu aval a um ataque à Síria, o Governo do principal país capitalista do mundo, os EUA, visando a atender os interesses das grandes empresas petrolíferas e de sua indústria armamentista, decidiu, mais uma vez, atacar de forma covarde e criminosa um povo árabe, tirando a vida de milhares e milhares de inocentes.
Para perpetrar esse crime, os EUA, com apoio dos grandes meios de comunicação, tentam enganar a opinião pública com velhas mentiras. Dizem ter provas, mas apresentam imagens e fotos que nada provam sobre o autor dessas atrocidades. Na realidade, a hipocrisia do imperialismo é tão grande que o Sr. Obama afirmou que “a investigação da ONU não vai revelar quem usou as armas químicas”.
Ademais, como confiar na palavra de um Governo que já mentiu várias vezes, inclusive para o seu próprio povo, quando disse que não vigiava ninguém, e hoje o mundo inteiro sabe que os EUA montaram uma rede mundial de espionagem de e-mails e de escuta de telefones? Aliás, mentiu também em relação ao Iraque, que acusou de ter um poderoso arsenal de armas químicas, e ao afirmar que Osama Bin Laden poderia destruir os EUA.
Diz ainda o Governo norte-americano, com base em informações da famigerada CIA, que o objetivo dessa covarde agressão é “castigar o Governo sírio”, mas a verdade é que o povo sírio vem sendo impiedosamente castigado com um violento bloqueio econômico e com as armas e o dinheiro fornecidos aos mercenários e aos terroristas do Al-Qaeda, agora chamados pela grande mídia burguesa de “rebeldes”.Depois, se é para castigar quem usou armas químicas, então o primeiro país a pagar por esse crime deveriam ser os EUA por terem jogado bombas atômicas sobre as cidades de Nagasaki e Hiroshima, no Japão, por terem despejado toneladas de napalm e de agentes químicos sobre o povo do Vietnã ou por terem utilizado o “fósforo branco” em Fallujah, no Iraque, em 2004.
O que realmente pretendem as potências imperialistas – EUA, Inglaterra, França e Alemanha – é o genocídio do povo árabe. Por quê? Porque este povo é dono das maiores reservas de petróleo e de gás do mundo, e os governos dos países imperialistas a serviço dos monopólios e bancos capitalistas querem continuar roubando essas riquezas, como fizeram e fazem na África e em alguns países da América Latina.
Quem concedeu a Obama e ao Governo dos EUA o direito de espalhar guerras no mundo, de derrubar governos e impor ditaduras militares, como fazem no Egito, e destruir nações como o Iraque e o Afeganistão? Ninguém, nem mesmo o trabalhador norte-americano que sofre com o desemprego e com os enormes gastos militares realizados pelo Governo.
Vamos às ruas barrar o genocídio dos povos árabes e a escalada de guerras imperialistas. É hora de nos unirmos e lutar por um verdadeiro mundo novo, um mundo de paz e sem a opressão e a dominação de um país sobre outro país.
Pelo direito à soberania e independência dos povos!
Em homenagem aos 40 anos da morte do poeta chileno Pablo Neruda (23/09/1973), publicamos um de seus poemas mais revolucionários.
A meu Partido
Me deste a fraternidade para o que não conheço.
Me acrescentaste a força de todos os que vivem.
Me tornaste a dar a pátria como em um nascimento.
Me deste a liberdade que não tem o solitário.
Me ensinaste a acender a bondade, como o fogo.
Me deste a retidão que necessita a árvore.
Me ensinaste a ver a unidade e a diferença dos homens.
Me mostraste como a dor de um ser morreu na vitória de todos.
Me ensinaste a dormir nas camas duras de meus irmãos.
Me fizeste construir sobre a realidade como sobre uma rocha.
Me fizeste adversário do malvado e muro do frenético.
Me fizeste ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria.
Me fizeste indestrutível porque contigo não termino em mim mesmo.
Na última semana, o prefeito de Diadema, Lauro Michel (PV), anunciou que iria transferir, a partir do ano que vem, as crianças maiores de três anos para creches públicas. A notícia não agradou, já que estas não atendem as crianças em período integral.
Seguindo o exemplo dos milhões de brasileiros que ocuparam as ruas nos últimos meses, as mães de Diadema resolveram fazer o mesmo. Gritando palavras de ordem como “as mães, na rua, prefeito a culpa é sua”, elas já realizaram duas passeatas pelo Centro de Diadema.
Neste dia 20, depois de passar pela Câmara dos Vereadores e usar a tribuna, chamando todos para a luta, seguiram em direção à Rodovia Imigrantes. Lá fizeram barricadas de madeira e colocaram fogo.
Segundo elas, a partir de agora, das ruas não sairão, até que o prefeito as atenda! Elas exigem mais vagas nas creches e que as mesmas atendam em período integral.
Entre os dias 16 a 30 de setembro, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas da Paraíba (Stiupb) realiza assembleias nas bases da Energisa, empresa concessionária de energia, com o objetivo de definir a pauta de reivindicações da categoria para a Campanha Salarial 2014, cuja data-base é 01 de novembro.
“A ideia é repetir o que fizemos no ano passado, quando mobilizamos os companheiros por até duas horas em diferentes cidades do Estado para participar das discussões. O volume de trabalho da categoria tem crescido e, por isso, é importante que os trabalhadores participem da luta da categoria para garantir e melhorar ainda mais os direitos coletivos. Se, com luta, às vezes, não conseguimos alcançar tudo o que desejamos, imagine se a categoria não se mobilizar, como acontecia nos anos anteriores. Nosso objetivo é defender os interesses dos eletricitários, e temos feito isso com muita coragem, inclusive indo à greve, como na histórica greve de 2012”, afirmou Wilton Maia, presidente do Stiupb.
Nesta greve, os trabalhadores enfrentaram dias e noites nos portões da empresa, lutando para que as reivindicações fossem debatidas, pois, nem isso, a empresa garantia.
Entre as pautas para a Campanha Salarial 2013, estão: reajuste salarial (INPC + 4%); melhoria na Participação nos Lucros e Resultados (PLR); igualdade nos benefícios entre os funcionários das duas empresas do grupo Energisa (transporte, bonificações, plano de saúde, prêmio no gozo das férias, auxílio creche, etc.).
A ganância do capital financeiro obriga a categoria dos bancários a realizar mais uma greve nacional. A paralisação, aprovada em rodada de assembleias no último dia 12, está prevista para se iniciar neste dia 19 de setembro. Novas assembleias ocorrerão para organizar e avaliar o movimento.
A greve é uma resposta da categoria ao impasse instalado na mesa de negociação devido à intransigência patronal diante das propostas do Comando Nacional do Bancários. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) propôs um reajuste de 6,1% nos salários. O índice, apresentado no dia 05 de setembro, deve ficar abaixo da inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses, que é estimada em 6,22%. Os bancários reivindicam, além da reposição da inflação, aumento real de 5%.
“Vamos paralisar em resposta à provocação dos bancos que fizeram uma proposta sem aumento real, o que é inaceitável diante dos seus lucros gigantescos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) e coordenador do Comando Nacional.
O setor financeiro apresentou lucros recordes no primeiro semestre de 2013. Os cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander) alcançaram resultados de R$ 29,1 bilhões, ante R$ 24 bilhões no mesmo período do ano passado.
Os representantes dos trabalhadores denunciam também o elevado índice de trabalhadores enfermos devido a uma combinação de acúmulo de trabalho, volume de pressão por metas e déficit de pessoal. Em 2012, mais de 21 mil bancários foram afastados do trabalho, sendo mais da metade por transtornos mentais e doenças como lesão por esforço repetitivo ou distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/Dort), causados por um ritmo de trabalho estressante e abusivo.
Por isso, os bancários reivindicam mais contratações para melhorar a qualidade do atendimento, com abertura de agências das 9h às 17h, dois turnos de trabalho e jornada diária de cinco horas. Outros itens reivindicados são: piso salarial no valor de R$ 2.860; participação nos lucros ou resultados de três salários-base, mais uma parcela adicional fixa de R$ 5.553,15; e valorização dos vales refeição e alimentação (um salário mínimo, R$ 678,00) etc.
Clodoaldo Gomes de Oliveira, da Coordenação Nacional do MLC
Os trabalhadores da MGS (Minas Gerais Administração e Serviço) das Unidades de Atendimento Integradas – UAI, paralisaram as atividades na última sexta feira, dia 13 de setembro, em 12 unidades espalhadas por todo o estado. Esta luta é contra as demissões ilegais de trabalhadores concursados da MGS e também contra a Parceria Público Privada (PPP) que o governo de Minas quer implantar nestas unidades, passando para a iniciativa privada a responsabilidade de fazer as carteiras de identidade, passaportes e outros documentos que todo cidadão é obrigado a possuir.
Paralisação em Curvelo fez ato pela cidade
Organizada pelo Movimento Luta de Classes – MLC, a paralisação atingiu 11 cidades, na maioria das regiões do estado, com a participação de mais de 600 trabalhadores. No sul de Minas a paralisação teve adesão em Poços de Caldas, Lavras e Passos. Na Zona da Mata paralisaram as unidades de Barbacena e Muriaé. Já na região do Alto Parnaíba, próxima ao triângulo mineiro, os trabalhadores da UAI de Patos de Minas também cruzaram os braços. No centro-oeste mineiro paralisaram os trabalhadores de Divinópolis, e na região central do estado o município de Curvelo também aderiu à paralisação. No município de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, também não foi diferente, assim como em Sete Lagoas, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Na capital do estado o movimento também foi forte. Nas maiores regionais de Belo Horizonte, Barreiro e Venda Nova, os trabalhadores das UAI’s não abriram as unidades e foram para o centro da cidade protestar contra a criminosa privatização.
Paralisação em Belo Horizonte, em frente à Praça Sete
Na capital mineira o ato foi unificado no centro da cidade, na porta da maior unidade de atendimento integrado do estado, a UAI da Praça Sete. Com início às 6hs30 da manhã, os representante do Movimento Luta de Classes, com o apoio da Ames-BH (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas) e do MLB (Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas) denunciaram o absurdo de repassar à iniciativa privada um serviço tão elementar ao povo mineiro.
Paralisação em Poços de Caldas
A lógica do governo do PSDB é de PPP’s, assim como já fez no estádio Mineirão, nos presídios e no principal reservatório de abastecimento de água da região metropolitana de Belo Horizonte – A PPP do Rio Manso. Por isso esta luta está só começando. Os trabalhadores da MGS deram um passo importante na luta contra as demissões e contra as PPP’s, cujo verdadeiro significado já caiu na boca do povo, pois na verdade PPP significa “o Povo Paga o Pato”.
Trabalhadores em Sete Lagoas também cruzaram os braços
Outras e maiores paralisações e mobilizações estão a caminho, os trabalhadores estão decididos a lutar até a vitória!
Viva a luta dos trabalhadores da MGS!
Paralisação na UAI Barreiro (Belo Horizonte)
Renato Campos Amaral Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes
Atingidos de Conceição de Mato Dentro/MG e do Porto do Açu/SJB/RJ, pesquisadores de diversas Instituições de Ensino Superior nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, e representantes de Movimentos Sociais realizaram, nos meses de maio e agosto de 2013, o intercâmbio das resistências ao Projeto Minas-Rio, organizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), o Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (Gesta/UFMG), a Universidade Federal Fluminense em Campos dos Goytacazes e a Associação dos Produtores Rurais e Imóveis Município de São João da Barra – ASPRIM.
O intercâmbio possibilitou a visita dos atingidos do Açu às comunidades atingidas pela mineração em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas e, em um segundo momento, a visita de representantes das comunidades mineiras às comunidades atingidas pelo Porto do Açu e demais estruturas localizadas no 5º Distrito de São João da Barra – Açu/RJ.
Após este intercâmbio, nós, atingidos, pesquisadores e lideranças dos Movimentos Sociais, na defesa da dignidade da pessoa humana, e, em especial, da garantia dos bens essenciais à vida como a água e o território, vimos a público, pela presente, denunciar os seguintes e inaceitáveis danos e violações de direitos ocorridos tanto nos municípios mineiros quanto na região do Norte Fluminense, promovida pelo empreendedor – Anglo American e LLX, – com a participação dos respectivos Governos Estaduais.
• Violação do direito de liberdade de reunião, associação e expressão: durante a realização do intercâmbio, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, os veículos que transportavam os atingidos foram seguidos e monitorados pelos empreendedores;
• Mascaramento dos impactos socioambientais: os danos e impactos ambientais provocados pelo empreendimentonos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro foram subdimensionados ao longo dos processos de licenciamento, fracionados de forma indevida. Não constam dos EIA-RIMAs os impactos conexos mina-mineroduto-porto eos efeitos do empreendimento no estado vizinho do Espírito Santo – área costeira, poluição, óleo, poluição sonora marinha, erosão do solo marinho;
• Degradação dos mananciais e cursos d’água, tornando-osimpróprios para uso humano, desse dentação de animais, a pesca, e para os usos sociais, tais como plantios da agricultura familiar erecreação. No Açu, a gravíssima salinização nas águas e nas terras ameaça transformar o 5o Distrito/SJB e toda a Baixada Campista, em um verdadeiro deserto;
• Não reconhecimento dos Atingidos: em Minas Gerais, empreendedor e Estado se recusam a reconhecer a amplitude do universo de comunidades atingidas, queresta indefinido no licenciamento, apesar da existência de estudo independente realizado para esse fim; no Rio de Janeiro, tampouco são reconhecidas as famílias atingidas pelos impactos gerados pela salinização;
• Violação do direito de propriedade: os atingidos denunciam as pressões e formas diversas de coação a que vem sendo submetidos. Em Minas Gerais, o violento assédio a herdeiros de terras familiares deflagrou processos conflituosos e desagregadores nas famílias,agravados por práticas como intervenções não autorizadas nos terrenos. No Rio de Janeiro, são recorrentes os despejos violentos de agricultores familiares e pescadores, sem indenização e aviso prévios. Em ambos os Estados, o empreendedor derruba cercas, casas, fecha caminhos, finca placas, forçando o abandono das terras, das criações e lavouras.
• Tais pressões inviabilizam o direito à justa negociação e ao tratamento isonômico, conforme critérios transparentes e coletivamente acordados;
• Violação do direito de ire vir – Em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, caminhos seculares que interligavam comunidades foram fechados; no Açu, os pescadores se encontram impedidos de acessarem as lagoas e realizarem suas pescas durante a semana;
• Violação dos direitos das comunidades tradicionais em MG e RJ: a reprodução de práticas e modos devida tradicionais foi inviabilizada pelo empreendimento, assim como o acesso e a preservação de bens culturais. Em Minas Gerais, territórios familiares e lugares de memória foram fragmentados ou tornaram-se inacessíveis às comunidades locais; a mineração inviabilizou o turismo cultural. No Rio de Janeiro, conhecimentos tradicionais acumulados pelas famílias no cultivo da restinga foram desconsiderados, e inviabilizou-se a pesca artesanal;
• Violação do direito de proteção à família e aos laços de solidariedade social e comunitária:procedimentos de negociação fundiária obscuros e violentos fragmentam as famílias, enquanto os reassentamentos já realizados não atendem à necessidade de manter os laços de solidariedade preexistentes;
• Violação da dignidade e bem estar de grupos vulneráveis, com direito à proteção especial: idosos vêm sendo alvo de pressão e sujeitados a reassentamentos compulsórios que não permitem a reprodução de seus modos de vida.
Os protestos, as diversas denúncias, as sérias objeções ao ProjetoMinas-Rio, já relatadas em órgãos e audiências públicas e nas instâncias administrativas responsáveis pelos licenciamentos,não têm sido suficientes para barrar a implantação desse empreendimento, que se sustenta pelo uso da violência e pela afronta às leis, aos direitos e à dignidade da pessoa humana.
Chamamos a sociedade brasileira a se indignar com essa situação de arbítrio e a aprofundara solidariedade ativa com os agricultores e pescadores, de modo a impedir a continuaçãode todos esses crimes.
Assinam esta carta:
Atingidos pelo Projeto Minas – Rio; Associação AlternativaTerrazul; Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense –Aduenf.; Associação dos Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra – ASPRIM; Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade – AFES Brigadas Populares; ColetivoMargarida Alves – Assessoria Popular; Comissão Pastoral da Terra – CPT; Comitê Popular de Erradicação do Trabalho Escravo/NF; FASE;Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social; Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas; Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais – GESTA/UFMG; Grupo de Trabalho em Assuntos Agrários – Associação dos Geógrafos Brasileiros/AGB, Seção Rio de Janeiro e Niterói; Grupo Políticas, Economia, Mineração, Ambiente e Sociedade da Federal de Juiz de Fora – PoEMAS/UFJF; Instituto de Estudos Socioecômicos – INESC; Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE; Juventude Franciscana do Brasil – JUFRA; Laboratório de Cenários Socioambientais da Pontifícia Universidade Católica/PUC Minas Universidade Gerais;Levante Popular da Juventude; Mariana Criola – Centro de Assessoria Popular; Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas – MLB; Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST; Movimento pelas Serras e Aguas de Minas – MovSAM; Nós Ambiente; Núcleo de Estudos Rurais e Urbanos da Universidade Federal Fluminense – NERU/UFF;Núcleo de Estudos em Estratégias e Desenvolvimento do Instituto Federal Fluminense – NEED/IFF; Núcleo de Estudos Socioambientais da Universidade Federal Fluminense – NESA/UFF; Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicase Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de janeiro – PPFH/UERJ; Rede Nacional de Advogado/as Populares – RENAP;Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – SIFRAJUPE Sindifisco-PA; Unidospor Conceição – UNICON.
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