UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 17 de setembro de 2025
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Pablo Neruda: “Eu não me calo”

Neruda e MatildeA Poesia é a arte que coordena as ideias e as palavras de modo a expressar o pensar e o sentir de forma bela. Fala ao coração. É o belo em forma de Linguagem. Mas a divisão da sociedade em classes, a violência gerada pela exploração da minoria opressora, violam também a arte em todas as suas formas. Em vez de terna, a poesia se torna dura, embora não deixe de ser bela. É que o poeta tem “apenas duas mãos e o sentimento do mundo” (Carlos Drummond de Andrade).

É isso que explica a evolução poética de Pablo Neruda, o maior poeta chileno e um dos maiores da Literatura universal. Do lirismo de “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada” aos versos combatentes de “Espanha no Coração” e “Canto Geral”.

Ele não nasceu com o nome com o qual se consagrou, e sim como Neftali Ricardo Reyes Basoalto. Não era um nome poético, não gostava. Ainda na adolescência, adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (referência ao escritor checo Jan Neruda, que apreciava), oficializando-o depois mediante ação judicial.

Neruda veio ao mundo na localidade de Parral, em 12 de julho de 1904. Seu pai era o operário ferroviário José Del Carmen Reyes Morales. Sua mãe, Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morreu quando ele tinha apenas um ano de vida. A mãe que conheceu foi Trinidade Candia Marverde, a segunda esposa de José Reyes, a quem chamava de “Mamadre”,

Recebeu o primeiro prêmio aos quinze anos.  Em 1921, a família se mudou para Santiago, onde estudou Pedagogia na Universidade do Chile e seguiu ganhando prêmios com suas poesias. “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada” é publicado em 1923, um sucesso de público e crítica.

Diplomacia e Militância Política

Ingressou na carreira diplomática em 1927, atuando em vários países. Despertou para a militância política no ano de 1936, lutando contra o franquismo na Espanha ao lado do amigo e magnífico poeta Federico García Lorca, assassinado pelos fascistas em agosto daquele ano. Então a ternura deu lugar ao combate, pois a poesia, como disse Jorge Amado, “pode ferir como bala de fuzil”. Neruda escreveu Espanha no Coração. Perdeu o cargo e abandonou a carreira diplomática.

Em 1945, ingressou no Partido Comunista do Chile; foi eleito senador em 1948; teve o mandato cassado e ingressou na clandestinidade. Exilou-se, andou por diversos países, escrevendo no México Canto Geral, que retrata a luta, a vida, o sentimento dos povos da América Latina.

De volta ao Chile, o PC o indicou como candidato à Presidência da República, mas ele não aceitou, defendendo o apoio a Salvador Allende, eleito em 1970 por uma ampla Frente Popular. (Sobre Salvador Allende, leia A Verdade, nº96).  Apoiou Allende até o fim, que se deu com o golpe de Estado que implantou uma longa noite de terror e agonia sobre o Chile (1973-1990). Em 1971, Neruda recebera o Prêmio Nobel de Literatura.

Suspeita de assassinato

Doze dias após o golpe, morria Pablo Neruda, pois sua voz não se calou. Continua emocionando e incentivando os lutadores do povo.  Os legistas diagnosticaram o câncer como causa mortis. Sua esposa, Matilde Urrutia, disse que o poeta “morreu de tristeza”. A tristeza de presenciar o enterro da democracia, a morte de seus amigos Salvador Allende e Victor Jara, célebre cantor e compositor, que transformava em música a vida e a luta dos trabalhadores, do povo do Chile.

É fato que o poeta sofria de câncer na próstata, mas seu médico havia garantido que ele ainda viveria ainda de cinco a seis anos. Pessoas que assistiram à sua internação na Clínica Santa Maria, em Santiago, testemunharam que ele não parecia um doente terminal; apenas estava muito nervoso. Aplicaram-lhe um calmante e nunca mais o poeta acordou.

O motorista do casal Neruda, Manuel Arraya, assegura que era bom o estado de saúde do poeta. Ele até se preparava para uma viagem ao México, onde falaria sobre a situação política do Chile. Conta Arraya que Neruda vinha recebendo telefonemas ameaçadores e, logo após sua morte, a residência, em Isla Negra, foi totalmente saqueada.

Diante das evidências, o juiz Mário Carroza reabriu a investigação e determinou a exumação dos restos mortais do poeta, que se encontram em sua casa na Isla Negra, onde funciona um museu em homenagem a sua vida e obra. Os resultados deverão ser divulgados por ocasião dos 40 anos do golpe, que se completam a 11 de setembro próximo.

Poesia Perigosa

É muito provável que a mão que torturou e mutilou Victor Jara para calar sua voz e os acordes do seu violão também tenham silenciado o poeta, pois, como ele mesmo dissera, “o poeta que sabe chamar o pão de pão e o vinho de vinho é perigoso para o agonizante capitalismo” (Confesso que Vivi).

Eu não me calo.

Eu preconizo um amor inexorável.

E não me importa pessoa nem cão:

Só o povo me é considerável,

Só a pátria é minha condição.

Povo e pátria manejam meu cuidado,

Pátria e povo destinam meus deveres

E se logram matar o revoltado

Pelo povo, é minha Pátria quem morre.

É esse meu temor e minha agonia.

Por isso no combate ninguém espere

Que se quede sem voz minha poesia.

(Neruda, 1980) 

Pablo Neruda: A meu Partido

Me deste a fraternidade para o que não conheço. Me acrescentaste a força de todos os que vivem. Me tornaste a dar a pátria como em um nascimento. Me deste a liberdade que não tem o solitário. Me ensinaste a acender a bondade, como o fogo. Me deste a retidão que necessita a árvore. Me ensinaste a ver a unidade e a diferença dos homens. Me mostraste como a dor de um ser morreu na vitória de todos. Me ensinaste a dormir nas camas duras de meus irmãos. Me fizeste construir sobre a realidade como sobre uma rocha. Me fizeste adversário do malvado e muro do frenético. Me fizeste ver a claridade do mundo e a possibilidade da alegria. Me fizeste indestrutível porque contigo não termino em mim mesmo.

Chega de golpes na UNE!

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Durante os dias 8, 9 e 10 de março, será realizado o 61º Conselho Nacional de Entidades Gerais (Coneg) da União Nacional dos Estudantes (UNE), na cidade de São Paulo. Com o primeiro dia dedicado a um seminário de assistência estudantil, a principal motivação do fórum é a discussão e convocação do 53º Congresso da UNE.

Nos últimos anos, o Coneg tem se realizado entre fins de março e começo de abril, mas a direção majoritária da entidade resolveu adiantar em um mês a realização deste fórum para antecipar o Congresso da UNE para maio e início de junho (45 dias em relação à data do último congresso).

Com essa alteração, os estudantes terão apenas 10 ou 11semanas para realizar os debates e a mobilização nas universidades para eleger os delegados de base. Lembrando que, nesse período, haverá férias na grande maioria das universidades federais do País por causa da greve de 2012, que alterou os calendários acadêmicos, bem como provas nas universidades particulares.

Fica claro, assim, que a direção majoritária da UNE pretende impedir uma ampla discussão sobre sua atual gestão, em especial sobre sua ausência das principais lutas estudantis. De fato, a atual direção da entidade esteve ausente da maior greve dos últimos anos nas universidades federais, à exceção da presença dos diretores eleitos pelas teses Rebele-se e da Oposição de Esquerda.

Portanto, o que pretende a direção majoritária da UNE é impedir que a sua conciliadora política para a entidade seja ampla e democraticamente debatida entre o conjunto dos estudantes universitário do Brasil, nas bases, em cada processo de eleição de delegados, forçando processos curtos e num período difícil para o debate. O resultado: na prática, não teremos um congresso democrático, que cumpra a função de organizar os estudantes brasileiros para lutar por seus direitos e por uma universidade melhor.

Por isso, nós da tese Rebele-se, defenderemos no Coneg que o Congresso seja realizado em julho, como ocorreu nos últimos anos, garantindo que tenhamos tempo necessário para um rico debate sobre os rumos da UNE.

Yuri Pires,
vice-presidente da UNE

A corajosa Maria Lucia Fattorelli

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fatorelliEx-auditora fiscal da Receita Federal e atual presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco Sindical), Maria Lucia Fattorelli, formada em Administração e Ciências Contábeis, concedeu, em janeiro passado, longa entrevista à revista Caros Amigos (orgulhosa de ser A Primeira à Esquerda), com o título “Dívida pública consome metade do Orçamento”, concluindo: “Embora considerada prescrita há anos, a dívida se transformou em mecanismo de transferência dos recursos públicos para o setor financeiro privado”.

Vejamos alguns trechos de suas importantes respostas à revista, cientes de que o nosso orçamento anual, em números redondos, é de R$ 6 trilhões, porquanto o Brasil é a sexta potência mundial e, no entanto, no ano passado, a ONU nos classificou em 84º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Evidentemente, ficamos sofrendo horrores quando nos são tirados R$ 2 trilhões e 637 bilhões para pagamento da dívida interna e U$ 422 bilhões para a externa; somadas, nos levam mais da metade de nossa receita anual.

“Como se pode chamar dívida interna uma dívida que vai direto para a mão de bancos privados estrangeiros? Entre eles estão o Citibank, o JP Morgan, o Barclay’s, o Deutsche Bank, o Royal Bank of Scotland… Temos que continuar usando a classificação interna e externa porque na contabilidade pública está dessa forma, mas é preciso considerar o conjunto, a dívida é pública.”

“No intrigante processo da nossa Independência, tivemos que assumir uma dívida que Portugal contraíra com a Inglaterra!… Mas foi na década de 1970, em plena Ditadura Militar, que começou nossa dívida a ser o que é hoje: assumimos com bancos privados internacionais uma série de empréstimos para a construção de hidrelétricas, siderúrgicas, investimentos de infraestrutura… Começa um período de total falta de transparência; a parte que aparecia era a do tal ‘milagre econômico brasileiro’.”

Em 2010, na CPI da Dívida Pública, realizada na Câmara dos Deputados, M. L. Fattorelli, como assessora técnica, buscou explicações para a origem da dívida: os contratos dos investimentos explicaram menos de 20% dos gastos com a dívida daquela época. E os outros 80%?

“Será que tal montante serviu para os compromissos assumidos com o processo da Ditadura Militar? Quem bancou todos aqueles agentes internacionais que ficavam aqui? Quem bancou aquela estrutura de espionagem, todas as viagens? A Comissão da Verdade poderá incluir, em seus trabalhos, investigação sobre o financiamento da Ditadura.”

O Plano Real

Com o Plano Real, acionado em 1994, “o País abriu para o investimento do estrangeiro na compra de títulos da dívida interna, que paga os maiores juros do mundo. A dívida interna começou a dobrar a cada mês”.

Em 2012, conforme acima apontado, o rombo que as dívidas interna e externa provocaram no nosso Orçamento foi de mais da metade das nossas receitas, malgrado o governo Lula houvesse propagandeado que o Brasil pagara tudo o que devia para o FMI. “Diga-se de passagem, para pagar a dívida com o FMI foram emitidos títulos da dívida interna, que na época pagavam juros de 19,3%. Então, não pagamos a dívida. Ela meramente mudou de mãos, e deixamos de dever ao FMI para dever aos detentores dos títulos da dívida interna.”

“A partir de 2005, o Tesouro Nacional começou a resgatar antecipadamente títulos da dívida externa, e pagando ágio. É inacreditável pagar uma conta antes do vencimento, e ao invés de pedir desconto, pagar ágio.” Não se chama isso incompetência? Aliás, não só. O dístico “incompetência, corrupção, impunidade” permeia, há muito, o nosso meio político.

Significativo exemplo disso, nos últimos 50 anos, foi o retrógrado golpe civil-militar de 1964, que derrubou da Presidência da República João Goulart, jovem advogado, rico fazendeiro progressista, que pretendia realizar importantes reformas básicas no País: agrária, da saúde, educação, transporte, etc. No entanto, foi o presidente eleito confundido como comunista, qualitativo apavorante na época.

Se os golpistas de 1964 tivessem apoiado o governo João Goulart, hoje não estaríamos amargando o 84º lugar no IDH: somos uma nação de 150 milhões de analfabetos; nossa saúde pública é uma das piores do mundo; mais da metade da população paga aluguel, não tendo água encanada/esgoto; o agronegócio não permite a reforma agrária, provocando anualmente cânceres em dezenas de milhares de brasileiros; a violência grassa tão velozmente que parece estar o Brasil disputando com os Estados Unidos o primeiro lugar em matança; o nosso sistema penitenciário é uma tragédia… No setor de transporte, apenas uma comparação: São Paulo, a cidade mais populosa brasileira, e a cidade do México, com 20 milhões de habitantes, iniciaram seus metrôs em 1968; a capital do México tem hoje 200 quilômetros de metrô; São Paulo, 60 quilômetros…

Elio Bolsanello,
autor de Breve História Ilustrada de Lênin – Edições Manoel Lisboa

Famílias da Mércia de Albuquerque assinam contrato

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MérciaUm dia marcado pela emoção: depois de 10 anos de luta de uma ocupação que enfrentou forte esquema da repressão policial, várias pessoas presas, casas de alvenaria e barracos derrubados com todos os pertences dos moradores, as famílias da Ocupação Mércia de Albuquerque II assinaram o contrato dos 192 apartamentos que serão construídos no bairro de Cajueiro Seco, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

O ato de assinatura teve a presença de mais de 350 pessoas – famílias inteiras foram participar daquele momento. Na abertura estiveram Osvaldo Souza, representando a Superintendência da Caixa Econômica Federal;  Edi Peres, controlador da Cidade de Jaboatão e ex-vice-prefeito; Sérgio Capoeira, da Central dos Movimentos Populares; Paulo André, do Fórum Estadual de Reforma Urbana; Moacir Carneiro Leão, gerente da Secretaria de Habitação, e Serginaldo Quirino, coordenador do MLB. O casal Josefa Ermenegilda e José Antônio, ambos com mais de 65 anos, que enfrentaram muitas dificuldades e são um dos símbolos dessa luta, por dela participarem desde o início, representou o conjunto das famílias ao serem os primeiros a assinar o contrato. O representante da Caixa Econômica, no seu discurso, se comprometeu com o prazo de um ano para a entrega das unidades habitacionais. Palavras de ordem e muita agitação dominaram a todos, que se comprometeram a continuar lutando até a entrega definitiva dos apartamentos.

Coordenação do MLB-PE

Greve do Stiupb mobiliza eletricitários

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StiupbOs eletricitários da Paraíba, funcionários da empresa Energisa, realizaram uma importante greve no mês de fevereiro, abrangendo oito municípios, todos do interior do Estado. A paralisação foi comandada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado da Paraíba (Stiupb), dirigido por companheiros do Movimento Luta de Classes (MLC). A mobilização, que se iniciou há cinco meses, com a deflagração da campanha salarial de 2012, culminou com uma greve de quatro dias, de 18 a 21 do mês passado.

A paralisação mobilizou 100% dos trabalhadores em algumas cidades e, em Campina Grande, principal base do Stiupb, o piquete recebeu a adesão da maioria dos funcionários, apesar do grande assédio promovido pela empresa, que pressionou os funcionários a trabalhar, ameaçando-os de demissão e obrigando-os a levar os veículos para suas casas, tendo que iniciar a jornada de trabalho às 5 horas.

O sindicato, por sua vez, realizou uma grande agitação, com carro de som, na porta da empresa, à qual restou ingressar na Justiça do Trabalho com um pedido de ilegalidade do movimento. A Justiça, por sua vez, negou o pedido, mas ordenou, através de liminar, que fosse liberado 40% do efetivo de trabalhadores, alegando se tratar de um setor de serviços essenciais, além de proibir os piquetes. Caso o sindicato descumprisse a determinação, teria que pagar multa diária de R$ 20 mil.

No dia 20 houve um ato na Câmara Municipal de Campina Grande. No dia seguinte, foi julgado no Tribunal Regional do Trabalho o dissídio econômico e de greve, quando a Energisa foi desmascarada perante o juiz-desembargador e o promotor do Ministério Público do Trabalho por tentar chantagear o tribunal com insinuações de que a greve punha em risco vidas de pacientes em hospitais, por exemplo. Ao mesmo tempo, a empresa impunha duras condições para que fosse celebrado um acordo para pôr fim ao movimento.

Ao final, se conseguiu uma importante vitória, que foi o reconhecimento oficial de que existem distorções entre os funcionários das duas empresas que compõem o Grupo Energisa na Paraíba. Ficou definido, então, um calendário de reuniões entre empresa e sindicato para que, na campanha salarial de 2013, que começa em setembro, seja garantida a isonomia de direitos entre todos os eletricitários da Energisa.

Segundo Wilton Maia, presidente do Stiupb, “nossa maior vitória nesta greve foi unir definitivamente a categoria com o sindicato. Estamos enterrando o passado de conchavos com as empresas”.

A greve contou com o apoio do Movimento Luta de Classes (MLC), do Partido Comunista Revolucionário (PCR), do Movimento de Luta nos Bairros (MLB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outros sindicatos da Paraíba, como os sindicatos da limpeza urbana, dos jornalistas, dos metalúrgicos e dos servidores municipais.

Rafael Freire, João Pessoa

 

É hora de organizar os operadores de telemarketing

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Trabalhadores em TelemarketingA evolução tecnológica e o aperfeiçoamento das técnicas comerciais possibilitou o aparecimento de grandes empresas especializadas em prestar serviços comerciais a outras. O uso da eletrônica e da informática, associadas e aplicadas aos sistemas de comunicação (conjunto denominado telemática), possibilitou o surgimento do ramo especializado em celebrar transações comerciais a distância.

Essa atividade econômica ficou conhecida como telemarketing, marca registrada em 1982 pelo empresário Nadji Tehrani (fundador da Technology Marketing Corporation, empresa especializada em fazer marketing através dos serviços via telefone). A palavra é um produto da junção da palavra grega “tele”, que significa distância; e da palavra “marketing”, da língua inglesa, que  quer dizer mercado.

Atualmente, estima-se que esse setor empregue cerca de 1,4 milhão de pessoas no Brasil. Dessas, 55% são jovens entre 18 e 25 anos, 45% estão no primeiro emprego e 69% são mulheres (fonte: g1.com.br. 6/10/2012).

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing de São Paulo, pesquisas revelam que 39% dos trabalhadores de telemarketing sofrem de lesão por esforço repetitivo, 27% de transtornos psíquicos e 25% têm alguma perda auditiva ou de voz.

Direito à organização sindical

De acordo, com o art. 511 da CLT, “É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas”.

 Ainda segundo o mesmo artigo, no parágrafo segundo, “A similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho em comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas, compõe a expressão social elementar compreendida como categoria profissional”.

 Baseando-se no sistema de organização sindical brasileiro (limitado pela tutela do Ministério do Trabalho e Emprego, através da concessão do registro sindical, antiga carta sindical) os empregados das empresas de telemarketing passaram a se organizar em sindicatos próprios, parte fundamental do processo de luta em defesa dos seus interesses econômicos e contra os abusos dos patrões.

Em 1992 foi fundado o Sindicato dos Empregados em Empresas de Telemarketing da Grande São Paulo (Sintratel), que obteve registro sindical junto ao MTE em 2000. Em 2006, o Sindicato dos Empregados em Empresas de Telemarketing do Rio de Janeiro obteve registro junto ao MTE e, no ano seguinte (2007), o Sintratel do Ceará obteve seu registro sindical para representar a categoria. Em março de 2009 foi fundado o Sintelmarketing de Pernambuco e, em fevereiro de 2010, um sindicato intermunicipal da categoria em São Paulo, o Sintratele (São Paulo-Capital, Santos, Santana do Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Taboão da Serra).

Acontece que, em 21 de setembro de 2011, o Ministério do Trabalho e Emprego declarou (no relatório nº 102/2011/AIJ/SRT/MTE, processo nº 46474.001045/2010-14, de pedido de registro do Sintratele) que “a categoria pleiteada pela entidade requerente se encontra em estudos nesta Secretaria”.

A partir daí, a organização sindical desse segmento passou a enfrentar uma suposta dúvida quanto ao seu direito de poder constituir-se numa organização sindical específica.

Na verdade, à época, o MTE sofreu forte pressão dos sindicatos de telefônicos (empregados cuja atividade se restringe ao exercício profissional de atendimento por telefone, por telefonistas, operadores de mesas telefônicas e em serviços de instalações de linhas telefônicas). Por simples semelhança, onde não existe sindicato específico dos operadores de telemarketing, estes são representados pelos sindicatos de telefônicos que, interessados na arrecadação anual da Contribuição Sindical Urbana, temem perder a contribuição financeira desse segmento.

Mas, com a mudança no Ministério do Trabalho, o novo Secretário de Relações do Trabalho emitiu uma Nota Técnica em 25 de janeiro de 2013, afirmando que existe caracterização de categoria profissional para fins de organização sindical, referindo-se aos operadores de telemarketing (Nota técnica nº 48/2013/CGRS/SRT, Proc. nº 46474.001045/2010-14), pondo fim à dúvida suscitada anteriormente.

Portanto, se já não havia dúvidas sobre a necessidade, tampouco haverá sobre o justo direito desse importante segmento de trabalhadores se organizar em sindicato específico para lutar por melhores condições de trabalho e melhores salário. Assim, onde existam empresas explorando os operadores e onde os sindicatos de telefônicos não atendam às necessidades de luta da categoria, devemos apoiá-los na organização dos seus sindicatos específicos, cujo objetivo deve ser a luta contra os patrões e a defesa dos direitos dos trabalhadores.

Thiago Santos,
presidente do Sindicato dos Operadores de Telemarketing de Pernambuco (
Sintelmarketing-PE)

Comissão da Verdade comprova relações íntimas do Consulado dos EUA e Fiesp com a Ditadura

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Comissão Nacional da VerdadeCom a presença de 250 pessoas, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo Rubens Paiva deu início às audiências públicas, no dia 18 de fevereiro, programadas para o primeiro semestre deste ano. Na ocasião apresentou a investigação que vem fazendo sobre a relação do Consulado dos EUA e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com os órgãos de repressão da Ditadura Militar no Brasil.

A Comissão localizou, no final do ano passado, no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde se encontram os arquivos do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), alguns livros de entrada e saída desse órgão nos quais é possível confirmar a presença recorrente de Claris Rowney Halliwell, que foi funcionário do Departamento de Estado dos EUA e cônsul na Capital paulista entre 1970 e 1974, e de Geraldo Resende de Mattos, identificado como representante Fiesp.

Os livros localizados compreendem o período de 1971 a 1979, mas são apenas alguns deles, pois grande parte não foi localizada. Ainda assim, é possível verificar, por exemplo, que, no período de abril a setembro de 1971, o Sr. Halliwell esteve no Dops mais de 40 vezes.

Os horários em que se identifica a presença de Halliwell e Mattos também chamam a atenção. São comumente à noite, fora do período de expediente, e não raramente se omite a hora de saída, o que indica que ambos permaneciam no prédio até depois das 22h, quando não havia mais funcionários para registrar a saída.

Outra informação importante é que a investigação desmente a ideia, bastante disseminada, de que havia certa disputa e pouca coesão entre a Operação Bandeirantes (Oban), o Dops, o Exército e civis, e demonstra que, na verdade, o Dops era um local de articulação entre eles, pois, diversas vezes, representantes de todos os órgãos entravam no prédio no mesmo horário, indicando que provavelmente participariam de uma reunião.

A audiência contou também com depoimentos de militantes operários que atuaram durante a Ditadura, os quais apresentaram documentos, coletados por eles mesmos, que comprovam a cooperação das empresas com os órgãos de repressão e também denunciaram as perseguições e violências sofridas no período.

A relação entre empresários e o imperialismo estadunidense e a repressão no Brasil não é novidade, mas a localização desses documentos constitui uma comprovação importante de que tudo o que a esquerda denunciou é verdadeiro.

A Comissão da Verdade de São Paulo realizará, até o fim de junho deste ano, audiências públicas para coleta de depoimentos e documentos relativos aos 154 casos de mortos e desaparecidos políticos em São Paulo ou paulistas assassinados em outros estados.

Fazer todo esse trabalho de forma pública e transparente é uma linha assumida pela Comissão de São Paulo, formada por militantes (entre eles ex-presos políticos como Amelinha Teles, Ivan Seixas e o próprio presidente da Comissão, deputado petista Adriano Diogo), familiares de assassinados como Thais Barreto e Tatiana Merlino ou jovens que militam em defesa dessa luta porque sabem que ela pertence a todo o nosso povo, como Renan Quinalha, Ricardo Kobayashi e Vivian Mendes, esta última, militante do Partido Comunista Revolucionário.

Por memória, verdade e justiça!

Redação São Paulo

60 anos depois, Stálin vive!

Stálin vive!Há 60 anos falecia a maior personalidade política da história da luta revolucionária mundial. Jossif Vissarionóvitch Djugashvili, ou apenas Stálin (pseudônimo que em russo significa “homem de aço”), dirigente máximo do Partido Comunista Bolchevique e da construção do socialismo na União Soviética, morria em 5 de março de 1953, aos 74 anos, devido a um derrame cerebral. Em seu enterro compareceram 4 milhões de pessoas.

Foi uma perda incomensurável para o movimento comunista internacional. Não era apenas a morte de uma figura política qualquer. Tratava-se do homem cuja vida e obra foram capazes de sintetizar o movimento histórico de toda uma classe oprimida pela verdadeira libertação da exploração capitalista.

Stalin nasce em 21 de dezembro de 1879 em Gori, província de Tblissi, na Geórgia, filho de pai sapateiro e mãe camponesa. Conheceu a literatura revolucionária ainda na adolescência, quando estava no seminário de sua terra natal. Foi fundador e principal dirigente, ao lado de Lenin, do Partido Operário Social-Democrata da Rússia (Bolchevique), responsável pela direção do movimento de massas que culminou na Revolução de Outubro de 1917, que pôs nas mãos dos operários, soldados e camponeses organizados nos sovietes (conselhos populares) o poder do Estado, inaugurando a primeira nação socialista da história.

Esteve à frente da luta titânica do povo soviético pela consolidação do socialismo na Rússia e nas demais nações que compunham a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, fundada em 1922. Todas as batalhas enfrentadas pela classe operária revolucionária e pelos bolcheviques contaram com sua firme participação e direção. O firme combate aos inimigos internos e externos após a Revolução e durante a guerra civil de 1918 a 1921; a luta contra os traidores do socialismo e contrarrevolucionários (entre os quais Trotski)  na década de 1930; o desenvolvimento vertiginoso da economia e as incontáveis conquistas sociais e culturais conquistadas; a heroica guerra travada para destruir o nazi-fascismo; e a reconstrução dos países agredidos pelas hordas de Hitler poucos anos após o final da Segunda Guerra Mundial tornam-se simplesmente ilegíveis se desconsiderarmos a importância decisiva de Stálin na história do processo revolucionário.

Por isso que sua figura é, ao mesmo tempo, uma das mais amadas pelos lutadores e lutadoras de todo mundo e a mais odiada pela burguesia e seus ideólogos mercenários.

Até hoje observam-se inúmeras demonstrações de homenagem à sua memória, sobretudo nos países que pertenceram à URSS. Cartazes com fotos de Stalin em manifestações populares e atos reunindo milhares de pessoas contra a retirada de monumentos do dirigente soviético são só uma pequena demonstração da esperança que seu nome incita naqueles que ainda acreditam ser possível acabar de vez com o jugo capitalista.

É por isso que a burguesia faz de tudo para falsear a história sobre sua vida e seu papel à frente da União Soviética e do Partido Bolchevique. Todo arsenal ideológico anticomunista fabricado após a apresentação do famigerado “relatório secreto” de Kruschev após o XX Congresso do Partido é repetido até hoje, ad nauseum, nos meios de comunicação, nas escolas e universidades em quase todo mundo.

Ela, para manter seu domínio de classe, necessita acabar com qualquer rastro de esperança de emancipação dos trabalhadores. Só que, à medida que se aprofunda a crise do capitalismo, fica cada vez mais difícil para os capitalistas e seus papagaios manter seu castelo de areia repleto de mentiras, já que é cada vez maior a rebeldia, a mobilização e a organização do povo contra a opressão.

Aproxima-se o dia em que os ventos vermelhos que dizimaram as mazelas da exploração do homem pelo homem da face de quase um terço do globo terrestre estremeçam novamente o mundo.

Jonatas Henrique, Belo Horizonte

Secundaristas reivindicam climatização de salas de aula

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Protesto do GPDuzentos estudantes realizaram um protesto sobre o descaso na educação pública no Recife. Saíram em passeata pelas ruas do Centro da cidade, na manhã do dia 25 de fevereiro. Os jovens estudam no Ginásio Pernambucano (GP) fecharam o trânsito durante o percurso da escola até a Gerência Regional de Ensino chamar a atenção da população.

O Governo do Estado, prometendo uma “Escola de Referencia”, transferiu, no mês de julho de 2012, os alunos para um novo prédio onde salas com mais de quarenta e cinco pessoas são utilizadas sem ar-condicionado; cinco laboratórios não podem ser utilizados; e, por diversas vezes, as aulas foram suspensas por problemas de infraestrutura. Os estudantes denunciaram também que os equipamentos de informática fornecidos pela Secretaria de Educação apresentaram defeito e que até a merenda está em falta.

Pelo menos duas vezes por semana, deveriam ocorrer aulas em tempo integral, entretanto, as atividades foram suspensas no turno da tarde. Segundo Alana Oliveira, estudante do 2º ano, “não podemos mais ter aula à tarde porque a cozinha é pequena para a quantidade de alunos”.

Mas, o principal problema é a falta de equipamentos de ar-condicionado: o estudante Lucas Silva, do 1º ano, chegou a desmaiar em sala de aula por causa da temperatura. Entre os cartazes feitos a mão e segurados pelos jovens, lia-se em um deles: “SAUNA DE AULA. Viemos para Escola para passar de ano, não para passar mal”.

Também os laboratórios de química, física, biologia, matemática e informática não podem funcionar porque faltam equipamentos de refrigeração.

Uma comissão de estudantes do Grêmio Livre Estudantil Jonas José de Albuquerque, acompanhados por representantes da Associação Recifense dos Estudantes Secundaristas (Ares) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe), foram recebidos pela Direção da Gerencia Regional de Educação, que informou que o processo de licitação para aquisição dos equipamentos de ar-condicionado está em andamento.

Nessa aula diferente que os estudantes ministraram através do protesto de rua ficou a lição: através da união, dos atos e protestos é possível melhorar nossa escola e obter conquistas para mudar a educação.

Da Redação

Greve de trabalhadores da Normatel é exemplo

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Greve Normatel EngenhariaNão é de hoje que a Petrobras vem precarizando as condições de trabalho com a ampliação das terceirizações. No Ceará, a Lubrificantes Derivados do Nordeste (Lubnor) é uma clara demonstração disso: várias terceirizadas atuam na base dessa empresa, que se localiza no bairro Mucuripe, em Fortaleza.

Mas nenhuma delas é mais carrasca que as encontradas na empresa Normatel Engenharia, uma terceirizada cujos trabalhadores realizaram, durante 20 dias, uma combativa paralisação para garantir seu direito ao reajuste de 8% nos salários previsto pelo Acordo Coletivo de 2012. Desde junho do ano passado, o dono da empresa se nega a pagar o que o seu próprio sindicato (patronal) havia acertado com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil. Exatamente por isso, este último encaminhou à Delegacia Regional do Trabalho uma denúncia e, em agosto, abriu processo na Justiça do Trabalho contra a Normatel,  para garantir o pleno direito dos funcionários.

No final de 2012, os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e outros companheiros procuraram o Movimento Luta de Classes (MLC) para organizar melhor essa luta. Numa demonstração de muita coragem e combatividade, ao fim da paralisação os 94 funcionários realizaram, na entrada da sede da empresa, uma assembleia, enquanto aguardavam (foram três horas de espera) o resultado da reunião com a empresa.

Na mesa de negociação, onde se encontravam cinco trabalhadores democraticamente eleitos pela assembleia, os representantes da Normatel informaram, numa atitude de cinismo e irresponsabilidade, que não pagariam o reajuste e esperariam a decisão da Justiça. Nessa ocasião, um dos representantes da empresa afirmou, ao se referir à demissão de trabalhadores: “Não demitiremos ninguém; os insatisfeitos que peçam demissão”. Retornando ao trabalho revoltados, os funcionários decidiram realizar uma greve de ocupação dentro do canteiro de obras. Todos os dias se reuniam e agitavam, protestando contra os desmandos da empresa, que, por sua vez, começou a fazer uma pressão extraordinária – com assédio moral e ameaças de toda espécie – numa tentativa de dobrar os funcionários. Ledo engano: todos se mantiveram firmes.

Na ocasião, um dos cipeiros assim resumiu a situação na empresa: “Um colega nosso foi hospitalizado depois de quase perder um dedo quando uma tampa de pressão caiu sobre sua mão. O que fez a empresa? Foi à casa dele pedir que ele não abrisse um CAT (Certificado de Acidente de Trabalho), para manter as estatísticas de segurança e saber quanto tempo passaria afastado. Que absurdo! Um companheiro que quase perdeu o dedo ainda teve que enfrentar ainda essa pressão. Isso é um ato desumano, irresponsável. Só pensam nos lucros! Não podemos aceitar toda essa pressão, temos que ir à luta até o final”.

Ao fim de todas as manifestações e paralisações, a consciência de todos ficou maior e puderam perceber que não é possível confiar em patrão e que, portanto, o único caminho para a categoria, assim como para todas as outras, é muita luta.

Serley Leal, Fortaleza

Mulheres camponesas realizam encontro nacional

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No período de 18 a 21 de fevereiro de 2013, em Brasília-DF ocorreu o I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, com o tema: “Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher”. O evento reuniu cerca de três mil mulheres camponesas, vindas de 23 estados do Brasil. Participou a presidenta Dilma Rousseff, a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres Eleonora Menegucci, a ministra da Secretaria dos Direitos Humanos Maria do Rosário, o chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Gilberto Carvalho, de deputadas(os), senadoras.

No último dia, foi realizada uma grande passeata na Esplanada dos Ministérios, com representantes de organizações de mulheres do campo de 12 países, da América Latina, África, América Central e Europa. As militantes do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) levaram cartazes com nomes de mulheres do campo assassinadas, que foram fixados em frente ao Congresso Nacional.

Durante o percurso, foi feito um ato em frente ao Ministério da Previdência Social, onde as mulheres discursaram, cobrando que o salário maternidade seja ampliado de quatro para seis meses. As camponesas distribuíram à população a Declaração do 1º Encontro Nacional do MMC, onde enfatizam os resultados das discussões, mostrando desafios e compromissos do Movimento.

“O 1º Encontro Nacional reafirmou a importância do Movimento de Mulheres Camponesas autônomo, feminista, camponês e socialista. Confirmou a missão do MMC de lutar pela libertação das mulheres trabalhadoras de qualquer tipo de opressão e discriminação; a construção do projeto de agricultura camponesa feminista agroecológico e a luta pela transformação da sociedade. Para isso, é indispensável a luta, a organização e formação potencializando as experiências de resistência popular, onde as mulheres sejam protagonistas de sua história”, afirmam num trecho do documento elaborado durante o evento, que pode ser acessado na integra em: http://www.mmcbrasil.com.br/site/

Depois do ato, as mulheres seguiram para seus estados com o resultado do encontro no documento elaborado e todo o acúmulo dos quatro dias de discussão para socializar com as mulheres de suas regiões e seguir nas lutas ainda mais motivadas pela transformação da sociedade capitalista.

Hinamar Medeiros, Brasília