“Rubens Paiva foi assassinado no Exército”. A afirmação é do coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, que, nos próximos meses, divulgará documento de sua autoria elucidando, com provas, que o deputado federal Rubens Paiva foi morto sob torturas por agentes da Ditadura Militar no interior do DOI-Codi do Rio de Janeiro, em janeiro de 1971, aos 41 anos de idade. A versão oficial que o Exército mantém até hoje é que Paiva fugiu das mãos dos militares.
Claudio Fonteles informa, no entanto, de que ainda não há pistas sobre a localização do corpo do ex-deputado. Em novembro, a Folha de São Paulo revelou que documentos entregues à Polícia Civil do Rio Grande do Sul pela família do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, morto a tiros quando chegava a sua casa, em Porto Alegre, ajudariam a confirmar a morte de Paiva nas mãos da Ditadura Militar. Dias comandou o DOI-Codi do Rio de Janeiro no fim da década de 1970 e início dos anos 1980.
Nessa quarta-feira 9, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela anunciou que é legal adiar a posse do presidente Hugo Chávez, prevista para hoje.
“O Poder Executivo, constituído por presidente, vice-presidente, ministros e demais órgãos e funcionários da administração, seguirá exercendo cabalmente suas funções com fundamento no princípio da continuidade administrativa”, afirmou a presidenta da principal Corte venezuelana, a juíza Luisa Estella Moraes. “Não é necessária nova cerimônia de posse de Chávez em virtude de não haver interrupção no exercício do cargo.”
Os antichavistas, lá e aqui, inclusive a mídia brasileira, continuam dizendo que é golpe à Constituição. A oposição venezuelana quer a convocação de novas eleições.
“Essa mesma imprensa brasileira que hoje acusa o chavismo de golpe na Venezuela saudou como grande vitória da democracia brasileira a posse do Sarney, após a morte do Tancredo”, põe o dedo na ferida o deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP). “‘Esquece’ que os militares botaram o pé na porta e vetaram a posse do Doutor Ulisses e a convocação de novas eleições, que eram as saídas constitucionais.”
Em 25 de abril de 1984, a emenda das eleições diretas para presidente do Brasil foi rejeitada pela Câmara Deputados devido à manobra de políticos aliados do regime militar. Cento e doze deputados não compareceram ao plenário para votar, impedindo que se alcançasse o número mínimo de votos. Foram 298 votos a favor, 65 contra e 3 abstenções.
O caminho foi a eleição indireta no Colégio Eleitoral. Em 15 de janeiro de 1985, senadores e deputados federais decidiram entre dois candidatos: Tancredo Neves, pelo PMDB, tendo como vice o senador José Sarney. E Paulo Maluf, pelo PDS, cujo vice era Flávio Marcílio.
Tancredo ganhou, mas adoeceu e não tomou posse em 15 de março de 1985. A sua agonia durou 38 dias. Em 21 de abril de 1985, a sua morte foi comunicada oficialmente.
Sarney assumiu a presidência no dia seguinte. De 1964 até 1979, quando foi extinto o bipartidarismo, ele havia sido membro e presidente da Arena, o partido da ditadura militar. Em 1979, com o fim do bipartidarismo, ele se transferiu para o PDS, como a maioria dos arenistas, onde ficou até 1984. Aí, ele rompeu com o PDS e filiou-se ao PFL, de Marco Maciel. No mesmo ano, ele trocou o PFL pelo PMDB.
“O Sarney jamais poderia ter sido empossado como presidente, porque Tancredo morreu antes de assumir”, argumenta Adriano Diogo. “Por que essa mesma mídia que diz hoje que é golpe adiar a posse de Hugo Chávez não disse lá atrás que a solução Sarney era golpe? Chávez ainda está vivo, foi eleito em eleição direta pelo povo venezuelano, enquanto o Tancredo foi escolhido por um Colégio Eleitoral. O Sarney só assumiu por causa de um acordão com os militares.”
O sociólogo pernambucano Edival Nunes Cajá, 62 anos, testemunhou esse momento crítico da história política brasileira, pois tinha ido a Brasília para a posse de Tancredo.
Por isso, Adriano Diogo sugeriu-me que o entrevistasse também.
Cajá é ex-preso político, trabalhou com Dom Helder Câmara de 1975 a 1979, atualmente preside o Centro Cultural Manoel Lisboa e é membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário. Em 2010, foi um dos observadores internacionais de eleição na Venezuela.
Viomundo – Cajá, o que você exatamente testemunhou?
Edival Cajá – Eu tinha ido a Brasília para assistir à posse do presidente eleito Tancredo Neves. Na época, eu era primeiro suplente de deputado federal por Pernambuco e estava hospedado no apartamento do então deputado federal Osvaldo Lima Filho, ex-ministro de Jango.
Nós estávamos jantando no dia 14, às 19h, quando o deputado federal José Maria (PMDB-MG), amigo de Tancredo, chama Osvaldo por telefone. Era para informar que Tancredo tinha passado mal na missa e havia sido levado às pressas para o Hospital da Base Aérea de Brasília. A missa realizada na Catedral pelo cardeal arcebispo de Brasília, José Freire Falcão, já fazia parte da programação do ritual de posse.
Imediatamente, Osvaldo Lima e eu fomos para a Câmara dos Deputados, palco das principais discussões sobre o que poderia acontecer nos dias seguintes. Enquanto Tancredo agonizava por longos 38 dias nos hospitais de Brasília e São Paulo, desenvolvia-se uma titânica luta política no Congresso Nacional e no Estado Maior das Forças Armadas em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo pela posse da presidência da República. Sentíamos no ar o clima de conspiração, de golpe de Estado.
Viomundo – Fale um pouco mais dessa luta titânica no Congresso Nacional.
Edival Cajá – Nós e todos os setores de esquerda interpretávamos, com base na Constituição vigente que, caso Tancredo morresse, deveria tomar posse como presidente o Doutor Ulisses Guimarães, presidente do Congresso Nacional, e jamais o Sarney, uma vez que Tancredo não havia sido empossado.
Entretanto, a grande imprensa falada e escrita, como verdadeiros porta-vozes dos quartéis, passou já nos dias seguintes à internação a estampar nas suas manchetes opiniões de ex-ministros da Justiça e juristas da ditadura, como Petrônio Portela, Ibrahim Abi Ackel, Leitão de Abreu, entre outros. Todos defendendo a posse do vice de Tancredo, José Sarney, mesmo sabendo tratar-se de uma afronta à Constituição, à consciência da nação e à saúde do presidente enfermo.
No final, acabou prevalecendo a posse do Sarney. Quem bateu o martelo não foi o Congresso Nacional e nem o Poder Judiciário, mas – pasme! – os setores mais reacionários das Forças Armadas através do general Leônidas Pires Gonçalves, ex-chefe do DOI-CODI e do I Exército no Rio de Janeiro, de 1974 a 1977.
No auge da crise, o general Lêonidas declarou a uma comissão de representantes do Congresso, entre os quais o senador Pedro Simon: “Quem assume é Sarney”.
Pior ainda. Como condição para o Sarney tomar posse, ele se impôs como ministro do Exército. Foi um duro golpe da direita nas forças de esquerda do Brasil.
Viomundo – Mas por que não o Ulisses, já que, pela Constituição, ele deveria assumir, uma vez que o Tancredo não havia tomado posse?
Edival Cajá – Porque as forças de esquerda ainda estavam fracas, sem condições de se impor pela mobilização das massas, pelo pouco desenvolvimento na organização do movimento popular e sindical.
E as forças conservadoras ainda detinham a hegemonia no processo de transição política, sobretudo nos quartéis. Por isso, se impuseram. Além disso, dentro do movimento democrático, predominavam os liberais que temiam a confrontação, tinham medo de enfrentar diretamente os estertores da ditadura e receavam também serem confundidos com a esquerda revolucionária.
Viomundo – Por que não se convocaram novas eleições?
Edival Cajá – A nossa proposta era que o Doutor Ulisses assumisse e a convocação de novas eleições. Os militares bateram na mesa: nem Ulisses nem novas eleições. Tinha de ser o Sarney.
Viomundo — O que foi feito para que o Sarney tomasse posse?
Edival Cajá – Com certeza, fizeram um grande acordo político do tipo ‘vocês não mexem com o passado, a lei da anistia, torturadores, desaparecidos políticos, etc, e nós, militares, nos comprometemos em não dificultar o funcionamento das instituições democráticas, as eleições, etc’.
Viomundo – O deputado Adriano Diogo diz que o desenlace de Tancredo só se deu após os militares terem vencido a queda de braço com o Congresso e imposto o Sarney.
Edival Cajá – Foi isso mesmo, foram 38 dias de negociações, de tensões. Cada lado teve tempo para sentir seus limites. Doutor Ulysses e Leônidas Pires pareciam ser os vértices, os pontos sensíveis opostos de toda a tensão.
Viomundo — O quadro brasileiro daquela época tem alguma semelhança com o da Venezuela neste momento?
Edival Cajá –Em certo sentido sim. Uso da calúnia, luta ideológica, da força, busca de apoio dos EUA…Porém, o grau de organização das massas populares, do povo trabalhador em Comitês Bolivarianos nos bairros pobres, da coesão da direção política e das lideranças do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) é muito superior na Venezuela de hoje do que no Brasil de 1985.
Lá, como os dois lados não escamoteiam a confrontação política, resultou também num maior grau de politização e participação da população, o que é muito bom para o Movimento Chavista, para o PSUV, para a democracia popular.
Viomundo — E o comportamento da nossa mídia na época do Tancredo e agora com Chávez?
Edival Cajá — Acho que a grande mídia brasileira de hoje está muito mais centralizada, monopolizada e à direita do que no período do Tancredo, em 1985. E também lá na Venezuela.
Acho que a grave crise que o sistema capitalista mundial está vivendo levou ao agravamento desta situação. Assim como os bancos e as indústrias passaram por um processo de centralização, ficando em poucas mãos, os meios de comunicações de massa também em todo o mundo. No Brasil, apenas quatro famílias decidem qual acontecimento ou fato político vai virar notícia nacional e qual versão será propagada.
Assim também é na Venezuela. Lá, os políticos de oposição e a grande imprensa se parecem e se confundem nos interesses, dá a impressão de serem jornais e TV do partido da oposição, tamanho o alinhamento político, numa dosagem ainda pior do que no Brasil, devido ao grau de aguçamento da luta política e ideológica.
Viomundo – Você esteve na Venezuela como observador internacional.
Edival Cajá — Fui convidado, oficialmente, como observador internacional das eleições de 2010. Junto com representantes de cerca 40 países, eu tive a oportunidade de conhecer o sistema eleitoral de lá.
A minha surpresa foi encontrar um sistema eleitoral muito mais seguro que o nosso. Lá, já adotavam a fórmula biométrica de votar, urna eletrônica e, ainda no final da seção, urna e cédula convencional, porém, com uma tinta especial para marcar o dedo usado na cédula de votação, de modo que você não poderá mais votar em outra seção. De maneira que é praticamente impossível acontecer uma fraude da vontade do eleitor.
Entretanto, antecipadamente, a oposição já propagandeava que haveria fraude, tentando tirar a legitimidade do pleito. Nunca vi uma oposição política tão sem credibilidade na população trabalhadora e tão identificada com a linha editorial do sistema de TV CNN e assemelhados, com os interesses dos EUA.
Viomundo – Trabalhou com Dom Helder Câmara por quanto tempo?
Edival Cajá — Durante quatro anos (1975-1979). Era assessor da Arquidiocese de Olinda e Recife e da CNBB-Nordeste – II, cujo presidente era Dom Helder Câmara. Também fui membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife quando ele foi seu arcebispo. Dom Helder encantava todos aqueles que trabalhavam com ele devido à sua forma profética, transformadora de ver os homens e a sociedade.
Viomundo – Particularmente, o que te agradava em Dom Helder?
Edival Cajá – A sua grande generosidade quando se tratava de acolher os perseguidos políticos, os sem-teto, os sem-terra e os sem-nada, desempregados. Ele não se preocupava com a cor ou ideologia dos militantes ou da organização política onde militavam. O seu compromisso sincero era com a libertação dos explorados e oprimidos, com a construção do novo homem e da nova sociedade.
Em 1978, fui sequestrado, torturado, preso, fiquei incomunicável com a minha família e advogados. Fui ainda atacado pela imprensa da ditadura como um homem perigoso à segurança da sociedade. Pois bem, Dom Helder declarou aos jornais que “Cajá está preso por amor à justiça e aos pobres”.
As suas declarações e a greve dos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que se espalhou até a Universidade do Paraná, impediram a continuidade das torturas e ameaças de morte.
Em 1973, no auge dos sequestros políticos e das torturas no Recife, Dom Helder procurou manter a esperança acesa dos que militavam por meio de uma das suas crônicas, na qual afirmava “quanto maior a escuridão, mais clara será a madrugada”.
Viomundo – Agora, qual a sua expectativa em relação à Venezuela?
Edival Cajá – Não acredito no êxito de mais esta ofensiva golpista da oposição venezuelana. Não acredito nesta nova tentativa de impor um novo calendário eleitoral ao povo venezuelano.
2001/2002 ficará marcado como o período em que o Brasil mergulhou no racionamento de energia devido ao desabastecimento ocorrido. Regiões do país não puderam ser atendidas nas suas necessidades de energia elétrica, pela “barbeiragem” do governo federal da época, que não planejou bem, não fez os investimentos necessários, além de implantar um modelo mercantil no setor elétrico, que contribuiu de maneira decisiva ao colapso energético. Quem afinal “pagou o pato”, digo a conta de energia mais cara, foi o consumidor final.
2011/2012 ficará marcado com os anos das tarifas astronômicas (mesmo a geração sendo mais de 70% de hidrelétricas), e dos “apagões”, denominação das interrupções temporárias no fornecimento de energia elétrica, resultando na baixa qualidade do serviço oferecido. Responsabilidade do governo federal, cujos gestores do setor elétrico aprofundaram o modelo mercantil, e cometeram erros crassos na política energética, optando por ofertar energia, com a construção de usinas termelétricas a combustíveis fósseis, usinas nucleares e mega hidrelétricas na região Amazônica. E não priorizaram a diversificação da matriz energética com as novas fontes renováveis, e nem a eficientização no uso da energia.
2013 inicia-se diante de declarações e ameaças sobre a possibilidade de um risco iminente de um novo desabastecimento de energia elétrica, principalmente pela situação de estiagem prolongada, resultando no baixo nível dos reservatórios, e com chuvas previstas insuficientes para recompor os estoques.
É necessário que se diga, alto e em bom som, que a curto prazo não existe possibilidade de risco de faltar energia para atender a demanda atual. O pífio desempenho da economia nacional, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB), favoreceu a que o país não sofresse uma nova crise energética nos moldes da ocorrida em 2001/2002. Se o PIB tivesse sido de 4,5%, como previsto inicialmente para o ano de 2012, o consumo da indústria estaria bem maior, e ai sim haveria risco iminente de faltar energia. E em 2013, as previsões do crescimento econômico já estão abaixo das previsões sempre otimistas e super dimensionadas do governo federal. E são nestes previsões governamentais que se baseia o planejamento energético na oferta de energia.
O que ocorrerá sem dúvida será um aumento nas tarifas devido ao repasse dos custos da energia elétrica bem mais cara das usinas termelétricas, que estão funcionando desde o final do ano passado a todo vapor (literalmente). Logo, os aumentos que ocorrerão nos próximos anos vão absorver toda a redução da tarifa obtida com a medida provisória – MP 579. Dá-se ao consumidor com uma mão, e retira com a outra.
Já a médio prazo, a situação não é tranqüila para o setor elétrico, desde que continuem os erros serem cometidos. E a situação somente mudará se houver uma guinada de 180º na política energética em nosso país.
O que se pode extrair da conjuntura atual, com declarações e ameaças de um novo racionamento de energia, é que a sucessão presidencial começou. Não se deve politizar uma coisa tão séria para o país, como a questão da energia. Com risco de criar o descrédito da população em um setor estratégico, que vai além dos governos de plantão, e mesmo levar o pânico com a possibilidade de faltar energia.
A irresponsabilidade é tanta, que pouco importa o país. O principal é a desconstrução de quem esta no poder. E ai vale tudo. Já vimos esta estória em anos recentes.
Por sua vez o “deus mercado” começa a responder ao jogo político. As bolsas de valores começam a impor o sobe e desce dos papeis das companhias elétricas. Onde vai parar esta histeria provocada?
É hora da sociedade civil se apropriar deste setor até então “monocraticamente” dominado por alguns “especialistas” iluminados, e apadrinhados políticos ungidos a cargos decisórios; e fazer valer sua força quando organizada. Já que tanto o governo, como setores da oposição não têm mais credibilidade junto à sociedade, vale o que disse o poeta “Quem sabe faz a hora. Não espera acontecer”.
Heitor Scalambrini Costa Professor da Universidade Federal de Pernambuco
Um juiz no Chile ordenou a prisão de oito oficiais pelo assassinato do cantor popular Victor Jara em 1973.
A ordem de prisão internacional envolve o tenente Pedro Barrientos Nunez, que vive no exterior, o coronel Hugo Sanchez Marmonti e seis outros homens.
Victor Jara foi um dos fundadores do movimento “Nova canção”, que ajudou a eleger o governo democrático popular de Salvador Allende em 1970.
Poucos dias após o golpe de Pinochet no dia 11 de setembro de 1973, o cantor, que era membro do Partido Comunista Chileno, foi preso e levado para um estádio em Santiago, onde foi torturado, eletrocutado e teve os pulsos e os ossos das mãos quebrados, sendo metralhado logo em seguida. Seu corpo foi encontrado mais tarde nas ruas da capital chilena com 44 tiros.
A população da Região Metropolitana de Recife teve logo no nos primeiros dias de 2013 uma notícia desagradável: o Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), responsável pelo valor das tarifas dos ônibus, marcou uma reunião para discutir não a melhoria no péssimo transporte coletivo da cidade, mas o aumento das passagens. A proposta dos empresários era de aumentar as passagens em 13% e a proposta do Governo reajuste de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ou seja, 5,75%.
Pego de surpresa, o Movimento Estudantil, tendo à frente a União da Juventude Rebelião (UJR), não ficou parado e foi à luta, logo questionou o aumento e foi às ruas denunciar o aumento. A sede do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Pernambuco (DCE-UNIAP) transformou-se em um polo de concentração de lideranças do movimento, reunindo mais de 60 estudantes dispostos a construir a luta e intervir na reunião do CSTM para impedir o aumento.
No mesmo dia 3, às 9hs, cerca de 40 manifestantes entraram no local da reunião para expressar a opinião dos estudantes, porém foram impedidos pela polícia e pela administração do Grande Recife Consórcio de Transporte. A repressão não impediu a ousadia e a combatividade do Movimento, que conseguiu chamar a atenção do povo pernambucano para mais esse assalto ao bolso do consumidor.
Na segunda-feira, 7 e janeiro, ocorreu a segunda manifestação de rua contra o aumento das passagens, dessa vez, as reivindicações foram ampliadas para cobrar das autoridades além da revogação do aumento, auditoria nas contas das empresas que fazem o transporte; licitação das linhas de ônibus; reformulação do CSTM ampliando a participação da sociedade civil organizada e o passe livre para estudante e desempregado.
O ato no Centro do Recife recebeu apoio da população e contou com cerca de 300 pessoas, que foram ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) apresentar denúncias. e foram recebidos pela subprocuradora-geral Lais Teixeira.
O presidente da UESPE, Davi Lira, afirmou durante o ato, que “essa movimentação junto ao MPPE, vem se somar a luta dos estudantes por um transporte público de qualidade. O ato contou com a presença do SIMPERE (Sindicato dos Professores da Rede Municipal) e do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas MLB, mostrndo que vários setores da sociedade aderiram à luta. Falando à imprensa, Serginaldo Quirino do MLB, afirmou que “Com esse aumento o pai e mãe de família que tem mais de um filho na escola e paga passagem para estudar, que paga para ir trabalhar, sofre também com o aumento do feijão do gás, do aluguel, vai ter muito mais dificuldade de manter a família, por isso, temos que barrar esse aumento”.
Os estudantes continuam reunidos e novas mobilizações estão sendo organizadas.
Os 13 anos do jornal A Verdade foi comemorado com uma semana de atividades e debates em várias cidades de Pernambuco.
O evento teve como homenageado o escritor Jorge Amado e, em Recife, o local foi a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Com o anfiteatro do CCSA lotado, o Grupo musical da UNICAP apresentou o espetáculo MPB Sem Censura retratando a história de resistência do povo brasileiro através da música. Em seguida, ocorreu debate com a presença do diretor de Centro de Educação, professor Daniel Rodrigues , o Pró-Reitor de Extensão da UFPE, professor Edilson Fernandes de Souza, Luiz Falcão, diretor do jornal A VERDADE e o advogado Luiz Alves.
A noite no espaço cultural do Laguinho, os participantes da festa viram e ouviram uma brilhante apresentação do músico Toninho Arcoverde e do grupo de dança Afro Majê Molê.
Também na cidade do Carpina, dezenas de amigos e colaboradores do jornal se reuniram no Sindicato dos Calçados e realizaram um debate, ouviram música e teatro.
Para finalizar o ano, O Movimento de Mulheres Olga Benário realizou uma semana de brigadas do jornal nas principais ruas do Recife.
A plenária da CIPOML, celebrada pela primeira vez na África, reafirma seu apoio ao direito do povo sírio a viver em um regime democrático. Um regime que lhe garanta a liberdade, a igualdade, a justiça social e a dignidade, assim como assegure ao país a unidade e total independência, incluída a recuperação das Colinas de Golan, ocupadas desde 1967 pelo sionismo.
A CIPOML:
1 – Denuncia o perigoso desenvolvimento dos acontecimentos na Síria. O movimento popular de protesto se transformou numa guerra civil destruidora. A repressão sanguinária golpeia o povo e, desde o princípio, o regime de Asad rechaça qualquer reforma democrática que satisfaça as aspirações do povo sírio. Esta situação tem como consequência a intervenção exterior reacionária, imperialista e sionista, através da Turquia, do Catar e da Arábia Saudita, que é encoberta pelo pretenso “Exército Livre” e o pretexto de “salvar o povo sírio”.
2 – Reafirmamos que esta guerra não tem nada a ver com os interesses do povo sírio e suas aspirações. Ao contrário, serve às forças reacionárias do país, da região e internacionais. A Síria é atualmente lugar de confrontação entre, de um lado, os EUA, França e Israel e a reação árabe e turca que tratam de submeter a Síria ao domínio ocidental e levá-la a romper seus laços com o Irã e o Hezbolá; e de outro lado, Rússia e China que apóiam o regime para preservar seus interesses estratégicos na Síria e região, depois de haver perdido sua influência na Líbia.
3 – Rechaça toda intervenção da OTAN na Síria sob qualquer pretexto, dado os perigos que ela representa para o povo sírio, os povos da região e a paz mundial em geral. A Conferência chama o povo turco a opor-se à intervenção da Turquia na Síria. Lança um chamamento aos trabalhadores e povos dos países ocidentais, em primeiro lugar aos Estados Unidos, Grã Bretanha e França, cujos dirigentes proferem ameaças de intervenção militar na Síria, para que pressionem a seus governos para impedi-los de levar adiante sua criminosa estratégia que no passado provocou os desastres do Iraque, Afeganistão, Somália, Líbia…
4 – É ao povo sírio a quem compete em todos os casos, decidir sobre seu futuro. A CIPOML chama as forças patrióticas e democráticas sírias a se unir para salvar seu país das garras do regime de Asad e dos bandos armados e impedir as potências estrangeiras hipotecar seu futuro e instrumentalizar uma parte de sua minoria para minar sua unidade. A CIPOML chama essas forças a empenhar-se a construir uma nova Síria, democrática, laica, independente e unida, na qual coabitem as diferentes religiões e nacionalidades em liberdade e igualdade.
5 – Chama as forças patrióticas, democráticas e progressistas da região a mobilizar-se urgentemente e a empreender as medidas solidárias necessárias para apoiar as forças patrióticas e democráticas da Síria; forças que devem atuar para acabar com as matanças perpetradas contra o povo sírio, deter a destruição do país e impedir a intervenção estrangeira, facilitar o diálogo entre seus habitantes para conquistar suas aspirações e a ruptura com a tirania e a dominação estrangeira.
Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML)
No limiar de mais um novo ano, nos sobressaltamos ainda com uma alarmante realidade deprimente e avassaladora, sobre o nosso tão sofrido e escravizado povo brasileiro. Com uma população de 25 anos de idade ou mais, quase 55 milhões de pessoas não têm terminado ou completado no mínimo o curso fundamental; isso segundo os dados do IBGE em meados do Censo 2010!
Nos rincões da pátria a percentagem beira 79% de analfabetos!
Outros aproximados 16 milhões nem completaram o ensino médio!!
Tão somente 11,25% da faixa etária pré-citada possuem o nível superior completo!!!
Em finais de 2000 apenas 64% não concluíram o ensino fundamental.
Educação, Saúde, Cultura e Moradia, fundamentais pilares à elevação e progresso de um povo desenvolvido e nível robusto, são sonhos a milhares de indivíduos que ainda lutam pela sobrevivência e trabalho dignos.
Brasil! Terra onde tudo que se planta dá!
Te querem subserviente, subdesenvolvido,
humilhado e escravo
neste reino neoliberal!
De joelhos diante do deus estranho,
o senhor deus-Capital,
sob o legado da Besta e do Dragão, o dinheiro e a usura,
o lucro e da ganância,
às custas da classe trabalhadora e de miseráveis,
os apropriadores e detentores dos meios de produção te querem por sob os pés.
Rebele-se, Brasil varonil! Teu povo é forte e vigoroso.
Tens lutas passadas, presentes e futuras!
Levantemos da alienação,
Adquiramos libertária consciência.
Unamo-nos num só coração
Contra o “mesmismo”
E o Analfabetismo!
Nicolás Maduro, vice-presidente venezuelano, em entrevista ao canal Telesur condenou os “rumores mal intencionados” por jornalistas e grupos da direita de seu país sobre a situação de Hugo Chávez. Nicolás Maduro está em Cuba desde o dia 29 para visitar o presidente Chávez, que se recupera de uma cirurgia para retirada de um tumor, realizada no último dia 11 de dezembro.
Pouco antes da entrevista de Maduro, um jornal espanhol noticiou que Hugo Chávez estaria em coma induzido, citando fontes anônimas ligadas à inteligência do país. Maduro criticou enfaticamente o que chamou de “boatos” ligados à saúde do presidente, e pediu que o povo confiasse nas informações passadas pelo governo. “Ele está consciente do complexo estado pós-operatorio e nos pediu expressamente que mantivéssemos o povo informado.[…] Estamos frente a uma situação complexa e estamos esperando sua evolução positiva. […] Às vezes [ele] tem melhorias, às vezes situações estacionarias. [Peço] que tenham confiança e segurança nas informações que estaremos dando. Sempre diremos a verdade”, disse o vice-presidente.
Maduro disse que desde que chegou a Cuba encontrou-se duas vezes com o presidente, e que ele demonstra uma “força extraordinária”. “Nos cumprimentamos e ele segurou minha mão com muita força”, disse Maduro. Segundo ele, o presidente perguntou como estão as questões econômicas, políticas, quis saber sobre os desenvolvimentos do país.
Documentos da ditadura revelam nomes de colaboradores do regime no meio artístico. São citados Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, entre outros.
MINISTÉRIO DO EXÉRCITO GABINETE DO MINISTRO CIE/GB ENCAMINHAMENTO 71/s-103.2.cie FUNDO “DIVISÃO DE CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS”, ARQUIVO NACIONAL, COORDENAÇÃO REGIONAL DO ARQUIVO NACIONAL NO DISTRITO FEDERAL, SÉRIE “CORRESPONDÊNCIA OFICIAL”, SUBSÉRIE “INFORMAÇÕES SIGILOSAS”, CAIXA ÚNICA Acervo Arquivo Nacional – COREG
Durante a ditadura militar no Brasil, alguns artistas viraram colaboradores do regime – seja por simpatizarem com os governos militares ou por pura covardia – passando informações sobre o que acontecia no meio artístico e participando de atos realizados nos quarteis.
No documento em anexo produzido pelo Centro de Informações do Exército (CIE), classificado como informe interno e confidencial, o CIE reclama que alguns veículos intitulados pelos militares de “imprensa marrom” (tal qual O Pasquim) estariam fazendo campanhas contra alguns artistas amigos e colaboradores da ditadura.
O informe difundido para outros órgãos da repressão política sugere que esses artistas “amigos da ditadura” sejam blindados, protegidos.
No documento emitido pelo Centro de Informações do Exército são revelados alguns desses “colaboradores”, considerados pelos militares como amigos, aliados do regime. Segundo o documento, certos órgãos de imprensa estariam publicando matérias denegrindo a imagem de determinados artistas que se “uniram à revolução (sic) de 1964 no combate à subversão e outros que estiveram sempre dispostos a uma efetiva colaboração com o governo”.
São citados Wilson Simonal, Roberto Carlos, Agnaldo Timóteo, Clara Nunes, Wanderley Cardoso e Rosemary.
Clique nos links ao lado para ler os documentos. (Link 1 / Link 2)
A extrema-direita estadunidense iniciou uma ofensiva difamatória contra o historiador Grover Furr após a divulgação de um trecho de um debate ocorrido no final de outubro na universidade de Montaclair, New Jersey, na qual ele leciona. No vídeo o professor afirma, em resposta a uma pergunta feita por um direitista na plateia, que até hoje em suas pesquisas não encontrou uma única prova de um único crime cometido por Stalin. Isso gerou toda a celeuma.
O vídeo se tornou viral. Em poucos dias diversos sites ligados a organizações de extrema-direita e à pequena burguesia o estavam reproduzindo com artigos próprios ou modficados de outras fontes.
Um movimento de unificação do Tea Party no estado de New Jersey agora exige que o professor seja demitido de seu cargo na Universidade de Montclair, no mesmo estado. A organização publicou uma carta aberta ao governador exigindo medidas contra o historiador. Até mesmo um blog de nome Stop Grover Furr foi criado para a campanha.
Por vários anos o professor Grover Furr tem estudado a história soviética, principalmente aquela do período de Stalin. Pesquisando diretamente em fontes russas, liberadas apenas recentemente dos arquivos do governo, ele tem demonstrado que a suposta “história soviética” oficial é uma das maiores falsificações da história. Seu mais recente livro – ainda sem tradução para o português – mostra que o discurso secreto de Kruschev, o qual deu origem à demonização de Stalin, é falso do início ao fim. O título da obra já é bem sugestivo: Kruschev mentiu: A evidência de que cada “revelação” dos crimes de Stalin (e Beria) no infame “Discurso Secreto” ao 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética em 25 de fevereiro de 1956 é, comprovadamente, falso. Seu livro pode ser comprado aqui.
Em 2011 Grover Furr deu uma entrevista ao Jornal A Verdade, a qual você pode conferir neste link.
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou acessar informações do dispositivo. O consentimento para essas tecnologias nos permitirá processar dados como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamente certos recursos e funções. Nós repeitamos a LGPD.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.