UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

segunda-feira, 21 de julho de 2025
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Reitoria criminaliza movimento grevista na Uerj

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A Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) vem desrespeitando o direito constitucional à greve, assegurado a qualquer trabalhador. Servidores da Uerj estão em greve desde junho, devido às reivindicações por parte dos docentes à dedicação exclusiva, juntamente com um reajuste salarial de 22%. Com a dedicação exclusiva, os professores se dedicariam bem mais à universidade, trazendo mais qualidade ao ensino, à pesquisa e à extensão. Já os funcionários exigem a reformulação do Plano de Carreira e a manutenção do triênio. Os estudantes, que apoiam o movimento, exigem mais verbas para a assistência estudantil.

Reitor viola a autonomia universitária

Agora, com a greve, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas do Rio de Janeiro (Sintuperj) a Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj) e DCE realizaram uma ocupação na Reitoria para forçar a negociação. A Polícia já apareceu no campus para intimidar os grevistas e, após o episódio, o reitor Ricardo Vieiralves solicitou à Justiça (e foi acatado) que impedisse qualquer manifestação dentro da universidade, inclusive, levando-o a permitir a presença de dezenas de policiais disfarçados nas dependências da instituição.

“As entidades estão proibidas de circular no corredor da Reitoria e não se pode fazer nenhuma manifestação no interior da universidade”, afirmou Regina. Vieiralves age contra a sua autoridade essencial, que seria garantir a autonomia da universidade. A presença da Polícia na universidade, sem que tenha havido qualquer crime, é uma afronta à democracia e ao direito à livre manifestação de expressão e de greve dos trabalhadores e estudantes.

O governador Sérgio Cabral e o reitor se recusam a negociar, pois sabem que não têm nenhuma resposta plausível para dar. O orçamento do Estado do Rio de Janeiro nunca esteve tão alto (R$ 64 bilhões) e, portanto, não há falta de dinheiro.

Queremos negociar, pois queremos uma melhor Uerj para toda a comunidade universitária!

Redação Rio

Porque a greve dos servidores públicos é justa

A greve de quase 370 mil servidores federais, distribuídos em cerca de 30 categorias, e as consecutivas quedas na taxa de emprego no ramo industrial do país demonstram que a crise da economia capitalista, iniciada em 2008 nos países ricos, já faz parte do cotidiano dos brasileiros. Mesmo assim, o governo federal se mostra intransigente em relação às pautas dos grevistas.  Em contraste com isso, são anunciadas novas privatizações e incentivos para os empresários.

No último dia 15 de agosto, foi anunciado um pacote de R$ 133 bilhões em investimentos para concessões à iniciativa privada de 7,5 mil km de estradas e 10 mil km de ferrovias. Em fevereiro, concessões também foram dadas a três consórcios para gerirem alguns dos maiores aeroportos do Brasil – os de Guarulhos (SP), Campinas e Brasília + que ainda contam com mais de R$ 21 bilhões em empréstimos do BNDES (banco estatal). A verdade é que essas “concessões” não passam de privatizações. Dilma diz que não. Mas a própria revista Veja, burguesa que é, assume: “Dilma retoma as privatizações”.

O setor industrial também recebeu um pacote de desonerações fiscais e linhas de crédito, no valor de R$ 60,4 bilhões. Mesmo assim, a taxa de emprego em junho caiu pela quarta vez consecutiva. Ou seja, a ajuda do governo só serviu para os industriais aumentarem seus lucros e explorarem mais a classe operária.

Outro grupo seleto de burgueses está cada vez mais rico no Brasil: os donos das concessionárias automotivas. Só no ano passado, remeteram ao exterior aproximadamente R$ 11,2 bilhões.  Este ano, acumularam quatro meses seguidos de redução de IPI, o que custou ao povo R$ 1,2 bilhão, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Há que se perguntar se os trabalhadores receberam algum benefício fiscal ou isenção de impostos. Todos sabem que não. Hoje, com a alta no preço dos alimentos, o salário mínimo de R$ 622 só pode comprar duas cestas básicas. Inclusive, de acordo com o Dieese, o salário mínimo deveria ser de R$ 2.329,35. Onde estão, então, os outros R$ 1.707,35 que faltam no bolso do trabalhador? No bolso dos patrões. É por isso que são ricos.

Portanto, o povo necessita ir à luta. Quando a situação é grave, a resposta é a GREVE.

Bruno Abreu, Recife

A educação pública na vitrine

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No dia 13 de agosto, foram divulgados os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que é a forma utilizada pelo Governo para avaliar o nível de aprendizado dos estudantes de nível fundamental (do 1º ao 9º ano) e de nível médio (da 1ª à 3ª série). Através do Ideb, apenas dois aspectos quantitativos do nível de aprendizagem são considerados: a taxa de aprovação e a pontuação atingida em um teste de português e matemática (os testes são a Prova Brasil e o Saeb, aplicados obrigatoriamente a cada dois anos para os estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio).

O resultado do Ideb é desanimador do próprio ponto de vista governamental, pois as metas estabelecidas, por si só muito subestimadas, não foram atingidas em grande parte dos estados, e muitas escolas chegaram mesmo a diminuir seus índices. Mas a situação é ainda pior, pois o Ideb retrata de maneira bastante limitada o atual quadro da educação, não levando em conta aspectos centrais como a situação de infraestrutura das escolas (bibliotecas, quadras esportivas, laboratórios, computadores, merenda escolar, etc.); a formação dos professores e suas condições objetivas de desenvolver o projeto político-pedagógico; a democracia, a gestão participativa e a violência no interior da escola; e o número de estudantes por sala de aula.

A resposta do Ministério da Educação aos baixos índices do Ideb assina o atestado de falência da educação pública brasileira. Segundo o ministro Aloizio Mercadante, o problema é o excesso de matérias no ensino médio (13, atualmente). No dia 15 de agosto, Mercadante declarou: “É uma sobrecarga muito grande. Não contribui para formar melhor o aluno”. Ou seja, já que o Estado não é capaz de educar, diminui a quantidade de conteúdos. Provavelmente o ministro esteja se referindo àqueles que contribuem para uma formação mais crítica como filosofia, sociologia ou história, por exemplo.

O nível de aprendizagem do estudante de escola pública é completamente desproporcional à situação econômica atual do Brasil. Sendo a 6ª maior economia do mundo, com uma produção anual de riquezas da ordem de R$ 4,143 trilhões, nada justifica a escola pública brasileira ensinar tão pouco e educar tão mal. A escola brasileira ensina menos do que em outros países da América Latina que têm uma situação econômica muito pior que a brasileira, como Chile, Bolívia, Venezuela e Argentina.

Aos péssimos números do Ideb, não podemos deixar de somar os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicam que 14,1 milhões de brasileiros são analfabetos, e que 20% da população (um em cada cinco brasileiros) têm menos de quatro anos de estudo e entram no cálculo na qualidade de analfabetos funcionais.

A interpretação dos dados do Ideb é agora objeto de disputa na sociedade. A entidade que se autodenomina “Todos pela Educação” e é mantida, entre outros, pelos bancos Itaú, Bradesco e Santander, e tem a Rede Globo e a Editora Abril como seus principais porta-vozes, procura ressaltar os exemplos que comprovam que o prêmio ao mérito e a transformação das escolas em organizações sociais geridas pelo trabalho voluntário em “parceria” com empresas privadas melhoram os índices do Ideb. Chega a ser ridículo sugerir que a solução para a educação está em fazer um trabalhador que fica no emprego muitas vezes dez horas e enfrenta outras duas se deslocando ainda tenha que ir à escola do filho pintar um muro, consertar uma cadeira ou dar aulas voluntariamente.

Mais grave é a afirmação de que o problema da educação pública não é a falta de dinheiro, mas a incapacidade do ente público de gerir o dinheiro investido. O que os bancos e demais capitalistas defendem, através da entidade “Todos pela Educação”, é a privatização da escola pública, entregando sua gestão a organizações sociais privadas (da mesma maneira que se está fazendo com postos de saúde e hospitais país afora); a contratação de professores e funcionários através de terceirizadas; a decisão do projeto político-pedagógico a partir dos interesses dos capitalistas e não da sociedade; e a premiação daquelas escolas que tenham maior mérito (a chamada meritocracia), criando, na prática, ilhas de excelência enquanto a massa das escolas permanece com escassos investimentos e sem oferecer solução à educação de milhões de jovens.

É preciso reafirmar que implantar uma escola pública, gratuita, para todos e todas, democrática, laica e de qualidade referenciada no trabalho é possível e necessário. Os movimentos sindical, estudantil e todos que lutam por essa bandeira precisam participar dessa disputa na sociedade, defendendo questões que são de princípio e não podem ser negociadas.

Primeiro. A educação precisa, sim, de mais investimentos, e o Brasil deve investir, imediatamente, 10% de seu PIB em educação. Enquanto o governo federal nega aumento salarial a professores e funcionários das universidades federais e os professores do Estado da Bahia estão há mais de cem dias em greve por dignidade na profissão, mais de 50% do orçamento federal é jogado no lixo através do pagamento dos juros da dívida pública. Os novos recursos para a educação devem, prioritariamente, tornar digna a profissão do professor, remunerando-o de maneira adequada e dando-lhe condições de trabalho. Devem, também, reduzir o número de estudantes por sala de aula, transformando a classe em um ambiente que permita o desenvolvimento da educação com o acesso às novas tecnologias.

Segundo. A gestão da educação brasileira, em todos os seus níveis, deve ser pública e a qualidade na educação deve ter como referência o trabalho, o desenvolvimento e a soberania do país. É necessário aperfeiçoar os instrumentos de controle popular sobre os recursos da educação, transformar em crime hediondo os desvios de verba dessa área e fortalecer a gestão democrática em cada sistema de ensino através dos diferentes conselhos.

Terceiro. É possível, sim, oferecer educação de qualidade a todos e todas. O Plano Nacional de Educação, que está em discussão no Congresso Nacional, precisa assumir metas condizentes com as potencialidades do Brasil. É preciso zerar o analfabetismo, acabar com o abandono no ensino médio e fundamental, oferecer vagas para todos e todas no ensino infantil, superior e, também, no ensino técnico. O problema da educação não será resolvido com algumas escolas de excelência, mas sim elevando o nível geral de qualidade de todo o sistema de ensino, o que só é possível, evidentemente, investindo-se 10% do PIB em educação.

A aprovação, em uma das Comissões da Câmara, do investimento de 10% na educação mostra que é possível lutar e conquistar no momento atual. Sigamos os exemplos da juventude chilena e transformemos a educação em uma bandeira que mobilize toda a sociedade para que o país possa dar um passo seguro no sentido de vencer o atraso e a submissão que marcaram nossa história nos últimos séculos.

Redação SP

A leitura e a luta na Ocupação Eliana Silva

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A leitura e a luta na Ocupação Eliana SilvaDepois de ressurgir de suas próprias cinzas, como uma fênix sobrevoando e pousando novamente nos terrenos abandonados da cidade, contrariando os interesses da prefeitura e das elites, a Ocupação Eliana Silva conquistou mais uma vitória. Partindo das ideias do poeta Bartolomeu Campos Queirós, descritas no Manifesto por um Brasil literário, de que “A leitura literária é um direito de todos e que ainda não está escrito”, e que a literatura “se instala no desejo dos homens e mulheres promovendo os indivíduos a sujeitos e responsáveis pela sua própria humanidade”, no dia 29 de agosto realizou-se o Ato de Fundação da Biblioteca Comunitária da Ocupação Eliana Silva, chamada de Bibliocupoteca, representando a ocupação dos espaços também pela leitura e a literatura. Um ato antes de tudo político, e cultural, para levar a produção literária e científica a espaços aonde ela praticamente não chega, devido aos interesses do capital, que busca manter o acesso ao conhecimento para uma parcela mínima da população, restando aos demais o acesso às informações básicas necessárias para compor a mão de obra.

A criação do espaço, que buscará contribuir com a formação da comunidade e o desenvolvimento da luta também no campo das ideias, contou com a participação de dois grandes apoiadores. Marcos Túlio Damascena, idealizador da Borrachalioteca de Sabará – projeto que começou como uma biblioteca dentro de uma borracharia e hoje é um dos principais projetos de leitura do país – doou vários livros para a nova biblioteca, inclusive um importante acervo de literatura infantil, e participou do recital de cordel realizado pelo cordelista Olegário Alfredo (Mestre Gaio). Ele, que é um dos maiores cordelistas do país, apresentou e disponibilizou para a comunidade parte de sua vasta obra, que retrata nesse patrimônio da cultura popular brasileira a vida, a história e os costumes do povo mineiro.

A leitura e a luta na Ocupação Eliana SilvaAlém da instalação de um varal de cordéis, outra importante ação ocorreu. O primeiro livro doado foi o clássico da literatura brasileira Capitães da Areia, romance que retrata a vida de crianças abandonadas vivendo nas ruas de Salvador. A obra é um símbolo de luta e resistência, e inclusive foi perseguida pela ditadura Varguista, sendo apreendida e queimada em praça pública. A história dos meninos e do próprio livro tem grandes semelhanças com a luta da comunidade, por isso a escolha da obra como símbolo da biblioteca, e como homenagem ao centenário do mestre Jorge Amado, um dos maiores nomes da literatura brasileira, além de grande militante e defensor dos negros, dos meninos de rua, dos pescadores, da cultura popular, da capoeira, do candomblé, enfim, de todos os grupos e povos oprimidos do mundo.

Assim, a biblioteca comunitária surge para possibilitar o acesso da comunidade à produção literária e contribuir para a sua formação, trabalhando a literatura de uma forma não pragmática e como ferramenta de incentivo à criação, que é uma necessidade humana, pois como disse ainda Bartolomeu, “O sujeito anseia por conhecimentos e possui a necessidade de estender suas intuições criadoras aos espaços em que convive” e “a literatura, pela sua configuração, acolhe a todos e concorre para o exercício de um pensamento crítico, ágil e inventivo”. A literatura vem para colaborar na busca pela recuperação da humanidade dos indivíduos, cada vez mais desumanizados pelas ações e ideologia do capital, e para o desenvolvimento de uma educação popular e emancipadora que possibilite “uma sociedade em que a qualidade da existência humana é buscada como um bem inalienável”.

A luta da Ocupação Eliana Silva continua, e os livros serão mais uma das armas usadas pelos homens, mulheres e crianças que vivem 24 horas na batalha pelo sagrado direito à moradia, travada também no campo ideológico; como nos disse José Martí, “Trincheiras de ideias valem mais que trincheiras de pedras”. Mesmo com toda a truculência da polícia militar, enviada pela prefeitura e o governo estadual para massacrar a população pobre que luta pelos seus direitos, a resistência não para; mesmo com violência, repressão e desocupação a luta continuará porque ela é como a Fênix, e ainda que morra renascerá inúmeras vezes enquanto houver opressão e injustiça.

Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um direito!
Somos todos Eliana Silva!

Christian Coelho, Belo Horizonte

Filme “Marighella” está nos cinemas

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Líder comunista, vítima de prisões e tortura, parlamentar, autor do mundialmente traduzido “Manual do Guerrilheiro Urbano”, Carlos Marighella atuou nos principais acontecimentos políticos do Brasil entre os anos 1930 e 1969, e foi considerado o inimigo número 1 da ditadura militar brasileira. Mas quem foi esse homem, mulato baiano, poeta, sedutor, amante de samba, praia e futebol, cujo nome foi por décadas impublicável? O filme, dirigido por sua sobrinha, é uma construção histórica e afetiva desse homem que dedicou sua vida a pensar o Brasil e a transformá-lo através de sua ação.

O filme Marighella segue em cartaz nas seguintes cidades brasileiras:
  • São Paulo (Espaço Itaú Arteplex Frei Caneca)
  • Rio de Janeiro (Espaço Itaú de Cinema Botafogo e Ponto Cine)
  • Salvador (Espaço Unibanco Galuber Rocha e Sala de Arte da UFBA)
  • Brasília (Espaço Itaú de Cinema Brasília)
  • Juiz de Fora (Espaço Alameda de Cinema)

Famílias da Eliana Silva realizam nova ocupação

Famílias da Eliana Silva realizam nova ocupaçãoUma nova ação dá continuidade a luta das famílias da Ocupação Eliana Silva. Depois de realizar diversas manifestações, como ocupação da entrada da prefeitura, do plenário da Câmara Municipal, realização de Audiência Pública e aguardar por mais de três meses por uma solução por parte da prefeitura de Belo Horizonte que não aconteceu, as famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) promoveram uma nova ocupação numa área próxima a anterior, na região do Barreiro, próximo à Vila Santa Rita.

Mais de uma centena de apoiadores participaram da ação para prestar solidariedade, entre elas estiveram dezenas de lideranças sindicais e estudantis, padres, professores da UFMG, entre muitos ativistas dos movimentos sociais de BH. As candidatas à prefeitura de BH, Maria da Consolação (PSOL) e Vanessa Portugal (PSTU) também estiveram no local, além do candidato à vereador Gonzaguinha (PT), colocando suas campanhas à disposição do movimento.

A nova investida das famílias é uma consequência do descaso da Prefeitura e do Governo do Estado frente ao grave déficit habitacional em Minas Gerais, que chega a índices alarmantes, como já foram denunciados pelos movimentos sociais e órgãos de imprensa.

Determinadas a conquistar o direito humano universal de morar dignamente, as famílias da Ocupação Eliana Silva estão cercadas por um forte aparato policial desde as primeiras horas do dia. A resistência é grande. O destempero dos comandantes da PM é grande. Nessa manhã os advogados receberam voz de prisão, coordenadores do MLB foram ameaçados, mulheres xingadas e desrespeitadas.

Apesar de tudo isso, a coordenação do MLB e os líderes da ocupação continuam firmes e serenos. Por outro lado, os representantes da prefeitura não deram respostas e continuam calados diante dos problemas enfrentados por essas famílias.

Morar dignamente é um direito humano!

Somos todos Eliana Silva!

Redação Minas Gerais

Alí Primera, um artista a serviço do povo

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Nascia no dia 31 de outubro de 1942, na cidade de Coro, Estado de Falcón, na Venezuela, Ely Rafael Primera Rossell. Filho de Antonio Primera e Carmem Adela Rossell, devido à origem árabe de seus avós, logo foi apelidado carinhosamente de Alí. Assim nasceu Alí Primera, “A Voz do Povo Venezuelano”.

Filho de uma família pobre, Alí e seus dois irmãos ficaram órfãos de pai muito cedo; ele tinha apenas três anos quando seu pai foi morto em um tiroteio por ocasião de uma fuga de presidiários na cidade de Coro. Sua mãe, viúva e com três filhos, passando por muitas dificuldades financeiras, peregrina por várias cidades de península de Paraguaná. Para ajudar em casa, Alí já trabalhava como engraxate aos seis anos; teve vários empregos, e, na juventude, chegou a ser boxeador. Apesar das inúmeras dificuldades, sua mãe não permitia que os filhos ficassem sem estudar. Em 1960, sua família mudou-se mais uma vez, agora para a Capital, Caracas, onde ingressa no Liceu Caracas e conclui o ensino secundário.

Arte e Militância Política

Em 1964, inicia os estudos de Licenciatura em Química na Faculdade de Ciências da Universidade Central da Venezuela. É durante o período dos estudos universitários que Alí conhece suas duas paixões: a vida Política e a de Cantor de Músicas de Protestos. O cantor e compositor de círculos de amigos se inscreve no Festival de Canções de Protesto realizado pela Universidade de Los Andes, em 1967, apresentando em público suas primeiras composições, as músicas Humanidad e No Basta Rezar, projetando-se para a fama. Naquele momento, surgia o cantor de Músicas de protesto mais amado da Venezuela.

Em 1968, Alí ganha uma bolsa do Partido Comunista da Venezuela (PCV) para continuar os estudos em Tecnologia do Petróleo, na Romênia. Permanece na Europa de 1969 a 1973; para se sustentar, vira lavador de pratos e se apresenta eventualmente como cantor. Estava na Alemanha quando decide gravar seu primeiro disco (LP) intitulado “Gente de mi Tierra” – todo com canções de protesto, nas quais relata a vida sofrida do seu povo, as desigualdades sociais, a necessidade da luta e da resistência. Com a difusão do disco na sua terra natal, rapidamente sofre censura política nos meios de comunicação. Para evitar que suas canções estimulassem os novos cantores e movimentos, o Governo proíbe a circulação de canções de protesto no país.

O que os “donos” do poder não sabiam é que já era tarde; a música de Alí havia se difundido pelos bairros pobres, nas universidades, nas fábricas, entre as mulheres e os movimentos sociais. Nem o próprio Alí imaginava que havia tocado o coração de sua gente e que isso o transformaria no “Cantor do Povo”.

Ainda na Europa, casou-se na Suécia pela primeira vez com Taria Osenius; deste relacionamento, nasceram duas filhas: Maria Fernanda – a quem dedicou o tema “Los pies de mi niña”, e Maria Angela – para quem compôs a música “ La piel de me niña huela a caramelo”. Mesmo sem ter concluído o curso superior, decide voltar à sua terra amada em novembro de 1973 e dedicar-se inteiramente à música e à vida política. Ingressa na Juventude Comunista da Venezuela (JCV) e no Partido Comunista da Venezuela (PCV), participando ativamente de atividades e campanhas e foi membro fundador do Movimento al Socialismo (MAS).

Nesse período, conhece e se casa com a cantora Sol Musset, com quem teve quatro filhos: Sandino, Servando, Florentino e Juan Simón. Em 1977, do relacionamento com Noelia Pérez nasce Jorge Primera Pérez.

Novos projetos e morte prematura        

Alí participou de inúmeros festivais e eventos na Venezuela e por toda a América Latina. Entre suas canções mais famosas, estão: Paraguaná, Paraguanera; José Leonardo; Casas de Cartón, Cruz Salmerón Acosta; Reverón; Flora y Ceferino; Cancion Mansa para un Pueblo Bravo. Em 1984, inicia um novo projeto musical que combinava as músicas de protesto com novos ritmos e instrumentos nunca utilizados por ele antes.

Já havia gravado quatro músicas, quando, no dia 16 de fevereiro de 1985, sua vida termina num acidente de automóvel na rodovia Valle-Coche, que liga Caracas aos estados do Sul e do Oeste.

Da ditadura ao governo popular

Três anos depois de sua morte, houve uma grande revolta popular na Venezuela contra o arrocho de salários e a alta de preços do pão e outros produtos de primeira necessidade, culminando no Caracazo de 1989, desmascarando a social-democracia que governava sob a presidência de Carlos Andrés Pérez. Milhares de pessoas foram massacradas pelo Exército.

A Voz do Povo Vive!        

Em 1982, um grupo de oficiais de esquerda liderados pelo Coronel Hugo Chávez fundara o Movimento Revolucionário Bolivariano, clandestino, que, mais tarde, soube capitalizar a revolta e a frustração popular de 1989. O Movimento ampliou suas bases para os setores populares e tentou tomar o poder pelas armas em 1992. A tentativa fracassou, mas o Movimento se ampliou, conquistando a Presidência nas eleições de 1998. Desde então, Hugo Chávez se mantém como presidente.

Alí Primera não pôde participar fisicamente desse efervescente processo político, mas a sua voz sim. Ele é a voz do povo rebelde e revolucionário, que ouve e canta suas músicas, em casa, nas ruas, no trabalho e nas lutas.  Em 2005, o Governo de Hugo Chavez declarou a música de Alí como patrimônio nacional.  Sua imagem, seu exemplo e suas músicas estão espalhados por todo o país e inspiram velhos, jovens e as novas gerações de artistas populares, não apenas na Venezuela, mas em toda a América Latina.

Elizabeth Araújo e José Levino

O materialismo dialético e bóson de Higgs

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Físicos do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) detectaram, no dia 4 de julho, uma partícula subatômica que se comporta como o bóson de Higgs. Para entendermos o que tal descoberta – se confirmada – significa, precisamos, primeiramente, entender um pouco da concepção científica acerca da natureza que adotamos atualmente.

Espaço, tempo, matéria… tudo teve origem no Big Bang, uma explosão incomensuravelmente enorme que aconteceu há 13,7 bilhões de anos. O Universo era, então, extremamente quente e denso, mas apenas alguns momentos depois, quando começou a esfriar, as condições eram perfeitas para dar lugar aos blocos de construção da matéria – em particular, os quarks e os elétrons de que todos somos feitos.

Alguns milionésimos de segundos depois, os quarks se agregaram a fim de produzir prótons e neutrons, que, por sua vez, foram agrupados em núcleos após três minutos. Então, como o Universo continuou a se expandir e esfriar, as coisas começaram a acontecer mais lentamente. Levou 380.000 anos para que os elétrons estivessem presos em órbitas ao redor do núcleo, formando os primeiros átomos. Estes eram principalmente hélio e hidrogênio, que são os elementos mais abundantes no Universo. Após mais 1,6 milhão de anos, a gravidade começou a assumir o controle – por exemplo, nuvens de gás começaram a formar estrelas e galáxias. Desde então, os átomos mais pesados, como carbono, oxigêio e ferro, de que todos somos feitos, têm sido continuamente “cozinhados” no coração das estrelas, até que essas cheguem a um final espetacular, como uma supernova[1].

As teorias e descobertas de milhares de físicos ao longo do século passado resultaram em uma visão notável acerca da estrutura fundamental da matéria: tudo o que é encontrado no Universo origina-se de 12 blocos básicos de construção chamados de partículas fundamentais, regidos por quatro interações fundamentais. Nossa melhor compreensão de como essas 12 partículas e três das interações estão relacionadas umas com as outras é enquadrada no Modelo Padrão de partículas e interações. Desenvolvido na década de 1970, o Modelo Padrão se estabeleceu como uma teoria física bem testada, e conseguiu explicar uma série de resultados através de muitas experiências de diversos físicos.

O Big Bang

Também na década de 1970, os físicos perceberam que há laços muito estreitos entre duas das quatro interações fundamentais – a saber, a interação fraca e a interação eletromagnética. As duas interações podem ser descritas a partir da mesma teoria, que constitui a base do Modelo Padrão. Tal “unificação” implica que eletricidade, magnetismo, luz e alguns tipos de radioatividade sejam manifestações de uma única interação chamada interação eletrofraca. Mas, para que essa unificação  seja coerente matematicamente, é necessário que as partículas associadas a essas interações não tenham massa. Sabemos por experiências que isso não é verdade, daí os físicos Peter Higgs, Robert e François Englert Brout chegaram a uma solução para resolver este enigma. Eles sugeriram que todas as partículas não tinham massa imediatamente após o Big Bang. Como o Universo esfriou e a temperatura caiu abaixo de um valor crítico, um campo de força invisível chamado de “campo de Higgs” foi formado em conjunto com o associado “bóson de Higgs”. O campo prevalece em todo o Cosmos: qualquer partícula que interage com tal campo ganha massa através do bóson de Higgs. Quanto mais elas interagem, mais pesadas tornam-se, enquanto que as partículas que não interagem são deixadas absolutamente sem massa. Esta ideia forneceu uma solução satisfatória e ajustou-se bem com as teorias estabelecidas e fenômenos. O problema é que ninguém jamais observou o bóson de Higgs em um experimento, para confirmar a teoria.

Marx e Engels, no século 19, desenvolveram um método filosófico de interpretação do objeto estudado a partir da dialética de Hegel e do materialismo de Feuerbach. Esse método dialético converteu-se no método dialético de conhecimento da natureza, consistente em considerar os fenômenos da natureza como sujeitos condicionados perpetuamente a mudanças e o desenvolvimento da própria natureza como processo equivalente ao desenvolvimento das contradições existentes nela mesma. “Toda a natureza, desde suas partículas mais minúsculas até seus corpos mais gigantescos, desde o grão de areia até o Sol, desde o protozoário até o homem, se acha em estado perene de nascimento e morte, em fluxo constante, sujeita a incessantes mudanças e movimentos”[2]. A História da Ciência demonstra claramente que a maneira de entender a natureza não é estática. Logo, através da gênese e morte de fenômenos e teorias, percebemos que processos de desenvolvimento são progressivos, transitando do inferior ao superior.

O fato de tal partícula existir torna verídico o Modelo Padrão, uma vez que essa partícula seria a responsável pela massa no Universo. Porém, há partículas, como já dissemos, que não possuem massa, ou seja, há matéria que não possui massa[3]. Ora, como poderia uma partícula, que é responsável apenas por fornecer massa a outras partículas, ser responsável também por aquelas que não possuem massa? Tal argumento destrói qualquer tentativa de explicar, metafisicamente, a origem da matéria a partir do bóson de Higgs. Trata-se, pois, de uma constatação do materialismo. Da mesma forma, o fato de o bóson de Higgs não existir garante a mutabilidade do desenvolvimento do conhecimento da natureza, pois isso deixará o campo aberto para os físicos desenvolverem uma teoria completamente nova para explicar a origem da massa das partículas. Logo, caso o bóson de Higgs não seja encontrado, veremos de perto a dialética materialista, uma vez que os paradigmas seriam destroçados e a nossa compreensão da natureza teria que ser repensada.

Portanto, no que tange à descoberta (ou não) do bóson de Higgs, podemos afirmar, com certeza, que se trata da constatação de que o materialismo dialético é o método mais adequado para entendermos os princípios fundamentais da natureza, pois, como disse Lênin, “o mundo forma uma unidade por si mesmo e não foi criado por Deus nem por nenhum homem, mas foi, é e será eternamente um fogo que se acende e se apaga de acordo com as leis [da dialética]”[4].

Diogo Belloni,
estudante de astronomia na UFRJ e militante da UJR

¹ENGELS, F. Dialética da Natureza.

²Matéria é tudo que existe no Universo.

³LÊNIN, V. I. Cadernos Filosóficos.


[1]  Uma explosão de supernova é um evento cataclísmico de uma estrela quando ela para de gerar energia. Quando uma estrela vira supernova, uma quantidade considerável de matéria é jogada no espaço.

[3]  Matéria é tudo que existe no Universo.

[4]  LÊNIN, V. I. Cadernos Filosóficos.

O mundo em depressão

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O avanço da crise do capitalismo, que teve início em 2008, continua gerando fortes consequências para os trabalhadores de todo o mundo. Os cortes nos direitos sociais e as medidas de austeridade, somados ao aumento das taxas de desemprego e reduções salariais, vêm obrigando os trabalhadores a suportar condições de exploração cada vez maiores.

Reflexo direto deste retrocesso é o sofrimento e a falta de perspectiva que acometem a população dos países mais afetados pela crise, como prova o aumento do número de casos de depressão e suicídios. A venda de antidepressivos nunca esteve tão alta. Nos Estados Unidos, 27 milhões de pessoas fazem uso desse tipo de medicamento, enquanto no Brasil, no primeiro semestre de 2011, foram comercializados 34,6 milhões desses remédios – um aumento de quase 50% nos últimos quatro anos. Os números são ainda mais assustadores nos países da Europa, onde a crise se faz mais evidente. Só na Itália, desde o início deste ano, 80 pessoas tiraram suas vidas por efeito da situação econômica de seu país. Segundo o instituto de pesquisa Eures, o número de suicídios teve um alarmante crescimento a partir de 2008, provando que a incidência desses casos está diretamente ligada às condições sociais a que estão submetidos os trabalhadores de todo o mundo.

Vicky Harrison, 21 anos, Antonio Tamiozzo, 53 anos, Dimitris Christoulas, 77 anos, e centenas de outros homens e mulheres que, em meio ao desespero e falta de perspectiva impostos pelo sistema capitalista, puseram fim às suas vidas. São jovens, adultos e idosos esquecidos diariamente pelos governos, que preferem retirar do trabalhador seus direitos e conciliar com a classe burguesa. Às custas destes e de todos nós, enriquecem os grandes capitalistas, num ciclo que só terá fim quando a classe trabalhadora se unir para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária!

Jessica Tolentino, estudante de Relações Internacionais da PUC-MG e militante da UJR

Violeta foi para o céu

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O filme Violeta foi para o céu, do cineasta Andrés Wood, revela um olhar firme e comovente da artista chilena Violeta Parra e sua  vida atrelada à esperança e à luta por uma sociedade mais justa. A atriz chilena Francisca Gavilán, de forma magnífica, expressou o amor que Violeta dizia lhe mover a alma, o amor pela humanidade.

De família pobre, ela conseguiu com muito esforço estudar até o curso secundário. Sua sensibilidade e habilidade para a vida artística a levaram a trilhar vários campos. Poetisa, cantora, compositora, tecelã, artista plástica, uma mulher que expressava de diversas formas a vida sofrida e simples do seu povo.
Violeta era filha de uma índia com um professor que lecionava numa escola localizada em uma pequena aldeia chilena. Ainda menina contraiu varíola, que deixou marcas em seu rosto. Violeta cresceu entre as guitarras do pai. Apaixonada pelas canções populares que eram passadas às gerações de forma oral, colocou o pé na estrada na busca de registrar as músicas e os sons dos mais velhos. Suas primeiras canções e baladas só poderiam ser os lamentos e as esperanças de uma vida melhor para o povo de seu país. Mais adiante suas canções de protesto iriam explodir na América Latina. Uma delas, chamada La Carta, diz: “Na minha pátria não há justiça; os famintos pedem pão, a polícia lhes dá chumbo”.

Sua arte era seu instrumento de luta, a bandeira da dignidade de seu povo, que tremulava em sua voz e em suas pinturas com o orgulho e a dignidade de ser uma pessoa comum e popular.
Decidida a ampliar seus conhecimentos e divulgar sua arte, Violeta percorreu vários países. Na França,  onde permaneceu por mais tempo, começou a pintar quadros e a bordar painéis, recriando cenas dos povos andinos, suas cores e suas misérias, obras que expôs no museu do Louvre.
De volta ao Chile, em 1965, instalou uma tenda na região dos Andes, chamadaLa Reina, um centro de cultura popular, um palco permanente da cultura indígena onde divulgava suas canções e seus painéis.

“A criação é um pássaro que não voa em linha reta”, dizia, a levaram a voos dolorosos, em que retratava a dura realidade social de seu país. Suas músicas e pinturas expunham
suas raízes campesinas. Por ser uma pessoa forte, sensível e que abraçava e combatia os
problemas que o sistema capitalista empunha ao seu povo, Violeta, numa crise de depressão, deixou de voar. Sua voz calou porque sua dor, que identificava as dificuldades do povo e que ecoava nos lamentos de suas músicas, a paralisaram. Deixou de ser um pássaro que não voa em linha reta na busca da criação, para fincar suas raízes no solo de sua terra.

Andrés Wood, no filme Violeta foi para o céu, conseguiu mesclar a doçura, a sensibilidade, a personalidade forte, a guerreira e a apaixonada pelo simples e criativo na história que conta a vida de Violeta Parra. Um grande filme que merece ser visto por todos que querem conhecer mais sobre a autora de Gracias a la vida e uma das criadoras, ao lado de Victor Jara, da Nova Canção Chilena.

Denise Maia, Rio Janeiro

Projeto resgata história de mulheres assassinadas

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O Movimento de Mulheres Olga Benário do Ceará realizou projeto de resgate da história de dez mulheres torturadas, desaparecidas e assassinadas pela ditadura militar brasileira. O projeto foi realizado nas comunidades, em parceria com o Movimento de Luta, nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

A atividade levou ao povo a oportunidade de conhecer a vida e a luta de mulheres como: Jana Moroni Barroso (1948-1974, CE); Áurea Eliza Pereira (1950-1974, MG); Therezinha Viana de Assis (1941-1978, SE); Nilda Carvalho Cunha (1954-1971, BA); Alceri Maria Gomes da Silva (1943-1970, RS); Gastone Lúcia de Carvalho Beltrão (1950-1972, AL); Ísis Dias de Oliveira (1941-1972, SP); Lourdes Maria Wanderley Pontes (1943-1972, PE); Anatália de Souza Melo Alves (1945-1973, RN) e Miriam Lopes Verbena (1946-1972, PA).

A pesquisa foi levantada de acordo com as informações do livro Luta, substantivo feminino, uma publicação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal.

A recepção da população nos bairros foi de muita indignação e revolta por saber que mulheres foram brutalmente torturadas, estupradas e assassinadas simplesmente por defenderem um país democrático e justo. Como bem falou Anatilde do Nascimento, do Conjunto Habitacional Bárbara de Alencar, “foi muito bom para nós, donas de casa e trabalhadoras, conhecermos essas histórias tão tristes, mas de muita luta. Me sinto forte para lutar como elas por saúde, creches para as nossas crianças, trabalho e por um Brasil melhor para todos. Essas mulheres, sim, são as nossas verdadeiras heroínas! E não aquelas que a televisão mostra nas novelas!”.

Ao final do projeto, um ato político na Praça do Ferreira, no Centro de Fortaleza, foi realizado com o objetivo de mostrar à sociedade o espírito de dar continuidade à luta dessas mulheres, exigindo a imediata abertura dos arquivos da ditadura e a punição dos torturadores e assassinos das verdadeiras heroínas do povo brasileiro.

Paula Virgínia,
Movimento de Mulheres Olga Benário