Nos dias 16 e 17 de fevereiro, mais de 300 alunos de todos os cursos e turnos manifestaram-se na PUC Minas, Unidade São Gabriel, em Belo Horizonte, em um protesto contra o aumento de 9,8% nas mensalidades dos cursos de graduação. Este aumento é 50,76% superior ao aumento da inflação registrado no período, e foi imposto pela pró-reitoria financeira da instituição sem nenhum tipo de discussão com as entidades estudantis. Nem mesmo uma planilha de custos, que obrigatoriamente deve ser apresentada para justificar o aumento de mensalidade, foi apresentada. Nos últimos três anos, a mensalidade da PUC subiu 23,6%, enquanto a inflação oficial somou 16,72%.
Esse reajuste impossibilita que estudantes continuem a estudar. Por exemplo, a estudante do 9º período de psicologia Laila Resende, de 27 anos, que paga suas mensalidades vendendo roupas, diz que tem tido dificuldade em manter o compromisso. Por isso, para o período em curso, teve que abrir mão de três disciplinas. “Todo semestre a gente vive na corda bamba. A universidade encara a educação como um negócio”, afirma Laila.
Esse aumento veio como estopim de uma série de problemas apontados pela comunidade acadêmica da instituição, aos quais ainda se somam a falta de infraestrutura adequada para os estudantes, como salas de aula confortáveis, biblioteca defasada e com acervo reduzido em relação ao número de estudantes, falta de vagas no estacionamento, falta de uma assistência estudantil que contemple os interesses dos estudantes e não os da universidade, má remuneração dos professores e funcionários, o baixo valor pago nas bolsas de monitoria e extensão, falta de professores e um quadro de professores despreparados para a formação acadêmica dos estudantes.
Cansados dessa exploração por uma universidade que se diz “filantrópica” apenas para se isentar do pagamento de impostos e ter sua margem de lucro ainda maior, os estudantes decidiram em assembleia, na qual estiveram presentes mais de 500 estudantes, ocupar a reitoria da unidade em ato de protesto. Com palavras de ordem como “Eu pago, não deveria! Educação não é mercadoria!”, e muito espírito de luta e combatividade, os estudantes se colocaram contra essa administração que só visa ao lucro de seus mantenedores.
Outra crítica dos universitários é que as bolsas de monitoria, extensão e pesquisa não tiveram reajuste nos últimos seis anos. O valor nesse período permanece congelado em R$ 300, o que é claramente insuficiente para arcar com as despesas de transporte e alimentação. Aliás, outra antiga reivindicação dos estudantes é a implantação de um restaurante universitário, haja vista que as lanchonetes cobram valores altíssimos por uma alimentação de má qualidade.
Pressionado pelos estudantes, o pró-reitor da unidade, professor Miguel Alonso, recebeu um grupo de representantes. Mas o pró-reitor não deu garantias de nada e ainda tentou desarticular o movimento, demonstrando mais uma vez o seu compromisso com a lucratividade da instituição.
É necessário que a luta e a rebeldia não cessem nas universidades pagas brasileiras, onde a mercantilização da educação – direito fundamental de todo cidadão – atinge seus níveis mais exorbitantes!
Com o objetivo de debater a realidade da educação pública em Alagoas e preparar a categoria para a campanha salarial que se aproxima, o Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar do Estado de Alagoas (SAE-AL) realizou no dia 14 de fevereiro, no auditório do Sindipetro AL/SE, o seminário A Organização e a Luta dos Funcionários de Escola Diante do Desmonte da Educação Pública.
O seminário teve a presença de 50 trabalhadores que participaram ativamente da atividade, intervindo e apresentando propostas de luta para a categoria. A mesa foi composta por Emerson Silva, do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas (Sintufal), George de Souza, da Secretaria Estadual de Educação e Esporte, e Magno Francisco, presidente do Sindsuper.
Daniel Calisto, presidente do SAE-AL, abriu o seminário fazendo um histórico da luta dos funcionários de escola e da importância do apoio do Movimento Luta de Classes nesta construção.
George de Souza, representante da Secretaria de Educação, falou dos direitos dos funcionários de escola e da urgência de se resolverem os problemas apresentados pelos trabalhadores. Emerson Silva, diretor do Sintufal, parabenizou a categoria pela construção do sindicato e fez um relato da luta sindical enfrentada pelos trabalhadores das universidades contra a privatização, terceirização e congelamento de salários. Emerson destacou ainda que a realidade enfrentada pelos funcionários de escola da rede estadual é bastante similar a dos funcionários da universidades.
Manoel de Assis, presidente do Sindipetro AL/SE, fez uma saudação aos trabalhadores, destacando a boa participação da categoria no seminário, e se colocou solidário à luta dos funcionários de escola contra o governo de Alagoas.
Após o debate em plenário, foram aprovadas as propostas do Seminário, que indicaram a composição de uma comissão de trabalhadores para apoiar as negociações do sindicato, a luta contra a terceirização e a defesa do concurso público.
O descaso com a educação e a desvalorização do professor são problemas que não se restringem aos professores da rede pública de ensino. Diversas universidades particulares estão com a remuneração dos docentes atrasada, bem como desrespeitam vários direitos trabalhistas.
Exemplo disso é a Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo), que impôs um novo plano de carreira aos professores, conduzindo a uma grave redução salarial de até 60%. Além disso, há problemas, ainda, de atrasos no pagamento do FGTS e do décimo terceiro salário de 2010 e 2011.
Os professores se mobilizaram, reivindicando o pagamento dos atrasados, bem como se manifestando contra a redução dos salários. E, em represália, 16 professores que participavam das mobilizações e da organização sindical foram arbitrariamente demitidos. Ressalte-se que tais professores nem sequer chegaram a receber as verbas rescisórias.
Outras universidades também sofrem com problemas semelhantes. É o caso da UniSant’Anna, na qual os professores tiveram problemas com atrasos de salário desde novembro do ano passado, bem como com a segunda parcela do 13º e do FGTS atrasado. Também na UniSant’Anna ocorreram diversas demissões.
Na assembleia realizada a portas fechadas no câmpus da universidade, foi firmado acordo na qual a universidade se comprometia a efetuar os pagamentos atrasados até o dia 20 de fevereiro, e os recolhimentos do FGTS em até 30 dias, bem como se comprometia a não mais atrasar os pagamentos.
Contudo o acordo não foi cumprido, segundo o Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP): os pagamentos não foram efetuados.
Problemas como estes também estão ocorrendo na Universidade São Marcos e na Universidade Ibirapuera, em que os professores continuam sem receber salário desde novembro, assim como o 13°, e os valores do FGTS continuam sem ser recolhidos
Na Universidade Anhanguera o caso foi de demissãoem massa. Emtodo o Estado de São Paulo as demissões atingem 1.500 trabalhadores.
Assim, observa-se o caos total em que vive a educação em nosso país. Como sempre, quem sofre são os estudantes submetidos à péssima qualidade do ensino privado. Também os trabalhadores, que veem seus direitos, conquistados ao longo de tantos anos de luta, totalmente desrespeitados.
Este é um dos resultados da mercantilização da educação neste país: cada vez mais lucros para as empresas, educação de pior qualidade e precarização do trabalho dos professores.
O carnaval do Recife deste ano, como ocorre há 35 anos, começou com o Galo da Madrugada, no dia 18 de fevereiro, às nove da manhã. Às quatro da tarde, enquanto os trios elétricos ainda arrastavam uma multidão, cerca de 500 garis entravam em ação para recolher o lixo produzido por dois milhões de pessoas – ou seja, um gari para 4.000 pessoas.
Às cinco da manhã do domingo (19), haviam sido recolhidas 150 toneladas de lixo e entulhos. Além disso, às duas da madrugada (do sábado para domingo), a operação limpeza começou com a lavagem do local de desfile do Galo, do Recife Antigo, dos polos descentralizados e dos polos comunitários.
Cerca de 670 mil pessoas circularam diariamente pelo Bairro do Recife e polos descentralizados, enquanto 1.027 trabalhadores cuidavam da limpeza da cidade, ou seja, um gari para cada 651 foliões! Para assegurar a eficiência do bloco da limpeza urbana, nada de contratar mais funcionários. A solução encontrada foi utilizar 39 veículos leves e 14 motocicletas para fiscalizar os trabalhadores.
Números recordes em todos os segmentos: 710 mil visitantes (20 mil a mais que 2011); R$ 32 milhões de investimentos em patrocínios e recursos próprios; e 394 toneladas de lixo (duas toneladas a mais que no ano passado), além de 4,1 toneladas de resíduos recicláveis.
O incremento econômico na economia da cidade foi de R$ 595 milhões (superando em 15% o incremento econômico gerado pelo carnaval de 2011). O custo total para manter a cidade limpa durante o carnaval: R$ 650 mil.
Para os trabalhadores da limpeza urbana, o saldo da folia, somente no Galo da Madrugada, foi de 300 quilos de lixo removido por cada funcionário. A média de remoção de resíduos por trabalhador envolvido na Operação Carnaval foi de 387,64 quilos de lixo por agente de limpeza, entre o sábado e a Terça-Feira Gorda.
Em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade (segundo a Unesco), foram recolhidas aproximadamente 200 toneladas de lixo do Sábado de Zé Pereira até a terça-feira. A operação envolveu cerca de 360 agentes de limpeza urbana, ou seja, uma média de 556 quilos de lixo removido por cada funcionário nos dias de folia! Para completar, 90 homens cuidaram da higienização de 273 cabines sanitárias durante os quatro dias de carnaval.
Em quatro dias de carnaval, um turista hospedado no Recife gastou R$ 1.912, enquanto um agente de limpeza continua ganhando míseros R$ 639,12 por mês para deixar a cidade limpa, durante o ano todo.
A verdade é que pouco mais de mil homens e mulheres limparam as nossas cidades para milhares de foliões. Entretanto, eles não viram a cor do chamado “incremento econômico” gerado nos dias de carnaval e, do Reinado de Momo, muito menos as receitas destinadas aos investimentos nos dias de festa. Somente unidos para lutar por melhores salários, mais contratações e melhores condições de trabalho é que poderemos acabar com a superexploração dos trabalhadores que cuidam da limpeza das nossas cidades.
Com a participação de 80 militantes, o Partido Comunista Revolucionário realizou, nos dias 3, 4 e 5 de fevereiro, em Maceió, o 6º Ativo Sindical. A atividade teve como objetivo avaliar o crescimento do PCR e do Movimento Luta de Classes entre os trabalhadores, estudar o marxismo-leninismo e preparar o partido para o enfrentamento das consequências da crise econômica que o capitalismo espalha pelo mundo.
Na sexta-feira, dia 3, foi exibido o filme “A História do Movimento Sindical Brasileiro”, que permitiu a todos os presentes conhecer a origem e o desenvolvimento da luta sindical em nosso país, como a greve dos 300 mil que conquistou importantes leis trabalhistas.
Também no dia 3, o plenário foi dividido em grupos para o estudo do livro “Células de Empresa”. Todos os presentes destacaram a importância deste estudo, que permitiu identificar os passos necessários para fazer crescer o Partido e organizar os coletivos.
A noite da sexta-feira teve uma exibição de capoeira, que animou a todos os presentes e resgatou a memória de Zumbi dos Palmares e da luta do povo negro pela libertação.
No segundo dia do ativo, o camarada Luís Falcão, membro do Comitê Central do PCR e diretor do jornal A Verdade, apresentou um informe sobre a conjuntura nacional e internacional, destacando a incapacidade do capitalismo de acabar com as crises econômicas e a necessidade da construção mais acelerada das células comunistas nas fábricas e empresas, assim como a importância da atuação junto às mulheres trabalhadoras. “Para fazer uma Revolução, precisamos crescer e assumir a direção dos trabalhadores, pois a classe operária é a única classe verdadeiramente revolucionária e capaz de vencer os patrões”.
Ainda no dia 4, o Ativo recebeu a presença do camarada Edival Cajá, também integrante do Comitê Central do PCR, que falou sobre a atuação sindical do PCR durante a ditadura militar. O camarada Cajá destacou a atuação de Amaro Luís de Carvalho entre os camponeses, de Manoel Lisboa entre os operários, as dificuldades de atuar na clandestinidade e a abnegação dos militantes do PCR na construção do Partido na classe operária.
Após os informes, o plenário foi divido nos seguintes grupos: Serviços, Mulheres, Indústria e Serviço Público. O debate realizado nos grupos permitiu a troca de experiências das atividades desenvolvidas nos Estados e identificou o crescimento do nosso trabalho no movimento sindical.
A apresentação cultural desse dia ficou por conta do grupo de maracatu Afro-Caeté, que tocou belas canções, agitando todos os participantes do Ativo.
O dia 5, último dia do Ativo, foi dedicado aos informes do trabalho entre as mulheres, serviço público e registro sindical.Após os informes, os grupos voltaram a se reunir para estudar o documento da Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (CIPOML): “O Movimento Operário, nossas responsabilidades e tarefas”.
Na plenária final, foram votadas as propostas e resoluções que reafirmaram a necessidade da Revolução Socialista, diante da continuidade da crise do sistema econômico e político da burguesia, o capitalismo, que já deixou mais de 200 milhões de trabalhadores desempregados, um bilhão de pessoas passando fome e aumentou o número de pobres em todo o planeta, bem como o número de guerras.
As resoluções políticas do 6º Ativo Sindical do PCR ainda apresentaram o avanço das lutas dos trabalhadores no Brasil. Em 2011, realizaram-se mais de 600 greves em diversas categorias, numa demonstração da combatividade e da disposição de luta dos trabalhadores em nosso país.
Entre as tarefas principais, foi apontado o dever dos comunistas revolucionários de participar ativamente de cada greve, de cada passeata, levando o jornal A Verdade e a mensagem do PCR e do Movimento Luta de Classes (MLC). Porém, não basta organizar e apoiar as lutas sindicais. A libertação dos trabalhadores só irá ocorrer com o fim da propriedade privada dos meios de produção e com a criação da sociedade socialista. Por isso, uma de nossas tarefas é fazer crescer o PCR entre os trabalhadores, recrutando e organizando células e denunciando a exploração dos patrões e as injustiças do capitalismo.
Após a votação das propostas e resoluções, foi realizada uma avaliação da atividade, na qual se destacou, de forma unânime, a importância da realização do Ativo para ampliar o crescimento do PCR no movimento sindical e ganhar a classe trabalhadora para a Revolução. Ao final, foi entoado o Hino dos Trabalhadores, a “Internacional”, e o 6º Ativo do PCR terminou num clima de muita combatividade, disposição, camaradagem e fé na Revolução.
Em 2011, o volume total dessa dívida cresceu 10,7% e atingiu o impressionante valor de R$ 1,86 trilhão. Esse valor representa o endividamento da União, dos Estados e Municípios com credores nacionais e internacionais. 62,5% dessa dívida está nas mãos de bancos, de fundos de investimentos e pensão e de seguradoras nacionais e internacionais; os 37,5% restantes, nas mãos de milionários brasileiros e estrangeiros; ou seja, não existe nenhum pequeno comerciante ou trabalhador que empreste dinheiro ao governo.
Para ampliar os lucros desses especuladores, o governo utiliza altas taxas de juros. Hoje, o Brasil possui a maior do mundo, 10,5%. Resultado: todo ano são dezenas de bilhões de reais que escoam para os cofres dessas verdadeiras sanguessugas. Como se isso não fosse o bastante, agora em 2012 o governo afirmou que vai cortar algo em torno de R$ 55 bilhões do Orçamento, não vai dar aumento nenhum aos servidores públicos de quaisquer instâncias e vai arrochar ainda mais os investimentos. Entretanto, a proposta orçamentária de 2012 aumentou para 47% o total gasto com a dívida, estimando para este ano o pagamento de R$ 900 bilhões.
Por que, então, não suspender esses pagamentos? Ou realizar uma auditoria para saber o que realmente representa esse endividamento? Parar de pagar esses volumosos valores é quase uma “blasfêmia”. É o fim do mundo! Bom, então esperemos ficar como a Grécia, Portugal, a Espanha etc.
Segundo a economista Maria da Conceição Tavares, “a redução da taxa de juros representaria enormes cortes nessas despesas do governo, em vez de eliminar recursos de investimentos sociais”. Ou seja, se o governo quer gastar menos, como sempre afirma, comece pagando menos juros. Para se ter uma ideia, se o governo reduzir 3% da taxa de juros, economizará em um ano o valor de R$ 300 bilhões, ou seja, com isso teria como manter o atual orçamento da Educação por quase três anos. Por outro lado, é imprescindível auditar essa dívida.
A CPI da Dívida Pública, de 2010, encontrou diversas ilegalidades e ilegitimidades no que diz respeito a esse endividamento. Desde o período militar, centenas de contratos de risco, renegociações, títulos imobiliários de Estados e Municípios, bem como outras ações referentes a essa dívida, foram realizados de forma ilegal e, portanto, necessitam de investigação o mais urgente possível. Essa mesma CPI, porém, nem sequer indicou a auditoria. O máximo que fez foi denunciar ao Ministério Público tais irregularidades. Por que esse medo de pesquisar a verdadeira causa desse endividamento?
Saber o que realmente acontece nessa “caixa preta” chamada dívida pública implicaria necessariamente vinculá-la aos altos lucros dos bancos privados, que, em 2011, anunciaram mais recordes de rentabilidade. Vejamos os números: Itaú – R$ 14,1 bilhões; Bradesco – R$ 11,02 bilhões; Santander – R$ 3,5 bilhões. Sem falar da relação promíscua dessas instituições com o governo, das falcatruas e negociatas para assaltar o bolso do povo brasileiro.
Ao mesmo tempo, são milhares de elos que ligam essas falcatruas ao grande capital estrangeiro. Décadas de dominação do imperialismo norte-americano e europeu seriam questionadas. Por isso, os relatórios do Fundo Monetário Internacional (órgão criado após a II Guerra Mundial para impor a hegemonia norte-americana) são muito claros no que diz respeito ao cumprimento desses “contratos” de endividamento. Provas não faltam. Os gregos estão pagando caro por anos sob a batuta desse organismo aliado do Banco Central Europeu e Banco Mundial.
Portanto, na época em que vivemos, não faltam indicações de que o Estado só serve mesmo ao capital financeiro. Vários países da Europa, que vinham assegurando conquistas históricas dos trabalhadores, mantendo o chamado “Estado de bem-estar social”, hoje são joguetes do FMI. Aqui no Brasil, embora tenhamos algumas conquistas sociais e ampliação de programas de proteção aos mais necessitados, nada disso se compara à riqueza repassada a esses megabilionários. Nada supera o fato de milhões de trabalhadores terem de se sustentar com um salário mínimo mensal enquanto apenas uma pessoa enriquece bilhões à custa do roubo dos nossos impostos.
“Justiça neste país é pra rico, não pra pobre”, afirmou o advogado Antônio Donizete Ferreira, que defende as famílias (1,5 mil) despejadas do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP). Com o desabafo (Leia A Verdade, nº 136), o causídico apenas repetiu uma frase que ouvimos desde criança de nossos pais (e mães), avós, tios e tias e que traduz uma constatação da realidade nua e crua da sociedade capitalista em que vivemos e da árdua luta que se trava no dia a dia em todos os aspectos da vida do povo. A realidade desmente o que entufados professores tentam passar para os estudantes, de que o direito é uma ciência e como tal é neutra.
Na origem, o direito nasceu com a propriedade privada das terras e dos frutos do trabalho, com a escravização dos despossuídos, e nenhuma eficácia teria sem um apare-lho repressor que lhe garantisse a aplicação. O escravo aceitaria o jugo, caso não fosse submetido aos mais cruéis castigos, inclusive à morte, ao menor sinal de desobediência? O camponês deixaria suas crianças minguarem famintas, olhando as viçosas plantações do fazendeiro ao lado se o “sagrado direito de propriedade” não garantisse ao juiz o envio de agentes policiais para lhe prender a fim de cumprir pena por roubo e invasão da propriedade alheia? É dizer, sem a espada que carrega na mão direita, a balança que conduz na mão esquerda nenhum poder conferiria à deusa Themis.
Que Direito?
No caso Pinheirinho, as instituições “democráticas” do Estado burguês e seus meios de comunicação, observem, condenam o excesso, a truculência policial, jamais o ato em si da desocupação, embasado num mandado judicial, pois “sentença de juiz se cumpre, não se discute”, não é esta a máxima? Que importância tem se a sentença prejudica 8 mil pessoas e favorece apenas uma, o pretenso “proprietário” Naji Nahas? Irrelevante, se ele é um especulador condenado ou indiciado por vários crimes, a exemplo da quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (1989) e da evasão de divisas e lavagem de dinheiro (2008). Interessa que foi condenado a 24 anos de prisão em primeira instância, mas recorreu e foi gozar férias no exterior enquanto a instância superior revogava a sentença? Mas, que jurista é você? Foi aprovado no Exame da Ordem, mas não sabe que cada caso é um caso e o que não existe nos autos do processo que ele examina, é como se não tivesse existência no mundo?
Desse modo, a excelentíssima Márcia Loureiro, juíza da Sexta Vara Cível da Comarca de S. J. Campos não tinha que apreciar nada do que foi citado no parágrafo anterior ao expedir o Mandado de Reintegração “que respaldou uma das ações mais desastrosas da Polícia Militar paulista, com flagrantes claros de desrespeito aos direitos humanos” (Carta Capital, nº 684).
Então, aceitemos o desafio, abstraindo o passado criminoso de Naji Nahas, e analisemos o caso concreto, embora sem acesso aos autos. A juíza fundamenta sua sentença no direito de propriedade que fora ultrajado pelos “invasores”. Este direito é, de fato, assegurado pela Constituição Federal (1988) no art. 5º, inciso XXII: “É garantido o direito de propriedade”, mas condicionado logo a seguir, no inciso XXIII: “A propriedade atenderá a sua função social” e no inciso XXIV: “A Lei estabelecerá procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por inte-resse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição”.
No caso, o próprio direito de propriedade é questionável, e sobre isto certamente há documentação no processo, pois é evidente a existência de grilagem. Ocorre que os proprietários, a família Kubitzky, assassinada em 1969, não deixou herdeiros. O terreno deveria ter sido transferido para o Estado, mas na omissão deste, passou para a grilagem, uma prática recorrente na região: “Bairros inteiros surgiram de terrenos grilados, legalizados com registros fraudulentos em cartório, crime difícil de ser comprovado, pois os registros foram adulterados há muitos anos”, explicou o advogado Antônio Donizete a Carta Capital (edição citada). Um desses “criadores de bairros inteiros” é Benedito Bento Filho, o Comendador Bentinho, que vendeu o terreno ao megaespeculador Nahas em 1985. Foi dado em garantia, em 1989, aos credores da Massa Falida da Selecta Comércio e Indústria S.A., de propriedade de Nahas. Ocupado pelas famílias sem teto em 2004, foi objeto, em 2005, de uma ação fiscal da prefeitura de S.J. dos Campos, para execução de IPTU em atraso.
A alegação de que o Juízo estaria garantindo o direito de credores da Massa Falida não procede porque há documentação comprobatória de que este direito havia sido satisfeito desde 2007 e ainda sobraram 3 milhões de reais depositados em conta à disposição do Juízo. Por outro lado, a prefeitura poderia ter desapropriado o terreno por interesse social sem custo indenizatório, haja vista o IPTU devido, mas não o fez.
Sem dúvida, os governos do Estado de São Paulo e do Município de São José dos Campos têm responsabilidade na forma com que o despejo foi realizado, mas o objetivo deste artigo é analisar a atuação do Judiciário.
A juíza Márcia Loureiro esqueceu também outro direito constitucional que protege as famílias expulsas como animais e que perderam, além das casas, seus pertences soterrados no amontoado de escombros: o direito a moradia digna está inserido no capítulo II da CF/88 – Dos Direitos Sociais, art. 6º, no mesmo nível dos direitos a educação, saúde, alimentação, trabalho, previdência social, etc.
A juíza comemorou o êxito da reintegração de posse concedida por ela. Na verdade, não feriu apenas 1.500 famílias, mas atingiu em cheio a Lei Maior, como vimos. Ocorreu, assim “o assassinato judiciário, o verdadeiro pecado mortal do Direito. O depositário e defensor da Lei tornou-se o assassino dela. É um médico que envenenou um doente”1
Assassinar o Direito é o que tem feito de modo permanente o Judiciário brasileiro. Venda de sentenças, anulação da condenação de poderosos por instâncias superiores, cerco ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por investigar movimentações financeiras de magistrados. Lenta, lerda, injusta. Levantamento do Banco Mundial colocar o Brasil na 100ª posição entre 180 nações analisadas.
O CNJ, criado para ser um órgão de controle externo tornou-se órgão interno, submetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), sem poder de fiscalizar os membros desta Corte. Mesmo assim, tem investigado os judiciários estaduais, encontrando “venda de sentenças, improbidade administrativa, nepotismo, corrupção, etc.”. Eliana Calmon, Corregedora Nacional de Justiça e ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), lamentou a existência de “bandidos vestidos de toga”, na sua expressão. Foi chamada de autoritária, leviana e alvo de uma interpelação arquivada pela Procuradoria-Geral da República. O juiz Fausto de Sanctis condenou o banqueiro Daniel Dantas a 10 anos de prisão por suborno e outras irregularidades, mas viu sua decisão ser revogada pelo STJ e foi submetido a ataques diversos. Exemplos não faltam. A pena máxima aplicada a um juiz por corrupção ou outros desvios de conduta é apenas a aposentadoria compulsória. Prêmio ou castigo?
Sem Luta, Não Há Direito
Por isso, o Judiciário não tem credibilidade no meio do povo, que vê processos simples se arrastarem por 5, 10, 15 anos, sem uma conclusão. “Para o pobre, só a Justiça de Deus”, acreditam as pessoas. Mas essa visão fatalista precisa ser superada, pois leva à acomodação e só interessa às classes dominantes. E não tem fundamentação histórica, pois o direito tem passado por muitas transformações. No Brasil, mesmo, o trabalho escravo era previsto em lei, que foi derrubada por muita luta. É esta que garante o cumprimento da lei e a conquista de novos direitos. “É uma concepção verdadeiramente romântica, que se assenta sobre uma falsa idealização, admitir que o direito se forma sem dor, sem custo, sem ação, como a erva dos campos; a dura realidade ensina porém o contrário. …. Todas as grandes conquistas que a história do direito registra – abolição da escravatura, da servidão, da liberdade pessoal, das crenças, etc. foram alcançadas à custa de lutas ardentes, na maior parte das vezes continuada através dos séculos, por vezes são torrentes de sangue…A ideia do direito será eternamente um movimento progressivo de transformação”2.
É isto. Sem luta não há direito, que não bastar estar expresso em lei. E as lutas parciais, localizadas, são importantes mas não suficientes. É preciso que Pinheirinho seja sentido como problema geral do povo brasileiro, carente dos direitos sociais constitucionais: moradia, saúde, educação, previdência, etc. e que o povo, consciente, organizado e mobilizado, garanta seus direitos.
Analisamos a estrutura do Poder Judiciário. É claro que nem todos os juízes padecem de visão parcial, nem cometem os desvios apurados pelo CNJ e pelas Corregedorias de Justiça. Muitos compreendem a função social do Direito e não são meros “operadores”. Alguns estão se organizando na Associação de Juízes para a Democracia. ´
É de importância fundamental a atitude desses magistrados. Mas a mudança estrutural e definitiva do Poder Judiciário como de todo o Estado, só acontecerá com instâncias legislativas, executivas e judiciárias assentadas no Poder efetivo do povo.
1 Rudolf Von Ihering, A Luta pelo Direito, Martim Claret,2009, São Paulo). 2 Rudolf Von Ihering,obra citada.
O artigo 6º da Constituição brasileira afirma que são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à infância, a assistência aos desamparados. Para que o Estado possa conseguir todos esses direitos tem que investir o dinheiro arrecadado com os impostos cobrados aos trabalhadores (quem sonega imposto são os patrões). E não é possível se ter serviços públicos de qualidade, gratuito e para todos, sem remunerar e treinar o corpo de funcionários para que eles possam prestar bons serviços. Não é o que acontece com o governo Dilma Roussef, que ano passado cortou 50 bilhões de reais em investimentos, congelou os salários dos servidores públicos e destinou 45% do Orçamento da União para o pagamento da dívida pública.
Esse receituário é o mesmo que está sendo aplicado pelos governos capitalista da Europa, como forma de sair da maior crise que o sistema já viveu. Em países como a Grécia, Grã-Bretanha, França, Itália, Espanha e EUA se praticam os cortes em investimentos públicos, demissões em massa, restrição a direitos adquiridos, reformas na previdência de servidores públicos, tudo isso tido como sacrifícios necessários para controlar a crise do capital. Jornais como o The Economist e o New York Times publicaram artigos mostrando o esforço de forças de direita de culparem os servidores pela atual crise. No Brasil, a imprensa da burguesia não se cansa de fazer campanha pelas privatizações e contra os aumentos salariais dos servidores.
O governo Dilma, desde o fim do ano passado, vem mandando recado aos servidores federais: 2012 será mais um ano de arrocho salarial. Diante das inúmeras greves de 2011 a presidenta afirmou que “não é hora de nenhuma categoria fazer greve”. Também o Ministro da Fazenda, em entrevista a jornais de grande circulação afirmou que “o perigo está aqui dentro”, se referindo ao aumento dos servidores que eram uma ameaça ao equilíbrio das contas públicas. Essas provocações têm indignado os diversos setores do serviço público.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, Viktor Onokpo, segundo treinador do famoso time de futebol CSKA, de Moscou, falou sobre a atual situação do futebol russo e afirmou que o comunismo era melhor para a educação e o esporte.
Quando perguntado sobre a nova fisionomia dos clubes russos, Viktor, que tem 13 jogadores estrangeiros em seu elenco, não hesitou: “O sistema comunista era melhor para a educação e o esporte. Os colégios, as escolas esportivas e as infraestruturas estavam muito bem. Depois, quando caiu a URSS, só se pensava em dinheiro.”
Falando com nostalgia sobre uma estrutura esportiva e uma metodologia que desapareceram com a queda da URSS, Onopko a compara com a atual situação: “Antes havia só um país e agora são 15. Caiu tudo: as escolas, os treinadores… Os técnicos na URSS eram bons profissionais. Agora não há mais bons técnicos e nem boas instalações para as crianças. Só os grandes clubes e as grandes cidades tem isso, mas não é suficiente.”
Seguindo sua comparação do futebol na URSS com o da atual Rússia capitalista, Viktor não tem dúvidas: “Agora há menos bons jogadores russos porque as escolas não funcionam bem. A seleção russa não tem competência. Há uma base de 25 jogadores que vem variando nos últimos oito ou dez anos.”
Viktor Onokpo iniciou sua carreira no Shaktar Donetsk, da Ucrânia, em 1988. Passou pelo Spartak de Moscou (time de origem operária criado na década de 1920 na URSS) de 1992 a 1995, indo depois para a Espanha, jogando no Real Oviedo de 1995 a 2002 e no Rayo Vallecano, de 2002 a 2003. Depois voltou para a Rússia, jogando no Alania Vladikavkaz em 2003 e encerrou sua carreira no Saturn Moscow Oblast, em 2005. Como treinador está desde 2009 no CSKA, de Moscou.
Em uma afirmação reveladora de como era diferente a expectativa de um jogador em início de carreira na União Soviética, na qual o futebol não era apenas mais uma mercadoria como vem se transformando cada vez mais no capitalismo, Viktor diz: “Quando comecei eu nem pensava que com o futebol se pudesse ganhar dinheiro ou que acabaria jogando em outro país.”
No início do ano foi alardeado por toda a imprensa mundial os esforços da União Europeia em “salvar” a economia grega, e depois de uma série de negociações, o que assistimos é a mais completa perda da autonomia da Grécia.
Ao todo, foram liberados 130 bilhões de euros, mas esse dinheiro não foi destinado a geração de empregos, ou para a melhoria dos serviços públicos, e sim, para salvar os grandes bancos das potências europeias que detêm o controle da dívida pública grega.
Essa crise provocada pelos próprios capitalistas recai com todo o peso sobre o povo grego, e dessa forma, aumentam os problemas sociais, com uma escalada do desemprego e a falta de esperança e perspectiva de dias melhores no país.
No dia 28 de fevereiro, novas medidas de “austeridade” foram tomadas pelo parlamento, atacando frontalmente os salários dos trabalhadores a ponto de cortar o salário mínimo no país em 22%, ficando em apenas 585 euros. Para os trabalhadores com até 25 anos, faixa etária em que a taxa de desemprego é de 50%, o corte será de 32%, restando como salário 510 euros após um mês de trabalho.
Por sua vez, os servidores públicos ficarão sem aumento salarial até que a taxa de desemprego chegue a marca de 10%. Diante da profunda crise que o capitalismo apresenta, as perspectivas são exatamente o contrário, de aumentar o número de desempregados, que já é de 21%.
De acordo com levantamento da AFP, entre 2010 e 2011, o salário médio do trabalhador grego caiu 14,3%, o que mostra que as medidas já adotadas nos últimos anos em nada resolveram os efeitos da crise, e que para a União Européia e os grandes capitalistas, a crise deve ser paga pelos trabalhadores.
Que os ricos paguem pela crise
Os trabalhadores da Grécia demonstraram nos últimos anos muita combatividade e união para lutar por seus direitos. Foram inúmeras greves gerais, enfrentamentos com a polícia e parando as ruas de Atenas e das principais cidades do país deram provas do pode da classe operária.
A resposta para essas medidas será dada nas ruas, e o movimento operário grego será capaz de protagonizar novas lutas para por fim a essa exploração que o imperialismo europeu aplica com os países mesmo integrantes da zona do euro. Que os ricos paguem pela crise, pois não foram os trabalhadores que levaram a economia a essa situação lastimável.
Só com uma Grécia livre da ingerência da União Européia e voltada para resolver os problemas do povo é que teremos uma saída que represente efetivas melhorias na vida e na economia do país. É preciso romper com a dependência da economia europeia e apostar na soberania, nacionalização das riquezas e socialização dos meios de produção, para que dessa forma os trabalhadores possam, de fato, ser livres e resolver os problemas de sua pátria.
O ranking comparou 135 países, medindo as diferenças entre mulheres e homens em áreas como educação, saúde, economia e possiblidade de acesso a cargos políticos.
De acordo com a lista, Cuba subiu 4 posições em relação à pesquisa de 2010, ocupando agora a 20ª posição e superando todos os países da América Latina e do Caribe, tendo uma alta porcentagem de mulheres tanto no parlamento como nos setores técnicos.
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Segundo o WEF, apesar de mais de 80% dos países terem melhorado alguns de seus indicadores em matéria de igualdade de gênero, no restante a situação tem piorado. O Brasil ocupa a 82ª posição no ranking.
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