O que é um quadro? Devemos dizer que um quadro é um indivíduo que alcança o suficiente desenvolvimento político para poder interpretar as grandes diretrizes emanadas do poder central, torná-las suas e transmiti-las como orientação à massa, percebendo, além disso, as manifestações dessa massa com aos seus desejos e motivações. É um indivíduo de disciplina ideológica e administrativa que conhece e pratica o centralismo democrático e sabe avaliar as contradições existentes no método para aproveitar ao máximo suas múltiplas facetas; que sabe praticar, na produção, o princípio da discussão coletiva e responsabilidade única; cuja finalidade está provada e cujo valor físico e moral se desenvolveram no compasso de seu desenvolvimento ideológico, de tal maneira que está sempre disposto a enfrentar qualquer debate e responder até com sua vida pela boa marcha da Revolução. É, além disso, um indivíduo com capacidade de análise própria, o que lhe permite tomar decisões necessárias e praticar a iniciativa criadora de modo que não se choque com a disciplina.
O quadro, pois, é um criador, um dirigente de alta estatura, um técnico de bom nível político, que pode, raciocinando dialeticamente, levar adiante seu setor de produção ou desenvolver a massa desde o seu posto político de direção.
Este exemplar humano, aparentemente rodeado de virtudes difíceis de alcançar, está, no entanto, presente no povo de Cuba, e nós o encontramos todo dia. O essencial é aproveitar todas as oportunidades que há para desenvolvê-lo ao máximo, para educá-lo, para tirar de cada personalidade o maior proveito e convertê-la no valor mais útil possível à nação.
Consegue-se o desenvolvimento de um quadro na labuta diária. Mas deve-se empreender a tarefa, além disso, de um modo sistemático, em escolas especiais, onde professores competentes sejam exemplos para os alunos, favorecendo a mais rápida ascensão ideológica.
Num regime que inicia a construção do socialismo, não se pode supor um quadro que não tenha um alto desenvolvimento político, mas por desenvolvimento político não se deve entender só o aprendizado da teoria marxista; deve-se também exigir a responsabilidade do indivíduo pelos seus atos, a disciplina que restringe qualquer debilidade transitória e que não esteja em conflito com uma alta dose de iniciativa, a preocupação constante com todos os problemas da Revolução. Para desenvolvê-lo é necessário começar por estabelecer o princípio seletivo na massa, é ali onde é necessário buscar as personalidades nascentes provadas no sacrifício ou que começam agora a mostrar suas inquietudes, e levá-las a escolas especiais, ou, na falta delas, para cargos de maior responsabilidade que as ponham à prova no trabalho prático.
Assim fomos encontrando uma multidão de novos quadros, que se desenvolveram nestes anos; mas seu desenvolvimento não foi uniforme, posto que os jovens companheiros se viram frente à realidade da criação revolucionária sem uma adequada orientação de partido. Alguns triunfaram plenamente, mas há muitos que não puderam fazê-lo completamente e ficaram na metade do caminho, ou simplesmente se perderam no labirinto burocrático ou nas tentações que dá o poder.
Para assegurar o triunfo e a consolidação total da Revolução, necessitamos desenvolver quadros de diferentes tipos; o quadro político, que seja a base de nossas organizações de massa, e que as oriente através do Partido Unido da Revolução Socialista* (já se está começando a estabelecer as bases com as escolas nacionais e provinciais de Instrução Revolucionária e com os estudos e círculos de estudo de todos os níveis); também necessita-se de quadros militares para os quais se pode utilizar a seleção que a guerra fez de nossos jovens combatentes, já que ficou com vida uma boa quantidade, sem grandes conhecimentos teóricos, mas provados no fogo, provados nas condições mais duras da luta e de uma fidelidade a toda a prova com o regime revolucionário, a cujo nascimento e desenvolvimento estão intimamente ligados desde as primeiras guerrilhas da Sierra. Devemos promover também quadros econômicos que se dediquem especificamente às tarefas difíceis da planificação e às tarefas da organização do Estado Socialista nestes momentos de criação.
É necessário trabalhar com profissionais, estimulando os jovens a seguir algumas das carreiras técnicas mais importantes para tentar dar à ciência o tom de entusiasmo ideológico que garanta um desenvolvimento acelerado. E é imperativo criar a equipe administrativa que saiba aproveitar e harmonizar os conhecimentos técnicos específicos com os demais e orientar as empresas e outras organizações do Estado para integrá-las ao forte ritmo da Revolução. Para todos eles, o denominador comum é a clareza política. Esta não consiste no apoio incondicional aos postulados da Revolução, mas sim num apoio racional, numa grande capacidade de sacrifícios e numa grande capacidade dialética de análise, que permite fazer contínuas contribuições, em todos os níveis, à rica teoria e à prática da Revolução. Estes companheiros devem ser selecionados na massa, aplicando-se o princípio único de que o melhor sobressaia e que ao melhor sejam dadas as maiores oportunidades de desenvolvimento.
Em todos estes lugares, a função do quadro, apesar de ocupar frentes distintas, é a mesma. O quadro é a peça mestra do motor ideológico que é o Partido Unido da Revolução. É o que poderíamos chamar de parafuso dinâmico deste motor: parafuso enquanto peça funcional que assegura seu correto funcionamento, dinâmico enquanto não é um simples transmissor para cima ou para baixo de lemas e demandas, mas um criador que ajudará o desenvolvimento das massas e a informação dos dirigentes, servindo de ponto de contato com aqueles. Tem uma importante missão de vigilância para que não se liquide o grande espírito da Revolução, para que esta não durma, não diminua seu ritmo. É um lugar sensível; transmite o que vem da massa e lhe infunde o que orienta o Partido.
Desenvolver os quadros é, pois, uma tarefa inadiável no momento. O desenvolvimento dos quadros tem sido tomado com grande empenho pelo governo revolucionário; com seus programas de bolsa de acordo com princípios seletivos, com os programas de estudo para os operários, dando diferentes oportunidades de desenvolvimento tecnológico, com o desenvolvimento das escolas secundárias e as universidades abrindo novas carreiras, com o desenvolvimento, enfim, do estudo, do trabalho e da vigilância revolucionária como lemas de toda a nossa pátria, baseados fundamentalmente na União de Jovens Comunistas, de onde devem sair os quadros de todo tipo e ainda os quadros dirigentes da Revolução no futuro.
Comandante Ernesto Guevara de La Serna
Cuba Socialista, setembro de 1962
* O primeiro esforço das organizações revolucionárias cubanas pela constituição de um partido marxista-leninista unificado foi a criação das Organizações Revolucionárias Integradas (ORI), agrupando num único organismo político o Movimento 26 de Julho, o Partido Socialista Popular e o Diretório Estudantil Revolucionário. Depois se passou à formação do Partido Unido da Revolução Socialista, que posteriormente deu origem ao Partido Comunista de Cuba.
Apesar de alguns revisionistas seguirem afirmando que a China é um país socialista, os fatos insistem em demonstrar que a economia chinesa, em que pese ainda ter um grande número de empresas e bancos estatais, é, de fato, uma economia capitalista e seus governantes adotam cada vez mais políticas de exclusão dos pobres, o que é uma característica dos governos capitalistas.
Mas enquanto a miséria cresce na China e torna-se impossível escondê-la, a riqueza do povo chinês vai para o exterior ou para mãos privadas. O jornal New York Times revelou em outubro que os familiares do primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, que terminará o mandato em novembro, têm uma fortuna de US$ 2,7 bilhões. Segundo o jornal, os nomes de parentes de Wen Jiabao aparecem em vários documentos de empresas oficialmente chefiadas por amigos, colegas de trabalho ou parceiros de negócios. Entre os investimentos da família de Wen estão um condomínio em Pequim, uma fábrica de pneus, a empreiteira que construiu o Estádio Ninho de Pássaro para a Olimpíada de 2008 e a Ping An Seguros, gigante mundial na área de serviços financeiros. Os familiares do premiê têm ainda participações em bancos, teles, projetos de infraestrutura e resorts para turistas e offshores abertas em paraísos fiscais. O jornal revela ainda que as empresas dos parentes de Wen tiveram apoio financeiro de estatais como a China Mobile, uma das maiores teles do país. Aliás, grupos privados receberem apoio do estado para impulsionar seus negócios ou para evitar uma falência é também uma prática bastante comum no capitalismo. Como se vê, a família de Wen Jiabao cumpriu à risca o pensamento do líder Deng: “ser rico é glorioso”.
A obra Dicionário de Sabedoria dos Piauienses representou um marco dentro da literatura do Piauí, pois colocou sob uma nova ótica a maneira de ser vista a primeira poligrafia de autores piauienses. As palavras, por si só, possuem uma grande capacidade de transformação quando colocadas de maneira sincronizadas dentro de concepções inovadoras e, neste caso, estas mesmas (as ideias) foram aplicadas brilhantemente na obra acima citada.
Já se passou mais de um século desde que médicos como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas denunciaram que determinadas doenças estavam diretamente ligadas ao subdesenvolvimento social.
Cansadas de esperar pelos programas do Governo que prometem moradia, cerca de 120 famílias organizadas pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) ocuparam, no dia 21 de outubro, um terreno da Prefeitura de Teresina, localizado na Zona Sudeste da Capital piauiense. O local estava abandonado há anos, servindo apenas para favorecer a especulação imobiliária.
Num clima de otimismo e fé, mais de 200 barracos de alvenaria já foram construídos na Ocupação Eliana Silva, em Belo Horizonte. “Nossa meta é transformar a ocupação em um bairro e vamos provar que isso é possível, tendo ligação oficial da luz, da água, rede de esgoto, iniciar o projeto da área de lazer e queremos construir o centro ecumênico,” disse Poliana Souza, 25 anos, mãe de uma filha, militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e membro da coordenação da ocupação.
O Movimento Estudantil dá mais um passo à frente em Pernambuco após a eleição realizada nos dias 25 e 26 de outubro para o Diretório Central dos Estudantes da Universidade Católica de Pernambuco (DCE-UNICAP).
Com a participação de 100 estudantes, ocorreu no dia 20 de outubro, na Universidade Federal do ABC, em Santo André, São Paulo, o 2º Congresso da Associação Regional dos Estudantes Secundaristas do ABC. O congresso começou com uma homenagem ao revolucionário Che Guevara, assassinado em 7 de outubro de 1967 pela CIA e o exército boliviano.
Odijas Carvalho de Souza (1945-1971), estudante de agronomia da UFRPE e líder estudantil, foi barbaramente assassinado pela ditadura militar por lutar pela liberdade, pela democracia e por um país mais justo. Odijas teve seus direitos políticos, civis e estudantis cassados pelo Decreto-Lei nº 477, pelo qual a UFRPE foi uma das universidades mais atingidas. Foi preso no dia 30 de janeiro de 1971 e levado para o Dops/PE, embora em seu prontuário não conste sequer um depoimento.