UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 27 de agosto de 2025
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Trabalhadores se mobilizam contra exploração e exigem fim da escala 6×1

Mobilização busca diminuir jornada de trabalho para menos de 6 dias na semana (conhecida como escala 6×1), sem diminuição do salário. Classe trabalhadora está a 44 anos sem diminuição jornada de trabalho.

Redação


TRABALHADORES – Nos últimos tem se ampliado a agitação na sociedade em defesa de uma emenda na Constituição para diminuir a jornada de trabalho. Hoje, a classe trabalhadora é submetida a uma jornada de 44 horas semanais, ou 6 dias de trabalho para um de folga.

Essa jornada foi conquistada 44 anos atrás, durante a redemocratização, quando foi consagrado essa jornada na Constituição Federal, após mais de 40 anos de greves, revoltas e mobilizações da classe trabalhadora brasileira. Desde então, a classe dos milionários e bilionários, donos das empresas que exploram os trabalhadores, se recusam a reduzir a jornada.

O fato é que quase um século depois, essa jornada não dá conta mais das necessidades da classe trabalhadora. Hoje, milhões de pessoas perdem de 3 a 4 horas do seu dia em transporte público da casa para o trabalho, ficam 8 horas dentro de seus empregos e tem menos de 8 horas para ter qualquer tipo descanso. No caso das mulheres é ainda pior, pois estão submetidas à jornada dupla ou tripla imposta pelos cuidados de casa e da família.

Esse cenário ampliou uma piora drástica na saúde mental dos trabalhadores. Hoje, o nosso país ocupa o 2º lugar mundial em casos de Síndrome de Burnout, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Essa síndrome é causada pelo extremo estresse no ambiente de trabalho e leva a cansaço, insônia, falta de concentração e outros problemas.

Luta contra a escravidão assalariada

Essa situação tem gerado revolta em setores cada vez mais amplos da classe trabalhadora.

Diante dos lucros bilionários das redes de farmácia, supermercados e outros setores da economia, os trabalhadores se veem num cenário de cada vez mais adoecimento e um salário de fome. Essa contradição ganhou força nos últimos dias com a ampliação da agitação do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) nas redes digitais e ruas das grandes cidades.

O movimento conseguiu garantir a eleição do vereador Rick Azevedo no Rio de Janeiro e desde então vem tentando fazer tramitar no Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição para diminuir a jornada de trabalho e acabar com a escala 6×1. A PEC foi encampada pela deputada federal Erica Hilton (PSOL-SP) e ainda se encontra na fase de coletas de assinatura para tramitar.

A mobilização tem encontrado forte reação dos deputados fascistas que, como sempre fazem, defendem os interesses dos empresários ricos e milionários e são contra qualquer direito para o povo. O que os fascistas querem e manter a escravidão assalariada em nosso país.

Segundo Felipe Silva, militante do Movimento Luta de Classes e diretor do Sindicato dos Vigilantes do RJ, “desde o início da campanha pelo fim da escala 6×1, houve o apoio de alguns sindicatos, principalmente o Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, um dos principais a combater historicamente a jornada de trabalho excessiva, e dezenas de sindicalistas envolvidos, como eu, que fiz parte da coordenação nacional do VAT e atuo no Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de janeiro. Mas é preciso mais. É necessário um envolvimento em massa das centrais sindicais.”

Luta histórica dos trabalhadores contra a jornada exploratória

A luta desencadeada pelo Movimento VAT recupera a luta iniciada por centrais sindicais e movimentos de trabalhadores ainda em 2003. No entanto, a luta por uma jornada de trabalho menor com o mesmo salário está posta em nosso país desde o fim da escravidão.

Já em 1890, as lideranças operárias que lutaram contra a escravidão se colocavam na luta pela redução da jornada de trabalho (confira a história da luta dos trabalhadores pela jornada de 8 horas no documentário do jornal A Verdade sobre o Primeiro de Maio no Brasil, disponível neste link). Antes da jornada de 8 horas diárias de trabalho virar lei, em 1932, muitas categorias já haviam conquistado esse direito com greves e revoltas.

A luta dos trabalhadores contra a exploração e por salários dignos marcou todas as paginas da história do capitalismo em nosso país. Agora, a revolta da classe trabalhadora se apresenta novamente na conjuntura nacional.

Manifestações estão sendo convocadas em todo país para o próximo dia 15 de novembro. A ideia é pressionar os deputados federais a votarem e aprovarem a PEC. Só com a pressão dos trabalhadores nas redes e na rua será possível garantir a vitória dos trabalhadores, já que a maioria dos parlamentares só pensam nos interesses dos ricos e poderosos.

Confira a agenda de manifestações também pelas páginas do Movimento Luta de Classes neste link.

Habitação, anti-imigração e os heróis de outras terras

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Cinquenta anos após a Revolução dos Cravos, Portugal vê o avanço do fascismo e o aprofundamento das desigualdades sociais.

Marcelo Gaspar | Portugal


LUTA POPULAR – Duas manifestações tomaram as ruas de Portugal no final de setembro. A primeira ocorreu em todo o país com um grito de clamor por um direito fundamental, a habitação. A segunda, aconteceu somente na capital, Lisboa, e trouxe a voz do ódio e preconceito da extrema-direita europeia numa manifestação anti-imigração.

Cinquenta anos depois do fim das guerras contra as ex-colônias africanas que culminou na Revolução dos cravos e o fim da ditadura de Salazar, Portugal encara um retrocesso civilizatório com quase um terço do seu parlamento ocupado pela extrema-direita. Nas redes, a direita culpa os estrangeiros pelas falhas e problemas que o país já sofre por tempos e que pioraram com o descaso e a austeridade que a social-democracia – tanto a esquerda quanto a direita – aplicou nas últimas décadas.

No sábado, 28 de setembro, diversos movimentos sociais como Porta a Porta, Casa para Viver junto da Unidade Popular tomaram as ruas das principais cidades portuguesas reivindicando melhores condições de moradia. Esse direito, afeta transversalmente toda a sociedade, independente de idade ou nacionalidade.

A liberdade, tão aclamada pelos liberais, só se vale ao mercado, que pode especular, despejar e praticar qualquer valor de aluguel, independente se 70% dos trabalhadores em Portugal recebem menos de mil euros por mês. Chegando ao absurdo de 17m², serem alugados a quase 700€ em Lisboa. Os governos, tanto do partido socialista (PS) quanto o partido social democrata (PSD) falharam miseravelmente em resolver os problemas quando não, contribuindo ainda mais para precarizar a situação e ajudar a especulação e os aumentos dos aluguéis.

A principal falha é a falta de limites aos valores aplicados, sejam na venda das casas como nas rendas. A desculpa é sempre a mesma, o Estado não deve intervir no mercado. Contudo, com a criação dos vistos Gold, que agora levam o nome de investimento solidário, que é basicamente uma venda conjunta de casas, acima de 350 mil euros, com o visto de residência e os subsídios e incentivos aos nômades digitais, aqueles que recebem mais de cinco mil euros, o Estado não só intervém, como privilegia as classes mais ricas, que vendem e alugam suas casas em preços exorbitantes para estrangeiros escandinavos, chineses, ingleses, magnatas do petróleo, big-techs e até famosos como a Madonna.

Já a medida para ajudar o trabalhador, é um subsídio para rendas “acessíveis”, entretanto, sem os limites de valor por m², o que acontece é que as rendas voltam a subir, adequando-se ao subsídio. Ou seja, nada muda, só o senhorio que lucra. Além disso, todo esse cenário cria situações absurdas como, por exemplo, dez pessoas – geralmente imigrantes da Índia e Bangladesh – dividindo espaços de 50m², pagando 250€ cada, dormindo no chão. Sem contar os idosos, portugueses, despejados com poucos meses de aviso prévio das casas que viveram praticamente a vida toda para que o senhorio pudesse atualizar contratos feitos antes de 1990, que ainda são protegidos por lei.

A disputa de narrativas e a história decolonial

A situação da habitação reflete a política neoliberal fascista do bom e do mal imigrante, que é materializada na manifestação xenófoba anti-imigração de domingo, 29 de setembro, organizada pelo partido de extrema-direita Chega. Inclusive, proposta inicialmente para ocorrer no dia 21 de setembro, mesmo dia da 1° Marcha do Centenário d Cabral. – Não o Cabral que invadiu o Brasil, mas Amílcar Cabral, grande revolucionário marxista-leninista. – E não foi coincidência a escolha desse dia. O partido Chega e o 1143, grupo neonazista cujo líder é o assassino condenado Mario Machado, são aliados e defensores da ditadura Salazaristas.

Ambos veem em Amílcar Cabral, guineense fundador do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), um rival a ser desmoralizado, pois é um herói para aqueles considerados cidadãos de segunda classe. O movimento negro em Portugal cresce e faz aquilo que os povos originários e quilombolas buscam fazer no Brasil, revitalizar a história apagada.

A revolução dos cravos, movimento que libertou Portugal da ditadura mais longa da Europa (1926-1975), utiliza-se do slogan de uma revolução que não precisou disparar um tiro. Fato que faz parte da narrativa mitológica portuguesa, pois, além dos poucos tiros que foram dados em muros naquele dia, muitos outros foram disparados ao longo de anos para reprimir as lutas de libertação nacional das ex-colônias africanas.

Os capitães portugueses só se revoltaram contra seus generais porque já não queriam morrer em África, pois sabiam que os africanos estavam dispostos a morrer pela sua independência. Amílcar Cabral, por exemplo, foi assassinado por agentes portugueses em 1973, um ano antes da independência de sua terra natal. Esse sim, um grande herói de abril.

O “bom” e o “mal” imigrante

Reflexo mais recente dessa disputa, é o espantalho do imigrante violento criado pela extrema-direita internacional, André Ventura e seus seguidores utilizam das ferramentas e táticas já conhecidas para propagar fake News e criam um estereótipo das minorias que lhe incomodam mais. No caso, ciganos, árabes e imigrantes do subcontinente indiano. Brasileiros, junto com os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) e o Timor-leste, são colocados na categoria de “bom imigrante”, já que falamos a mesma língua e, em alguns casos, podemos votar. – O que não nos isenta do racismo e xenofobia.

Um ponto importante a ser levantado, é que uma parcela desses “bons” imigrantes votam na extrema direita, como vimos numa das entrevistadas na manifestação anti-imigração, a advogada brasileira, que logo a frente de outra pessoa que segurava a toalha de Bolsonaro, explicou que a manifestação não era contra imigrantes, mas pela segurança. Essa tentativa de colar imigração com violência já foi exaustivamente provada como mentira, a verdade é ao contrário.

Cidades como Odemira, que possuem quase metade dos habitantes imigrantes, tem o índice de crime por habitante menor que Lisboa. Na cidade do Porto de 2009 a 2019, de acordo com os dados da Direção-Geral da Política da Justiça e Estimativas da população Residente do INE o número de estrangeiros que ali residiam passou de 8809 para 14.558, quase o dobro, já os crimes, desceram de 17.383 para 15.422 registrados.

Mesmo com esses números, o pânico moral instalado fez com que a violência contra imigrante, essa sim, aumentasse. No porto, encapuzados armados com bastões e tacos de baseball agrediram cerca de 15 trabalhadores imigrantes (de Bangladesh, Venezuela, Argélia e Brasil), tanto nas ruas quanto nas suas casas. Argelinos tiveram a sua casa invadida e alguns chegaram a se jogar pela janela para não serem espancados e esfaqueados.

Dois outros tristes exemplos, são dos brasileiros, Kadu e Carlos, ambos foram obrigados a seguir o dizer xenófobo “Volta para tua Terra”, e voltaram, mas em caixões. As notícias pouco falaram sobre eles, pois não contribuía para a imagem do imigrante violento. Kadu, 21 anos, morreu no fim do verão, protegendo duas portuguesas de sofrerem assédio no restaurante em que ele trabalhava. Ele morreu esfaqueado enquanto esperava um Uber para voltar para casa.

Carlos Eduardo, 28 anos, morreu nas queimadas que costumam dominar Portugal nessa época, hoje agravada pelas mudanças climáticas. Carlos, morreu protegendo o equipamento da empresa em que trabalhava a pedido do seu patrão e não recebeu nenhuma medalha dos liberais defensores da propriedade privada. Ambos jovens imigrantes negros que foram ao contrário do lugar que a sociedade lhes reserva e pagaram com suas vidas, que não serão esquecidas.

A extrema-direita veem se apoderando de Portugal enquanto a classe média portuguesa, alienada e contaminada pela desinformação, enxerga nos imigrantes um “problema” a ser resolvido, seja pelo espantalho da violência ou o clássico “estão roubando nossos empregos” ou pela falta e aumento de preço de casas. Enquanto isso, os imigrantes é que estão combatendo os fascistas. É revoltante ver que trabalhadores além de viverem na precariedade de contratos numa escala 6×1, tenham que lutar por casa, direito e contra a extrema-direita em um país que nem os considera cidadãos.

Ninguém diz que é fácil fazer frente ao fascismo e descontruir espantalhos, nós sabemos como é ser invadido, ter uma religião, uma língua e uma cultura enfiada goela abaixo por meio de violência e estupro. Mas sabemos também que temos todas as ferramentas para fazer e vencer essa luta por moradia, por segurança e por reconhecimento. Para cada despejo, serão mil ocupações. Para cada gota de sangue imigrante no chão, mil punhos surgiram. Como dizem nossos irmãos “Nu sta djuntu nu sta fort!” (Estamos juntos, estamos fortes. Em tradução literal do crioulo haitiano)

Movimento Correnteza reafirma compromisso com a luta e vence eleições do DCE da UFRJ

Vitória foi reconhecimento dos estudantes das lutas e vitórias recentes conquistadas pelas últimas gestões do DCE da UFRJ, o mais antigo do país.

Andrei Rodrigues | Rio de Janeiro


JUVENTUDE – Entre os dias 5 e 7 de novembro, ocorreram as eleições para o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ. Nesse exercício fundamental de aprofundamento da democracia e dos debates políticos da entidade, o Movimento Correnteza, junto a dezenas de Centros Acadêmicos, Atléticas, coletivos e demais iniciativas universitárias, reafirmou o seu compromisso com o movimento estudantil ao inscrever a maior e mais representativa chapa de todas no processo eleitoral.

Com uma campanha intensa, que mobilizou mais de mil estudantes em toda universidade,  e incluiu uma brigada que vendeu mais de 270 Jornais A Verdade, a Chapa 1 – UFRJ NÃO SE RENDE à vitória nas eleições do DCE com 62% dos votos válidos (4163 votos). A Chapa 1 reivindicou o legado de lutas e conquistas que a histórica entidade de Mário Prata vem construindo nos últimos anos e teve o objetivo principal de demarcar uma posição ideológica no debate político sobre o atual papel do movimento estudantil na UFRJ.

Nesse sentido, frente a uma conjuntura de enfrentamento com o fascismo na sociedade, de sucateamento da educação e de ofensivas entreguistas por parte da própria reitoria da universidade, os militantes da Chapa 1 demonstraram que as falsas soluções privatistas da reitoria e de parte do movimento estudantil não são suficientes para o DCE.

Enquanto setores do Movimento Estudantil se aliaram a uma reitoria que defende políticas entreguistas para solucionar a asfixia orçamentária em troca de benefícios mínimos (como a concessão de parte do campus da Praia Vermelha para a iniciativa privada e a entrega dos hospitais universitários para a EBSERH), o Movimento Correnteza provou que é possível ousar mais e que não precisamos nos contentar com o mínimo oferecido por governos e reitorias.

Foi a luta do movimento estudantil, a partir de greves, ocupações, assembleias, atos e demais mobilizações amplificadas pela força do DCE Mário Prata, que garantiu que os estudantes questionassem o sucateamento da educação, o esquema injusto da Dívida Pública, as falsas soluções entreguistas e conquistassem, então, vitórias essenciais para a universidade, como a abertura e construção de novos bandejões, o orçamento do PAC para reformas, o café da manhã nos bandejões, uma nova resolução de assistência estudantil, entre muitas outras).

Sobre a conquista que obteve o Movimento Correnteza nessa luta eleitoral, Thais Rachel Zacharia, diretora da UNE e estudante da UFRJ disse que “o Correnteza UFRJ fez história nessas eleições! É a primeira vez, em mais de 20 anos, que apenas um movimento organizado, junto com centenas de independentes, estará a frente da gestão de um dos maiores DCEs do Brasil. Isso só é possível com o apoio dos milhares de estudantes que confiaram e votaram nesse projeto e das centenas de estudantes que organizam seus Centros e Diretórios Acadêmicos. O trabalho da UFRJ é referência para o Movimento Correnteza a nível nacional e seguiremos aprofundado nosso trabalho de base que nos fortalece para essa construção geral e, inclusive, é indispensável para a disputa da UNE que viveremos no ano que vem!”

PEC 164/2012 ameaça direito ao aborto no Brasil

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A ser votada na terça (12/11) pela CCJ da Câmara, a PEC 164/2012 traz risco de grande retrocesso nos direitos das mulheres. Ao definir que a vida tem início na fecundação do óvulo, o projeto proposto por Eduardo Cunha pode criminalizar até os procedimento de aborto já previstos em lei

Larissa Mayumi e Luiza Camargo | Movimento de Mulheres Olga Benário


Nesta terça-feira (12/11), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados vai pôr em votação a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 164/2012, que pode promover um enorme retrocesso no direito ao aborto no Brasil, acabando com todas as formas de aborto legal atualmente previstas em lei.

A PEC visa alterar o 5º artigo da Constituição Federal, que diz: “ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

A manobra de alteração propõe que a “inviolabilidade da vida” presente no texto constitucional seja considerada desde o momento que o óvulo é fecundado. Desta forma, mesmo o aborto sendo legalizado desde 1940, nos casos de gestação fruto de estupro, risco à vida da gestante e feto anencéfalo, realizar o procedimento do aborto poderia passar a ser considerado crime. O Movimento de Mulheres Olga Benário convoca a população a se mobilizar contra a aprovação dessa proposta reacionária e anti-direitos.

Uma década de mobilização pelo aborto legal

A PEC 164/2012 foi apresentada pela primeira vez em 2012 pelo ex-deputado federal Eduardo Cunha, responsável por conduzir na Câmara o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e que teve seu mandato cassado em 2016 devido a seu envolvimento em casos de corrupção.

Além disso, em 2013, Cunha também foi responsável pelo Projeto de Lei 5069, que na prática ampliava a repressão a mulheres que precisam abortar, propondo punições mais severas para aquelas que tomassem medicamentos abortivos e tornando obrigatória a comprovação de abuso sexual para acessar o aborto legal. Os absurdos do projeto foram denunciados pelos movimentos de mulheres à época, uma vez que o exame de corpo de delito é invasivo e muitas vítimas não se sentem à vontade para realizá-lo após agressão sexual.

O PL 5069/2013 chegou a aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara em outubro de 2015. Contudo, a aprovação levou milhões de mulheres às ruas sob a palavra de ordem “Fora Cunha”. Vitoriosas as manifestações, o projeto não foi para frente.

Desde então, inúmeros fascistas têm tentado atacar este direito fundamental para salvar a vida de mulheres, crianças e pessoas que gestam. O aborto legal permite que vítimas de estupro (no Brasil, mais de 60% delas são crianças de até 14 anos) tenham sua saúde preservada e não sejam torturadas pela continuidade de uma gestação fruto de uma violência extremamente traumática, como o estupro.

Proposto neste ano, o PL 1904/2024, mais conhecido como PL do Estupro, também tinha por objetivo criminalizar os abortos realizados após as 22 semanas de gestação, prejudicando principalmente as crianças, que demoram mais tempo para identificar uma gravidez e acessar o direito ao aborto. Outros ataques, como as tentativas de instituir o “Dia do Nascituro”, fechar serviços de abortamento legal, perseguir médicas que realizam o procedimento do aborto ou investigar fichas médicas sigilosas são algumas das ofensivas que tem acontecido contra esse direito das mulheres.

Luta das mulheres pode derrotar a PEC

Agora, a PEC 164/2012 que será votada amanhã pela CCJ da Câmara foi apelidada por movimentos reacionários e conservadores de “PEC da vida”. No entanto, estes que se dizem “a favor da vida” não defendem a vida das 84 mil vítimas de estupro anuais no país, nem daquelas que podem morrer caso sigam com uma gestação de risco e nem das que realizam aborto inseguro, uma das principais causas de morte maternas no Brasil. Muito menos, das mais de 25 mil crianças que todo ano seguem com uma gravidez que coloca suas vidas em risco, sendo a maioria delas negras.

Apesar dos ataques, as mulheres já mostraram que tem disposição de defender o aborto legal e lutar pela descriminalização e legalização do aborto, uma vez que derrotaram Cunha em 2015 em grandes manifestações pelo Brasil todo e barraram a votação do PL do Estupro neste ano. A PEC 164/2012, que deveria ser chamada de PEC do Estupro e não de PEC da Vida, também será derrotada com grandes manifestações de rua!

Comunidade Souza Ramos enfrenta tentativa de despejo da Prefeitura de São Paulo

Onde hoje vivem 200 famílias da comunidade Souza Ramos, o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes quer construir dois túneis sem licitação. Com apoio do MLB, moradores resistem contra o despejo irregular e em defesa de seus direitos

Felipe Gomes | São Paulo (SP)


Nas últimas semanas, os moradores da comunidade Souza Ramos, na Zona Sul de São Paulo, vêm enfrentando uma dura luta contra um projeto higienista tocado pela prefeitura de Ricardo Nunes (MDB). Trata-se da construção de dois túneis na rua Sena Madureira, próxima da comunidade, conectando a rua à avenida Ricardo Jafet. Essas obras fazem parte de um projeto que foi esboçado ainda em 2011 mas que, por ter sido julgado ilegal naquela época, havia ficado apenas no papel. Recentemente, a obra foi reiniciada sem licitação, e está previsto que os túneis passem por uma área que é reconhecida como Zona Especial de Proteção Ambiental (ZEPAM).

Iniciadas no dia 16 de outubro, as obras na região vêm tornando insustentável a vida dos moradores da pequena comunidade, que já existe na região há 70 anos. O barulho ensurdecedor do maquinário pesado veio do dia para a noite, acompanhado das infiltrações de água e lama e das rachaduras que têm tomado conta dos imóveis.

Desde então, as famílias relatam que não dormem, devido à poeira, ao barulho e ao medo de que suas casas venham a desabar. “Tem pessoas doentes no local por conta dessa obra maldita. Isso não pode continuar”, denuncia Dona Mara, moradora da comunidade.

Cotidiano de sofrimento

Para além das péssimas condições de vida impostas pela obra da prefeitura, os moradores da comunidade Souza Ramos estão sofrendo ameaça de despejo. De uma hora para outra, 200 famílias correm o risco de terem suas casas destruídas, indo parar na rua. A prefeitura conduz o processo sem ouvir o que os moradores têm a dizer. Ao jornal A Verdade, eles fazem suas denúncias.

“Eu abri a minha janela e vi uma movimentação das minhas vizinhas conversando. Eu corri lá e fui conversar com elas. Elas falaram ‘estão arrancando as árvores, dizem que vão arrancar as nossas garagens’. Eu fiquei desesperada. Chamei minha outra filha e fomos correndo para a rua de trás, que dá para ver melhor o terreno”, conta Ana Beatriz, moradora do Souza Ramos.

Ela revela que os funcionários da Prefeitura mentiram quando perguntados sobre o porquê do corte das árvores, respondendo que estavam “apenas fazendo uma limpeza no terreno”. “No mesmo dia eles já começaram a cortar as árvores grandes. Tem árvores aí de 60 anos, e eu moro aqui há 29 anos. Meus filhos todos eu criei aqui, tudo nosso é aqui. Eles simplesmente chegaram cortando tudo e dizendo que nós vamos ter que sair daqui do nada”, ela questiona.

Por sua vez, a moradora Alexsandra fala do risco de dano à sua moradia: “Eles começaram a fazer escavações. Aqui atrás da minha casa se formou um grande barranco, porque anteriormente essa terra era segurada pelas raízes das árvores. Com a retirada dessas árvores, está na iminência muito grande de ter o deslizamento de terra. Fora o buraco que eles estão fazendo muito próximo à minha casa. E com a chuva a gente não consegue dormir direito, preocupados com o que pode acontecer.”

O mesmo cenário de tensão aparece no depoimento de outra moradora, Dona Madalena, ao jornal A Verdade: “O psicológico da gente não aguenta, porque você não dorme, não consegue dormir. Essa noite mesmo, eu acordei com os nervos todos tremendo. Sabe quando você acorda e o assunto que vem é aquele? Meu deus, o que será que vai ser da gente? Tudo o que eu consegui nos 35 anos que eu moro em São Paulo está aqui. E de uma hora para a outra aparece alguém com uma obra na frente da sua casa, querendo derrubar tudo, tomar a única coisa que você tem que é a moradia. É um absurdo.”

Apesar de todo o transtorno que está causando,  a prefeitura de São Paulo segue sem abrir diálogo real com a comunidade, prometendo apenas um auxílio aluguel de R$400,00 ou um apartamento em outra região da cidade. Dona Mara rebate: “A gente não quer sair do nosso lugar. A gente não quer dinheiro. A gente quer ficar, é um direito nosso.”

Destruição ambiental e corrupção

Como se não bastasse a catástrofe que seria o deslocamento forçado de mais de 200 famílias de uma comunidade que existe há 70 anos, as obras da prefeitura apresentam uma série de irregularidades que resultarão em um verdadeiro desastre ambiental. O projeto prevê o corte de mais de 172 árvores – sendo 78 nativas e, algumas delas, centenárias – e o desaparecimento de mais de 94 espécies exóticas da área de proteção ambiental.

Na área das construções passa também o Córrego Embuaçu, córrego que já foi reconhecido pela prefeitura como “importante recurso hídrico da região”. Carolina Ramos, representante do movimento “Salvem a Sena Madureira” relatou em entrevista para o jornal A Verdade: “Eles estão tamponando a nascente, isso é crime ambiental.”

Como se não fosse o bastante, o histórico da obra do túnel da Sena Madureira não cheira nada bem. Em 2018, Dario Queiroz Galvão Filho, presidente da empresa Galvão Engenharia, declarou ter pago a Gilberto Kassab 1 milhão de reais em propina para que sua empresa ganhasse a licitação da obra e o contrato. Kassab, que nega a acusação, era prefeito da cidade de São Paulo em 2011, ano em que a obra foi contratada. Apesar desse fato, a gestão Ricardo Nunes tomou a questionada decisão de retomar as obras do túnel com a Galvão Engenharia.

Segundo a Prefeitura, entregar o trabalho à mesma empreiteira de antes sai mais barato do que realizar uma nova licitação. O que faltou justificar foi o valor atualizado da obra: R$540 milhões, valor 140% superior ao original, que continua exposto no canteiro de obras.

“Progresso” ou higienismo?

Os protestos contra a construção do túnel vêm ganhando espaço na mídia e a atenção dos moradores da região e do restante da cidade. Denúncias e mais denúncias têm sido feitas escancarando os crimes ambientais que estão sendo cometidos pela gestão fascista de Ricardo Nunes.

No entanto, um aspecto essencial não pode ser deixado de lado na luta contra a construção do túnel: o projeto higienista que está sendo tocado pela prefeitura de São Paulo se trata, na verdade, de uma tentativa de limpeza social. O que esse governo dos ricos deseja fazer é retirar forçosamente a população pobre da região. Pessoas que lá moram, trabalham e estudam há décadas, e que fazem parte da história do bairro tanto quanto qualquer outro morador e que zelam e preservam a fauna e flora da Rua Sena Madureira desde o estabelecimento da comunidade.

Algumas perguntas que precisam ser feitas para que se chegue ao centro da questão são: quem ganha quando o povo perde sua casa? Quem ganha quando a cidade de São Paulo perde uma área de preservação? O que estamos observando é, mais uma vez, o movimento do grande capital, que pouco se importa com a história que cada família construiu na comunidade ou com o impacto que a remoção de cada árvore pode causar. Tudo é mercadoria: o espaço, as árvores, as casas e, no limite, as famílias vitimadas também. E toda mercadoria, na visão do grande capital, é feita para ser vendida.

As obras do túnel da Rua Sena Madureira têm como objetivo final forçar a saída dos trabalhadores da comunidade Souza Ramos do bairro da Vila Mariana, fazendo o preço dos terrenos da região subirem. Com isso, quem ganha mais uma vez é a especulação imobiliária, suas grandes empreiteiras e seus grandes bancos.

É possível vencer

Nas últimas semanas, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)  se fez presente na comunidade Souza Ramos, prestando solidariedade aos moradores, e se propondo a ajudá-los a organizar sua luta pela permanência, respeito e dignidade das famílias. A mensagem do MLB para os moradores é clara: impor uma derrota ao grande capital nesse embate não é apenas necessário, mas plenamente possível. Em sua história de lutas, a classe trabalhadora do mundo inteiro já deu provas e mais provas de que, com organização, é possível vencer.

No último domingo (10/11), um ato foi realizado na entrada da rua Sena Madureira denunciando o absurdo que a prefeitura de Ricardo Nunes está fazendo. Muitas forças se somaram na manifestação. É preciso continuar a mobilização permanente em defesa das famílias da comunidade Souza Ramos e do meio ambiente. Souza Ramos fica!

Periferia de Brasília organiza ocupação por moradia em imóvel abandonado

Em sua primeira ocupação em Brasília, o MLB reúne mais de 80 famílias de periferias para reivindicar o direito à moradia e denunciar a crise habitacional que assola o país.

Redação DF


LUTA POPULAR – Neste mês de novembro, o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) promoveu sua primeira ocupação em Brasília com mais de 80 famílias das periferias para garantir moradia para trabalhadores e trabalhadoras que não têm, além de atenção para a grave crise de habitação que nosso país passa. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022 revelam que cerca de 7,8 milhões de pessoas estão sem moradia. Em contraste, há 18 milhões de imóveis vazios no Brasil, segundo a mesma fonte.

O prédio ocupado fica na SIG Quadra 6, lote 2190 e estava abandonado há mais de sete anos. “O MLB é um movimento que atua há 25 anos em todas as regiões do país, organizando o povo pobre contra a fome e por moradia. A Ocupação Expedito Xavier é formada por famílias de Sol Nascente, Ceilândia, Arapoangas e de outras periferias que há anos vivem sem teto morando de favor ou escravos da especulação imobiliária. A Ocupação é uma ação pela sobrevivência contra a fome e por um teto” afirma a coordenadora do MLB, Elica Aguiar.    

A história do Brasil demonstra que as ocupações representam a principal forma de pressão e conquista de moradia para o povo pobre, que vivem esquecidos nas periferias de norte a sul do país. A ocupação educa o povo para a necessidade da luta organizada e desenvolve o espírito de trabalho coletivo. A Política Habitacional dos Governos destina a maior parcela de investimentos para faixas de renda que não atendem aos mais necessitados. Se perpetuando esta contradição perversa: com inúmeras famílias sem teto enquanto milhões de imóveis permanecem vazios.

Se parte desses imóveis fossem destinados a quem precisa, ainda sobrariam mais de 10 milhões de imóveis“, apontou um representante do movimento. A ação é uma resposta também ao aumento do custo de vida. Em 2023, o valor dos aluguéis subiu 16%, mais de três vezes a inflação anual, enquanto o salário mínimo teve um reajuste de apenas 7%, chegando a R$1.412,00.

Segundo o MLB, as ocupações são uma forma legítima de protesto e reivindicação por moradia digna e acessível. “Enquanto moradia digna for privilégio, ocupar é um direito” é um dos lemas do movimento X.

Homenagem aos candangos que construíram Brasília

O MLB escolheu batizar a ocupação relembrando os candangos, trabalhadores que vieram de várias regiões do Brasil, especialmente do Nordeste, para construir Brasília. Entre eles estava Expedito Xavier Gomes, que deixou o Ceará em busca de uma vida melhor para a família. Porém, em 3 de abril de 1962, Expedito e seu colega Gildemar Marques Pereira foram soterrados durante a construção da Universidade de Brasília (UnB) e nunca viram o resultado de seu trabalho.

Expedito deixou a esposa e três filhos que, após longo processo judicial, receberam apenas 30 salários mínimos como indenização. Darcy Ribeiro, idealizador da UnB, sugeriu que o auditório principal da universidade fosse nomeado “Auditório Dois Candangos”, em memória aos trabalhadores falecidos. Contudo, o nome e as histórias de Expedito e Gildemar são ainda desconhecidos.

A memória dos candangos é resgatada pelo MLB, que busca honrar e dar visibilidade aos trabalhadores anônimos que deram suas vidas pela capital.

Candangos vivem! Expedito Xavier Gomes, presente!

Como apoiar

Além de visitar a ocupação para prestar solidariedade, há uma lista no Instagram do movimento (www.instagram.com/mlb.df) com itens prioritários que podem ser doados. Há também um pix, para o qual se pode doar qualquer quantia (PIX: ocupacaoexpedito@gmail.com).

Contato: Ellica (86) 99951-7005 – Milena – (61) 98340-6923

Estudantes ocupam sala de aula de professor acusado de assédio na UFRN

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Redação RN 


 

MULHERES – Na última quarta-feira (06), o Movimento de Mulheres Olga Benario, Movimento Correnteza e os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ocuparam a sala de aula do professor Jordi Julia Casas, do setor de Geofísica da Universidade. Jordi está sendo investigado por assédio e stalking contra estudantes do curso e se tornou réu em inquérito aberto no Ministério Público do Rio Grande do Norte (Processos nº 0803517-87.2022.8.20.5300 e nº 0914674-89.2022.8.20.5001).

A denúncia principal foi exigir o afastamento imediato de Jordi de sala de aula e a instauração de um comitê de investigação e combate aos casos de violência contra a mulher dentro da UFRN.

Estudantes ocupam sala de professor acusado de assédio

O professor decidiu cancelar a aula quando percebeu que ali haviam mais de 30 alunos e alunas manifestando em favor do seu afastamento da universidade, deixando o espaço com quem de fato deveria estar: com os estudantes. Nem uma aluna deve ser expulsa de seu espaço de ensino, de pesquisa por conta dos assédios. E, por isso, quem deve sair da sala de aula são os assediadores. Foram agitadas palavras de ordem contra a violência às mulheres e o assédio, falas sobre a luta pela permanência estudantil e, especialmente, das alunas. 

“Esse ato é importante porque foi a primeira vez que um professor, acusado de assédio, foi constrangido a pisar na universidade. É simbólico, porque normalmente são as estudantes que são constrangidas em voltar às salas de aula após episódios de violência. Esse é um exemplo do que iremos fazer a partir de agora sobre os casos de assédio na universidade,” Relata Alice Morais, da Coordenação Estadual do Movimento de Mulheres Olga Benario e estudante de Direito da UFRN.

A UFRN até então, não se posicionou publicamente e tampouco se responsabilizou em tomar providência. Nesse objetivo, após a ação na sala de aula e a conquista da saída do professor, os estudantes ocuparam a Reitoria da Universidade, na tentativa de obter uma resposta de quem realmente deve ser cobrado. Porém, ao tentar diálogo, o gabinete da UFRN decidiu fechar as portas e não permitiu o protocolo do ofício dos alunos que exigia o afastamento imediato desse professor e pelo pedido de instauração do comitê. 

O Movimento de Mulheres Olga Benario e o Movimento Correnteza continuarão na luta pela permanência das mulheres, dos estudantes para uma UFRN ser um espaço livre do assédio.

 

Trump vence eleições antidemocráticas dos EUA

Eleições gerais dos EUA ocorrem com compra de votos, supressão do direito de voto e perseguição a candidaturas de esquerda.

Redação


INTERNACIONAL – Num dos processos mais antidemocráticos do planeta, o fascista bilionário Donald Trump (Partido Republicano) ganhou a Presidência da principal potência imperialista do mundo pela segunda vez. Numa combinação de resultados, o candidato fascista conseguiu mais delegados eleitorais que a candidata imperialista de direita Kamala Harris, do Partido Democrata. 

Nos Estados Unidos, as pessoas votam para presidente, mas nem sempre a maioria dos votos elege o chefe de Estado. O que elege é um colégio eleitoral, criado no século 18, de 534 delegados divididos pelos estados. Quem ganhar mais delegados, leva a eleição, não importando quantos votos diretos tenha. 

Lá várias práticas de perseguição política e fraudes são legalizadas. Nos EUA, a compra de votos não é criminalizada. Exemplo disso foi o bilionário Elon Musk, aliado de Trump, que distribuiu cheques a eleitores da Pensilvânia em troca de votos. Trump conseguiu vencer no estado, fundamental para garantir sua eleição.

Candidaturas de esquerda perseguidas por Democratas e Republicanos

Os dois partidos de direita que dominam a política dos EUA há 150 anos também usam de perseguição política para impedir o avanço de um partido de oposição de esquerda. Nos EUA, as eleições são controladas pelos estados e, em vários deles, alguns candidatos a presidente simplesmente são excluídos das cédulas eleitorais. 

Este foi o caso das candidaturas de esquerda social-democratas de Jill Stein, do Partido Verde, e de Claudia De La Cruz, do Partido Socialismo e Libertação. As duas candidatas tiveram seu direito de concorrer em vários estados cassados, como a Pensilvânia e a Geórgia. 

As candidatas foram excluídas de todos os debates eleitorais e a mídia burguesa estadunidense realizou um boicote às suas candidaturas. 

A principal pauta das duas candidaturas foi a denúncia do genocídio palestino, o que levou a candidata do Partido Verde a liderar, inclusive, entre eleitores muçulmanos em alguns estados. 

O jornalista Jamil Chade publicou no portal UOL a visão de alguns brasileiros naturalizados norte-americanos que votaram nessas candidaturas.

Segundo Miguel Silveira, que nasceu no Rio de Janeiro, “o capital bilionário impede que milhões de norte-americanos tenham a possibilidade de votar em candidatas que representem suas posições políticas, seus desejos de felicidade e visões de mundo. É praticamente impossível para qualquer partido emplacar uma candidatura presidencial fora do eixo Democrata-Republicano. Qualquer discussão sobre democracia nos Estados Unidos é pura hipocrisia se não inclui essa crítica”.

Já Natália de Campos, de 51 anos, disse que votou em Claudia De La Cruz porque “milhões de pessoas passam fome nos Estados Unidos ou sofrem com dívidas, e morrem sem políticas de saúde pública universal na maioria dos estados. Isso tudo enquanto trilhões de dólares são enviados em armamentos à Ucrânia, Israel, e diversos outros países – e agora mantêm uma politica de hostilidade contínua contra a Rússia e a China, o que nos faz caminhar para uma possível terceira guerra mundial”.

Veja as entrevistas completas com esses brasileiros no portal UOL neste link.

Democratas derrotados por patrocinarem as guerras imperialistas

Como era de se esperar, a eleição de 2020 não significou nenhuma mudança real para os trabalhadores dos EUA e os povos do mundo. O governo Biden implementou uma política de favorecer os grandes monopólios capitalistas e a indústria de armas estadunidense.

Durante sua presidência, fez todo o esforço de alimentar as guerras imperialistas na Ucrânia e na Palestina. O caso palestino é ainda mais grave: a gestão Biden destinou mais de 20 bilhões de dólares neste ano para financiar as armas usadas por Israel para cometer o genocídio da população de Gaza. 

A eleição de Biden, em 2020, se deu por conta do rechaço do povo dos EUA à política fascista e racista de Trump. O então presidente fascista não foi derrotado pelos Democratas, mas pelas mobilizações de milhões de pessoas em decorrência do brutal assassinato do trabalhador negro George Floyd por policiais brancos, em Minnesota. 

No entanto, o presidente imperialista nada fez para enfrentar a estrutura racista dos EUA e continuou o apoio irrestrito a um genocídio e apartheid do outro lado do mundo.

Resultado desta política: a democrata Kamala Harris a teve cerca de 14 milhões de votos a menos nestas eleições, votos que hoje dariam uma nova vitória ao partido dela. 

Bilionários controlam eleições

A falta de igualdade no processo eleitoral estadunidense fica ainda mais marcada pela intervenção direta dos bilionários nas candidaturas. O caso de Elon Musk com Donald Trump é só o exemplo mais evidente. Mas bilionários são os principais financiadores tanto de Democratas quanto de Republicanos. 

A cada eleição, eles usam esse dinheiro para comprar os votos de deputados, senadores, governadores e dos presidentes eleitos. Nos EUA, é permitido que lobistas e bilionários comprem votos de legisladores para aprovar leis de seu interesse.

Segundo a Associated Press, estas foram as eleições mais caras da história daquele país. Democratas e Republicanos gastaram cerca de 16 bilhões de dólares (92 bilhões de reais) entre as campanhas presidenciais e para o Congresso. Para se ter uma ideia, esta é uma fortuna que é maior que o orçamento do SUS no Brasil.

Esse nível de dinheiro na campanha é a principal coluna que mantém o sistema bipartidário de direita e extrema-direita no poder daquele país há tanto tempo. 

Em algumas cidades, os resultados são divulgados em cartolinas com caneta colorida. Em países, como a Venezuela e o Brasil, as urnas emitem boletins onde divulgam os resultados de forma automática. Foto: AFP

Fraudes nas eleições para Câmara e Senado

O partido do fascista Trump também saiu vitorioso nas eleições parlamentares. Nesta eleição, o processo é ainda mais antidemocrático. Os partidos de esquerda e sociais-democratas têm vários entraves para registrarem suas candidaturas. Em vários estados é comum a prática de gerrymandering.

Gerrymandering é um termo em inglês sem tradução para nosso idioma, que representa o processo de fraude nos desenhos dos distritos eleitorais. Os EUA são divididos em centenas de distritos eleitorais que definem a eleição para deputados e senadores. 

Nos estados Republicanos, principalmente no Sul, é comum os governadores e parlamentares mudarem as regras de divisão dos distritos para evitar que a população negra ou latina tenha condições de eleger mais parlamentares. Em outros estados esta prática é comum para diminuir a influência dos votos de operários e trabalhadores fabris nas eleições. 

Para piorar, cada estado tem uma regra, em vários sequer é exigido um documento de identidade para votar. Em outros não existe voto secreto e qualquer pessoa pode saber em quem você votou, é o que ocorre no caso da votação pelo correio.

Hipocrisia imperialista dos EUA

Todo esse sistema eleitoral é uma demonstração inequívoca da grande hipocrisia estadunidense. Enquanto dizem defender a “democracia e a liberdade”, os partidos burgueses estadunidenses perseguem partidos de esquerda dentro do seu próprio país e atacam o direito de voto da população.

Dizem que países como a Venezuela (onde o voto é eletrônico e auditável) não têm democracia, mas promovem um sistema sem qualquer tipo de controle e onde se é permitido comprar votos. 

Que democracia é essa em que bilionários podem colocar fortunas inteiras em alguns candidatos e depois podem “cobrar o favor” aprovando leis do interesses dos grandes monopólios daquele país?

Essa é a realidade na chamada “democracia mais importante do mundo”. Não passa de uma farsa imperialista para atender ao interesse dos grandes monopólios estadunidenses e impedir a formação de partidos socialistas ou de esquerda no seio do povo.

Como afirmou Lênin, em 1912, por ocasião das eleições presidenciais dos EUA daquele ano: “Este chamado ‘sistema de dois partidos’, que reinou na América e na Inglaterra, foi um dos meios mais poderosos para impedir a formação de um partido operário independente, isto é, realmente socialista”.

Israel mata bebê brasileira no Líbano

Fatima Abbas, brasileira-libanesa de 14 meses morreu em um bombardeio em Beirute, capital do Líbano, realizado no sábado (2). Já é a terceira vítima brasileira com menos de 18 anos morta pelo Estado fascista de Israel

Jesse Lisboa | Redação


O Estado fascista de Israel matou a bebê brasileira-libanesa Fatima Abbas, de 14 meses, em um bombardeio que atingiu Beirute, capital do Líbano, no sábado, dia 2. A morte da menina foi confirmada nesta segunda-feira pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro. Segundo familiares, Fatima é a terceira brasileira vítima dos bombardeios de Israel no Líbano. Todas as vítimas tinham menos de 18 anos.

O avô da menina, Ali Abbas, relatou que ela estava em sua cadeirinha, no banco de trás do carro, quando um fragmento de míssil a atingiu na região abdominal. O impacto foi fatal para a criança, enquanto seus pais, que também estavam no veículo, sofreram ferimentos leves. A família aguardava repatriação para o Brasil, procedimento que vinha sendo coordenado pelo consulado brasileiro.

Expansão imperialista contra o Líbano

Desde o dia 18 de setembro, diante do episódio das explosões provocadas por “pagers explosivos” — aparelhos de comunicação usados em hospitais libaneses, Israel intensificou seu projeto de expansão escancaradamente no Oriente Médio.

Em 23 de setembro, uma série de ataques aéreos no Sul do Líbano resultou em 550 mortes em um só dia. No domingo, 29 de setembro, bombardeios em Beirute e outras cidades deixaram mais de cem mortos e quase 400 feridos, atingindo regiões centrais e áreas residenciais. Explosões também afetaram hospitais, provocando o colapso do sistema de saúde libanês.

Nota do Itamaraty

Em nota, o Itamaraty lamentou a perda da criança e condenou a escalada de violência. No entanto, não mencionou a adoção de medidas concretas para romper relações diplomáticas ou acordos comerciais com Israel. Quantos mais precisarão morrer para que o governo brasileiro corte relações com Israel?

Importante lembrar que o exército brasileiro fechou contrato de R$ 1 bilhão com a empresa Elbit Systems, uma das maiores fabricantes de armas e sistemas militares de Israel, que lucra com massacre em Gaza. Um drone dessa mesma empresa foi responsável por um bombardeio que matou sete trabalhadores voluntários que distribuíam comida para o povo palestino.

É preciso pressionar o Ministério das Relações Exteriores e todo o governo brasileiro a romper relações diplomáticas com o Estado nazifascista de Israel. O regime sionista de Israel oferece ao próprio povo e aos vizinhos da região apenas uma crescente dependência dos interesses ao imperialismo norte-americano e europeu. A defesa de uma Palestina livre e o fim dos conflitos no Líbano e no Iêmen tornaram-se bandeiras urgentes para os povos do mundo.

Israel bombardeia o Irã e a Síria e invade espaço aéreo do Iraque

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Ao mesmo tempo em que bombardeia o Líbano e a Cisjordânia, Israel ataca o Irã e à Síria e invade o espaço aéreo do Iraque em busca de uma guerra total na região. Tudo isso enquanto promove o maior genocídio e regime de segregação racial deste século contra os palestinos da Faixa de Gaza.

João Montenegro | Recife (PE)


INTERNACIONAL – No último sábado (26, no horário local; noite de sexta-feira, no horário de Brasília) Israel realizou três bombardeios seguidos contra alvos no Irã, intensificando a tensão no Oriente Médio. Explosões foram registradas na capital Teerã e nas províncias de Ilam e Khuzestan, resultando em quatro mortes de soldados iranianos.

As “Forças de Defesa de Israel” descreveram a ofensiva como um “ataque preciso” focado em fábricas de mísseis. Enquanto as autoridades iranianas prometeram resposta “proporcional e definitiva”, expressando repúdio ao que consideram mais um ato de provocação em uma longa série de agressões.

A Síria também foi alvo dos ataques israelenses. Segundo a agência estatal SANA, o exército sírio interceptou alguns dos mísseis lançados, que vieram tanto das Colinas de Golã quanto do território libanês ocupado por Israel. A agência também relatou bombardeios nas proximidades de Damasco, capital do país.

Violação do espaço aéreo iraquiano

Além dos ataques diretos ao Irã e à Síria, o Iraque denunciou uma violação de seu espaço aéreo pelas forças israelenses. Em carta enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres, o governo iraquiano protestou contra a “flagrante violação” de sua soberania. A explosão registrada no norte do país, foi acompanhada do fechamento do espaço aéreo.

O porta-voz do governo, Bassim Alawadi, enfatizou o compromisso do Iraque com sua integridade territorial, prometendo que não permitirá o uso de seu território para agressões a países vizinhos, especialmente em um momento de evidente escalada promovida por Israel com o objetivo de desestabilizar a região.

Retaliação iraniana

No começo de outubro, em resposta ao assassinato de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, o Irã enviou mísseis balísticos contra Israel, que respondeu com bombardeios a civis no Líbano. Na ocasião, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, prometeu lançar um ataque “letal e surpreendente” contra o Irã. O ataque aconteceu no sábado.

Como resposta ao último ataque, o Irã prometeu uma retaliação “definitiva e dolorosa” antes das eleições presidenciais nos EUA, que será na terça-feira (5).

Documentos secretos vazados já mostravam preparativos de Israel para atacar o Irã

Antes dos bombardeios, foram vazados documentos secretos da inteligência dos Estados Unidos em um canal pró-Irã do Telegram. Os detalhes, originalmente reservados aos aliados do Cinco Olhos — rede global de espionagem que inclui Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido — revelavam planos de Israel para um eventual ataque ao Irã.

Divulgados pelo Middle East Spectator, os documentos supostamente foram elaborados pela Agência de Segurança Nacional e pela Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos.

O vazamento trazia informações sobre o deslocamento de armas de Israel e treinamentos aéreos com mísseis terra-ar, também indicavam que o país possui armas nucleares, algo que nunca foi oficialmente confirmado.

A estrutura dos arquivos indica que ainda não haviam sido compartilhados com os demais aliados do Cinco Olhos, o que levanta dúvidas e reforça a possibilidade de uma falha de segurança interna nos EUA.

Antecedentes

Além dos recentes ataques ao Irã e à Síria, Israel vem bombardeando de forma sistemática o Líbano e à Cisjordânia, enquanto promove o maior genocídio e regime de segregação racial deste século contra os palestinos da Faixa de Gaza.

Com o apoio financeiro e político dos Estados Unidos e sob a falsa narrativa de “autodefesa”, Israel vem buscando a todo custo uma guerra total, colocando em risco a vida de milhões de civis e a estabilidade de todo o Oriente Médio.

UP luta contra o desmatamento no Vale do Taquari (RS)

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A Unidade Popular (UP) mobiliza a população em defesa de uma Unidade de Conservação (UC), propondo um futuro sustentável e de preservação para a região do Vale do Taquari, contra o avanço do desmatamento e da degradação ambiental.

Josué Schneider Martins e Nicolas Behrens Leal | Vale do Taquari (RS)


BRASIL – Enquanto vivemos uma emergência climática no Brasil e no mundo, ainda nos deparamos com os interesses e a ganância da burguesia sobre a natureza. Enquanto o povo sofre com enchentes, fogo e fumaça – consequências do aquecimento global e da destruição das florestas –, os capitalistas de nosso país seguem desmatando, destruindo habitats naturais, avançando sobre áreas verdes, fragilizando leis ambientais e também construindo loteamentos em antigas áreas de preservação, lucrando com a destruição da natureza e com a especulação imobiliária.

Na região dos Vales, no Município de Arroio do Meio (RS), esta situação não é diferente. Apesar de todos os efeitos destrutivos que o povo já conhece, os ricos que governam nosso país ainda colocam seus próprios lucros à frente das nossas necessidades, que não podem ser garantidas sem a preservação do ecossistema natural.

Nesse sentido, a Unidade Popular (UP), partido formado pelas lutas do povo trabalhador, se coloca na luta pela preservação ambiental e contra o desmatamento promovido pela burguesia local na maior região florestal contínua do Vale do Taquari, o Morro Gaúcho.

O Morro é um dos maiores maciços de vegetação nativa da região, localizada no bioma de Mata Atlântica. Este espaço se encontra em avançado estágio de regeneração e abriga uma vasta diversidade de fauna e de flora, incluindo espécies ameaçadas de extinção. No entanto, existe um projeto para construir uma estátua, o “Gauchão”, em uma propriedade privada localizada dentro da área do Morro.

É sabido também que os capitalistas envolvidos projetam diversos loteamentos, além de um grande complexo turístico. Isso significaria desmatar mais de 20.000 m2 de área verde em benefício do lucro privado de alguns indivíduos.

A destruição de todo este ecossistema não reflete a vontade do povo, mas sim de um único proprietário de terras. A alternativa contrária seria a preservação comunitária do espaço por meio da criação de uma Unidade de Conservação (UC), proposta construída coletivamente pelos movimentos sociais.

Caso fosse criada uma UC, a região poderia ser preservada e utilizada como forma de valorização cultural e meio de educação ambiental com turismo sustentável. Em primeiro lugar, este seria o único meio de combater as chuvas destrutivas que vêm assolando o povo local.

Além disso, diversos empregos qualificados e territorializados poderiam ser criados nas áreas de turismo, de biologia e de gastronomia local, além do incentivo às trilhas e aos esportes de caminhada. Esta é a proposta da ONG Ecobé (uma organização não governamental regional que luta há anos pela criação da Unidade de Conservação), que defende a proteção do local.

Por outro lado, o que a iniciativa privada está propondo para a região é o desmatamento, a destruição do solo, a poluição dos rios, a maior produção de lixo e o assassinato de um número incalculável de espécies nativas vegetais e animais.

“A luta pela preservação do Morro Gaúcho tem ocorrido tanto através de atos no próprio morro quanto nos corredores da Prefeitura, como também com o acionamento do Ministério Público. No entanto, o que acabamos percebendo é o aparelhamento da própria Prefeitura pelo setor privado, que tem interesse de lucrar com a construção de condomínios de luxo e com a destruição da fauna e da flora, uma vez que a Prefeitura já emitiu licenças e decretos que facilitaram o projeto”, conta Caroline Perez, militante da UP e membro da ONG Ecobé. Além disso, ela também denuncia que a imprensa patrocinada pelos ricos na região vem apoiando o projeto de destruição do Morro, divulgando notícias com interesse de manipular a opinião pública a respeito do assunto.

Graças às diversas mobilizações realizadas pelo povo, o Ministério Público (MP) demonstrou interesse em avaliar as várias irregularidades no projeto, como a aprovação relâmpago sem debate público, a supressão da mata em topo de morro em estágio avançado de restauração e o aumento do risco iminente de deslizamentos na região. Esta movimentação do MP não aconteceria se não fossem as manifestações públicas, o abaixo-assinado online, os dossiês técnicos e as solicitações formais organizadas pela ONG Ecobé, juntamente com a UP.

Somente com a luta e com a construção de uma sociedade que represente, de fato, os interesses e as necessidades da classe trabalhadora é que será possível proteger de fato nossa biodiversidade e a vida dos trabalhadores.

Contra a destruição da natureza! Pela proteção das nossas florestas!