UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quarta-feira, 12 de novembro de 2025
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Mais uma capitulação

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Mais uma capitulação Muitos, se não a maioria, dos que não se importam com a entrega das riquezas do País à oligarquia financeira transnacional e a seus bancos e  empresas, precisam mudar de atitude. Não é uma questão de patriotada, mas de entender que sem soberania um povo fica privado de dignidade e de prosperidade e até da chance de sobreviver.

2. Se o Brasil continuar à mercê de corporações transnacionais, bancos e potências imperiais, aumentará o fosso entre a minoria, cada vez menor, dos servidores desse sistema de poder e a maioria, esmagadora e crescente, dos brasileiros que vivem em condições de vida insuportáveis. Na verdade, escravos com seu destino nas mãos do império.

3. O fosso começou a ser alargado desde 1954,  logo após o golpe militar-udenista que entregou, de bandeja,  o mercado do País às transnacionais, através de privilégios incríveis, mantidos e aumentados nos  cinco anos de JK. Esse processo foi-se agravando e, hoje, longe de ser revertido, prossegue intensificando-se.

4. As potências anglo-americanas  não apenas intervieram nos golpes de 1954 e 1964, mas também determinaram o curso político  do País desde o começo dos anos 80.

5. Neste mês a grande mídia não teve como esconder as revelações de Snowden, ex-contratado terceirizado dos serviços secretos dos Estados Unidos, sobre a abrangência da espionagem eletrônica, telefônica etc. que estes fazem, há muitos anos,  dentro do Brasil. Entretanto, quase não se divulgam as ações dos serviços de outras potências, como o Reino Unido.

6. Esse controle sobre as telecomunicações nem necessitava das tecnologias de captação de informações que os EUA hoje aplicam em quase todo o mundo. De fato,  o grau de traição ao País foi de tal ordem, que o Brasil ficou, em 1998, sem satélite próprio de telecomunicações, com a privatização da EMBRATEL, controlada pela MCI dos EUA.

7. Datam de longe as intervenções do governo dos EUA praticadas para abortar iniciativas capazes de contribuir para o desenvolvimento tecnológico do Brasil.  Nos anos 70 e 80, os EUA vetaram a importação de componentes estratégicos pela EMBRAER e causaram o fechamento da empresa ENGESA, que fabricava blindados, ao intervir junto à Arábia Saudita para cancelar um grande contrato.

8.  Em consequência do modelo instituído no Brasil a partir de 1954 –  a que se atribuíram os falsos milagres de crescimento do PIB, pouco depois traduzidos em dívidas e estagnação – o  poder das transnacionais sobre o   mercado foi suficiente  para asfixiar as empresas privadas nacionais, matando, no ovo, as possibilidades de estas desenvolverem tecnologia.

9. Entre as intervenções diretas das potências imperiais (EUA à frente), avulta ter feito explodir o míssil da missão espacial brasileira, na base de Alcântara, matando no ato seus mais de 20 membros, no momento do lançamento.  Além disso, os  EUA pressionaram a Ucrânia para não transferir tecnologia ao Brasil, como prevê o acordo de cooperação espacial com esse país.

10. Os EUA arranjaram com o governo de FHC um acordo para a cessão da base de Alcântara para lançamentos,  altamente lesivo para nós, pois permite a construção de instalações e a entrada no País de equipamentos e efetivos das Forças Armadas da mais agressiva potência militar do mundo.

11. Com a saída do mega-entreguista em dezembro de 2002, esse acordo esteve, até há pouco, parado no Congresso, tendo sido agora colocado na pauta de votações  do plenário da Câmara dos Deputados, o que confirma estar a atual presidente cedendo às pressões imperiais em questões vitais para a soberania do Brasil.

12. Outros atos  de submissão ocorrem com o petróleo.  Pelo menos três destes terão, se não forem revertidos, consequencias fatídicas para o País.

13. Primeiro, os leilões, em maio de 2013,  de campos de petróleo na plataforma continental, com reservas de 19 bilhões de barris,  na cotação atual, US$ 2 trilhões. Segundo: o anúncio de leilão para o campo Libra, na área do Pré-Sal, com reservas de 12 bilhões de barris.  As duas medidas envolvem mais de 30 bilhões de barris.

14. Mormente nas condições infracoloniais do sistema tributário brasileiro, leiloar petróleo para empresas estrangeiras significa dar-lhes todo ele. Fora do Pré-Sal, o Brasil só recebe 10% de royalties sobre aquilo a transnacional declarar (o que ninguém confere). Não há impostos nem contribuições sobre a exportação.

15. Os agentes pagos e os enganados dirão que o Brasil obterá grande quantidade de divisas (moeda estrangeira).  Nós respondemos: quem recebe as divisas são os exportadores,  as petroleiras estrangeiras.

16. Estas venderão as divisas ao Banco Central, o qual, para pagá-las,   emitirá moeda nacional (reais) em quantidade assombrosa: quando estiverem exportando 3 milhões de barris/dia = 1.080 bilhões barris/ano,  serão cerca de US$ 356 bilhões,  o equivalente a 150% do total das atuais exportações do Brasil. Ao câmbio de R$ 2,2 por dólar, estamos falando de R$ 783 bilhões = 3,5 vezes o atual saldo médio da base monetária.

17. Então? Ou o Banco Central emitiria moeda, e as petroleiras estrangeiras ficariam com caixa para comprar todas as empresas, bancos e propriedades que quisessem no Brasil, ou emitiria títulos da dívida pública, dentro da tradicional política de enxugar a base monetária.

18. Neste caso, aumentaria, de golpe,  em 50% o estoque dos títulos da  dívida pública fora do Banco Central, e cresceria em 25% o absurdo serviço da dívida, que já consome quase metade das despesas da União. Com a dinâmica da composição dos juros, a explosão não demoraria.

19. Terceiro desastre com o petróleo: a deterioração das finanças da Petrobrás, decorrente das políticas antinacionais prevalecentes na ANP e na própria estatal, desde 1997, quando da instituição da Lei 9.478.

20. Nada melhor que ter uma empresa nacional responsável pelo abastecimento do País, a qual logrou êxitos notáveis na pesquisa e exploração (descobrindo enormes reservas), em contraste com os países que se entregam ao cartel anglo-americano.

21. Ora, a política brasileira dominada por interessados na inviabilização do desenvolvimento nacional, vem minando a (ex?) estatal, fazendo reduzir sua capacidade de investimento e, ao mesmo tempo, abrindo, sem a menor necessidade, ao cartel mundial as reservas por ela descobertas.

22. Com essa fieira de inesgotáveis danos ao País: 1) ele entrega a principal fonte de energia, tendente à escassez, do mercado mundial; 2) cria terrível inflação e torna ainda mais letal a dívida pública; 3) recebe dólares, com os quais nada pode fazer no exterior (os juros lá são desprezíveis, e as potências estrangeiras não vendem ativos produtivos estratégicos); 4) com a abundância de divisas para importar, agrava a desnacionalização e a desindustrialização, suas principais desgraças estruturais.

23. Mais uma capitulação, que leva o Brasil à ruína: a volta das elevações da taxa básica dos juros, SELIC. Neste ano, ela subiu de 7,25% para 8,5%, com o que caem as possibilidades de reduzir os gastos federais de R$ 753 bilhões, de  2012, com juros e amortizações das dívidas interna e externa = 43% das despesas totais da União.

24. Não há que crer nos artifícios contábeis das “autoridades monetárias”. Elas apresentam as despesas da dívida expurgadas de correção monetária, o que não é correto: quando você paga R$ 30 reis para almoçar, você está pagando R$ 30,00 mesmo; não há razão para deduzir a variação do  IGP-M no ano.

25. Outra coisa: não computam o que é pago por meio de títulos públicos, como se não tivesse sido pago: se um aplicador resgata  títulos  comprados há um ano, a juros de 15% aa., no valor de R$ 100 mi, e o Tesouro lhe paga, com novos títulos, R$ 115 mi, há que incluir  esta quantia na despesa, pois o título do Tesouro vale dinheiro e, além disso, rende juros.

26. Ademais, as autoridades não incluem no total os títulos do Tesouro em poder do Banco Central, cuja  maior parte circula entre o BACEN e os  bancos, nas operações de mercado aberto.

27.  Os brasileiros são espoliados também pelos juros bancários, a taxas muito maiores que as abusivas pagas pelo Tesouro nos títulos públicos.  O crédito de pessoas físicas e jurídicas chegou a R$ 2,4 trilhões = 54% do PIB. Se calcularmos taxa média de 30% aa., a conta dos juros, fora a da dívida pública, é quase outro tanto: R$ 720 bilhões.

28. Mais importante, além de estar na origem de todos os males da economia e das finanças, é o que vai para o exterior de lucros escondidos das transnacionais, através de diversas contas do balanço de pagamentos. Eles vêm dos altíssimos preços que elas praticam aqui dentro: é o mesmo que um imposto, só que pago pelos brasileiros  às empresas transnacionais, em vez de ser pago ao governo, equivalente a outra carga tributária de 35% do PIB.

29. Do financiamento dos déficits externos resultantes das transferências em várias contas do balanço de transações com o exterior, resultou a dívida externa, e desta saiu a  dívida interna, quando faltaram divisas para servir aquela.  Em função disso, os engenheiros brasileiros não têm empregos, e não se desenvolve tecnologia no País. Ademais, as pessoas ficam até sem saber para que servem as matérias primas e o preço que deveriam ter.

30. Como reagem os governos que têm fingido governar o País? Dão dinheiro e crédito barato às transnacionais e a aquinhoados  em novas concessões públicas, como ocorre com o transporte, portos e aeroportos, estradas com pedágios abusivos etc.  E cortam impostos das transnacionais e outros concentradores.

31. Não reduzem, porém, os  tributos que recaem sobre os cidadãos. Ao contrário, estes são onerados adicionalmente pelos sobrepreços dos oligopólios, como aponto no parágrafo 28 acima, e se exemplifica com os bens industriais, de qualidade sofrível,  e, amiúde,  custando o dobro de seus congêneres no exterior.

Adriano Benayon, doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento

UJR promove acampamento no Rio de Janeiro

Acampamento UJREm meio ao clima de mobilizações e luta da juventude carioca, a União da Juventude Rebelião realizou, entre os dias 19 e 21 de julho, o 3º Acampamento Estadual da UJR no Rio de Janeiro.

Dezenas de jovens puderam compartilhar experiências e debater questões ligadas à conjuntura, à organização revolucionária da juventude e à cultura popular. Durante o acampamento foram exibidos os filmes “A revolução não será televisionada” e “Panteras Negras”, realizadas oficinas de debates, grafite e pintura, atividades esportivas em grupos e o estudo do marxismo-leninismo.

O 3º Acampamento Estadual da UJR foi batizado “Hugo Chávez”, em homenagem ao ex-presidente da Venezuela que faleceu no início de 2013. Na plenária final, os participantes do Acampamento aprovaram uma carta-resumo das discussões realizadas e reafirmaram a decisão de fortalecer a UJR como forma de chegar à sociedade que queremos, à sociedade socialista.

Gabriela Nascimento, Rio de Janeiro

Seminário em Fortaleza debate privatizações e leilões do petróleo

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SEMINÁRIO EM FORTALEZA DEBATE PRIVATIZAÇÕES E LEILÕES DO PETRÓLEOO Movimento Sindical dos Petroleiros “Transparência e Ação” realizou, em parceria com o Movimento Luta de Classes (MLC), o Seminário “O Petróleo tem que ser Nosso!” no dia 17 de agosto na sede da Federação dos Trabalhadores do Comércio e Serviços do Estado do Ceará (FETRACE). O evento contou com a participação de dezenas de pessoas entre militantes, membros de movimentos sociais, sindicalistas e trabalhadores petroleiros. Foi um dia inteiro de debates acerca da importância de defender as riquezas do Brasil.

No período da manhã, Serley Leal, Coordenador do Jornal A Verdade no Ceará e presidente do Centro Popular de Cultura e Direitos Humanos Manoel Lisboa (CCML-CE) apresentou uma palestra sobre “Privatizações e Entrega das Riquezas Naturais no Contexto da Crise Capitalista Mundial” na qual foi abordado um pouco da história da nossa dependência econômica e de séculos de exploração de outras nações, bem como, o atual domínio dos grandes monopólios na economia brasileira.

Ao final da apresentação, afirmou “A crise capitalista de 2008, a exemplo de todas as outras, somente ampliou a concentração de capital nas mãos de pouquíssimas empresas. Foram esses monopólios que adquiriram as estatais privatizadas na década de 90 no governo entreguista de FHC, num processo que significou um verdadeiro CRIME contra o povo brasileiro. São elas também que hoje estão adquirindo aeroportos, estradas e portos, os quais, infelizmente, tem se tornado uma marca do atual governo. São as mesmas que fazem enormes e mentirosas campanhas na mídia de que é melhor privatizar as nossas riquezas naturais. É preciso acabar com o domínio dessas grandes corporações e construir uma economia controlada exclusivamente pelos trabalhadores”.

Já no período da tarde, o Presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (SINDPETRO-RJ), Emanuel Cancela, palestrou sobre “A História da luta dos petroleiros e a Campanha Nacional o Petróleo tem que ser Nosso”. Num debate muito franco ele reforçou a necessidade dessa luta ainda mais no atual momento em que milhões de brasileiros foram às ruas defender seus direitos. Afirmou: “Quem ainda tinha dúvida de que o povo na rua consegue vitória, com o mês de junho, não resta mais nenhuma. Assim como várias vitórias foram conseguidas com as grandes mobilizações que ocorreram no Brasil, só conseguiremos reverter os criminosos leilões do petróleo promovidos pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), incluindo o do campo de Libra em outubro, se mobilizarmos o Brasil. O governo e a mídia tentam confundir a opinião pública difundindo a ideia da divisão dos Royalties do Petróleo, mas isso só representa apenas o rabo do elefante. O principal, o Elefante, tem sido entregue nas mãos dessas empresas petrolíferas estrangeiras que não tem nenhum compromisso com o povo brasileiro”.

Ao final do Seminário todos os participantes se comprometeram em multiplicar essa campanha bem como participar de um Comitê de Defesa do nosso Petróleo, com o apoio da Frente Nacional dos Petroleiros, no intuito de mobilizar e conscientizar mais pessoas.

Guardas fascistas atacam integrantes do movimento “O vale Acordou”

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Guardas não perdoam ninguémNo dia 29 de julho, completaram 14 dias de um acampamento em frente a prefeitura de Petrolina-PE realizado pelo movimento “O Vale Acordou”. Graças a ajuda da população, que apoiou o movimento desde seu inicio, eles se mantiveram firmes e fortes.

Mas quem diria que no mesmo dia em que o movimento conseguiu falar com o governador Eduardo Campos, eles seriam atacados covardemente por Guardas Municipais que a mando do prefeito Júlio Lossio (PMDB) atacaram na calada da noite com cassetetes, spray de pimenta e até mesmo com armas de choque.

Uma das muitas pessoas que foram vitimas dessa violência foi Sammara Oliveira, militante da União da Juventude Rebelião. Ela só conseguiu ser retirada desmaiada daquela selvageria. Depois de terem seus bens levados pelos guardas o movimento decidiu ocupar novamente a prefeitura mais agora com a ajuda da população eles vão desmascarar a corrupção que atinge Petrolina.

Mas que pena prefeito o seu golpe saiu pela culatra, o movimento se fortalece a cada momento e não será a sua Guarda Municipal fascista que irá impedir a população de reivindicar seus direitos como cidadãos. Está na hora do povo se unir não só contra a máfia do transporte que tem em Petrolina mais também contra a corrupção que ainda é forte em nossa cidade.

Leonildo Santos
Militante da UJR

Cai ainda mais apoio à Copa 2014

arena das dunasO apoio da população à Copa do Mundo e às marcas patrocinadoras do evento caiu fortemente após as manifestações de julho, segundo pesquisa do instituto de pesquisa Nielsen Sports.

Batizada como “Da Copa das Confederações à Copa do Mundo”, a pesquisa foi realizada logo após o final da Copa das Confederações. O levantamento mostrou que o apoio da população ao evento, que era de 71% em setembro de 2012, passou para 45% em julho de 2013. As pessoas também passaram a perceber, em maior escala, que os custos da Copa do Mundo serão maiores que os benefícios: a percepção passou de 33% para 61%.

O maior impacto, no entanto, pode atingir os patrocinadores. Segundo a Nielsen Sports, a mudança pode se transformar, “de uma grande oportunidade para explorar a plataforma esportiva no país, […] em algo negativo para a própria marca”. Isso porque, em setembro de 2012, 67% dos entrevistados declaravam apoio aos patrocinadores da Copa do Mundo. Em julho de 2013, o número tinha caído para 32%, menos da metade. Enquanto só 3% dos entrevistados consideravam o fato de uma marca patrocinar o evento como algo negativo; o percentual agora subiu para 22%. A disposição a comprar produtos das patrocinadoras, que antes era de 58% da população, foi para 31%.

“A repercussão das manifestações públicas durante a Copa das Confederações teve um forte impacto não apenas na Copa do Mundo, mas também nas marcas patrocinadoras do evento. Diante desse cenário – e de um prazo curto para virar o jogo – a comunicação dessas marcas com seus consumidores deve mudar. É preciso reforçar o trabalho social que vem sendo desenvolvido, ou começar para aqueles que ainda não o tem, destinando parte dos investimentos de ativação do patrocínio para esse fim”, diz Mário Ruggiero, diretor de Nielsen Sports, por meio de comunicado.

A pesquisa da Nielsen Sports foi feita em julho de 2013, nas seis cidades-sede da Copa das Confederações (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza) e em São Paulo, com 1.420 entrevistas, no total, visando responder os seguintes temas centrais: apoio da população ao evento e às marcas, ações de destaque das marcas (embalagens, promoções, propagandas etc.) e hábitos do brasileiro durante a realização dos jogos.

Encontro Sudeste do MLB: Queremos um outro modelo de cidade

Encontro Sudeste do MLB: Queremos um outro modelo de cidadeCom o tema “Pelo direito à cidade”, mais de 100 lideranças de ocupações e núcleos de moradia de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais se reuniram no 1º Encontro Sudeste do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), nos dias 17 e 18 de agosto. O encontro aconteceu no CEFET-MG, em Belo Horizonte, e teve como objetivo aprofundar o debate sobre a reforma urbana, além de discutir e elaborar as bandeiras de luta do MLB para o próximo período.

Já na mesa de abertura, ficou clara a importância da unidade na luta pela reforma urbana. Estiveram presentes na abertura o deputado federal Nilmário Miranda (PT), coordenador da frente parlamentar pela Reforma Urbana; Eduardo Cardoso, representante da Central de Movimentos Populares (CMP); Fernando Alves, do Partido Comunista Revolucionário (PCR); Reginaldo Silva, assessor do mandato do deputado federal Padre João (PT); Eulália Alvarenga, do Núcleo da Auditoria Cidadã da Dívida; Chiquinho Maciel, da direção do Partido dos Trabalhadores (PT); Marcos Landa, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM); Bruno Cardoso, representando o gabinete do vereador de Belo Horizonte Adriano Ventura (PT); Joviano Mayer, das Brigadas Populares; Poliana Souza, do MLB-MG; Gonzaguinha, do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG); Mariana Ferreira, presidente do Grêmio do CEFET-MG e diretora da AMES-BH; Guilherme Abjaudi, da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB); Isaac, representante da Congregação dos Agostinianos da Igreja Católica; Alda Lúcia, presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro MG); Maria da Consolação, da direção do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL); Paulo Henrique, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Cláudia, representando o cineasta Anderson Lima (“A Rua é Pública”).

“Direitos Humanos: o crescimento da repressão aos movimentos de moradia” foi o tema da primeira mesa do encontro e contou com a exposição da Dra. Ana Cláudia Alexandre, defensora pública de direitos humanos de Minas Gerais, Élcio Pacheco, advogado da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Ocupação Eliana Silva, e Joviano Mayer, das Brigadas Populares.

A tarde foi dedicada às discussões e críticas sobre o programa Minha Casa, Minha Vida com a mesa: “Minha Casa, Minha Vida: Avanços e Desafios” que contou com o representante da Caixa Econômica Federal, Sotter José Gouveia, a professora da Faculdade de Arquitetura da UFMG, Denise Morado, e Marcelo Edmundo, da coordenação da Central de Movimentos Populares (CMP).

No segundo dia, os participantes se dividiram em cinco grupos de discussão: alfabetização popular; megaeventos; saneamento, favelização e arquitetura popular; mulheres e mobilidade urbana. Cada grupo contou com palestrantes para introduzir a discussão e os debates rolaram por toda a manhã. Propostas de cada grupo se somaram ao plano de atuação do MLB.

“Nós, participantes do 1º Encontro Sudeste do MLB pelo Direito à Cidade, reafirmamos nosso compromisso de desenvolver a luta por uma reforma urbana que vá além do capitalismo, bem como a nossa decisão de fortalecer a luta pela construção de uma sociedade socialista em nosso país.”, essa é a convocação da resolução final do Encontro Sudeste do MLB. A resolução e o plano de atuação foram aprovados na plenária final com forte aclamação de todos os participantes. O encontro encerrou com a comemoração de um ano da Ocupação Eliana Silva, com um almoço e visita na comunidade.

Natália Alves, Belo Horizonte

Contra o roubo no metrô, juventude e movimentos sociais tomam as ruas em São Paulo

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Em São Paulo, juventude e movimentos sociais tomam às ruas contra roubo no metrôOs sucessivos governos do PSBD no Estado de São Paulo mantêm um esquema de corrupção com empresas prestadoras de serviço ao Metrô e à CPTM. A empresa Siemens, umas das envolvidas no caso, denunciou, apenas em troca de imunidade, o desvio de mais de R$ 400 milhões, que poderiam ter sido investidos em transporte público, gratuito e de qualidade.

Este roubo é uma das causas da precariedade dos ônibus, metrôs e trens que a população paulista é sujeitada todos os dias na ida e volta da escola, universidade e trabalho.

Mas enganou-se aquele que disse que a juventude não voltaria às ruas depois de junho.

A União da Juventude Rebelião compôs, no dia 14 de agosto, com diversos movimentos sociais e juventudes, um importante ato contra o roubo no metrô paulista e contra as políticas atrasadas de Geraldo Alckmin e do PSDB.

Na educação pública, a juventude é submetida à péssima qualidade das escolas e das universidades. Os estudantes e professores, que recebem baixos salários, sofrem com as perseguições quando reivindicam seus direitos, sendo reprimidos violentamente pela Polícia Militar que age na periferia assassinando jovens negros e pobres. Polícia que em junho serviu ao governo Alckmin, reprimindo violentamente as manifestações, e há 1 ano e 7 meses, a mando deste governo, atacou os moradores do Pinheirinho, mostrando que Alckmin e o PSBD servem à especulação e são um entrave ao desenvolvimento das políticas habitacionais populares.

Mais uma vez, a juventude mostrou sua combatividade e que está disposta a lutar e vencer. Nas ruas do centro de São Paulo, o ato marchou e aos gritos de “Alckmin vai cair!”, não deixou ninguém parado: convocou o povo às ruas, exigindo punição para todos que roubaram os cofres públicos, impedindo um transporte coletivo digno e de qualidade.

Nas ruas de junho, os jovens protagonizaram manifestações gigantescas que culminaram na revogação do aumento das tarifas em várias cidades. A UJR convoca a todos neste Agosto Rebelde a ocuparem as ruas pelo “Fora Alckmin” e afirma que “se o presente é de luta o futuro nos pertence”.

Matheus Nunes, militante da UJR – São Paulo

Com apoio dos EUA, Exército já matou mais de 700 pessoas no Egito

Ditadura no EgitoApós derrubar um ditador há 30 anos no poder, eleger um novo presidente, primeiro chefe de Estado egípcio a ser eleito democraticamente, e também o primeiro islamita e o primeiro civil a dirigir o país, os egípcios, um ano depois, voltam a viver o mesmo pesadelo anterior.

Destituído por um golpe militar, com ligações ao imperialismo americano, Mohamed Morsi não conseguiu governar com as forças que o elegeram, além de manter diversos membros do regime deposto pelo povo em órgãos governamentais, numa clara tentativa de conciliação com as forças de Hosni Mubarak. Bastou essa traição e as inúmeras atitudes contra as reivindicações políticas e sociais proclamadas nas ruas pelos que o elegeram para serem criadas condições dos conspiradores armarem um golpe e devolver o país à ditadura dos partidários de Mubarak.

Morsi toma posse em 30 de junho de 2012 e, em novembro do mesmo ano, abre uma crise política ao baixar um decreto em que estende seus poderes e os coloca acima de qualquer controle judicial. Em novembro, também, aprova um projeto de Constituição pela Comissão Constitucional, que foi boicotada pela oposição de esquerda e laica, assim como pelos círculos cristãos.

Inicia-se, assim, uma série de protestos, com violentos confrontos entre opositores e adeptos do regime. Os protestos, além de causarem as primeiras mortes sob o novo regime (7), não param mais e, ao contrário, vão se intensificando. Morsi estabelece alianças à direita, aprofunda contradições religiosas ao querer governar somente para seu grupo, os islâmicos, e se separa da esquerda, dos cristãos e demais forças que se opuseram organizadamente à ditadura de Hosni Mubarak e a todas as atrocidades cometidas pelo seu regime.

No entanto, enquanto as forças de esquerda e democráticas encontravam-se nas ruas, protestando e exigindo publicamente que Morsi voltasse a governar para o povo e não para os interesses daqueles que o traiu, as forças da reação se utilizavam dos mecanismos jurídicos e institucionais do antigo regime, que não foram desmontados, para encurralar e submeter o presidente recém eleito.

Assim, após seguidas operações parlamentares e judiciais bem sucedidas, promovidas pelos inimigos derrotados, inúmeras manifestações contrárias ao governo que resultaram em centenas de mortos pelo país, o Exército, demagogicamente, exigiu que as “demandas do povo fossem atendidas”, estabelecendo uma virtual e oportunista aliança com os opositores que já reivindicavam a saída de Morsi.

Não demorou a, em 3 de julho de 2013, o presidente ser deposto pelo Exército, preso em local secreto e os confrontos entre militantes islâmicos e forças de segurança passarem a ocorrer, deixando mortos e feridos em vários pontos do país ao longo dos meses seguintes.

As acusações contra Morsi, agora, são de ter cometido atrocidades de todo tipo enquanto defendia seu governo contra as mobilizações da oposição, incluindo a ajuda que teria recebido do Hamas para escapar de uma prisão, quando havia sido detido pelo governo de Mubarak no início de 2011.

A realidade é que o povo do Egito foi mais uma vez traído pelo Exército, que prometeu novas eleições e a revisão da Constituição, mas só fez aprofundar as contradições internas e banhou o país em sangue, para submetê-lo ao imperialismo americano e europeu. Mas, os mais de 700 mortos também são fruto da falta de uma organização revolucionária que unifique as forças democráticas, patrióticas e revolucionárias do país, criando condições para o desenvolvimento das relações políticas entre mulçumanos e demais grupos religiosos; e que aponte, também, os caminhos da revolução socialista para tornar o Egito independente e autossuficiente, política e economicamente, da influência do capital multinacional e dos governos a seu soldo, que vêem nessa região do Oriente Médio um verdadeiro caldeirão revolucionário, que pode levar seus enormes interesses a serem transformados em pó.

Redação Rio

Onde está Amarildo?

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Onde está Amarildo?Até o dia 22 de julho, 1.720 pessoas haviam sido presas nas manifestações em todo o País – número ainda maior após os protestos durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, na última semana de julho. Desses 1.720 presos, 230 eram jovens.

São Paulo foi o local de maior repressão, com 212 detidos, seguida por Belo Horizonte, com 141, por Brasília, com 90, e pelo Rio de Janeiro, com 87. A grande maioria foi presa por suspeita de crimes como dano ao patrimônio público e formação de quadrilha. Mas esses crimes ocorreram?

O que aconteceu foi que a Polícia enquadrou qualquer manifestante preso no crime de formação de quadrilha. Logo, o País contou com uma quadrilha de alguns milhões de pessoas no dia da maior manifestação. Essa medida foi realizada porque o crime de dano ao patrimônio público é considerado leve, e a pena é trocada por medidas alternativas. Já para formação de quadrilha e outras acusações como furto e roubo, a pena pode ser a prisão imediata, como aconteceu com os manifestantes Caio Brasil (RJ) e Cris Maria (Recife), que foram levados para presídios como se fossem criminosos perigosos. Caio foi preso juntamente com um cadeirante acusado de fugir da Polícia e um morador de rua acusado de roubo.

Na última semana de julho, durante a Jornada Mundial Juventude (JMJ), a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ) deu uma aula de fascismo. Enquanto infiltrava policiais (os chamados P2) para estimular o confronto entre manifestantes e o Batalhão de Choque, a conta da PMERJ no Twitter (rede social na internet) lançava comentários atacando os manifestantes, criticando a mídia alternativa, dizendo que os advogados dos presos e a OAB atrapalhavam o trabalho da Polícia e divulgando fotos dos jornalistas presos (medida proibida pela Constituição do Estado do Rio de Janeiro).

Em um dos comentários, as fotos de dois repórteres da Mídia Ninja (que transmite as manifestações pela internet) na delegacia foram divulgadas, expondo-os mesmo sem comprovação de nenhum crime. Mas, minutos antes, a mesma PMERJ publicou comentário dizendo que proibir a mídia de trabalhar era vandalismo.

Ora, o que a PMERJ (e a PM de outros estados) demonstrou foi seu lado autoritário e fascista. Prendeu jornalistas – sendo que os mesmos têm permissão para atuar com autonomia até em zonas de guerra – só porque mostravam os abusos da própria Polícia; prendeu manifestantes sem prova alguma e plantou provas ao colocar drogas e bombas dentro das bolsas dos manifestantes presos; prendeu pessoas que nada tinham a ver com as manifestações e atirou livremente no rosto de manifestantes e repórteres.
Onde está Amarildo?

Entre todos os crimes cometidos, um deles parece ter saído do controle dos órgãos repressores. O pedreiro Amarildo Dias de Souza, de 42 anos, morador da Favela da Rocinha, onde vivia em um cômodo com a mulher e seis filhos, e que recebia R$ 300 para trabalhar em uma obra em Copacabana, está desaparecido desde o dia 14 de julho, quando foi levado da comunidade por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Amarildo voltava de uma pescaria quando foi abordado e levado para “averiguação”. Desde então, a família e vizinhos já buscaram por ele em hospitais, delegacias e até mesmo no necrotério, sem obter resposta. Segundo testemunhas, a PM diz que ele foi liberado, mas que as câmeras tiveram uma pane e que não existem imagens da liberação. O Governo carioca e a Polícia se calam. Quando muito, lamentam e dizem que vão acompanhar o caso.

São quase 30 anos desde a redemocratização do País, mas a Polícia criada pela Ditadura Civil-Militar continua inserida na sociedade. Os crimes que vemos hoje não são mais do que a continuidade da repressão que existia naquele período horrível de nossa história.
Os desaparecimentos são os mesmos ocorridos com as centenas de militantes (estudantes e trabalhadores) assassinados na Ditadura, muitos desaparecidos até hoje. A agressão aos jornalistas é a mesma que vitimou o jornalista da TV Cultura, Vladimir Herzog, no Dops de São Paulo. A prisão de estudantes é a mesma que ocorreu, em 1968, no 30º Congresso da UNE, em Ibiúna-SP, quando cerca de 800 jovens foram presos por organizar o movimento estudantil. As mentiras da Polícia são as mesmas que justificavam as mortes por tortura como mortes em tiroteio. E o fascismo é o mesmo que sempre matou jovens negros e pobres nas periferias.

Lenin, líder da Revolução Socialista Russa, escreveu no início do século passado, no livro O Estado e a Revolução, que o Estado é uma arma das classes opressoras (ricos) contra os explorados (pobres) e que se afasta cada vez mais da população, precisando para isso de uma força armada a fim de controlar e aterrorizar o povo, para que este tenha medo de se rebelar. O Estado não é nada mais do que uma ditadura disfarçada de democracia.

Essas palavras se mostram tanto mais certas quanto mais avança a crise do sistema capitalista e a vontade do povo de tomar o poder. Por isso, os trabalhadores não podem compactuar com a existência de uma PM que já foi denunciada pela ONU e que mata mais do que exércitos em guerra.

Lucas Marcelino, São Paulo

PCR lança programa para a Revolução no Brasil

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Programa do PCR para a a Revolução Socialist BrasileiraAs Edições Manoel Lisboa lançam, neste mês, em todo Brasil, o Programa do PCR para a Revolução Socialista Brasileira, um conjunto de teses do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário para seu 5º Congresso.

Dedicado à memória de Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra, Amaro Luiz de Carvalho, Amaro Félix e Manoel Aleixo, heróis do Partido assinados pela Ditadura Militar na década de 1970, o Programa é leitura obrigatória para todos e todas que desejam compreender, de um ponto de vista marxista-leninista, o processo de formação da Nação brasileira e lutar pela transformação revolucionária de nossa sociedade.

Já nas primeiras páginas, podemos encontrar um relato vibrante da resistência, primeiro indígena e, depois, negra, à dominação colonial, além de uma justa homenagem feita aos primeiros heróis do povo brasileiro: Sepé Tiaraju, líder da República Comunista Guarani, morto em combate em 1756, e Zumbi, comandante do Quilombo dos Palmares.

Ao analisar historicamente a formação do Estado capitalista no Brasil, o documento apresenta ao leitor, de maneira simples e direta, importantes informações sobre o passado e o presente da economia brasileira e da presença do imperialismo em nosso País, além de uma contundente denúncia da pobreza, do desemprego, do pagamento das dívidas interna e externa, das consequências do desenvolvimento do capitalismo no campo, das privatizações e da exploração dos trabalhadores brasileiros e afirma: “Na realidade, os trabalhadores, aqueles que produzem as riquezas, vivem para trabalhar e trabalham para viver, pois, como só possuem a força de trabalho, são obrigados a vendê-la aos donos dos meios de produção, os capitalistas. Pela venda de sua força de trabalho, recebem um salário que mal dá para pagar suas despesas com transporte e a alimentação de sua família e, em troca desse salário, realizam uma jornada de trabalho extenuante e repetitiva ao longo de sua vida.”

Ao tratar da luta pelo socialismo no Brasil, o Programa dá uma importante contribuição ao debate, caracterizando cada uma das classes sociais presentes em nossa sociedade, nomeando as classes exploradoras (a grande burguesia nacional e estrangeira e a burguesia média da cidade e do campo) e as classes exploradas e demais camadas sociais oprimidas (a classe operária, os camponeses pobres, a pequena burguesia e os povos indígenas). Esta, sem dúvida, não é uma questão secundária, visto que a caracterização exata das classes e de seus interesses é determinante para a definição do programa e da tática da luta de classe do proletariado pelo socialismo.

Na terceira parte do livro, as teses do Comitê Central do PCR abordam a questão do caráter socialista da Revolução Brasileira e o seu programa, enumerando e explicando cada uma das 22 propostas ali defendidas para transformar o Brasil, entre as quais, destacam-se: “socialização de todos os monopólios e consórcios capitalistas e dos meios de produção nos setores estratégicos da economia”; “nacionalização dos bancos e união de todos os bancos em um só banco”; “fim da espoliação imperialista sobre a economia nacional”; “expropriação da propriedade latifundiária e das grandes empresas agroindustriais”; “anulação dos impostos extorsivos cobrados do povo”; e “julgamento, prisão e confisco dos bens de todos os corruptos”, entre outros.

Ao tratar das tarefas que temos que cumprir para pôr em prática o programa, o texto aponta a “necessidade da conquista do poder para transformar a sociedade”, e adverte que “a burguesia, a atual classe dominante, sempre defendeu com violência a propriedade privada dos meios de produção e o seu ‘direito’ de continuar explorando o trabalhador” e que “em nenhum outro período da história, as classes dominantes foram tão reacionárias e usaram tanto a força e a violência contra os povos como hoje”.

O Programa também faz uma importante luta política sobre a necessidade da construção de um partido revolucionário para conscientizar, unir e organizar os trabalhadores e os demais setores oprimidos em sua luta contra a dominação capitalista, e desmascara as mentiras da burguesia contra o partido comunista, chamando todos os comunistas revolucionários a “trabalhar cada minutos de nossas vidas para construir o Partido e desenvolvê-lo, possibilitando que ele tenha cada vez mais capacidade e condições para pôr em prática sua política”.

Ler, debater e difundir o “Programa do PCR para a Revolução Socialista Brasileira”, no momento em que amplos setores da juventude e dos trabalhadores redescobrem o caminho das lutas de massa, certamente nos ajudará a compreender uma das mais importantes questões do momento, que é a do que fazer para dar consciência política revolucionária à indignação espontânea das ruas e que caminho seguir para fazer triunfar o socialismo no Brasil e o mundo.

Heron Barroso, Rio de Janeiro

Egito vive nova ditadura militar

Egito vive nova ditadura militarNo último dia 14 de agosto, a contra-revolução teve mais uma vitória no tortuoso caminho do povo Egípcio em busca de sua libertação. Com o argumento de reprimir os partidários do presidente deposto Mohamed Morsi que estão acampados em diversos pontos do país e em mobilização exigindo a volta do presidente ao poder, o governo dos militares assassinou milhares de pessoas e decretou estado de exceção com duração de pelo menos um mês. Neste momento, civis estão sendo presos e polícia secreta do exército trabalha livremente.

As mobilizações de rua que depuseram Mohamed Morsi em junho deste ano, abriram espaço para o fortalecimento da imagem do exército junto à população, imagem que estava desgastada desde a queda do ditador Hosni Mubarak fortemente apoiado pela cúpula da corporação. O atual ministro da defesa, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, é quem exerce o poder de fato, apoiado por uma junta civil que incluía o cientista Mohamed El Baradei como vice-presidente. Os eventos de 14 de agosto, no entanto, fizeram o próprio governo estremecer e El Baradei apresentou sua demissão.

Durante seu governo, o presidente deposto Mohamed Mursi, membro da irmandade mulçumana, intentou aplicar um programa conservador inspirado nos escritos islâmicos que, entre outras medidas atrasadas, atacava os direitos das mulheres e outros direitos democráticos fundamentais. Foi um governo incapaz de realizar as medidas populares reclamadas pelo povo, realizando a reforma agrária e nacionalizando as reservas naturais. Como resultado, cresceu o desemprego e os problemas sociais do país se agravaram.

Os militares liderados por Al-Sisi, por outro lado, mantêm fortes relações com os EUA e uma posição dúbia frente ao estado de Israel. São uma casta estabelecida há anos no país e que trabalha pela manutenção de seus privilégios. No último período, os militares têm insuflado o sentimento nacionalista no povo do Egito, pregando a xenfóbia para com sírios, palestinos e iemênitas, sob o pretexto de combater o fundamentalismo da irmandade mulçumana.

A história recente do Egito é um grande ensinamento para a classe trabalhadora de todos os países e do Brasil, em particular. Sem organizações políticas da classe trabalhadora, fortes o suficiente para fazer a revolução e retirar da classe dos burgueses o poder político construindo um novo estado, as revoltas populares serão sempre cegas, inconsequentes e manipuláveis por setores da própria burguesia.

 Sandino Patriota