UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 11 de setembro de 2025
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Servidores da educação federal em greve realizam ato em Santo André

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Nos últimos meses, a redação do jornal A Verdade vem cobrindo a greve da educação federal, em que servidores técnicos-administrativos, estudantes e professores lutam pela recomposição do orçamento da Educação e por melhorias salariais. Nesta terça-feira (11/6), as categorias realizaram em Santo André (SP) mais uma manifestação para pressionar o Governo a negociar. A seguir, reproduzimos release difundido pelos servidores em luta da UFABC

Redação


Em greve há 3 meses, servidores da educação federal realizam atos e manifestações para cumprir agenda da greve em defesa da educação em mais uma semana de negociação com o governo federal. Dessa vez, o ato aconteceu em Santo André, no ABC Paulista, com servidores e estudantes da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Com bloqueio na Avenida dos Estados, em frente ao campus da universidade, o ato acontece em um dia importante para os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs), no qual será mais uma negociação entre as entidades representativas da categoria – Federação de Sindicatos de trabalhadores técnico-administrativos (FASUBRA) e  Sindicato Nacional que representa os servidores (docentes e técnicos) da Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica (SINASEFE) com o Ministério de Gestão e Inovação (MGI), que responde pelo Governo Federal.

Os grevistas pedem a recomposição de 10 anos de cortes no orçamento federal da Educação e um reajuste salarial já para 2024. O governo, por sua vez, se nega a dar o reajuste e a recomposição, pois quer a todo custo cumprir as metas de superávit fiscal e garantir o pagamento dos juros da dívida pública aos banqueiros e fundos financeiros, que come metade do orçamento da União.

Segundo Priscilla Santos, TAE na UFABC, “Estamos há 90 dias em greve, por causa da nossa condição de trabalho e nossa condição financeira. Nós temos perdas salariais acumuladas desde 2010, que chegam a 50%, além disso, as nossas carreiras estão muito defasadas. Somos a maior categoria do setor federal e temos as menores médias salariais”

Após a deflagração da greve dos técnicos, somaram-se os professores. Entre as principais reivindicações estão: aumento salarial; reformulação da carreira; recomposição do orçamento das universidades e institutos federais. Ao todo, são quase 70 universidades federais em greve.

De acordo com Felipe Franco, professor da UFABC, “95% da pesquisa produzida no Brasil é feita nas universidades públicas. Durante a pandemia, foram elas que desenvolveram exames diagnósticos de COVID-19, vacinas para prevenir o contágio do vírus! Nossa greve é para defender a ciência e pesquisa também! A proposta feita pelo governo não contempla a grande maioria dos professores, apesar de ter sido propagandeada como uma boa proposta pra nós”.

Além disso, Paulo Pinheiro, vice-presidente do Diretório Central dos Estudantes acrescenta: “estamos em luta junto com os trabalhadores porque a universidade sofre com a precarização devido a falta de orçamento: goteiras, falta de professores e servidores, o que ocasiona atraso na graduação, falta de auxílio financeiro para os estudantes. Uma estudante desmaiou na sala de aula por excesso de calor e falta de ventilador. A greve tem como pauta a recomposição do orçamento das universidades e institutos federais, por isso é uma greve em defesa da educação!”.

A ação demonstra como os trabalhadores e estudantes estão dispostos a defender a universidade e a educação pública, gratuita e de qualidade; a valorização dos trabalhadores, pesquisadores e estudantes que garantem o desenvolvimento de ciência, tecnologia e pesquisa no país.

A atividade continua no período da manhã nas dependências da UFABC, com uma plenária entre os técnicos, docentes e estudantes. Até o fim da semana, as entidades representativas da universidade planejaram um calendário de atividades da greve.

Informações: Larissa Mayumi (11) 99328-1286

Mulheres denunciam violência sexual em CAPS terceirizado de Campinas

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Receando serem as próximas vítimas da violação de direitos, usuárias dos serviços de saúde mental terceirizados onde surgiram denúncias de violência sexual em Campinas procuraram o jornal A Verdade e o Movimento de Mulheres Olga Benário

Movimento de Mulheres Olga Benário | Campinas (SP)


MULHERES – Na cidade de Campinas (SP), no interior paulista, o jornal A Verdade recebeu denúncias de situações de violação de direitos, inclusive violência sexual, em serviços públicos de saúde mental que foram terceirizados. No mês de abril, várias mulheres relataram ao jornal ter sofrido abuso sexual dentro de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade. Lamentavelmente, em espaços que deveriam acolher e cuidar de pessoas em sofrimento psíquico, as denúncias de violência estariam sendo acobertadas, dizem as denunciantes, que pediram o anonimato por temer perseguições.

Com receio de serem as próximas vítimas e sentindo-se sem defesa, mulheres assistidas por esses serviços procuraram a Ocupação Maria Lucia Petit Vive, organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário na cidade de Campinas, com o objetivo de pressionar o poder público a se manifestar e tomar as providências necessárias de proteção às pessoas que dependem dos serviços de acolhimento humanizado e tratamento de saúde mental.

As situações de violência relatadas teriam ocorrido à noite e sido perpetradas por vigilantes contratados de uma empresa terceirizada. “São momentos de terror, principalmente porque quando as mulheres usuárias precisam pernoitar no CAPS é porque estão em sofrimento psíquico agudo e em total vulnerabilidade”, relatou uma mulher à reportagem do jornal A Verdade.

O projeto de gestão do prefeito Dario Saadi (Republicanos), que terceiriza os serviços e desresponsabiliza a prefeitura dos seus deveres para com as cidadãs de Campinas, vai assim fazendo mais e mais vítimas. “Essas mulheres assistidas pelo CAPS deveriam estar sendo cuidadas pelas equipes de enfermagem. Onde estava a equipe de enfermagem? E por que existe vigilante homem numa ala de atendimento a mulheres?”, questiona outra usuária.

Os problemas da terceirização da saúde

Os CAPS são serviços muito importantes no modelo de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), representando uma conquista da Reforma Psiquiátrica que humanizou o cuidado em saúde mental. Devido ao modelo de gestão compartilhada do SUS, a gestão dos CAPS é responsabilidade da secretaria municipal de saúde.

O Centro de Atenção Psicossocial de Campinas que as denunciantes apontam como espaço onde ocorreram os fatos tem convênio com o Serviço Cândido Ferreira, um antigo manicômio que hoje funciona como uma Organização Social (OS), um dos principais instrumentos da terceirização da saúde aplicada pelos governos neoliberais hoje em dia. Na década de 1920, o manicômio Cândido Ferreira foi criado pela elite campineira para retirar do convívio social as pessoas que necessitavam de tratamento.

Além de terceirizar os CAPS, a prefeitura de Campinas enfraquece o SUS promovendo um modelo de saúde terceirizada, entregando patrimônios públicos como hospitais e UPAs para empresas de direito privado. A Rede Mario Gatti foi criada em 2018 pela gestão do município com o suposto objetivo de garantir o acesso da população a equipamentos como o Hospital Municipal Mario Gatti, o Hospital Ouro Verde e o Hospital Pediátrico Mario Gattinho, mas o que se viu na prática foi muito diferente: os trabalhadores chegam a esperar 12 horas para serem atendidos nas UPAs terceirizadas da cidade.

Devido à grave situação nas UPAs que estão sob a gestão da Rede Mario Gatti, o Ministério Público de São Paulo abriu uma investigação em 2023 para apurar as denúncias sobre a demora do atendimento à população. Foi constatado que os equipamentos terceirizados têm longas filas de atendimento, as agentes para consultas médicas têm meses de espera e faltam materiais hospitalares, médicos e outros profissionais de saúde.

A terceirização da Saúde é um projeto das elites que precariza os serviços para desmantelar o SUS. Para brecar esse sistema brutal, corrupto e desumano que afeta diretamente a vida das mulheres, a luta organizada é o caminho de resistência, indica o Movimento de Mulheres Olga Benário.

Pautas reivindicadas pelas mulheres

Só nos primeiros cinco meses do ano, Campinas registrou seis feminicídios. A conta aumenta para nove, quando se soma a região metropolitana da cidade. O primeiro semestre de 2024 viu uma escalada dos  índices de violência contra as mulheres, reflexo direto do corte de verbas para as políticas públicas de enfrentamento ao feminicídio e à violência de gênero.

Indignadas com as violências diárias e o número de feminicídios em Campinas, as mulheres trabalhadoras estão se mobilizadas para promover, nos quatro cantos da cidade, assembleias e protestos exigindo o fim da violência sexual e uma urgente investigação sobre as violações de direitos nos CAPS terceirizados.

O Movimento de Mulheres Olga Benário denuncia desde 2022 a grave situação da insuficiência de equipamentos públicos e a falta de concursos para ampliar e qualificar os serviços de acolhimento. Em um ano de atuação, a Ocupação Maria Lúcia Petit Vive já acolheu mais de 100 mulheres, sem perder de vista a defesa de uma rede complexa de acolhimento às mulheres em situação de violência.

Indignadas com as violências diárias e o número de feminicídios em Campinas, as
mulheres trabalhadoras estão organizadas para denunciar e cobrar políticas efetivas
em defesa da vida das mulheres, por um SUS para todas e pelo direito de todas as
mulheres a acessar os serviços de saúde com qualidade e em segurança, exigindo o
fim da violência sexual e a investigação das violações de direitos das mulheres nos
CAPS terceirizados.

Racistas que atacaram Vini Jr. são condenados na Espanha

Três racistas que atacaram o jogador brasileiro Vini Jr. ano passado são condenados na Espanha. “Sou algoz de racistas. Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras.”, afirmou o jogador após as condenações que são marco na luta antirracista dentro da Europa.

Gabriel GB | Redação RJ


SOCIEDADE – O Tribunal de Instrução de Valência, no sul da Espanha,  condenou a 8 meses de prisão três racistas que atacaram o jogador brasileiro Vinícius Júnior na partida entre Real Madrid e Valencia, que foi realizada no dia 21 de maio de 2023. É a primeira vez que racistas são punidos por suas ações nos estádios da Espanha.

Vini Jr. é alvo principal de ataques racistas organizados por grupos fascistas de torcedores espanhóis dentro de estádios. Desde o ano passado, o jogador brasileiro vem se destacando no enfrentamento a estes ataques.

Esta condenação, entretanto, não marca um ponto final na luta contra o racismo no futebol, visto que o próprio Vinícius Júnior e diversos outros jogadores de origem latino-americana, asiática, africana e árabe sofrem o racismo escancarado nos estádios europeus dentro e fora de campo

Em seu perfil na rede digital X o jogador declarou: Muitos pediram para que eu ignorasse, outros tantos disseram que minha luta era em vão e que eu deveria apenas ‘jogar futebol’. Mas, como sempre disse, não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas. Essa primeira condenação penal da história da Espanha não é por mim. É por todos os pretos. Que os outros racistas tenham medo, vergonha e se escondam nas sombras.”

Uma voz em prol da luta antirracista

Não há dúvidas de que no atual momento político em que diversos países ao redor do mundo sofrem a ofensiva do fascismo, apoiado em sua ideologia racista e xenofóbica que cresce através de grupos supremacistas, fazendo com que essas ideias se estendam para o esporte, é significativo ter o melhor jogador de futebol da atualidade se posicionando a favor daqueles que lutam contra a discriminação

Desta forma, a condenação que ocorre na Espanha representa uma abertura para o avanço da luta antirracista ao redor do mundo. Não é para menos, o futebol é uma paixão para pessoas em todo planeta e é o esporte mais praticado em diversos países, incluindo o Brasil, onde essa paixão movimenta especialmente a juventude negra das favelas e bairros pobres

Por isso é fundamental que o conjunto dos movimentos negros utilizem esse importante momento para avançar a consciência racial do nosso povo. Podemos mostrar à população negra que sentiu na posição de Vini uma voz, que o racismo tem raízes muito mais profundas. A condenação individual de alguns racistas é apenas um passo. Na realidade, para acabar com a ideologia do racismo precisaremos juntar todos os oprimidos para lutar,  juntos, contra a estrutura do sistema capitalista racista.

A quem serve a privatização das praias?

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No dia 27 de maio, voltou a ser analisada a PEC 3/2022, que flexibiliza a aquisição e venda das áreas de marinha e permite a privatização das praias no Brasil.

Ignis Medina | Redação Ceará


BRASIL No dia 27 de maio, voltou a ser analisada a proposta de emenda constitucional que flexibiliza a aquisição e venda das áreas de marinha no Brasil. Escrita pelo deputado federal Arnaldo Jordy (CIDADANIA/PA), os espaços como praias e demais ambientes marinhos, que hoje são de posse e preservação da União poderiam ser transferidos para particulares, estados e municípios. E, ainda, segundo o texto da proposta, essa propriedade poderia ser adquirida gratuitamente até mesmo para o meio privado.

A PEC 3/2022, como está nomeada, tem amplo apoio de figuras conhecidas pela defesa da venda de espaços e indústrias públicas, como o próprio relator da PEC, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. A família Bolsonaro já fez diversas falas favoráveis à privatização de praias e de pontos turísticos, como a infame fala sobre a defesa de transformar Angra dos Reis (RJ) em uma “Cancún brasileira”, o que, por si só, deixa claro para que essa flexibilização das medidas de proteção das praias brasileiras seria aproveitada.

Privatizar é vender nosso país

É evidente que esse processo se trata de mais um ataque da direita brasileira ao próprio povo e ao país. Há intenso interesse do complexo industrial turístico internacional no Brasil, com imensa participação das burguesias do exterior nos processos de privatização, seja como comprador direto ou participante acionista dessas empresas. Assim, é fato que esses mesmos grupos buscam efetivamente a aquisição de terras e terrenos turísticos a serem explorados aqui.

A promessa é sempre a de deixar o mercado livremente gerir o comércio e suas demandas, que isso gerará emprego e melhoraria a vida de quem mora e usufrui desse serviço ou bens, mas jamais falam que a privatização traz piores empregos, menor remuneração, alta de terceirização, piora nos serviços, desemprego e riscos ao meio ambiente. No caso das praias, em especial, ocorre também a desocupação da população que ali vive, além de mudar completamente a vida dessas pessoas, que passam a viver em torno do comércio turístico.

Além de vender pedaço a pedaço do nosso país, privatizar é tirar o pleno direito do povo de usufruir da água, da praia e de qualquer outro ambiente e serviço que possa ser comercializado, tudo isso para satisfazer um lucro de uma elite que já tem em abundância. A privatização das praias não será o alvo final desta elite, que depois de liberada a privatização dos litorais, nada impedirá de privatizar qualquer outra área protegida ou espaço público.

Consequências sociais e ambientais 

Por debaixo da logística favorável às privatizações, tem-se o ideal econômico do liberalismo, que constantemente urge a necessidade de rebaixar ao mínimo possível a participação do Estado no mercado. Isso inclui: favorecer a políticas empresariais, removendo os impostos dos mais ricos e aumentando ao máximo seu lucro, venda de empresas estatais, flexibilização das leis trabalhistas, etc.

Um dos maiores apoiadores do “livre-mercado” e do “Estado mínimo” é o governador Eduardo Leite, um dos responsáveis pela grande tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. Como foi revelado, o mau gerenciamento e negligência quanto às políticas de defesa e preservação ambiental, garantiram que todo o Estado estivesse despreparado para as fortes chuvas que estavam previstas há no mínimo 10 anos.

Não é preciso se esforçar para ligar privatização das praias a eventos como o que ocorreu no Rio Grande do Sul. Com exemplos velhos e recentes de como a política capitalista continuará a sobrepujar nosso país e nossa natureza ao lucro de qualquer burguês que seja, encapsulado perfeitamente na fala de Leite, quando disse que as doações para os desabrigados iria prejudicar a economia do Estado. Essa foi a mesma lógica quanto ao acesso à água, no ano passado, quando o RS privatizou a sua água.

Fica claro, então, que a lógica do lucro capitalista jamais garantirá o bem-viver do povo brasileiro. Também fica claro que esses são os mesmos grupos que tentam vender tudo o que nosso país cria e produz, que destrói e explora o Brasil desde a sua invasão, que desmata as florestas, produz enchentes, desastres “naturais” como o do Rio Grande do Sul, como também Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, com o rompimento das barragens da Vale, também empresa privatizada.

Enquanto o nosso país for governado pela pauta da concessão e do conchavo político e econômico com as alianças da direita fascista, estaremos vendo privatizações e injustiças como essas. É preciso pôr abaixo a ideologia do lucro e do imperialismo, é necessário mais do que nunca de uma política feita do povo para o povo, que nos valorize e construa para e não sobre nós.

Há 80 anos, trabalhadores europeus, africanos e americanos libertavam a França dos nazistas

80 anos atrás, no chamado “Dia D”, iniciava-se a retomada da França pelos Aliados na II Guerra Mundial. Invasão da Normandia ocorreu 3 anos após o início da luta da União Soviética contra os fascistas. 

Redação


HISTÓRIA – O que hoje é usado como uma peça da propaganda imperialista europeia e estadunidense foi, na realidade, uma obra de trabalhadores que se tornaram soldados na linha de frente contra o Nazismo na II Guerra Mundial. O conhecido “Dia D” não foi resultado de nenhuma genialidade ou excepcionalidade de generais estadunidenses ou ingleses, mas sim uma possibilidade graças ao enorme esforço soviético e da resistência antifascista europeia.

Nas praias da Normandia, em 6 de junho de 1944, 10 mil homens morreram ou ficaram feridos na guerra contra a Alemanha. Esta marca, para termos uma comparação, equivalia a quantidade de soviéticos mortos ou feridos em apenas 32 horas de combate na Batalha de Stalingrado, ocorrida um ano e meio antes, no interior da URSS.

No entanto, a operação dos Aliados foi importante para estabelecer o chamado “segundo front”, que o líder soviético Josef Stálin havia pedido aos ingleses e estadunidenses durante a Conferência de Teerã. Até o “Dia D”, os soviéticos lutavam praticamente sozinhos na Europa. Nas áreas ocupadas, a resistência antifascista encontrava a feroz repressão da Gestapo (polícia política nazista) e muitos foram parar nos campos de extermínio. No sul da Europa, os Aliados estavam avançando lentamente e ainda não haviam chegado ao Norte da Itália.

Governo britânico foi contra a operação

Um fato pouco conhecido no contexto do “Dia D” foi a oposição apresentada pelo governo da Inglaterra, liderado pelo reacionário Winston Churchill, que era contra o desembarque na França. Churchill, percebendo a liderança que os comunistas estavam ganhando na resistência ao nazismo, queria que o segundo front fosse iniciado na Grécia, para impedir um provável avanço soviético sobre o Leste Europeu.

A posição soviética era de que era fundamental derrotar os nazistas o quantos antes. Já naquela altura, mais de 20 milhões de soviéticos haviam sido mortos na guerra, para os povos da URSS a vitória era uma questão de vida ou morte, enquanto que para Churchill a questão principal era o jogo geopolítico que se estabeleceria no pós-guerra.

Os EUA naquela época foram simpáticos à proposta soviética, de fazer o segundo front no Norte da França. Para os americanos, o fim da guerra o mais rápido possível também era uma necessidade, pois estavam enfrentando os fascistas japoneses no Pacífico e uma guerra mais longa desgastaria ainda mais a população estadunidense. Diante da oposição soviética e estadunidense, os ingleses foram obrigados a acatar a proposta de que o segundo front ocorresse na França.

Trabalhadores e povos colonizados: os verdadeiros heróis do segundo front

Nesse contexto, quem foram, portanto, os verdadeiros heróis do “Dia D”? Importante lembrar que EUA e Reino Unido eram as principais potências imperialistas do mundo na época e, portanto, não eram os filhos dos ricos que iam para a luta, mas o povo trabalhador.

Na Normandia, muitos soldados estadunidenses eram negros pobres, que se alistaram para lutar contra o nazismo. Enquanto lutavam contra a forma mais brutal do fascismo, esses soldados enfrentavam a política de segregação racial dentro do próprio exército americano: soldados negros que deram a vida nos campos da França não podiam frequentar os mesmos bares e alojamentos de soldados brancos, tampouco podiam ter acesso a postos de alto escalão.

Os ingleses não ficaram muito atrás. Para a operação na França, ao longo de 1944, o Reino Unido se utilizou de tropas indianas, australianas e canadenses, além dos operários das grandes cidades do Reino Unido.

O governo provisório francês, do general De Gaulle, foi ainda mais intensivo na política de usar tropas coloniais. Para libertar o Sul da França, em agosto de 1944, foram os povos do Norte da África e da África Ocidental que foram mobilizados. Dezenas de milhares de africanos garantiram a vitória aliada na que ficou conhecida como “Operação Dragão”, que foi o desembarque Aliado na região da Provença, na costa mediterrânea francesa.

“Dia D” só foi possível por conta das vitórias soviéticas

Em 1944, a Alemanha já dava sinais que não resistira a abertura do segundo front na França. Foi esse o fato decisivo para garantir que os Aliados planejassem o “Dia D”. Mas a situação das tropas nazistas só chegou neste ponto porque os soviéticos, nos 3 anos anteriores, haviam imposto a maior guerra de atrito já vista na história da humanidade.

Milhões de tropas alemãs foram forçadas a ir para o Front Oriental enfrentar o povo soviético. Cada cidade, vila ou aldeia soviética ocupada pelos nazistas significava a morte de milhares de alemães e a destruição de toneladas de material bélico. A situação levou a Alemanha Nazista a um limite econômico e social. Foi esse cenário que permitiu os Aliados terem as condições para libertar a França.

Portanto, a vitória contra o nazismo na II Guerra Mundial não foi fruto de genialidade de generais imperialistas, ou da boa vontade dos líderes Aliados. A vitória sob o fascismo foi produto direto da mobilização da classe trabalhadora mundial, de todos os povos e continente e, em especial, dos povos da União Soviética.

Israel ataca escola da ONU e mata ao menos 40 pessoas

Na última quarta-feira (5), Israel realizou mais um crime de guerra, ao bombardear uma escola da ONU que abrigava 6 mil refugiados em Gaza. A ação genocida matou 40 pessoas, sendo ao menos 14 crianças, e deixou outras 73 feridas.

Igor Marques | Redação RJ


INTERNACIONAL – Na última quarta-feira (5), o Estado genocida de Israel realizou um bombardeio contra uma escola da ONU, localizada em Nuseirat, região central de Gaza. A escola abrigava milhares de pessoas desalojadas pelos ataques israelenses.

O ataque a essa escola da ONU por Israel vitimou 40 pessoas e outras 73 ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Ao menos 14 crianças estão entre os assassinados.

Esse é mais um dos crimes de guerra cometidos por Israel, que já matou milhares de inocentes desde o início do atual conflito. A infundada justificativa dada pelo Estado fascista é de que o prédio servia como uma base do Hamas.

Desde o início do conflito, Israel propaga mentiras para justificar seus crimes de guerra. E mesmo sob a justificativa de que a população é usada como “escudo humano”, não mede esforços para assassinar milhares de inocentes.

O ataque à escola da ONU por Israel faz parte de uma ofensiva na região central de Gaza. Segundo a ONG Médicos Sem Fronteiras, mais de 70 mortos e 300 feridos foram encaminhados para o Hospital de Al-Aqsa.

Karin Huster, coordenadora da ONG em Gaza, afirmou que “O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas deitadas por todos os lados, no chão, fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável”.

O genocídio praticado por Israel desde outubro já matou mais de 35 mil pessoas, sendo a maior parte delas mulheres e crianças. A prática sionista não deixa nada a desejar em comparação as piores práticas dos nazistas na II Guerra Mundial. Neste cenário, organizações palestinas, movimentos sociais e organizações políticas vem reivindicando a necessidade dos povos do mundo se mobilizarem para enfrentar Israel. 

Movimento Olga Benario luta contra despejo da Casa Almerinda Gama

A Casa Almerinda Gama há mais de 2 anos realiza trabalho de acolhimento de mulheres vítimas de violência, porém sofre constantes ataques e uma tentativa de desocupação por parte do governo do estado do RJ.

Redação RJ


MULHERES – A Casa de Referência da Mulher Almerinda Gama, localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro, sofre com constantes ataques. A ocupação, organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benario, já existe há 2 anos, e serve como espaço de acolhimento para mulheres vítimas de violência na cidade do Rio de Janeiro, que é uma das mais violentas para as mulheres no país.

O imóvel, estava há quase uma década sem cumprir função social. Hoje, ele pertence ao estado do Rio de Janeiro, que iniciou uma ação de reivindicação de propriedade, que será julgada no próximo dia 11.

Frente a essa realidade, o Movimento de Mulheres Olga Benario organizou uma plenária para organizar a luta contra a desocupação e para garantir a continuidade desse espaço fundamental para a vida das mulheres.

2 anos de luta em defesa da vidas das mulheres

A Casa de Referência da Mulher Almerinda Gama existe desde março de 2022 e é um importante espaço de enfrentamento da violência contra à mulher e de denúncia da falta de políticas públicas no estado e na cidade do Rio de Janeiro.

A ocupação, desde março de 2022, já realizou mais de 100 atendimentos e abrigou mais de 30 mulheres, incluindo também seus filhos. A Casa Almerinda Gama se tornou um espaço fundamental em defesa da vida das mulheres na cidade do Rio de Janeiro.

No entanto, o estado do Rio de Janeiro, ainda em maio de 2022, entrou com processo contra a casa, buscando a desocupação do imóvel pelo movimento.

Desde seu início, a ocupação sofre com diversos ataques e intimidações. Um caso notório é a falta de fornecimento de água pela empresa Águas do Rio, que obrigava a contratação de caminhões-pipa para a manutenção da casa. E foi somente após meses de luta e uma ocupação da sede da empresa que a ocupação recebeu a promessa de que o fornecimento de água seria reestabelecido.

Especulação imobiliária contra a vida das mulheres

Localizada na Rua da Carioca, n° 37, no centro da cidade do Rio de Janeiro, a Casa Almerinda Gama ocupa um prédio tombado pelo patrimônio histórico. Antes uma rua importante do centro da cidade, com diversos comércios, especialmente com bares e lojas ligadas à música, a Rua da Carioca hoje sofre com os efeitos da especulação imobiliária no centro da cidade. Grande parte dos imóveis da rua foram comprados pelo banco Opportunity, que aumentou agressivamente os aluguéis, causando o fechamento das lojas.

No prédio onde se localiza a casa de referência, já funcionou a famosa loja de instrumentos musicais Guitarra de Prata, que, após décadas de funcionamento, fechou as portas nos anos 2000 por conta das práticas abusivas da especulação imobiliária.

Hoje em dia, após a falência do banco, o imóvel pertence ao estado do Rio de Janeiro. Porém, grande parte dos imóveis da Rua da Carioca permanecem fechados e sem cumprir qualquer função social.

Além disso, a região também se insere nos planos do projeto Reviver Centro, criado pela prefeitura do Rio de Janeiro, que busca “revitalizar” o centro da cidade, ampliando o processo de expulsão de famílias pobres e de trabalhadores para as periferias – a chamada Gentrificação – e agradando os interesses das grandes construtoras.

No caso da Rua da Carioca, o projeto da prefeitura é criar a “Rua da Cerveja”, iniciativa que aprofunda o processo de gentrificação da região e ameaça a existência da ocupação.

Pela vida das mulheres!

Desde o início da ação movida pelo Estado, o movimento por diversas vezes buscou a realização de mesas de negociação para tratar sobre o imóvel.

Porém, o governo do fascista Cláudio Castro coloca o lucro dos grandes empresários e a especulação imobiliária a frente da vida das mulheres, e nunca abriu qualquer diálogo com o movimento.

A desocupação não traz nenhuma perspectiva às mulheres e crianças hoje abrigadas na Casa. Pelo contrário. Em muitos casos, a falta de opções pode levar essas mulheres até mesmo de volta às relações de violência que viviam anteriormente.

Em meio a todo esse processo, o Movimento de Mulheres Olga Benario realizará uma série de mobilizações, com panfletagens, confecção de cartazes e faixas e uma manifestação na próxima terça-feira (11), dia do julgamento, em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Servidores da educação federal em greve fazem ato no RJ antes de negociação com governo

Trabalhadores e estudantes em greve da rede federal de educação paralisaram a Linha Vermelha, na Zona Norte do Rio, no dia 5/6 . Governo e grevistas se preparam para série de reuniões de negociação na próxima semana. 

Redação


TRABALHADORES – No último dia 5 de junho, foi a vez do Rio de Janeiro receber mais uma importante manifestação das categorias em greve da rede federal de educação. Sindicatos das bases da Fasubra, Sinasefe e ANDES, com o apoio do movimento estudantil, se reuniram na Cidade Universitária da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e caminharam até a Linha Vermelha, uma das principais vias expressas da capital fluminense.

Os técnicos administrativos em educação (TAEs) da UFRJ estão em greve desde março e vem se mobilizando junto às outras universidades institutos e institutos, o que tem mantido uma alta taxa de adesão da categoria após mais de dois meses de paralisação. No fim de maio, os TAEs foram seguidos pelos estudantes, que estão em estado de greve. Vários cursos já paralisaram suas atividades.

Os grevistas pedem a recomposição de 10 anos de cortes no orçamento federal da Educação e um reajuste salarial já para 2024. O governo, por sua vez, se nega a dar o reajuste e a recomposição, pois quer a todo custo cumprir as metas de superávit fiscal e garantir o pagamento dos juros da dívida pública aos banqueiros e fundos financeiros.

O ato no Rio de Janeiro se insere no conjunto de manifestações que ocorrem em todo o país em defesa das pautas da greve da educação. Em ao menos duas delas, uma em Alagoas e outra em São Paulo, o presidente Lula foi pressionado a se posicionar. Os estudantes, técnicos-administrativos e docentes prometem novas manifestações no Rio, tendo uma já marcada para o próximo dia 11, no Centro da capital fluminense.

Novas rodadas de negociação

Diante da pressão de técnicos administrativos em educação, docentes e estudantes de universidades e institutos federais, o Governo Federal marcou para a próxima semana uma nova rodada de negociação. Após os grevistas terem constrangido o presidente Lula em dois atos públicos do governo no último mês, o executivo federal planeja ao menos três reuniões na próxima semana para debater a greve da educação federal.

A previsão é de que o presidente da República se reúna com reitores das universidades e institutos federais na segunda feira (10/6). Já na terça, 11/6, o governo se reúne em nova mesa de negociação com os técnicos administrativos em educação. No dia 14/6, será a vez dos docentes.

A intenção do governo é forçar negociações separadas para evitar a todo custo ceder às reivindicações dos trabalhadores, como noticiou o jornal A Verdade. No entanto, a tática não tem funcionado e as bases das três entidades nacionais continuam unificadas na mobilização grevista.

A tendência é a continuidade da mobilização até que o governo federal ceda e aceite negociar mudanças orçamentárias ainda em 2024. Diante da pressão do fascismo e do Centrão no Congresso Nacional por mais dinheiro para os banqueiros e emendas parlamentares, a mobilização das categorias da educação federal é justa e aponta o caminho para se reverter os duros ataques sofridos pela educação pública nos últimos anos.

Brasil e EUA: 200 anos de relações marcadas por golpes e intervenções

Em maio deste ano, marca-se 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. A história das relações entre os dois países revela constantes ataques do imperialismo estadunidense e de seus monopólios contra os trabalhadores brasileiros e sua soberania

Igor Marques | Redação RJ


HISTÓRIA – Em maio deste ano, marca-se 200 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. Os Estados Unidos foram a primeira potência mundial a reconhecer a independência brasileira, no ano de 1824. Porém, o próprio reconhecimento da independência pelos Estados Unidos se inseria na lógica da Doutrina Monroe e nos objetivos do nascente Imperialismo dos EUA na América Latina. 

Nesses 200 anos de relações entre Brasil e Estados Unidos, foram marcadas por profunda desigualdade e constante ataque por parte do Imperialismo estadunidense e seus monopólios, em que os Estados Unidos buscaram impor uma política de dominação imperialista da economia brasileira.

Ao contrário do que é celebrado pelos governos dos dois países e pela grande mídia, que tentam ressaltar a “amizade” entre os dois países, as relações entre Brasil e Estados Unidos são marcadas por 200 anos de sabotagens e espionagem por parte da CIA, intervenções militares e envolvimento direto em golpes, como no golpe militar fascista de 1964.

Nesses 200 anos de “amizade” entre Brasil e Estados Unidos, foram realizadas diversas cerimônias entre os dois países. Mas ainda mais simbólico do que isso foi a mobilização de um grande porta-aviões dos EUA para o Rio de Janeiro, gesto que atua como demonstração da força, do domínio Imperialista e dos reais interesses do país.

A Doutrina Monroe

A independência do Brasil em 1822 fazia parte de um amplo contexto de independência por toda a América Latina. Diversos países da região se viam livres do domínio europeu e havia um crescente temor de uma intervenção contra essas independências.

Nesse contexto, os Estados Unidos buscava se consolidar como uma potência no hemisfério Ocidental do globo e, no ano de 1823, impõe a Doutrina Monroe. Essa doutrina, que tinha o lema “América para os Americanos”, afastava a presença europeia e aprofundava os ideais expansionistas dos Estados Unidos na América Latina.

Além de servir aos interesses dos Estados Unidos contra a presença dos europeus no continente americano, o Brasil também seria importante para a expansão comercial da crescente indústria norte-americana. Desde então, não só no Brasil, mas em toda a América Latina, a Doutrina Monroe foi utilizada pelos Estados Unidos para ampliar o seu domínio, realizar golpes e controlar as economias de diversos países da região.

Construção do Imperialismo estadunidense

No século XX, com a consolidação de seu território após guerras contra o México e o genocídio de povos indígenas, os Estados Unidos busca se tornar também uma potência Imperialista. E, nesse contexto, a América Latina foi seu primeiro alvo.

Após a proclamação da República, os Estados Unidos passam a dotar de influência ainda mais profunda na política brasileira, inclusive com intervenções militares diretas, como no contexto da Segunda Revolta da Armada. A elite que governava o Brasil tinha nos Estados Unidos um exemplo de país que excluía e segregava sua população e que governava para os mais ricos.

O Brasil se tornava cada vez mais dependente economicamente dos Estados Unidos, que se transformavam no principal comprador de café, borracha e açúcar, além de grande credor do país. Com isso, os EUA aumentam sua política de domínio da economia nacional, buscando tornar o Brasil um país que servisse aos interesses de seus monopólios.

Ataques à soberania nacional e o Golpe de 1964

Os Estados Unidos viriam ainda a aprofundar essas políticas no pós-Segunda Guerra Mundial, especialmente a partir da atuação da CIA e do financiamento de grupos de extrema-direita. Além disso, os Estados Unidos, desde antes deste período, empreenderam ações de propaganda contra o comunistas e grupos antifascistas, apoiando, inclusive, a ilegalidade do Partido Comunista.

Em diversos momentos importantes da história do Brasil, como a criação da Petrobras, a Lei de Remessa de Lucros e as Reformas de Base, os Estados Unidos assumiram sua posição Imperialista e ameaçaram intervenção direta por essas medidas irem contra os interesses dos seus monopólios.

Durante as décadas de 1950 e 1960, a relação entre Brasil e Estados Unidos, portanto, foi marcada por grandes tensões, na medida em que os EUA buscavam manter a hegemonia do seu Imperialismo no Brasil. Essas tensões tiveram ápice ao longo do governo de João Goulart (1961-1964), que além de buscar empreender as citadas Reformas de Base, também conduziu a chamada Política Externa Independente, que buscava diminuir a dependência do Brasil com relação aos Estados Unidos.

A partir de uma ampla ação de propaganda, financiamento de grupos de extrema-direita e apoio a generais golpistas, os Estados Unidos atuaram diretamente para a realização do golpe militar fascista de 1964, inclusive com apoio militar na chamada Operação Brother Sam. A partir daí, inaugurou-se um regime de repressão que durou mais de duas décadas com constante apoio norte-americano.

Apoio à Ditadura Militar Fascista e avanço do neoliberalismo

Os Estados Unidos foram fundamentais durante os 21 anos de Ditadura Militar no Brasil. Ao longo desse período, os EUA financiaram e apoiaram um regime que entregava recursos a empresas estrangeiras, restringia direitos da população e produziu profunda repressão a revolucionários e patriotas.

Durante todo esse período, os Estados Unidos ainda financiariam diversos regimes de exceção por toda a região, além de instituir uma política de repressão transnacional a partir da Operação Condor e de treinamento de táticas de tortura na chamada Escola das Américas.

A Ditadura Militar fascista também foi o período em que o Brasil ampliou enormemente sua dívida externa e, em busca de fornecer maiores lucros aos monopólios, atacou os direitos da classe trabalhadora.

Após o fim do regime militar, os Estados Unidos atuaram para manter a sua agenda de dominação do país, com amplo apoio de políticas neoliberais, privatizações e avanço da desindustrialização do país, além da criação de acordos de livre-comércio, como a Alca, que visavam ampliar essa dominação e dependência.

Desde então, os Estados Unidos mantém sua agenda neoliberal, apoiam o desmonte do país e, a partir de agências como a CIA, promovem até mesmo a espionagem de chefes de Estado, como no caso da presidente Dilma, e continuam a financiar a desestabilização e golpes no país, como visto em 2016.

Os Estados Unidos, ainda hoje, buscam ditar a produção nacional e buscam ter controle de áreas importantes e estratégicas da economia, como visto pela fala da Embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, quando afirmou a importância do país no fornecimento de minerais críticos. Além disso, essa afirmação demonstra também o papel que os EUA buscam para o Brasil: como unicamente exportador de matérias-primas.

A relação entre Brasil e Estados Unidos é, então, marcada por uma busca de ampliação do domínio militar e econômico dos EUA, com constante busca por manutenção da hegemonia Imperialista contra o Brasil. São dois séculos de ataques, intervenções e golpes de Estado, e não de amizade como buscam representar.

PM do MT prende trabalhadores rurais, padre e defensora pública

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A realidade de violência no campo nos mostra que, sem políticas agrárias efetivas, a vida dos trabalhadores rurais estará sempre nas mãos dos grandes fazendeiros, dos latifundiários e de seus carrascos, que escravizam crianças, tomam os corpos das mulheres do campo como propriedade e exploram diariamente, com práticas semelhantes às usadas na escravidão, os que vivem da enxada enfrentando a injustiça como regra.

Wildally Souza – São Paulo


Sem ordem judicial e de forma truculenta, a Patrulha Rural da Polícia Militar do Mato Grosso prendeu, na segunda-feira (27), pelo menos 12 trabalhadores sem-terra, uma defensora pública e três agentes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entre eles o Padre Luís Cláudio, da Prelazia de São Félix do Araguaia. De acordo com a CPT, a PM foi chamada por fazendeiros e latifundiários para despejar as famílias do acampamento União Recanto Cinco Estrelas, que ocupavam o entorno da fazenda – uma propriedade improdutiva há mais de 20 anos –, com o propósito de denunciar a concentração de terras nas mãos de latifundiários milionários no Brasil, a fome, a miséria, o desemprego, a ineficiência e falta de vontade dos poderes, tomado pela presença da bancada ruralista no Congresso, em implantar uma verdadeira reforma agrária no país.
As mais de 74 famílias de trabalhadores sem-terra que ocupavam a área que é propriedade da União, ou seja, do Estado Brasileiro e não do grileiro, dono da Fazenda Nossa Senhora da Abadia, como está circulando na mídia burguesa. Em denúncia, os trabalhadores afirmam que a PM invadiu o acampamento com brutalidade, agredindo e espancando homens, mulheres e crianças que estavam no local. Um homem de 47 anos que mora no entorno da fazenda denunciou que sua casa foi invadida e que os policiais quebraram seu braço enquanto o algemavam. A PM ainda impediu os trabalhadores de tirar seus pertences – carros, motos, barracas, celulares e outros objetos – de dentro da fazenda, sob a mira de armas.

Em nota, a Comissão Pastoral da Terra destacou:

… a empresa de segurança ‘Tática Serviços’ e seus pseudos seguranças, na verdade, jagunços da Fazenda, que por ironia diz na placa ‘Nossa Senhora da Abadia’ (aquela que traz a Luz ao Mundo), a mando do grileiro Clayton, atentaram de forma coordenada contra a vida dessas famílias sem-terra empobrecidas, jogando um trator esteira contra dezenas de pessoas indefesas, que mesmo assim colocaram seus próprios corpos para defender seus familiares e fizeram a esteira recuar com incrível coragem. Demonstrando dessa forma, a velha e comum face violenta de vários fazendeiros do estado”.
Logo após o acontecimento, numa tentativa desonesta de justificar a violência e evidenciando o caráter criminoso de seus agentes, a PM-MT emitiu uma nota que dizia que “tentativas de invasão à propriedade rural serão tratadas com tolerância zero”. Ainda, o delegado Geraldo Gezoni Filho, ao ser contestado sobre a truculência contra os trabalhadores, declarou que “no estado do Mato Grosso, não se tolera invasões”.

Terra do povo e não de grileiro

A fazenda Nossa Senhora da Abadia ou Cinco Estrela possui cerca de 4,3 mil hectares, foi atribuída à União em 2020 pela justiça, em primeira instância, por não ter atividade econômica na área, ou seja, tida como terra improdutiva. Desse total de terras, dois mil hectares foram destinados à reforma agrária para as famílias sem-terra. Contudo, o grileiro mencionado na nota da CPT reivindica a antecipação de tutela de terras para o seu nome e entrou com mandado de segurança que, de acordo com a CPT e diante de apuração do Jornal A Verdade, encontra-se expirado desde 2021.

Mesmo com a alegação de posse de terras pelos grileiros e seus jagunços, as famílias que ocupam legitimamente o local entendem que as terras, por serem do povo, e já destinadas à reforma agrária, devem ser imediatamente assentadas.

O contexto de violência no campo nos mostra que, sem políticas agrárias efetivas, a vida dos trabalhadores rurais estará sempre nas mãos dos grandes fazendeiros, dos latifundiários e de seus carrascos, que escravizam crianças, tomam os corpos das mulheres do campo como propriedade e exploram diariamente com moldes semelhantes ao da época da escravidão os que vivem da enxada e da estrovenga no nosso país.

Greve na UnB mobiliza servidores e professores em defesa da Educação

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Greve na UnB une servidores técnicos-administrativos e professores em defesa de mais orçamento para a Educação e melhorias salariais para as categorias que constroem o ensino superior do país. Governo Federal segue sem atender à demanda dos grevistas

Caio Sad | Brasília (DF)


Na manhã de terça (4/6), os trabalhadores e trabalhadoras da Universidade de Brasília (UnB) fecharam por meio de um piquete o Instituto Central de Ciências (ICC), principal prédio da instituição de ensino, como uma das atividades de sua greve que já dura três meses. A paralisação na UnB faz parte de um movimento grevista nas universidades federais que se estende a nível nacional.

“Nós, os servidores técnicos-administrativos, estamos em greve há 90 dias e nossas reivindicações ainda não foram atendidas. Esse trancaço tem o objetivo de chamar atenção da comunidade acadêmica para as pautas dos trabalhadores” declarou Mauricio Sabino, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SINTFUB) e membro do Comando Local e do Comando Nacional de Greve.

A Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), sindicato que representa os professores, também esteve presente no piquete. Pedro Costa, do Comando Local de Greve dos docentes, declarou ao jornal A Verdade que “uma das pautas mais importantes da nossa mobilização é a recomposição orçamentária para a educação federal”. De fato, segundo nota da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES), somente nas universidades Ffderais, há a demanda de R$ 2,5 bilhões no orçamento para garantir o pleno funcionamento das instituições.

A greve na UnB

Os Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) da Universidade de Brasília estão em greve desde o dia 11 de março. Já os professores, desde o dia 15 de abril. Além da recomposição orçamentária da Educação, as principais reivindicações feitas pelas categorias são o aumento dos salários, defasados desde 2016, e a reestruturação da carreira dos TAEs e docentes. Ainda sem ter acordo com o Governo Federal, que se recusa a fazer uma proposta que atenda às demandas levantadas, os trabalhadores anunciam que manterão a paralisação.

“Neste ano, os deputados do Centrão terão mais de R$ 50 bilhões em emendas parlamentares. Em 2023, os banqueiros receberam  R$ 1,879 trilhão em juros e amortizações da dívida pública. Enquanto isso, as universidades estão tendo que pedir socorro”, denuncia Barbara Calista, coordenadora geral do DCE da UnB e membro do Movimento Correnteza.