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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Editorial: Governo cede ao agronegócio e abandona reforma agrária

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A Via Campesina e o MST ainda festejam o resultado de sua Jornada Nacional de Luta, que, de 22 a 26 de agosto, mobilizou 50 mil manifestantes em 19 Estados e levou 4 mil pessoas a um acampamento em Brasília. A comemoração se deve ao fato de o ministro Gilberto Carvalho, secretário da presidente Dilma, ter comparecido ao acampamento para anunciar a destinação de R$ 400 milhões para a compra de terras destinadas à reforma agrária e mais R$ 250 milhões para a instalação de agroindústrias nos assentamentos.

De um ponto de vista superficial e imediatista, a comemoração tem sentido. Mas a questão de fundo é a seguinte: que avanços teve a reforma agrária nos governos do PT e aliados? As medidas anunciadas indicam realmente que a reforma agrária, de fato, vai acontecer?

Os dados mostram que a distribuição de terras declinou no governo Lula, bem como neste primeiro ano do governo de Dilma Rousseff. O Índice Gini, que mede a concentração da propriedade rural (quanto mais perto de um, mais concentrado é o modelo) era de 0,836 em 1967 e de 0,854 em 2006, último ano do primeiro mandato de Lula, segundo dados do último censo agropecuário realizado naquele ano. Mostra, ainda, a pesquisa, que as pequenas propriedades (com menos de 10 ha) ocupavam 2,36% do total de terras, embora representassem 47,86% dos estabelecimentos rurais. Já os latifúndios (propriedades com mais de mil hectares) somavam menos de 1% das propriedades, embora controlassem 44,42% das terras.

No segundo mandato de Lula não houve avanços. Basta dizer que em oito anos o governo assentou apenas 154 mil famílias, apesar de ter anunciado o assentamento de 616 mil. Trata-se de manipulação de números, técnica aplicada no governo de FHC, tão criticada e agora repetida pelos petistas. O professor Ariovaldo Umbelino, professor da USP, explica: “O governo coloca no mesmo balaio 303,6 mil famílias beneficiadas por uma reordenação fundiária, que significa trocar um assentado de uma terra para outra; 154 mil por regularização de propriedade e 2,3 mil removidas por conta de construção de barragens”. João Paulo Rodrigues, da direção nacional do MST, concorda com esta avaliação, afirmando que é importante o assentamento de famílias em terras públicas, mas elas não poderiam ser contabilizadas como beneficiárias de um processo de reforma agrária. “É inchaço. Infelizmente, o governo Lula entrou na lógica de mostrar números a qualquer custo”.

Dilma Rousseff, por seu turno, já deixou claro que a prioridade é a qualificação dos assentamentos, acompanhando o que define nota divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário em 2010: “Os esforços empreendidos pelo Incra consistem em estabelecer a consolidação da estrutura já alcançada no meio rural, a fim de permitir o desenvolvimento aliado à sustentabilidade”.

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 acendeu a esperança de cinco milhões de famílias sem terra, pois na campanha havia afirmado que, se eleito, faria a reforma agrária “de uma canetada só”. Nem sequer avançou no marco legal, deixando de revogar a Medida Provisória nº 2.183/56, de FHC, que proíbe a vistoria do Incra em imóveis ocupados por sem-terras ou limitando a propriedade da terra e impondo mudanças nos índices de produtividade para as grandes propriedades. Cobrado, algum tempo depois de assumir, por não concretizar medidas prometidas na campanha, Lula diria que “são fanfarras de quem está na oposição”.  O pouco que se realizou de desapropriação foi nas áreas de fronteira da Amazônia. Critério: evitar confronto com o agronegócio, deixando de intervir em áreas do seu domínio e acompanhando sua expansão. Com este, a legislação foi muito generosa, aprovando a lei dos transgênicos, a concessão de florestas públicas e, pasmem, a MP nº 458, que legalizou as terras griladas na Amazônia.  E um agravante: o aumento da propriedade de terras nas mãos de empresas estrangeiras (30 milhões de hectares) que produzem soja, café e cana-de-açúcar para exportação.

A lamentável, embora não surpreendente conclusão, é bem expressa por João Pedro Stédile, dirigente do MST: “Infelizmente, ele [Lula] não fez a reforma agrária e perdemos mais uma oportunidade histórica.”   Stédile reconhece que a concentração de terras tem crescido e que a reforma agrária clássica “saiu da agenda” nacional; resta ao MST o caminho da “reforma agrária popular”, que defende um novo modelo de desenvolvimento agrícola.

Falta refletir por que a reforma agrária não aconteceu, apesar de séculos de luta do Movimento Camponês? O que é preciso para uma autêntica “reforma agrária popular” ?

Aprendendo com a História

O motivo de a reforma agrária ainda não ter se realizado no Brasil, apesar de ter acontecido na Europa, nos Estados Unidos – nos países centrais, enfim –, não se explica por uma espécie de “burrice” da burguesia brasileira; muito pelo contrário.  A resposta se encontra na formação histórica do Brasil.

A colonização portuguesa não teve como objetivo realocar mão de obra excedente, como ocorreu com a Inglaterra em relação aos Estados Unidos. Aqui, o fim estratégico foi o de fortalecer o mercado capitalista europeu em expansão, por meio da extração de riquezas naturais (pau-brasil, minérios) e o cultivo de produtos agrícolas demandados pelas burguesias do continente invasor (açúcar, café, cacau). Para isto, a forma mais adequada e lucrativa (do ponto de visto do capital, claro) seriam a grande fazenda (latifúndio) e a mão de obra escrava.

Deste modo, o latifúndio no Brasil nasceu integrado ao capitalismo mundial. A burguesia brasileira é fruto desse casamento forçado entre o latifúndio e o capital estrangeiro; a filha não teria motivos para romper com seus genitores. Eis a razão por que a chamada “Revolução Burguesa” de 1930 não alterou a estrutura agrária. Enquanto na Europa o sistema latifundiário feudal se contrapunha, impedia mesmo o desenvolvimento do capital, em nosso país o latifúndio alimentou a industrialização, que ocorreu em função dos interesses externos. A saída adotada nesse caso, para não haver entraves à penetração do capitalismo no campo, foi (e é) a modernização do latifúndio e não a sua extinção; e sua transformação em agronegócio, mediante a automação da produção e transmutação dos produtos agropecuários em commodities (mercadorias inseridas na jogatina das bolsas de valores, cujos preços são definidos de acordo com os interesses do sistema financeiro especulativo mundial).

Como garantir a Reforma Agrária

O Brasil é um dos países mais ricos em acúmulo de luta camponesa.  Desde os escravos, com seus quilombos, passando pelas experiências coletivistas de Canudos (BA), Caldeirão (CE), Contestado (PA), entre outras, e pelas Ligas Camponesas, até a luta dos nossos dias pela reforma agrária conduzida pelo movimento sindical e pelos movimentos de trabalhadores rurais sem terra, especialmente o MST. Apesar de vitórias significativas alcançadas em todas essas lutas, o modelo concentrador de terra continua o mesmo, e até tem se aprofundado.

Isto se explica pelos limites do movimento camponês, sem nenhuma diminuição de sua importância fundamental para a transformação da sociedade. Com o advento da indústria, do comércio, do trabalho assalariado, as classes fundamentais passaram a ser a burguesia, proprietária dos novos meios de produção, e o proletariado, classe composta por aqueles (as) que dispõem apenas de sua capacidade de trabalhar (força de trabalho) para garantir a sua sobrevivência.  A dinâmica do capitalismo é dada pela relação entre estas duas classes, polos antagônicos mas essenciais para o sistema funcionar, assim como a corrente negativa e a positiva o são para que se produza eletricidade. Há uma relação dialética de luta e unidade dos contrários.

Como disse Marx, por conta de suas contradições, o capitalismo prepara a própria cova. Mas não se enterra espontaneamente. E o proletariado, para enterrá-lo, precisa da experiência que os camponeses têm de lidar com a terra, de plantar para que brote a semente boa e sepultar para sempre o que não presta. O peso do campesinato no processo vai depender da formação histórica de cada sociedade e em que etapa do seu desenvolvimento acontecerá o confronto entre as classes fundamentais e antagônicas.

Como classe importante, mas não compondo o polo principal no capitalismo, o campesinato não consegue conduzir sozinho o processo revolucionário. Por séculos, os sem-terra e os camponeses pobres combateram o feudalismo na Europa, mas a derrota da velha classe feudal só aconteceu quando construiu uma aliança com os camponeses e o proletariado nascente, para derrotar a feudalidade, sob o lema de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, impondo uma reforma agrária radical, na qual os senhores feudais e seus monarcas perderam não só as terras, mas também as cabeças. No México, onde a revolução camponesa mais avançou sob a direção de Pancho Villa e Emiliano Zapata, a classe dos proprietários rurais perdeu a guerra, mas não perdeu a terra, vejam só!

No Brasil, como vimos, a burguesia não tem interesse em romper com os pais (latifúndio e capital estrangeiro) e se unir aos sem-terra e camponeses pobres para realizar a reforma agrária.  Por isso, uma verdadeira reforma agrária terá caráter popular, revolucionário e só poderá acontecer com a aliança entre camponeses e proletários (operários e demais trabalhadores urbanos). É a sempre atual aliança operário-camponesa propugnada por Lênin, ao compreender profundamente a realidade russa, vitoriosa na Revolução Bolchevique de 1917. Igualmente, os comunistas chineses, à luz da experiência bolchevique e com um conhecimento profundo da realidade, foram capazes de unir proletários e camponeses, defender o país da invasão japonesa, derrotar as forças reacionárias e implantar o poder popular em 1949.

É o que falta no Brasil: à luz da nossa história e das experiências revolucionárias do mundo, construir a união dos movimentos operário, popular e camponês, em vista da criação do poder popular, conquista de um governo revolucionário e realização de uma reforma agrária, que terá caráter radical, pois não cabe no modelo de capitalismo dependente e associado que vige em nosso país.

Cartas: Exemplos

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No mês de agosto aconteceu a data-base do metalúrgicos do ABC, e a não realização de uma greve e o fato de o sindicato não ter aumentado a pressão sobre os patrões acarretaram uma convenção coletiva com menos conquistas que outras categorias do país.

A diretoria do sindicato tem ressaltado as cláusulas sociais (licença-maternidade, equipamentos de segurança etc.), porém muitas dessas cláusulas não são cumpridas, e o acordo com aumento real de  2,5% ficou muito abaixo para do necessário para atender nossas necessidades. O que estamos vendo são as empresas fazendo caixa para a crise e se preparando para realizar demissões e dar férias coletivas aos seus empregados.

Infelizmente, nosso sindicato tem abandonado a greve e a politização da categoria. Os metalúrgicos de Curitiba, por exemplo, realizaram greve e conquistaram 5% de aumento real.

Nós os metalúrgicos, que já tivemos pessoas que morreram lutando por melhores condições – como  Santos Dias, Devanir de Carvalho, Ângelo Arroio e Luiz Vergatti –, devemos seguir esses exemplos e nos preparar para as grandes jornadas de luta que estão por vir.

Alberto Lemos, metalúrgico São Paulo

Carta: Companheiros

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Companheiros:

1) Ainda que seja um ex-petista desencantado com os partidos de esquerda (nem tão esquerdistas quanto diziam…) e não tenha mais pretensões de filiar-me a nenhuma entidade política, não sou um alienado, daí continuo antenado no alto dos meus 65 anos. Então: No mes de agosto havia recortado-colado uma matéria editada por esse jornal sobre CELIA SANCHEZ (escrito por José Levino), muito bom, enxuto, realista etc – o qual farei constar na bibliografia de fontes consultadas do livro sobre CUBA que pretendo editar até o final do ano. Peço a gentileza de informar-me qual foi a data de publicação dessa matéria. 2) Hoje abri o site desse jornal e fiquei feliz ao perceber a existência de um veículo de luta política com cara bem definida, discurso direto etc., além de tecnicamente muito bem elaborado-editado, podemos dizer que tem um padrão entre muito bom e excelente. 3) Lendo o site A VERDADE defrontei-me com mais uma grata surpresa, refiro-me ao artigo de Pedro Laurentino Reis Pereira sobre o herói indígena e guerrilheiro mítico nordestino (piauiense-cearense-maranhense) MANDU LADINO; em princípio até pensei que se tratasse de um artigo escrito por mim (vide www.unidbrasil.com.br, ou busque no google) no jornal de Parnaíba-PI (PYAGUI, dois ou tres anos atrás); a propósito, solicito-lhes a gentileza de enviar-me o correio desse camarada – Laurentino. 4) Por fim, estou anexando um arquivo para a coluna “Cultura”, uma dica sobre três filmes – publiquem se considerarem adequado.

Cordialmente, Ary Txaywww.unidbrasil.com.br (Salvador-Ba)

Plenária de A Verdade em Caruaru

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Há 12 anos o jornal A Verdade vem travando uma luta ideológica contra as mentiras dos grandes meios de comunicação e convocando homens, mulheres, jovens, operários e estudantes. A palavra de ordem é pôr fim a esse sistema excludente e opressor que destrói a humanidade, causando discórdia entre as nações em nome do poder e do lucro, à custa da fome, da miséria e da exaustão dos corpos fatigados de trabalhadores espalhados pelo mundo.

Com a determinação de instalar em nosso país uma nova sociedade justa e igualitária, e opondo-se ao capitalismo falido e arcaico, A Verdade realiza também debates e plenárias para envolver mais e mais colaboradores e fazer avançar a consciência de todos. Com essa finalidade, foi realizada uma plenária no dia 15 de setembro, em Caruaru, Pernambuco, na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil. Estiveram presentes estudantes secundaristas e universitários, operários da construção civil e trabalhadores da limpeza urbana, além de moradores de bairros populares da cidade.

Antes do debate, foi exibido o documentário Terra para Rose, que mostra o início da luta do Movimento Sem Terra e como o Estado defende os grandes latifúndios por meio da repressão e da truculência policial. Após o documentário foi lida matéria de A Verdade sobre o filme, e todos os presentes deram sua opinião em relação ao filme e à matéria, concluindo que a luta pela terra e pelo fim do capitalismo é uma só, sendo necessário ampliar as fronteiras do jornal A Verdade para que ele seja um aliado ainda mais forte nesse processo..

Renê Gomes, estudante de jornalismo da Favipe

Montadora recebe subsídios para instalar fábrica

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Operários ganham pouco na FIAT

A diretoria colegiada da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) aprovou um empréstimo de R$ 5,73 bilhões para a multinacional Fiat se instalar no município de Goiana, Norte de Pernambuco, num terreno de 12 milhões m2 doado pelo governo do Estado.

Serão financiados R$ 1,2 bilhão do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), R$ 800 milhões do Banco do Nordeste (BNB) e R$ 3,73 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Fiat também vai ser beneficiada com o regime tributário especial para montadoras no Nordeste. O governo federal vai fazer uma renúncia fiscal estimada em R$ 4,5 bilhões até 2020. A empresa vai disputar um mercado de 4,7 milhões de veículos; ela já tem um mercado de 23,17% de automóveis de passeio no mercado nacional. A área comportará todo o polo automotivo projetado, composto pela fábrica de automóveis, parque de fornecedores de primeiro nível (sistemistas), centro de capacitação e treinamento, centro de pesquisa e desenvolvimento, pista de testes e campo de provas.

Essa transação mostra qual é o caráter do Estado capitalista: bilhões do dinheiro público que pagamos de impostos vão favorecer a um grupo monopolista, que enriquecerá ainda mais com a exploração dos operários.

Por outro lado, em Pernambuco, em nome da organização para a Copa do Mundo de 2014, milhares de trabalhadores informais estão sendo tirados das ruas sem nenhuma alternativa, nem mesmo empréstimo para formalizar seu trabalho e continuarem ganhando seu pão de cada dia.

Não é só isso. Em Pernambuco milhões de pessoas não têm moradia e saneamento básico, a saúde pública está um caos e milhares de pessoas estão desempregadas.

Kleber Santos, militante do PCR-PE

René Gonzalez é libertado nos EUA

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Um dos Cinco Heróis cubanos presos nos EUA foi liberado da prisão nesta sexta-feira (07 de outubro) e agora ficará sob liberdade vigiada.

Depois de 13 anos preso, um dos cinco cubanos, René Gonzalez, foi libertado e terá que aguardar por 3 anos em solo estadunidense para poder ter visto e então regressar a Cuba.

René, um dos Cinco Heróis, é um entre os cinco cubanos presos em 1998 após denunciarem organizações terroristas norte-americanas às autoridades daquele país.  Tais organizações foram denunciadas mediante centenas de documentos e envolvem altas autoridades, todas com alguma ligação em Miami. Os EUA os acusam de diversas coisas como documento falso, subversão e espionagem.

Para todos os cinco cubanos, desde a prisão até agora, é negado visto à diversos membros cubanos da família – como esposa e filhos – e, muitas vezes, também é negado contato com os próprios advogados. Um dos cinco sequer pode ter contato até hoje com as duas filhas que nasceram após sua prisão.

Redação

Palestinos exigem na ONU reconhecimento do seu Estado

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, pediu oficialmente no dia 23 de setembro, à Assembleia Geral da ONU, o reconhecimento da Palestina como Estado independente e soberano.

Normalmente, o período de avaliação para uma nova adesão à ONU é de no máximo 35 dias, mas no caso palestino esse limite pode ser estendido e pode levar muito mais tempo, mesmo contando com o apoio de 140 dos 192 países membros das Nações Unidas. Além do mais, a rejeição da proposta palestina é tida como certa, uma vez que os Estados Unidos possuem poder de veto no Conselho e já se declararam contra o direito dos palestinos.

O grande mérito da iniciativa palestina é colocar contra a parede os governos dos Estados Unidos e de Israel e denunciar quem são os verdadeiros inimigos da paz na região.

Uma vez Estado soberano, a Palestina poderá solicitar sua adesão a organismos como a Organização Mundial da Saúde, a Unesco e o Tribunal Internacional de Justiça, possibilitando sanções e punições jurídicas e econômicas aos crimes cometidos por Israel contra os palestinos, tais como tortura, crimes contra a humanidade, violência contra crianças e civis, etc., e que hoje estão impunes.

Atualmente, estima-se que um em cada três refugiados no mundo é palestino, totalizando 4,8 milhões de pessoas, espalhadas principalmente entre Jordânia, Síria, Líbano e nos territórios palestinos na Cisjordânia e faixa de Gaza.

“Quem mora em outros países não tem ideia de como é a vida na Palestina. Não temos liberdade para nada, nem para ir a cidades vizinhas. É muro aqui, guarita ali, e para tudo se necessita de permissão”, desabafa o palestino Shalinan Yasin. “Sou professor e tenho um mercado. À noite, acordo a qualquer ruído, e fico com medo de que sejam os soldados israelenses, tentando abrir a porta e destruir meu negócio. A gente não descansa nem quando dorme”. E completa: “Nós precisamos de um Estado para afirmar nossos direitos até para coisas mínimas como essa. Quando meu filho de 18 anos sai, não consigo dormir. Se ele demora, fico desesperado, imaginando que talvez os soldados o tenham prendido ou, pior, atirado nele. E pensar que árabes e judeus viveram em paz por tantos séculos… Os árabes impediram que os europeus matassem um grande número de judeus. Nós os recebemos em todo o mundo árabe, principalmente quando fugiram da Alemanha nazista. Não consigo entender por que esses colonos nos odeiam”.

Além de vários países terem declarado apoio na votação pelo reconhecimento da Palestina como Estado independente, também é grande o apoio popular à proposta dentro e fora de Israel. É o que aponta pesquisa do Instituto Near East Consulting, segundo a qual a iniciativa conta com o apoio de 84% dos palestinos e de 69% dos israelenses, números que mostram o crescente repúdio à violência de Israel e comprovam a justeza da luta de resistência há décadas sustentada pelo povo palestino e que agora caminha para um momento decisivo.

Heron Barroso

Pobreza nos EUA atinge maior nível desde 1993

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O número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza voltou a crescer pelo quarto ano consecutivo nos Estados Unidos, segundo revelou o relatório anual do escritório de estatísticas do governo americano.  Segundo o balanço, atualmente 15,1% dos americanos vivem na miséria, nível mais alto desde 1993. Ao todo são 46,2 milhões de pessoas nessa condição. Em relação a 2009, o número de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza cresceu 14,3%.

O relatório revelou ainda que o número de pessoas sem cobertura médica alcançou 49,9 milhões em 2010 (16,3%), contra 49 milhões em 2009, e que a renda real média dos americanos caiu 6,4% em 2010.

Em Nova York, a cidade mais rica dos EUA e centro do capitalismo mundial, mais de 40 mil pessoas não possuem um lugar seguro para dormir. Mais de 130 mil, negros ou de origem latino-americana em sua maioria, enfrentam problemas de moradia na cidade, segundo dados oficiais.

Tudo isso acontece ao mesmo tempo em que os países imperialistas aumentam seus gastos para salvar grandes bancos e empresas da falência, e investem bilhões de dólares em guerras ao redor do mundo, revelando a natureza injusta e cruel de um sistema econômico moribundo e que enquanto não for derrubado só tem isso a oferecer à humanidade.

Da Redação

Garis param em Caucaia – CE

Os garis que trabalham na Secretaria de Patrimônio e Serviços Públicos da prefeitura de  Caucaia estão sendo  humilhados.  As condições de trabalho são precárias, não há renovação dos fardamentos nem protetor solar e os trabalhadores não têm o registro na Carteira de Trabalho. A insalubridade também é negada, apesar dos garis correrem risco de contato com resíduos contaminados, e até hoje não houve eleição para Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa). Também faltam fardamento, luvas e calçados adequados os garis que são obrigados a recolherem os entulhos com as mãos.

Este é o compromisso que a Prefeitura de Caucaia tem com os trabalhadores que limpam a cidade.

O Sindlimp do Ceará vem denunciando essa situação dos trabalhadores e organizando os trabalhadores para lutarem por seus direitos e o retorno do salário família. A resposta da categoria ocorreu no dia 6 com uma paralisação de todos os garis. Após o protesto foi marcada  para o dia 11 de outubro uma audiência pública na Câmara Municipal de Caucaia para discutir essa situação.

Glaydsom Santana, presidente do Sindlimp, declarou que “os trabalhadores da limpeza urbana de Caucaia não vão se calar diante dessas injustiças e continuarão a luta, apesar da intransigência da prefeitura.”

 Redação Ceará

Justiça do Trabalho reconhece Sindlimp-PA

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Desesperada com o crescimento da influência do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Limpeza Urbana do Estado do Pará (SindlimpPA), a empresa Metrópole Construções e Serviços de Limpeza Ltda., com o claro objetivo de amedrontar a diretoria do sindicato e causar descrédito entre os trabalhadores, demitiu, ainda no final do ano passado, os diretores Eden Rodrigo e Rozinaldo Silva, e, no início deste ano, também o presidente Eliseu Trigueiro. Ao mesmo tempo, José Alberto, secretário-geral do Sindlimp e membro da Cipa, foi afastado de suas funções, teve rebaixado o salário, foi colocado em local isolado e, em julho, foi demitido. Além disso, o Sinelpa, sindicato bajulador dos patrões, entrou na Justiça requerendo a anulação da fundação do Sindlimp.

Mas o tiro saiu pela culatra! Isso só fortaleceu a decisão dos companheiros de permanecerem na luta e confiantes na justeza de suas ideias: desenvolveram a mobilização na categoria em defesa de melhores condições de trabalho, pelo pagamento dos 40% de insalubridade para todos e por um salário digno; paralisaram as atividades da Belém Ambiental, em de 11 de março deste ano, para exigir o imediato pagamento dos salários atrasados e deram entrada na Justiça do Trabalho ao processo de sua readmissão.

Em junho, saiu a primeira vitória: a juíza do Trabalho substituta Amanda Cristhian Miléo Gomes Mendonçadeterminou a reintegração de Eliseu na mesma função, mantido o mesmo padrão remuneratório dos demais agentes de limpeza urbana, e ainda determinou que a garantia pela condição de dirigente sindical se estendesse até 2014.

Entendeu a juíza que os sindicatos profissionais se constituem a partir da associação de trabalhadores cujo labor é desenvolvido em condições idênticas, similares ou conexas. Observou ainda que, conforme as disposições do art. 8º da Carta Federal de 1988, é livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: “VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.”

Em resposta ao questionamento sobre o Registro Sindical do Sindlimp, a juíza afirmou que a existência jurídica do sindicato se dá com o registro dos seus estatutos no cartório de registro e não apenas por ocasião do seu depósito junto ao MTE. E concluiu que, de acordo com os arts. 570 e 571 da CLT, se um sindicato representar diversas categorias, qualquer delas pode se dissociar e se associar pelo critério da identidade, conforme transcrição a seguir:

“Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art. 577 …

“Art. 571. Qualquer das atividades ou profissões concentradas na forma do parágrafo único do artigo anterior poderá dissociar-se do sindicato principal, formando um sindicato específico, desde que o novo sindicato, a juízo da Comissão do Enquadramento Sindical, ofereça possibilidade de vida associativa regular e de ação sindical eficiente.”

No final de julho veio mais uma conquista: o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região atendeu ao pedido de tutela antecipada, determinando a imediata reintegração do companheiro Alberto nas mesmas funções anteriormente ocupadas. Em 16 de agosto, o Sindlimp obteve outra vitória: a juíza federal do trabalho substitutaElinay Almeida Ferreira de Melo negou pedido de cassação do Sindlimp, entendendo ser perfeitamente aceitável a criação de sindicato mediante o desmembramento, a partir da entidade pré-existente e constituída dentro de um grupo de atividades genéricas, cabendo, pois, dentro de um ramo de atividade específica, exclusivamente aos interessados, a criação da nova entidade sindical representativa, sendo impedido o Estado de vedar-lhe a constituição.

Portanto, mais uma vez ficou comprovado que a nossa força está na nossa união e organização e que só a luta garante a vitória. Avante, companheiros; unidos venceremos!

Redação Pará

MLC amplia participação na Diretoria do SINDJOR-PB

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No último dia 16 de setembro, ocorreu a eleição para renovação da Diretoria do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba (SINDJOR-PB), e o companheiro Rafael Freire, da Redação de A Verdade e da Coordenação Nacional do Movimento Luta de Classes (MLC), foi eleito o novo presidente da entidade. Além de Rafael, que encabeçou a chapa formada a partir da atual Diretoria do Sindicato, o companheiro Clodoaldo de Oliveira, também da Coordenação do MLC, integra a Comissão de Jornalistas em Assessoria de Comunicação.

Apesar de uma eleição com chapa única, o que se viu nas redações dos principais veículos de imprensa do Estado e dentro dos cursos de Jornalismo, incluindo professores e estudantes, foi um clima de grande apoio à chapa Linha Independente e de expectativa em relação à próxima gestão, cujo mandato vai até 2014.

“Conseguimos com esta campanha realizar uma grande movimentação na base da categoria, o que será um importante suporte às ações que precisamos desenvolver para avançar o nosso Sindicato. Além da aproximação dos jornalistas já filiados, conseguimos a adesão política dos novos profissionais, e estamos muito animados para começar uma nova etapa desta entidade, que é uma referência de luta na Paraíba. Vamos ter também uma sede própria, a primeira em mais de 50 anos de existência. Os primeiros meses já prometem ser de intensas atividades”, afirma Rafael.

Entre os principais pontos do programa da Diretoria eleita estão a luta pela retomada do diploma de jornalista para exercício da profissão; o combate à crescente precarização das relações e das condições de trabalho, sobretudo nos grandes veículos; a pressão ao Governo Federal pela criação de um marco regulatório no setor das Comunicações, no sentido de coibir a sanha dos monopólios de comunicação e os abusos cometidos pela mídia sensacionalistas contra princípios básicos dos direitos humanos.

Redação PB