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quarta-feira, 10 de setembro de 2025
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Sarah Domingues recebe diploma do curso de Arquitetura da UFRGS

A formatura da turma de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS contou com uma homenagem especial a uma aluna que não será esquecida: foi entregue o diploma póstumo de Sarah Domingues, militante da UJR cujo TCC buscava contribuir com a luta contra o problema das enchentes na Ilha das Flores

Redação RS


No dia 28 de junho, os formandos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) fizeram uma linda homenagem à estudante Sarah Domingues. A mãe de Sarah, Marta Domingues, recebeu o seu diploma e as homenagens da UFRGS na cerimônia de colação de grau. Além disso, ela ainda recebeu uma Menção Honrosa de Interesse Social pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) pela sua luta pelos direitos estudantis e pelo direito à cidade.

A homenagem a Sarah são um reconhecimento das lutas que ela construiu todos esses anos dentro e fora da universidade. Ela era cotista e sabia que não era uma tarefa fácil se manter estudando como poucos recursos financeiros, como também não era para os outros estudantes pobres. Dessa maneira, a luta pela assistência estudantil foi uma das lutas que ela mais desenvolveu na UFRGS junto a outros estudantes pobres, que conquistaram este direito na luta conseguiram se manter na universidade pública até se formarem.

Sarah também estudou sobre os impactos das enchentes na vida do povo mais pobre de Porto Alegre. Seu trabalho de conclusão de curso, “Análise e planejamento para solucionar os problemas de habitação da Ilha das Flores”, tinha como objetivo como atender as famílias pobres que sofriam todos os anos com as enchentes na cidade. Pouco tempo após seu assassinato, todo o país viu as maiores enchentes ocorridas na história do Rio Grande Sul.

“A formação em arquitetura daria a ela a oportunidade de ajudar na luta por moradia digna para nosso povo pobre, com maior qualidade, devido ao conhecimento adquirido no curso. Ela queria retornar para a sociedade tudo o que aprendeu, para estruturar moradias que atendessem ao nosso povo trabalhador, que sofre com falta de moradia, ou moradias precárias e insalubres. O TCC dela era voltado para resolver os problemas das enchentes nas comunidades ribeirinhas, esquecidas pelos governos, que sofrem com enchentes todos os anos”, afirma sua mãe, Marta Domingues.

Quem foi Sarah Domingues

Sarah era militante da União da Juventude Rebelião (UJR), organização à qual dedicou seus melhores anos e toda sua alegria de vida, tornando-se uma das principais lideranças estudantis de Porto Alegre. Estudante de Arquitetura, foi coordenadora do Movimento Correnteza, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Diretório Central dos Estudantes da UFRGS, do Diretório Acadêmico da Arquitetura e membro do Conselho Universitário da UFRGS. Sarah foi morta no dia 23 de janeiro quando tirava fotos para seu Trabalho de Conclusão de Curso em um bairro da periferia de Porto Alegre, com apenas 28 anos de idade.

Enchentes no Rio Grande do Sul escancaram racismo

Formas racistas de opressão e dominação no capitalismo foram escancaradas pelas enchentes no Rio Grande do Sul: negros gaúchos estiveram entre os mais afetados pela tragédia, já que sua exclusão os leva a moradias mais precárias e vulneráveis às chuvas

Kayênah Manicongo | Porto Alegre (RS)


Um a cada cinco gaúchos é negro, e a concentração desta população em bairros periféricos, popularmente chamados de “vilas”, resulta em perdas constantes nas enchentes que frequentemente afetam o Rio Grande do Sul.

O destaque na televisão destas famílias entre as mais afetadas pelas últimas enchentes impressionou o presidente da República: “Eu não tinha noção que no Rio Grande do Sul tinha tantos negros”.

Essa fala não é isolada. Construiu-se socialmente uma visão de que não há pessoas negras no sul do país. O apagamento contribui para perpetuar a violência contra esta população, que carece de direitos básicos.

Ao falar sobre as enchentes em Porto Alegre, o prefeito Sebastião Melo (MDB) culpou a “ocupação irregular” de territórios, responsabilizando a própria população, em vez de assumir sua negligência.

Foi uma de suas tentativas de usar argumentos “técnicos” para a desigualdade racial demarcada pela divisão geográfica que existe na capital gaúcha. Modernizando, deste modo, o racismo. Expulsam e impedem a população mais pobre de acessar espaços dignos, depois a responsabilizam por ocupar “espaços inadequados”, sem nenhuma citação à falta de medidas concretas para proteger os bairros com maior concentração de pessoas negras.

“A gente que mora nas periferias e nas favelas nota que nos deixaram para escanteio. A gente já era deixado de lado, mas, com essa questão da última enchente, se agravou mais ainda”, afirma Taís Soares, moradora do morro Santana. Recentemente, no bairro do Sarandi, foi organizado um protesto após a inércia da Prefeitura em limpar o lixo das enchentes.

O Observatório das Metrópoles de Porto Alegre elaborou mapas demonstrando como regiões com concentração racial de pessoas negras foram atingidas por esta cheia. Foi deste modo que concluíram que, “de acordo com o mapa, as áreas que mais sofreram com as enchentes apresentam uma concentração expressiva de população negra, geralmente acima da média dos municípios”.

Para além da capital, as famílias mais pobres de Eldorado do Sul, cidade brutalmente afetada pelas enchentes, tiveram que lidar com a terceira cheia do Guaíba em menos de um ano. Mas a grande comoção geral apenas foi percebida após as águas atingirem o centro da capital. Esta é uma das faces do racismo ambiental.

Sem o protesto das famílias organizadas no Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), a Prefeitura de Eldorado nem teria iniciado a limpeza das ruas, mesmo após um mês do início da enchente. Foi preciso levar parte do lixo para a porta da Secretaria de Habitação para lembrar que o povo estava convivendo com o descaso.

Nacionalmente, esta enchente histórica causou muita comoção. Mas a saída para a população gaúcha é a organização. Neste sentido, a Unidade Popular (UP) tem organizado brigadas de solidariedade, junto com o MLB, e tem construído mutirões para ajudar e organizar famílias afetadas. Já o Movimento de Mulheres Olga Benario, manteve por semanas o abrigo para mulheres e crianças na capital gaúcha.

A política da negligência

O racismo ambiental afeta as comunidades indígenas e quilombolas. Em uma das declarações que repercutiram negativamente, o governador Eduardo Leite, ao ser questionado sobre a ausência de assistência aos quilombos, afirmou que “o poder público não tem a estrutura suficiente para atender em todas as pontas”.

Não é novidade que não há preocupação devida para estas comunidades. No ano de 2021, a Frente Quilombola RS encaminhou representação ao Ministério Público Federal após Eduardo Leite e Sebastião Melo não listarem inicialmente a população quilombola na primeira fase da vacinação contra o coronavírus.

Brigadas do jornal A Verdade levam operários do setor pesqueiro de Santa Catarina a realizarem greves

Operários da empresa Gomes da Costa (Nauterra), em Itajaí/SC, fazem duas paralisações em menos de um mês. O Movimento Luta de Classes (MLC), a cada quinta-feira, fazendo brigadas do jornal A Verdade na frente da fábrica e recebendo denúncias dos trabalhadores, elaborando panfletos e conversando com os trabalhadores sobre sua situação, demonstrando a importância e a linha acertada do trabalho diário, contínuo e sistemático.

Jacson Santos | Itajaí – SC


TRABALHADOR UNIDO – Há pouco mais de dois meses, militantes do Movimento Luta de Classes (MLC) e da Unidade Popular (UP) começaram um trabalho de agitação e propagada comunista na frente da empresa Gomes da Costa, em Itajaí (SC). É a maior empresa enlatadora do ramo de pescados da América Latina e pertence ao Grupo Nauterra, de origem espanhola, com fábricas na América Latina, Caribe e Espanha. Seus produtos circulam em mais de 70 países e seu lucro líquido passou de R$ 305 milhões, em 2022.

Esse imenso lucro do Grupo Nauterra é resultado de toda a precarização e exploração da vida dos trabalhadores responsáveis pela produção das mercadorias. Isso ficou evidente com as brigadas do jornal A Verdade nas madrugadas das quintas-feiras.

Para efetivar esse trabalho, os brigadistas sempre estavam com duas “armas na mão”: o jornal e um panfleto denunciando as condições precárias da classe trabalhadora na empresa. A relação estreita com o movimento operário de massas é a questão mais acertada para a concretização de uma organização revolucionária que se propõe a ser vanguarda da Revolução Socialista.

Folhetos de denúncia

Desde a primeira semana, os brigadistas foram muito bem recebidos pelos operários da empresa, na sua maioria, mulheres. Trabalhadoras e trabalhadores oriundos de diversas regiões do país, principalmente de estados do Norte e do Nordeste.

A análise dos brigadistas se inicia pela compreensão dos horários de circulação dos trabalhadores, trocas de turnos e socialização após o fim da jornada. A empresa está localizada no Bairro Cordeiros, periferia de Itajaí, que costeia o rio Itajaí-Açu, por onde também partem os barcos pesqueiros com a produção de mais de 80% de todo o atum e sardinha em lata comercializados no Brasil. Na frente da empresa, do outro lado da rua, situa-se um estacionamento para bicicletas e motos, onde geralmente os brigadistas se concentravam.

Depois de avaliar o melhor horário para contato com os operários, os militantes começaram a frequentar o local todas as quintas-feiras, das 05h00 às 07h00. Já na segunda semana, 18 jornais foram vendidos e algumas denúncias foram recolhidas nas conversas. A primeira delas se referia à indignação contra o desconto no vale-alimentação. O panfleto criado e distribuído posteriormente trazia a seguinte denúncia: 

Além do salário de miséria, quando oferecem um benefício mínimo aos trabalhadores, como um vale-alimentação, já que o salário não paga nem as despesas básicas para sobreviver, os patrões fazem de tudo para que esse benefício não caia na conta do trabalhador. Uma das formas de isso acontecer é que se o trabalhador atrasar uma única vez no mês, por mais de 40 minutos, esse benefício será cortado, deixando o trabalhador e a sua família com fome. Os patrões não se preocupam se os trabalhadores e suas famílias vão comer ou não amanhã. Para o patrão, o que interessa é o lucro. Portanto, se esse vale-alimentação que coloca comida na mesa do trabalhador for cortado, é mais dinheiro no bolso do patrão.”

O salário-base dos trabalhadores, definido na Convenção Coletiva de Trabalho 2024/2025, foi estipulado em R$ 1.612,26. Na prática, um salário de miséria. Segundo o Dieese, o salário-mínimo nominal e necessário no Brasil deveria ser, em junho de 2024, de R$ 6.995,44. Muito distante da realidade da maioria da classe trabalhadora brasileira. Levando em consideração o alto custo de vida na região, o baixo salário dificulta e precariza ainda mais a situação dos trabalhadores, levando-os à indignação produzida pela escravidão assalariada.

A falsificação ideológica da mídia burguesa perante a realidade das condições da classe trabalhadora na região do Vale do Itajaí provocou, durante os últimos anos, uma grande migração para essa região. A região possui um dos metros quadrados mais caros do Brasil, sendo a cidade de Itajaí quinta no ranking nacional. Resultado da especulação imobiliária, essa prática encarece os preços dos aluguéis, levando a população periférica a ter quase 70% do seu salário comprometido com esse gasto.

Os baixos salários; o alto custo de vida; a incapacidade de proporcionar uma boa condição de vida aos filhos com acesso a saúde e educação de qualidade; a exploração contínua da força de trabalho; e a absurda exploração pela burguesia podem encorajar a classe trabalhadora a se organizar e a lutar pelos seus direitos e pelo socialismo, desde que orientada por um partido revolucionário.

Insatisfação gera paralisação

Nesse processo das brigadas na Gomes da Costa, outro grande absurdo foi imposto aos operários. No dia 23 de maio, dias antes do pagamento dos funcionários, a empresa avisou que tinha feito “melhorias” nas condições de trabalho e que, por isso, cortaria a insalubridade, um adicional de 20% no salário. No mesmo dia, alguns operários paralisaram suas funções pela insatisfação com o corte no salário. No dia 03 de junho, uma segunda paralisação ocorreu, agora com a paralisação de 200 funcionários, divulgação na mídia e nenhuma participação do sindicato da categoria.

Outro panfleto foi criado a partir daí, considerando os ensinamentos de Lênin que, quando estalava uma greve em qualquer fábrica, os comunistas devem denunciar os abusos dos patrões e apresentar as reinvindicações do operariado, além dos horrores produzidos pelo capitalismo. Nesta linha, um segundo panfleto foi produzido:

“Os burgueses fazem de tudo para lucrar mais e piorar a situação da classe trabalhadora e isso fica evidente para quem está cotidianamente no chão de fábrica, produzindo, sendo cobrado, pressionado, mas não tendo a possibilidade mínima de acessar essas riquezas que produz. Para piorar a situação, os trabalhadores ainda têm seus salários reduzidos, quando a empresa decide, sem nenhum tipo de comunicação com o trabalhador, retirar o adicional de insalubridade, que dava um respiro para os trabalhadores, que, além de receber um salário de miséria, que gira em torno de R$ 1,700,00, a maioria tem que pagar um valor exorbitante no aluguel do município que é o 5º metro quadrado mais caro do Brasil. Os patrões não estão preocupados se os trabalhadores moram ou comem, se preocupam somente com o lucro. Os trabalhadores sempre são prejudicados e, na sua maioria, por não terem outro meio de renda, ficam sujeitados a essas medidas, já que o sindicato que deveria representar a categoria nem aparece na empresa para compreender a situação dos trabalhadores, demonstrando sua relação de conciliação de classe com o patronato e desconsiderando a luta histórica dos sindicatos pelos direitos trabalhistas.”

Organizar a classe trabalhadora

O Movimento Luta de Classes se propôs a auxiliar os operários da empresa Gomes da Costa, orientando sobre o direito de greve, os procedimentos legais para a sua realização e a necessidade de organização da classe trabalhadora pela conquista de direitos e pelo socialismo. A partir desse trabalho diário, sistemático e contínuo, formou-se na fábrica um do MLC, e os trabalhadores estão se organizando para a concretização de conquistas maiores, como a preparação de uma greve, a disputa sindical e o convite de mais trabalhadores para se juntar ao na luta revolucionária pelo poder popular e pelo socialismo.

Eleições municipais e mudanças climáticas

Cientificamente, não há mais dúvida de que o aquecimento global ocorre devido à ação humana. Especialmente pelo uso de fontes de energia fósseis, como petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural; desmatamento; e o agronegócio.

Heitor Scalambrini Costa | Professor da UFPE


BRASIL – O aquecimento global é uma consequência direta do modo de vida que os seres humanos impuseram ao planeta. O modo de produzir e os hábitos de consumo provocam, com maior intensidade e frequência, catástrofes e eventos climáticos extremos em várias partes do mundo, com ondas de calor e frio, chuvas torrenciais (desmoronamentos e inundações), secas, incêndios florestais de grande magnitude e aumento do nível do mar.

Do ponto de vista científico, não existem mais dúvidas que tais fenômenos ocorrem devido à ação humana. Principalmente pelo uso de fontes energéticas fósseis (petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural), desmatamento desenfreado e da agropecuária extensiva, elevando o aumento médio da temperatura do planeta.

Se não evitarmos as causas do aquecimento nos próximos anos, as mudanças no clima continuarão a causar catástrofes, colocando em risco a própria sobrevivência da vida na Terra. Banir os combustíveis fósseis e conter o desmatamento são tarefas prioritárias. A natureza nunca foi inimiga e, sem ela, não existirá vida em nossa Casa Comum.

No Brasil, um dos mais ricos países em abundância de fauna e flora, avançamos na geração de energia elétrica com fontes renováveis (sol, vento, biomassa), mas infelizmente ainda não adotamos as medidas necessárias para conter o desmatamento em todos os biomas. A ganância incentivada pelo capitalismo, pelos meros interesses econômicos, tem reduzido drasticamente a vegetação e as florestas.

O Nordeste semiárido, o mais populoso do mundo, com 30 milhões de moradores, é um dos locais mais vulneráveis às mudanças climáticas. Estudos, com o uso de satélites, indicam a redução drástica da vegetação no bioma Caatinga, que diminui de tamanho, ano a ano, favorecendo a redução das chuvas, com diminuição da produção de alimentos e aumento das temperaturas. Isto afeta diretamente seus habitantes.

Logo mais, teremos eleições que vão escolher novos prefeitos e parlamentares em mais de 5.500 municípios. É um momento propício para a reflexão acerca das questões ambientais e para debater propostas de como enfrentar os desafios da crise climática. Sem a consciência das pessoas sobre a importância da conservação e da preservação ambiental, estamos fadados à derrota. 

A Constituição Cidadã de 1988 estabelece que todas as esferas do Poder Público – federal, estadual, municipal – devem promover o equilíbrio ambiental como garantia para as gerações futuras. O papel dos municípios é fundamental no desenvolvimento e implementação de políticas públicas ambientais de enfrentamento às causas e efeitos das mudanças climáticas.

Assim, é fundamental que o debate das eleições municipais também seja pautado na questão ambiental, pois a realidade do dia a dia ocorre na esfera municipal. Um dos aspectos mais importantes para tornar uma cidade saudável, sustentável, e assim melhorar a qualidade de vida das pessoas, na área urbana e rural, é a participação social, que se dá também nas eleições.

Recente pesquisa promovida pela Confederação Nacional dos Municípios registrou que só dois em cada dez municípios estão preparados para enfrentar os impactos das mudanças climáticas. Esta situação impõe a intensificação de estratégias e ações urgentes para evitar que a população sofra mais.

Devemos aproveitar o processo eleitoral em curso como um momento para a discussão, conscientização e proposição de políticas públicas sociais, rumo à conquista de municípios sustentáveis e resilientes diante do aquecimento global, maior desafio já enfrentado pela humanidade!

A pergunta que não quer calar

Até quando esperar para começar as mudanças tão necessárias?

Os municípios têm papel fundamental no enfrentamento da crise climática e ambiental. Então, nestas eleições, você, eleitor(a), deve conhecer o passado e a biografia dos(as) candidatos(as) e a trajetória de seu partido na defesa do meio ambiente e das causas populares; investigar as alianças do partido e seus projetos, quais interesses defende e quem financia; confrontar o discurso e a prática do(a) candidato(a); não votar nos negacionistas que negam a crise climática; não votar em mentirosos, demagogos e postulantes burgueses ou apadrinhados por bancos e latifundiários;  não votar em quem ataca os grupos, associações, sindicatos, organizações não-governamentais que defendem os pobres; votar só em candidatos(as) comprometidos(as) com as lutas populares.

Algumas medidas

Defendemos algumas medidas concretas para enfrentar esta situação:

1 – Promover ações de prevenção, proteção e recuperação ambiental, como a criação e incentivo a viveiros com distribuição de mudas nativas e frutíferas para a população;

2 – Incentivar a agricultura familiar, com distribuição de insumos necessários no contexto de práticas agroecológicas;

3 – Combater o desmatamento regional;

4 – Atender às melhorias reivindicadas pelas populações rurais, incentivando a permanência no campo (iluminação, recuperação de estradas, transporte, internet, saneamento, etc.);

5 – Fortalecer e potencializar os Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente;

6 – Criar os Conselhos Municipais de Educação Ambiental, instituindo nas escolas (urbanas e rurais) temas relacionados às mudanças climáticas, à preservação e importância da natureza na vida das pessoas;

7 – Combater as“fake news”, o negacionismo ambiental, com estratégias institucionais de checagem, além de informação direta em sites institucionais sobre a situação climática e seus impactos;

8 – Fortalecer a governança e a gestão dos bens comuns da natureza, do financiamento, proteção e recuperação dos mananciais;

9 – Garantir recursos no planejamento orçamentário para a gestão hídrica e do meio ambiente, com ampla participação e controle social.

Agronegócio é responsável pelas queimadas no Pantanal

O Pantanal sofreu com incêndios de grandes proporções, a maior parte associada à ação humana. Ao mesmo tempo em que o lucro se concentra nas mãos de um punhado de ricos do agronegócio, os impactos são sofridos pelo povo trabalhador, em especial as comunidades tradicionais.

Fernanda Cristina (DF), Hellen Kristini Nantes (MS) e Rafaela Bittencourt (MS)


BRASIL – Nas últimas semanas, o bioma Pantanal sofreu com incêndios de grandes proporções, a maior parte associada à ação humana. A situação fica ainda pior devido aos extremos climáticos que afetam a região. Mas é preciso nomear os culpados por essa crise severa: os grandes latifundiários, aqueles que sustentam o agronegócio no nosso país. O agro (que de pop não tem nada) é sinônimo de destruição do meio ambiente e acumulação de riqueza à custa de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

O agronegócio tem crescido cada vez mais e batido recordes de produção. Em 2023, as exportações fecharam com US$ 167 bilhões em vendas, tendo sido exportadas 193 milhões de toneladas de grãos. Ou seja, intensa produção para servir à exportação, e não ao combate à fome no nosso país.

Ao mesmo tempo em que o lucro se concentra nas mãos de um punhado de ricos do setor, os impactos são sofridos pelo povo, em especial as comunidades tradicionais. Um dos principais problemas é a grilagem, uma prática empregada tanto para camuflar crimes ambientais quanto para finalizar o processo de desmatamento.

Pantanal

E o Pantanal é palco dessa destruição, principalmente nos últimos quatro anos. Até novembro de 2023, 947 hectares deste bioma foram consumidos pelas chamas. Em 2024, nos primeiros sete meses do ano, 760 mil hectares já foram queimados, o que representa 5% de toda sua área. Para agravar a situação, a região vive a pior estiagem dos últimos 70 anos, algo já previsto. Mas, ainda assim, similar ao que ocorreu no Rio Grande do Sul, as providências foram insuficientes ou inexistentes. Anualmente, o Governo Federal estabelece períodos de proibição do uso do fogo, porém, as queimadas persistem, o que revela que não há fiscalização suficiente.

O município mais afetado foi Corumbá, no Mato Grosso do Sul, que bateu recordes de desmatamento. Os moradores da cidade relatam os impactos que vêm sofrendo com as queimadas, principalmente os danos à saúde de crianças e idosos. “As aulas de educação física nas quadras esportivas das escolas foram suspensas e evitamos também atividades ao ar livre”, afirma a coordenadora de Educação Infantil Mariana Duarte, 31 anos. Benedito Duarte, 63 anos, que trabalha na construção civil, sofreu o impacto com a fumaça tomando conta da cidade. “A respiração exige muito do físico da gente, muito esforço. À noite, a gente sente como se fosse garoa no rosto. Teve dias que escureceram mais cedo e o cansaço toma conta do corpo”, relata o operário.

A crise das queimadas no Pantanal não só reflete a ganância do agronegócio, mas também evidencia uma marcante omissão do poder público. Apesar das previsões de estiagem e do histórico de incêndios na região, as medidas adotadas têm sido insuficientes inexistentes ou tardias, demonstrando falta de compromisso com políticas ambientais eficazes.

Essa inação reforça que, sob o capitalismo, a exploração desenfreada e a destruição ambiental andam de mãos dadas. Para verdadeiramente combater a destruição, é imperativo acabar com as estruturas econômicas que perpetuam tais crises. Para tanto, na busca por garantir as condições necessárias para construir uma nova sociedade, as reformas agrária e urbana são urgentes.

Como consta no programa da Unidade Popular (UP), é fundamental promover uma reforma agrária que seja popular, nacionalizar a terra e pôr fim ao monopólio privado. Essa é a tarefa dos revolucionários.

Lançamento das pré-candidaturas da Unidade Popular acontece no Recife

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No dia 25 de julho, aconteceu o lançamento dos pré-candidatos da Unidade Popular (UP) para o município do Recife. O evento, realizado pelos diretórios municipal e estadual, marcou o início de uma jornada de intensa mobilização, com o objetivo de apresentar alternativas concretas à população recifense.

Redação PE


LUTA POPULAR – Em um evento realizado na sede do Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC), a Unidade Popular (UP) lançou seus pré-candidatos para o município do Recife. Após diversos debates realizados pelo Diretório Municipal e Diretório Estadual da UP, foi conduzida a plenária que apresentou os pré-candidatos.

Na apresentação do debate de conjuntura, o presidente nacional da Unidade Popular, Léo Péricles, levantou questões importantes como o papel do envolvimento coletivo de todo o partido nas campanhas; a importante denúncia que a Unidade Popular vem fazendo do genocídio do Estado de Israel contra o povo palestino; o desastre anunciado no Rio Grande do Sul, que poderia ser evitado.

Pré-candidaturas de luta

A resolução principal da plenária destacou que essa não é uma luta individual, mas sim uma batalha coletiva que envolve todo o partido. “Essa candidatura é nossa”, afirmou Thiago Santos, presidente da Unidade Popular em Pernambuco. “Nós vamos para a rua, vamos fazer o porta a porta e aproveitar cada um desses 45 dias para mostrar ao povo que há uma saída, e essa saída é a luta.”

Os nomes escolhidos pela Unidade Popular para apresentar o programa do partido foram o de Ludmila Outtes, presidente do SEEPE (Sindicato dos Enfermeiros e Enfermeiras de Pernambuco), Cassiano Bezerra, diretor de assistência estudantil da UNE (União Nacional dos Estudantes), Raimundo Malheiros, presidente do Diretório Municipal da UP em Recife, e Maria Ofélia, militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).

Ludmila Outtes, pré-candidata à prefeita do Recife

LUTA POPULAR. Ludmila Outtes, pré-candidata à prefeitura do Recife.
LUTA POPULAR. Ludmila Outtes, pré-candidata à prefeitura do Recife. Foto: JAV/PE

Ludmila é pré candidata à prefeita do Recife, militante do Movimento Luta de Classe (MLC), enfermeira da rede municipal e membra do Diretório Estadual da Unidade Popular PE. É a principal liderança da categoria na luta pelo piso salarial da enfermagem.

Como liderança da luta da enfermagem, participou recentemente da greve dos trabalhadores da saúde do Hospital do Câncer de Pernambuco. Para pressionar a gestão do HCP, foi realizado um ato em frente ao hospital. Denunciando principalmente o atraso salarial e o pagamento do complemento do piso salarial dos meses de dezembro e janeiro. Além disso, a categoria reivindicou melhorias nas condições de trabalho, como o pagamento do adicional de periculosidade, insalubridade, contratação de profissionais.

Cassiano Bezerra, pré-candidato à vereador do Recife

Léo Péricles e Cassiano Bezerra, pré-candidato à vereador de Recife.
Léo Péricles e Cassiano Bezerra, pré-candidato à vereador de Recife. Foto: JAV/PE

Cassiano é pré candidato à vereador do Recife. Militante da UJR e do Movimento Correnteza, é estudante de história da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e diretor de assistência estudantil da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Como parte da luta do movimento estudantil, participou ativamente da greve da educação nas universidades em Pernambuco. Ao longo dos meses de fevereiro, março e abril, os servidores federais negociaram com o governo federal suas reivindicações: reajuste salarial, reestruturação das carreiras e recomposição do orçamento da educação. Em maio, escreveu um artigo para o jornal A Verdade sobre os rumos da mobilização.

Maria Ofélia, pré-candidata à vereadora do Recife

Léo Péricles e Maria Ofélia, pré-candidata à vereador de Recife. Foto: JAV/PE
Léo Péricles e Maria Ofélia, pré-candidata à vereador de Recife. Foto: JAV/PE

Maria Ofélia é pré candidata à vereadora do Recife. Militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e do Movimento de Mulheres Olga Benario, é membra da Coordenação Estadual do MLB. Em 2020, foi candidata a vereadora do Recife.

Na luta popular pelo direito à moradia, participou da luta pela conquista do Conjunto Habitacional Ruy Frazão, no bairro de Afogados, em Recife. O déficit habitacional no município é estimado em mais de 70 mil casas e, segundo projeção do IBGE, pode chegar a 235 mil, até 2030.

Raimundo Malheiros, pré-candidato à vice-prefeito do Recife

Léo Péricles e Raimundo Malheiros, pré-candidata à vice-prefeito de Recife. Foto: JAV/PE
Léo Péricles e Raimundo Malheiros, pré-candidata à vice-prefeito de Recife. Foto: JAV/PE

Raimundo Malheiros é pré candidato à vice-prefeito do Recife. É presidente do Diretório Municipal da Unidade Popular e funcionário aposentado dos Correios.

A classe operária é insubmissa!

Amplas mobilizações e greves gerais da classe trabalhadora e da juventude, realizadas nos últimos anos, enfraquecerem governo do presidente da França Emmanuel Macron, representante dos banqueiros, e impuseram dura derrota à direita e à extrema direita nas eleições parlamentares de julho. Bloco de esquerda Nova Frente Popular (NFP) elege maioria dos deputados, mas o antidemocrático Macron se nega a dar posse a um primeiro-ministro que não seja indicado pela burguesia. Assim como na França, população da Inglaterra rejeitou a continuidade do governo de direita. Em vários países do mundo, a classe trabalhadora cresce sua organização e vai à luta.

Luiz Falcão | Membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR)


A tristeza da mídia burguesa com a derrota da extrema direita na França

Com grande entusiasmo, os meios de comunicação da burguesia anunciaram uma possível vitória da extrema direita nas eleições da França. A premonição, diziam, era baseada nas empresas de pesquisas. No arrebatamento em que se encontravam, mal informaram que em outro país imperialista, o Reino Unido, tão ou mais poderoso do que a França, houve eleição para o parlamento e os conservadores, partido da ilustre senhora das privatizações, Margaret Thatcher (1925-2013) – o diabo a tem, com certeza – levaram a maior surra eleitoral dos últimos 100 anos.

A alegria dos ricos é sempre falsa e ilusória e a mídia burguesa teve que se render a verdade e publicar novas manchetes em seus jornais: 

Valor econômico: “Em reviravolta, esquerda barra extrema direita na França.” 

Folha de São Paulo: “Esquerda e Macron barram direita radical na França.”

Estado de São Paulo: “Esquerda surpreende e derrota extrema direita na França, com apoio do centro.”

“Apontado como favorito, grupo de Le Pen será a 3º força no Congresso, temor ao avanço da ultradireita dá lugar ao medo da esquerda radical.”

Algumas observações.

O chamado “centro”, Emmanuel Macron e sua aliança direitista Juntos foram derrotados, mas não para os donos da Folha de S. Paulo e do Estado de São Paulo, vejamos os números: a Nova Frente Popular (NFP) elegeu 190 parlamentares; a aliança direitista de Macron, 160 deputados e a ultradireita de Le Pen, 143. 

O “Grupo de Le Pen” era o favorito? De quem? Ah, temor da ultradireita e medo da esquerda radical. Ora, a manchete não diz que a esquerda venceu com o “apoio do centro”? Estão com medo do “centro”? Por que não assumem logo que defendem a ultradireita, o fascismo?

Antes da derrota não anunciada, TVs, rádios e programas no YouTube convocaram doutores e filósofos para explicar o que mudaria na França e no mundo com a vitória da extrema direita e como esses “resultados” vão impactar as eleições de 2026 no Brasil. Não, a Mãe Dináh não foi ouvida, pois, infelizmente, ela faleceu em 3 de maio de 2014. Aliás, após os disparos no comício do magnata Donald Trump na Pensilvânia, EUA, a mídia burguesa repete esse mesmo modo de operação. Chega, porém, de notícias com o viés ideológico do jornalismo burguês!

Por que a extrema direita foi derrotada 

Para os analistas burgueses, as eleições são o único lugar onde deve acontecer as disputas políticas entre os partidos. Advertem, no entanto, que devem ser realizadas sem radicalismo, pois o “povo” (leia, nesse caso, a classe dominante) prefere sempre a moderação. Logo, as alianças ou acordos eleitorais definem uma eleição. Ainda segundo o pensamento burguês, o dinheiro interfere muito pouco no resultado eleitoral, embora mais de 2/3 dos deputados e senadores são ricos ou financiados pela classe rica. 

Para os comunistas, “A história de toda a sociedade até hoje (com ou sem eleição) é a história de lutas de classes. … opressores e oprimidos estiveram em constante antagonismo e travaram uma luta ininterrupta, umas vezes oculta, outras aberta …” A luta de classes é, assim, o motor da história¹. 

Nas eleições da França houve um importante enfrentamento político que terminou com a derrota dos lacaios mais subservientes aos monopólios capitalistas e aos banqueiros: o bloco Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen e a coligação Juntos de Emmanuel Macron. Contudo, o resultado dessa eleição só pode ser compreendido se levarmos em conta os combates travados nas ruas entre a classe trabalhadora e a burguesia. 

Com efeito, para garantir mais lucros para a classe capitalista, pagar juros da dívida pública aos bancos privados e não cobrar impostos dos bilionários, o Governo Macron, com apoio da extrema direita, realizou a reforma da previdência e aumentou a idade para o trabalhador se aposentar. De acordo com o ministro do Trabalho da França, Olivier Dussorpt, o aumento da idade faria o Estado economizar 18 bilhões de euros. Não disse, porém, que esse dinheiro custaria mais anos de trabalho aos pobres e aumentaria a riqueza dos banqueiros. 

A classe operária francesa foi à luta. Dezenas de greves gerais e manifestações foram organizadas contra a reforma e milhões de trabalhadores ocuparam às ruas exigindo aumento de salários e a suspensão da reforma. 

Em 2023, a greve geral dos operários da limpeza urbana deixou seis milhões de toneladas de lixo acumulada nas principais avenidas de Paris. Nem Macron nem Le Pen saíram de suas mansões para limpar o lixo nos arredores da Torre Eiffel. Durante a greve, o jornal francês Libéracion entrevistou o gari Karin que, ao contrário dos cientistas políticos e institutos de pesquisa, previu o que ocorreria um ano depois: “Faz tempo que Macron não escuta as ruas, mas se aceitarmos a derrota, não vamos conseguir nada.” (AFP,14/03/2023)

Além dos garis, trabalhadores dos serviços públicos, das empresas aéreas, das usinas nucleares, térmicas e hidrelétricas e das empresas privadas aderiram as greves que sacudiram a França entre 19 de fevereiro a 8 de junho de 2023. No dia 31 de janeiro de 2023, 2,8 milhões de trabalhadores ocuparam Paris. No dia 7 de fevereiro, mais 1,3 milhão e no dia 1 de fevereiro, 2,5 milhões. A polícia reprimiu com violência as manifestações, milhares de trabalhadores foram presos, mas o movimento grevista parou a França e a reforma não foi aprovada, mas imposta por decreto pelo Governo. 

No Reino Unido, em fevereiro de 2023, 500 mil trabalhadores da Saúde, convocados pelo sindicato dos enfermeiros, o Royal College of Nursing (RCN), e com o apoio dos médicos, paramédicos, dentistas e motoristas de ambulâncias, fizeram a maior greve dos últimos 100 anos por aumento dos salários e contra um governo que pretendia privatizar a saúde. Também na Inglaterra, ferroviários, trabalhadores da educação e dos correios cruzaram os braços. 

Em 2024, os ferroviários da Rede Expressa Regional da França voltaram a organizar uma greve geral, exigindo o pagamento do trabalho extra que vão realizar durante os jogos olímpicos de Paris. 

Portanto, as derrotas da extrema direita na França e no Reino Unido provam, mais uma vez, que as greves e as manifestações de ruas exercem uma influência muito maior nas eleições do que a tão venerada internet. Há que se destacar ainda, a importância da militância nas ruas convencendo os eleitores a votarem contra a extrema direita, como reconheceu um dos líderes da vitoriosa Nova Frente Popular Jean-Luc Mélénchon: “O porta a porta alcançou um resultado que parecia impossível.”

FRANÇA. ‘‘Retirada do projeto de reforma das aposentadorias’’. Foto: CGT.

“Marchemos, marchemos”

A bem da verdade, em todo o mundo, vivenciamos um importante avanço das lutas de classes. Além da França e do Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Grécia e Itália registraram crescimento do número de greves, como afirmou Marcel Fratzscher, do instituto econômico DIW, da Alemanha, “Temos hoje, com certeza, mais greves do que há dez anos”.

Nos Estados Unidos, em setembro de 2023, operários de 37 fábricas das três maiores montadoras do país promoveram greve geral por quase dois meses reivindicando 40% de aumento e fim das demissões. Em novembro, milhares de trabalhadores da Amazon realizaram greve pelo fim das jornadas abusivas e pelo direito de ter sindicato. Este ano, estudantes universitários ocuparam dezenas de universidades contra o genocídio do povo palestino pelo governo fascista de Israel. 

No Brasil, após nove anos, trabalhadores e trabalhadoras das universidades e institutos federais realizaram uma greve geral que durou 113 dias e arrancou do Governo Federal, 51% de reajuste nos auxílios de alimentação, creche e saúde; reposição de 14,5% a 34,5% das perdas salariais em 2025 e 2026 e recomposição parcial do orçamento das instituições de ensino.

Que democracia é essa?

No entanto, os dois partidos que perderam a eleição, a direita de Macron e a Extrema Direita de Le Pen, querem escolher quem deve assumir o governo na França. Emmanuel Macron, por exemplo, de maneira autoritária e em total desrespeito às urnas, manteve o atual primeiro ministro no cargo, alegando a proximidade dos Jogos Olímpicos. Pela lei, o presidente da República deveria escolher o primeiro ministro do bloco que obteve a maioria dos votos. Mas, na democracia do banqueiro Macron, quem ganha eleição não leva. No dia 10 de julho, o presidente derrotado escreveu uma carta afirmando que nenhum partido venceu a eleição e defendeu uma “ampla coalização” para garantir os interesses do capital financeiro.  

Já a mídia da burguesia, triste e frustrada com a vitória da NFP, apregoa que o programa aprovado pelos franceses nas urnas tornará a França ingovernável. Vejamos, então, as propostas da Frente que apavoram a burguesia de lá e de cá:  aumento do salário mínimo, congelamento dos preços dos alimentos e bens de primeira necessidade, diminuição da idade de aposentadoria para 60 anos, melhoria dos salários dos professores, respeito aos imigrantes, taxação dos superlucros, suspensão das privatizações e retirada imediata de Israel das terras palestinas. 

Foi por coisas como essas que o grande guia do proletariado internacional, V. I. Lênin, falecido em 21 de janeiro de 1924, escreveu: “A ação das massas – uma grande greve, por exemplo – é sempre mais importante que a ação parlamentar, e não só durante a revolução ou numa situação revolucionária.” (V.I. Lênin. Esquerdismo, doença infantil do comunismo)

Moral da história: a classe operária é insubmissa ao poder do capital: ontem, hoje e sempre! Portanto: “Formai vossos batalhões! Marchemos, marchemos!” (A Marselhesa)

¹ Manifesto do Partido Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels. Edições Manoel Lisboa

Matéria publicada na edição nº 295 do Jornal A Verdade

Após matar mais de 400 atletas palestinos, Israel não foi punido nas Olimpíadas

Mesmo realizando um genocídio na Palestina, o Estado de Israel não sofreu qualquer tipo de punição nessas Olimpíadas, contrariando o dito “Espírito Olímpico”. Porta bandeira de Israel na Cerimônia de Abertura assinou bombas que mataram crianças palestinas.

Igor Marques | Redação RJ


INTERNACIONAL – Nesta sexta-feira (24), será realizada a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, a serem realizados na capital francesa, Paris. A presente edição será marcada pela presença de delegações de mais de 200 países.

As Olimpíadas modernas foram iniciadas no ano de 1896, por iniciativa do francês Barão de Coubertin, que via no esporte um espaço de união, aproximação e paz entre os povos de todo o mundo. No entanto, esses ideias ficam apenas no discurso, já que o fundador dos jogos e do Comitê Olímpico Internacional (COI) defendeu a realização das Olimpíadas na Alemanha Nazista, em 1936, e era contra a participação feminina nos jogos. Na prática, o COI e as federações esportivas até hoje atuam em defesa dos países Imperialistas.

Os Jogos Olímpicos, frequentemente, são encarados pela grande mídia a partir desse discurso oficial e como um grande momento de celebração mundial. Mas há o que celebrar enquanto países genocidas passam impunes?

Israel não sofre punição após massacre em Gaza

Israel, desde outubro de 2023, promove um massacre contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Estudos apontam que o número de mortes nesse conflito já passa de 200 mil, sendo a maioria mulheres e crianças. Um verdadeiro genocídio.

Mesmo com todo esse massacre contra o povo Palestino, o Israel não sofreu qualquer tipo de punição, contrariando o dito “Espírito Olímpico”. Esses “valores olímpicos” incluem práticas como a amizade, a compreensão mútua, a igualdade e a solidariedade.

Além disso, a tradição da trégua olímpica, que perdura desde a antiguidade, prevê a suspensão de guerras no período em que durar os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos. Porém, o COI e a França prontamente disseram que esse princípio não valeria para Israel, que poderá participar das Olímpiadas normalmente.

Foi esse mesmo dispositivo que, por exemplo, puniu a Rússia e Belarus com a suspensão dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 e dos Jogos Olímpicos de Verão deste ano pela agressão à Ucrânia, iniciada há dois anos. Nessas Olimpíadas, apenas 15 atletas russos irão participar, todos sob bandeira neutra.

O COI, para defender um Estado genocida, rasga suas próprias “tradições”. Se é que um dia essas tradições existiram fora do papel, já que países como os Estados Unidos e a própria França, estiveram envolvidos em diversas guerras Imperialistas, massacraram povos de todo o mundo, e jamais sofreram punição do Comitê Olímpico Internacional.

Israel, por sua vez, mostra sua verdadeira face genocida. Os comitê olímpico sionista escolheu como porta-bandeira na Cerimônia de Abertura o atleta Peter Paltchik, que assinava bombas jogadas contra os palestinos com a frase “de mim, com prazer”. Ou seja, Israel não só não é punido pelo COI, mas também consegue até autorização para fazer propaganda do genocídio em Gaza.

Mais de 400 atletas palestinos mortos

A participação do Estado fascista de Israel nas Olimpíadas de Paris será dada sobre protestos dos povos de todo o mundo, entre atletas e torcedores. Na estreia da seleção de futebol israelense nos jogos, torcedores protestaram durante a execução do hino do país e exibiram bandeiras da Palestina.

O Comitê Olímpico Palestino também entrou com ação no COI contra a participação de Israel nas Olimpíadas de 2024, alegando o não cumprimento da chamada trégua olímpica, visto o massacre em curso na Faixa de Gaza.

Além disso, segundo dados do Comitê Olímpico Palestino, o presente massacre já assassinou mais de 400 atletas palestinos, incluindo o técnico da seleção olímpica de futebol da Palestina, Hani Al-Mossader, e o primeiro atleta olímpico da história do país, Majed Abu Maraheel. Nas Olimpíadas deste ano, o país contará com apenas oito atletas em sua delegação.

Como é possível falar em uma competição justa, como recomenda o dito “Espírito Olímpico”, se um país impõe um regime de apartheid e de morte aos atletas palestinos? Como falar em valores de solidariedade quando não se pune um Estado genocida?

A Palestina necessita de sua autodeterminação e é dever dos trabalhadores de todo o mundo lutar em verdadeira solidariedade contra o genocídio do povo palestino. Em todo o mundo, é preciso exigir punições e sanções ao Estado fascista de Israel e lutar por uma Palestina livre.

O caso da judia comunista Genny Gleizer

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Genny Gleizer foi presa aos 17 anos pela polícia do governo Vargas. Foi acusada de ser nociva aos interesses do país e de ser perigosa agitadora da juventude, acabou sendo expulsa sob a ditadura da Lei de Segurança Nacional.

Evelyn Dionízio | Recife – PE


HISTÓRIA – Contemporânea da revolucionária Olga Benario, Genny Gleizer foi presa, aos 17 anos, pela polícia varguista em uma reunião do Congresso da Juventude Proletária, Estudantil e Popular do Brasil, vítima de uma campanha de perseguição contra judeus e comunistas. Acusada de ser nociva aos interesses do país e de ser perigosa agitadora da juventude, foi expulsa sob a ditadura da Lei de Segurança Nacional.

A jovem operária, juntamente com seu pai e irmã, fugia do crescimento do fascismo e das perseguições antissemitas que se espalharam pela Europa. Não à toa, o periódico da fascista Ação Integralista Brasileira (AIB), A Offensiva, foi ferrenho em defender a sua expulsão, sob o risco de pregar o comunismo no Brasil, além de defender a postura das autoridades policiais (acusadas de torturar a jovem no cárcere), já que estariam combatendo o “monstro vermelho”.

Dias depois da prisão de Genny, ocorreu o fechamento da Aliança Nacional Libertadora (ANL), mostrando a perseguição escancarada a organizações progressistas e de militantes que ocorriam na época. Nesse período – e até hoje –, o comunismo era entendido como uma força de oposição ao conceito de democracia, devendo ser combatido. O que ocorre é que a ligação de Genny com tais ideais foram usadas de pretexto para tentar exterminar uma política que apenas busca a melhoria da situação da classe trabalhadora e o fim da sua exploração crescente: o socialismo.

Apesar de diversas instituições (a ANL, o jornal A Manhã, o Congresso da Juventude, a União Feminina do Brasil) se mobilizarem para evitar a expulsão de Genny Gleizer com manifestações, panfletos e denúncias para autoridades do Legislativo, foi decretada sua deportação.

O fato de Genny ser mulher também influenciou no caso. Até os jornais que a defendiam, foram utilizados em sua defesa estereótipos da mulher facilmente manipulável, em que Genny Gleizer estaria engajada politicamente apenas por influência masculina, retirando sua autonomia enquanto pessoa e, portanto, nociva aos interesses do país – leia-se, interesses da burguesia. Para a polícia que trabalhava para sua deportação, o gênero de Genny Gleizer corrobora com a imagem da mulher perigosa quando colocada no ambiente público, devendo ser mantida no lar doméstico. 

O caso de Genny, desse modo, serve de parâmetro para entender a época, um período de um governo de repressão e autoritarismo que se estabelecia. O resgate da história da jovem comunista também serve para compreender como a perseguição política a forças mobilizadoras e progressistas acontece no país, com arbitrariedades e ilegalidades, perfeitamente feitas para atender a burguesia nacional e ao imperialismo na manutenção do sistema capitalista.

Em junho de 2024, o Jornal A Verdade denunciou a deportação ilegal do palestino e professor Muslim M. A Abuumar, acusado por forças imperialistas de cumplicidade com grupos de resistência Palestina. Tal deportação demonstra a arbitrariedade e o cunho de perseguição política cometidas pelo Brasil.

Sabe-se que tal caso não é novidade no país. O governo brasileiro já foi cúmplice de diversos casos de perseguição, como o que ocorreu contra Olga Benario, expulsa ainda grávida em 1936 para a Alemanha nazista, sendo vítima do holocausto, com a cooperação do Brasil para o assassinato.

Em carta após sua expulsão, Genny escreve “Em qualquer parte do mundo a que chegar, hei de seguir o exemplo de meus camaradas”, fazendo referência a todos que lutaram pela sua permanência no Brasil, e que “A reação não me assustou. Não deu resultado aos reacionários. Ao contrário, apenas serviu para revoltar-me ainda mais”. Assim, a mulher, operária, jovem, imigrante e judia, seria um símbolo de resistência e um exemplo de luta a ser seguido até hoje.


Referência: ANTÃO, Ana Carolina da Cunha Borges. Gênero, imigração e política: o caso da judia comunista Genny Gleizer no Governo Vargas (1932-1935). 2017.

25 de julho e a luta atual pela libertação das mulheres negras

O 25 de julho é um dia que faz referência à luta das mulheres negras, afro-latinas e caribenhas contra a exploração e a opressão capitalista. No Brasil, marca-se também 2014, o Dia Nacional da Rainha Negra e Líder Quilombola, Tereza de Benguela.

Indira Xavier | Redação


A poesia escrita por Assata Shakur¹ (disponível abaixo), ilustra a tradição de luta e busca por liberdade que o povo negro no Brasil e em todo mundo constroem há séculos, em particular as mulheres. Desde que o capitalismo jogou seus tentáculos sob a humanidade, seu único objetivo é escravizar e explorar os povos com o propósito de acumular riquezas.

A realidade é que a história de toda a humanidade é a luta entre os que defendem a vida e a felicidade e, por isso, constroem com seu trabalho todas as riquezas do mundo contra um punhado de parasitas, que não produzem nada a mais além de guerras, miséria, fome e desesperança.

O 25 de julho é um dia que faz referência à luta das mulheres negras, afro-latinas e caribenhas. No Brasil, ele é, desde 2014, o Dia Nacional da Rainha Negra e Líder Quilombola, Tereza de Benguela

O Brasil é o país que possui a maior população negra fora de África (50,7%). No entanto, mesmo compondo a maioria do povo, é a parcela que mais sofre por todas as mazelas que o capitalismo impõe à classe trabalhadora: pobreza, fome, violência, desemprego, falta de acesso à moradia, saúde e educação. Sendo as mulheres a maioria da população brasileira, é também a maioria entre os negros, somando-se, assim, ao quadro geral outras violências de gênero. 

Portanto, a luta das mulheres negras é fundamental para fazer enfrentamento à exploração e à opressão capitalistas, que segue, em pleno século XXI tratando as mulheres negras e afro-latinas como a “…carne mais barata do mercado…”, como bem denunciou Elza Soares.

São milhares de casos de violências, agressões, impunidades, que são noticiadas e vivenciadas todos os dias como forma de mostrar ao povo que eles, os ricos e governos fascistas a serviço do capital, podem tudo. Já nós, negras e negros, restam as balas com destino, as prisões inumanas e toda a má sorte.

No entanto, não podemos jamais esquecer as milhares de mulheres negras que, com seu sangue e suor, construíram a tradição de lutar por liberdade e justiça social. Justiça essa que só será realizada quando o nosso povo puser abaixo o verdadeiro responsável por todo o racismo, sexismo e exploração que imperam até os dias atuais, o sistema capitalista.

Sigamos a tradição!

A Tradição – Assata Shakur
Siga ela agora.
Siga-a.
Siga ela agora.
Siga-a.
Siga a tradição.
Existiram Pessoas Negras desde o começo dos tempos
que a seguiram.
Em Gana e Mali e Timbukutu
nós a seguimos.
Seguimos a tradição.
Nós nos escondemos no arbusto
quando os senhores de engenho vieram
empunhando lanças.
E no tempo certo,
pulamos fora e perfuramos o sangue vital
dos pretensos senhores.
Nós a seguimos.
Nos navios negreiros,
nos vomitando em oceanos.
Rasgando as gargantas dos nossos captores.
Nós tomamos seus chicotes.
E seus navios.
Sangue fluiu no Atlântico-
e não foi só o nosso.
Nós a seguimos.
Nós alimentamos Missy com tortas de maçã arsênicas.
Roubamos os machados do barracão.
Fomos lá e cortamos fora a cabeça dos senhores.
Nós corremos. Nós lutamos.
Nós organizamos uma estrada de ferro.
Por debaixo da terra.
Nós a seguimos.
Nos jornais. Nas reuniões.
Nas discussões e nas lutas de rua.
Nós a seguimos.
Nos contos contados às crianças.
Nos cânticos e cantigas.
Nos poemas e canções de blues
e gritos dos saxofones.
Nós a seguimos.
 Nas salas de aula. Nas igrejas.
Nos tribunais. Nas prisões.
Nós a seguimos.
Nos palanques e piquetes.
Nas filas da assistência social, filas do desemprego.
Nossas vidas em jogo,
Nós a seguimos.
Nas manifestações e cultos coletivos.
Nas marchas e travamento de ruas.
Nós a seguimos.
Nas noites frias de Missouri
Espingardas enferrujadas contra multidões de pessoas.
Nas ruas em chamas do Brooklyn.
Jogando pedras contra rifles,
Nós a seguimos.
Contra jatos d’água e buldogues.
Contra cassetetes e balas.
Contra tanques e gás de pimenta.
Agulhas e forcas.
Bombas e controle de natalidade.
Nós a seguimos.
Em Selma e San Juan.
Moçambique. Mississipi.
No Brasil e em Boston,
Nós a seguimos.
Entre as mentiras e os vendidos.
Os erros e a loucura.
Entre a dor e a fome e a frustração,
Nós a seguimos.
Seguimos a tradição.
Seguimos uma forte tradição.
Seguimos uma orgulhosa tradição.
Seguimos a tradição Negra.
Siga-a.
Transmita para suas crianças.
Transmita.
Siga-a.
Siga ela agora.
Siga-a
PARA A LIBERDADE!

¹: Assata Shakur, militante do Partido Panteras Negras.

Matéria publicada na edição nº 295 do Jornal A Verdade

Violência contra a mulher aumentou em 92% em dez anos no Brasil

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Segundo os dados realizados pelo Instituto de pesquisa Igarapé, de 2013 a 2023, no Brasil, as denúncias acerca da violência contra a mulher aumentou em 92%. Ainda não existem delegacias da mulher que sejam 24h nos estados do Mato Grosso, Amapá, Tocantins e Rondônia.

Kivia Moreira | Natal (RN)


MULHERES – Segundo os dados realizados pelo Instituto de pesquisa Igarapé, de 2013 a 2023, no Brasil, as denúncias acerca da violência contra a mulher não resultando em morte aumentou em 92%. Isto é, a cada hora, 16 brasileiras são espancadas no país.

Conforme o Ministério da Justiça e Segurança Pública, 554.473 ocorrências foram registradas nas delegacias em 2022, dessas 170.084 foram ameaças. Em sua maioria, os agressores são companheiros ou ex-companheiros que não aceitaram o término da relação. 

Dos tipos de violência às mulheres não letais, houve aumento em todos eles: sexual, psicológica, física, moral e patrimonial.

O que é violência contra a mulher?

A violência contra a mulher é todo ato lesivo que resulte em dano físico, psicológico, sexual, moral, patrimonial, que tenha por motivação principal o gênero, ou seja, é praticado contra mulheres expressamente pelo fato de serem mulheres. A violência contra a mulher pode ser praticada no âmbito da vida privada em ações individuais.

Violência sexual é quando o agressor força a vítima a realizar relações sexuais, não há consentimento. Isso se expressa desde manipulação psicológica à força física para realizar o ato – houveram 56.564 casos registrados dessa violência -. A violência patrimonial é quando o agressor retira da posse da vítima ou destrói documentos e bens pessoais da mulher, sem consentimento, aumentou em 144% – 6 mil casos registrados -.

Acerca da violência física, quando o agressor fere fisicamente a vítima, podendo ser tapas, chutes, empurrões, beliscões, puxões no cabelo ou em outras partes do corpo, houve registro de 141.914 casos. Esse tipo de violência foi que houve maior número de denúncias nos últimos 10 anos.

Sobre a violência psicológica, que envolve também a violência moral, quando o agressor manipula, rebaixa, humilha e ofende a mulher e sua integridade, houve aumento de 86,4% dos casos no país. Vale ressaltar que as violências não ocorrem de formas isoladas. Ou seja, a vítima pode ser agredida de diversas formas simultâneas.

Das vítimas que foram denunciar, as mulheres negras são principais, representando cerca de 56,5% das denunciantes.

As políticas de proteção às mulheres são insuficientes

Apesar do aumento dos casos de violência contra a mulher, o Ministério da justiça e segurança pública informou que apenas 18,66% das delegacias da mulher funcionam 24hrs no Brasil.

Isto é, das 492 delegacias da mulher que existem no país, apenas 60 funcionam em todos os horários. Nos estados do Mato Grosso, Amapá, Tocantins e Rondônia não existe nenhuma delegacia da mulher que seja 24h.

Nesse sentido, a organização das mulheres pelo fim da violência é fundamental para acabar com essa realidade de insuficiência, medo e insegurança na vida cotidiana da trabalhadora. Toda essa violência continuará enquanto o capitalismo continuar, por isso precisamos organizar as mulheres trabalhadores na luta pelo socialismo.

Como afirma Clara Zetkin, comunista bolchevique e precursora do Dia Internacional da Mulher Trabalhadora 8 de março: apenas com as mulheres proletárias, o socialismo será vitorioso.